E-commerce é o novo banco, por Hugo Cilo na IstoÉ Dinheiro:
O executivo Tulio Oliveira, que comanda a fintech Mercado Pago, braço financeiro do maior site de classificados da América Latina, o Mercado Livre, vive uma espécie de crise de identidade profissional. Uma boa crise. À frente de um negócio que responde por 48% das receitas globais de US$ 2,6 bilhões da companhia no segundo trimestre, ele já não sabe se pilota um banco que tem um marketplace ou um marketplace que tem um banco. […]
O processo de bancarização do varejo ou de “varejização” dos bancos — a ordem dos fatores, neste caso, definitivamente não altera o produto — é um fenômeno que ultrapassa as fronteiras do Melicidade, sede do Mercado Livre, em Osasco (SP). Outras gigantes do e-commerce, como OLX, Magazine Luiza e Via (antiga Via Varejo, dona de Casas Bahia, Ponto e Extra.com.br) estão surfando na crista da onda dos serviços financeiros. A Lojas Renner tem a Realize, a Via tem o banQi, o Magazine Luiza tem o Magalu Pay, entre muitos outros. “O objetivo é garantir a inclusão financeira, criando conexão entre as lojas, o e-commerce e o marketplace”, disse André Calabró, CEO do banQi.
Eu sempre confundo o PagSeguro com o MercadoPago como se fossem do mesmo dono…
Não sei se falo besteira, mas alguns grandes varejos sempre tinham um banco secundário pequeno por trás.
o famoso crediário né.
Me parece que o que mudou foi que a regulação do setor financeiro permitiu que se criasse um patamar intermediário (famosas “instituições de pagamento”/”contas de pagamento”), com menos exigências e maiores oportunidades, aliado ao avanço tecnológico e por consequência menores custos, o que motivou os varejistas a expandir esse segmento.
Teoricamente, aconteceu uma democratização do acesso a serviços bancários por quem não tinha acesso ao sistema bancário tradicional. Na prática, alargou-se o acesso ao curral.
Destaca-se ainda que o sob o viés do negócio, os varejistas sempre sofreram com o capital de giro, dado que elas sempre precisam pagar pelos produtos antes de receber dos clientes. Desse modo, é um desafio: quanto maior se torna o negócio, maior a cifra que precisa ter em caixa pra sustentar o negócio. E maiores as necessidades de dívida dos varejistas com as entidades financeiras. No cenário de juros altos, essa conta não fecha. Não a toa tanta rede grande vai pro buraco – a última acho que foi Ricardo Eletro. Diminuir o custo de captação do dinheiro pro capital de giro é essencial. Nada melhor do que fundar seu próprio banco para isso, pois aí deixam de se financiar com os bancos e passam a se financiar através das pessoas físicas (ofertando o famoso 100%CDI).
Tem razão, mas acho que será que os problemas do Ricardo Eletro não eram outros, tipo o dono ser um tremendo picareta?