É o CEO do iFood falando ou apenas uma IA geradora de lero-lero corporativo?.

Não é novidade que executivos de grandes empresas sejam escorregadios em entrevistas, mas Fabricio Bloisi, CEO do iFood, talvez tenha definido um novo parâmetro em falar, falar e falar sem dizer nada.

A chamada da entrevista à Folha de S.Paulo diz que o iFood defende leis trabalhistas que “conciliam proteção e flexibilidade”. É visível o esforço da editora Joana Cunha em arrancar alguma fala que faça sentido, uma posição concreta, sem sucesso. Quando perguntado se acha que a CLT inviabiliza negócios como o do iFood, uma pergunta simples, binária (“sim ou não”), Fabricio nos brinda com este lero-lero corporativo:

“Nós acreditamos em equilíbrio no iFood. Achamos que ser inovador e investir em educação e no futuro e ser liberal para criar novos negócios é fundamental para gerar valor. E, também, dividir esse valor é essencial para ter uma sociedade menos desigual. Então, apesar de estarmos saindo de uma eleição de polarizações, em que metade da população acha que a outra metade está completamente errada, e todo mundo se vê na metade certa, nós acreditamos que os dois lados são importantes: proteção social e liberdade econômica para fazer empresas funcionarem bem.”

Parece uma resposta gerada por essas inteligências artificiais novas, tipo a ChatGPT que todo mundo está comentando essa semana. Aliás, será que…? Nah, não pode ser. Via Folha de S.Paulo.

Newsletter

O Manual no seu e-mail. Três edições por semana — terça, sexta e sábado. Grátis. Cancele quando quiser.

Deixe um comentário

É possível formatar o texto do comentário com HTML ou Markdown. Seu e-mail não será exposto. Antes de comentar, leia isto.

8 comentários

  1. O ifood só quer saber de explorar os entregadores. E vem com essa lorota que somos autônomos. Ele paga oq ele quer nas taxas de entrega. Não tem ninguém que fiscaliza os preços repassados para os entregadores. Para vc poder ganhar dinheiro no ifood . Tem que trabalhar no mínimo 14 horas por dia. Talvez possa até não ganhar.

  2. Abandonei o iFood na época das campanhas de sabotagem de organização sindical/trabalhista e nunca olhei para trás. Essa entrevista anódina com cara de RP reforçou meu posicionamento.

  3. Inclusive essa publi na Folha também está a todo vapor na Band News, na rádio ao menos 3 programas diferentes já citaram o iFood como uma universidade de empreendedores, como são santos e ajudam tanto o restaurante como entregador.

    Vale deixar o publi grátis para utulixarem AppJusto, uma proposta mais colaborativa que não fica com uma fatia absurda nas transações, em São Paulo funciona muito bem e são bem receptivos no suporte.

    Inclusive fica bem claro quanto vai pro motoboy e quanto vai pro restaurante.

  4. Não li a entrevista, mas essa coisa de colocar em lados opostos proteção social e liberdade econômica já diz alguma coisa do que vai na cabeça da figura (supondo, claro, que a figura tenha uma cabeça, ou seja, não seja a fala de uma IA). Se eu fosse a jornalista, não perdia a chance de questionar: defina por favor proteção social e liberdade econômica.

  5. Pensando mais a longo prazo, o aumento do diálogo entre os diferentes setores produtivos facilita a criação do sistema de participação geral.

    Por quê raios eu entro no site gerador de lero lero e logo de cara me aparece esta frase que caí como uma luva?

    1. “O empenho em analisar o fenômeno da Internet causa impacto indireto na reavaliação das diversas correntes de pensamento.”