Transformei minha casa em uma fortaleza de vigilância

Transformei minha casa em uma fortaleza de vigilância (em inglês), por Ian Bogost na The Atlantic:

Quando me mudei para uma nova casa ano passado, decidi testar essa hipótese. Já estava passando um monte de cabos de rede pelas paredes para os pontos de acesso Wi-Fi, daí aproveitei a oportunidade para passar tais cabos em absolutamente todos os lugares. Depois, coloquei um número absurdo de câmeras àquele cabeamento — 16, até onde contei —, transformando a minha casa em uma fortaleza de vigilância. (Conhecendo os problemas de privacidade e políticas de dados que surgem quando fornece-se vídeo às empresas de tecnologia via nuvem, armazeno todas as imagens localmente em um conjunto gigante de discos rígidos no meu porão; sou a única pessoa que podem acessá-los.)

Eis o que aprendi deste um ano de monitoramento doméstico extremo, 24 horas por dia, 7 dias por semana: nada acontece.

Nada.

Dica da Jacqueline Lafloufa. Obrigado!

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12 comentários

  1. Câmeras servem justamennte como “ilusão” para ambos os lados – de quem usa e de quem pensaria em fazer algo negativo e seria monitorado.

    Em uma comunidade (bairro simples por exemplo), a confiança na vizinhança acaba dispensando tal monitoria – as vezes a vizinha fofoqueira* funciona bem melhor.

    Enfim, ao menos em lugares com inúmeras pessoas – um centro de metrópole por exemplo, a câmera será tanto a “cerca virtual” para ajudar a evitar abuso quanto a prova de alguma situação contraditória – um acidente, um crime, uma discussão inútil que resultou em violência…

  2. Eu tenho uma câmera da Eufy sem fio na porta do apartamento, uma pilha por segurança e também porque tenho fechadura remota sem câmera.

    Mas essa semana algo aconteceu haha!
    Do nada várias pessoas do prédio começaram a ficar sem internet, até momento que a administração do prédio também ficou, e eu recebi um alerta de uptime da minha internet.

    Olhando nas câmeras eu encontrei o técnico da Vivo exatamente no mesmo horário do uptime mexendo nos cabos.

    Resultado, pediam novas instalações de internet e não tinha porta suficiente, o técnico desconectava alguém e ligava novo cliente. 🤡

  3. Agora que percebi, a noção de realidade desse individuo é tão distorcida que ele “sabe” os problemas de privacidade da nuvem, e fez questão de armazenar tudo privadamente.
    Pois imagina, a empresa do outro lado, comemorando…. “O Ted colocou cameras, olhem aqui pessoal!!!”

    1. Uai, mas justamente por ele ter esse conhecimento, instalou câmeras em circuito fechado, sem envolver a nuvem. Quem empresa estaria do outro lado, André? Não tem outro lado, todas as gravações ficam no HD dele no porão.

      1. Isso não é conhecimento. É imbecilidade de quem diz entender.
        Uso cameras Intelbras Mibo aqui em casa. Nuvem. Sabe que eu seria paranoi… floquin…. idiota para ficar pensando que tem alguém na outra ponta me cuidando né?

        Falta de conexão com a realidade de “jornalistas” tech.

        1. Sei que a gente sempre discorda, mas desta vez não estou sequer entendendo do que você está reclamando. É que você não vê problema em mandar imagens de câmera à nuvem? Se for isso, sugiro fazer uma pesquisa mais aprofundada: há farta documentação de casos de abuso, seja por negligência das empresas, seja por acordos (como os da Ring/Amazon com as polícias norte-americanas), que validam essa preocupação com a privacidade de imagens de câmeras de vigilância.

          1. Meu nome é realmente andré, meus dados completos estão disponíveis pois tenho o dominio euodeioinformatica.com.br e meu ip agora é 45.165.84.95.
            Vai, acessa minhas cameras. Rouba minha nuvem. Vaza minhas fotos. Uso serviços de empresinhas de merda, como intelbras, microsoft e google. Tudo na mistica, insegura e assombrosa nuvem.

            A ilusão de segurança é importante. A realidade porém é mais simples.

          2. Não é tão explícito assim. Há casos e casos e, numa dessas, você pode dar o azar de alguém achar a conexão das suas câmeras ou, no caso dos EUA, a polícia solicitar à Amazon as imagens das suas câmeras Ring.

            É uma questão, como tudo que envolve segurança digital, de pesar privacidade e conveniência. Câmeras na nuvem são mais convenientes, mas te expõem a riscos muito maiores. O simples fato delas terem uma interface com a nuvem/internet pública já te coloca em uma situação de risco maior do que se as imagens fossem gravadas em discos na sua casa. Isso é… meio óbvio.

            Imagino que a gente discorde, porque imagino também que você saiba disso tudo e apenas escolha não se importar. Está no seu direito. Só peço que respeite quem pensa diferente.

            (O WordPress informa outro IP associado ao seu comentário!)

          3. PS: deve ser então o ip 177.10.108.34 – longa historia, uso 2 links simultâneos de 3 disponíveis.

  4. Jornalista técnico americano descobre que os USA não possuem problema critico de segurança. Não perca hoje no Jornal Nacional.