Possível fraude de homem à frente de negócio baseado em dinheiro imaginário choca o mundo.
Não sou muito afeito ao jornalismo satírico (estilo Sensacionalista), mas às vezes ele consegue resumir uma situação esdrúxula de modo tão preciso que não tem como não dar uma risadinha.
Aconteceu agora pouco com este título da New Yorker (tradução livre): “Possível fraude de homem à frente de negócio baseado em dinheiro imaginário choca o mundo.”
O homem, no caso, é Sam Bankman-Fried (SBF), fundador e ex-CEO da FTX, que era, até novembro, a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo e quebrou após uma avalanche de fraudes vir à tona.
Bankman-Fried foi preso nas Bahamas nesta terça (13), onde fica a sede da FTX, e deve ser extraditado para os Estados Unidos.
Em nota relacionada, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está em um dilema: se lança já ou acumula mais provas para sua investida contra a Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo, com sede em Cingapura, por conivência com lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.
A linha de defesa dos advogados da Binance, segundo a Reuters, é que a abertura dessa investigação criaria o caos no mercado de criptomoedas — o tal dinheiro imaginário a que a sátira da New Yorker se refere.
Algo me diz que o mundo está prestes a se chocar outra vez. Via New Yorker, CNBC, Reuters (todos em inglês).
AO MEU VER as criptomoedas estão para o Blockchain assim como a bolha da internet está para a própria internet. Tanto o blockchain quanto a internet são invenções maravilhosas e, ao olhar para o histórico da internet, vemos que ela proveu um desenvolvimento tecnológico e humano sem precedentes, sendo um prenúncio do que o blockchain pode ser. Hoje em dia várias empresas estão usando smart contracts e validação de dados com base no protocolo de correntes e eu vejo um futuro bastante promissor em outras áreas, até mesmo na médica
Como toda boa invenção, um monte de retardado tenta surfar na onda da novidade para fazer o seu. [Xaropes e cosméticos radioativos no início do século 20](https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2021/08/26/cosmeticos-radioativos-o-que-eles-ensinam-sobre-o-controle-dos-produtos.htm), empresas com “Internet” no nome e afins são uma prova do quão periódico esse tipo de coisa é. Agora é esperar que com o tempo essas pessoas que fazem uso malicioso do blockchain deem espaço pra quem está realmente agregando com essa tecnologia
O tão comentado “estouro da bolha das criptomoedas”, se aproxima.
Na minha opinião, sempre foi questão de “quando” e nunca de “se”, aconteceria.
O “dinheiro” lançado por bancos centrais, em todo mundo, é tão imaginário quanto muitas criptomoedas, uma vez que não são lastreadas em nada, apenas na “confiança” dos bancos centrais!
Uma grande parte das criptomoedas (diria que a maioria) se afastaram do “estado nascente” proposto pelo Nakamoto (emissão algorítma e descentralizada (p2p) de moedas e se aproximaram do “modus operandi” dos bancos centrais, isto é, emissão infinita de moedas…
Para surpresa de ninguém, começam a falhar miseravelmente!
Sim, você tem razão. A grande diferença entre dinheiro fiduciário e criptomoedas é que o primeiro tem uma utilidade prática e universal (facilitar a troca de bens e serviços), enquanto criptomoedas só têm dúvidas ou mesmo indesejáveis (só consigo pensar, salvo casos extremos/atípicos, em especulação e crimes como lavagem de dinheiro).
Opa Ghedin,
Concordo com você no princípio: moeda (fiduciária ou algorítma) tem seu principal valor como troca de valor – desculpe a redundância – (não especulação, reserva de valor, fraudes) e etc… Por exemplo, aqui os comércios que aceitam pagamento com BCH [o bitcoin raiz :-)] https://bitcoincashargentina.com/directorio/
Uma outra ótima utilidade de criptomoedas, ainda como troca de valor, seria incluir desbancarizados que é a proposta da ADA…
Em resumo: A ideia de que é possível gerar/acumular riqueza com moedas (fiduciárias ou algorítmas) e não com trabalho e geração de valor é que ferra tudo!
Vai ser legal quando os golpistas e especuladores migrarem pra outra coisa e a gente poder realmente ver (e usar) criptomoedas como moeda mesmo
Eu admito que preciso ler mais sobre, mas tipo, “desbancarização” talvez seja utópico demais.
Veja: bitcoin e similares tem o conceito da “hash”, que – olha só! – é um “banco” (de dados!)
A troca monetária existe justamente porque com o tempo a própria mecânica econômica foi criando mecanismos de segurança e valor monetário.
Vide o Brasil que depois de inflações corrosivas nos anos 80, hoje ainda aguentou 4 anos de especulação política e financeira. E apesar de tudo e da inflação que dobrou o custo das coisas, ainda foi possível que tivesse alguma resistência social que permitisse coisas como o Pix e o auxílio na pandemia (se não fosse o minimo esforço para, ou se fosse só pelo Paulo G. e J. B*s*a, provavelmente seria bem pior)
“A linha de defesa dos advogados da Binance, segundo a Reuters, é que a abertura dessa investigação criaria o caos no mercado de criptomoedas — o tal dinheiro imaginário a que a sátira da New Yorker se refere.”
Que crie, então, e acabe essa palhaçada toda de uma vez.
cedo ou tarde, o caos vem… resta saber quando!