Semana passada o Instagram anunciou ter chegado a 300 milhões de usuários e, quase no final do post, que em breve removeria contas de robôs e spammers do serviço1. Como a remoção seria definitiva, o CEO Kevin Systrom alertou que “alguns de vocês notarão mudanças no contador de seguidores”. O que não estava nos planos era a reação maluca que a perda de seguidores causaria em muitos usuários.
No Business Insider, Taylor Lorenz fez um bom apanhado do que está rolando: milhares de pessoas revoltadas porque robôs spammers deixaram de segui-las. Chega a ser cômico ver um monte de gente reclamar, organizar boicotes e xingar o perfil oficial do serviço porque robôs, que obviamente não enxergam foto alguma, não as seguem mais.

Essa gente não pensa nos pobres robozinhos exterminados pelo algoritmo assassino do Instagram, claro. O que lhes dói é ver o número de seguidores cair drasticamente de uma hora para outra. A maioria, como aponta Lorenz, por pura vaidade: a própria “tática” de muitos desses usuários, de lotar as legendas das fotos com hashtags, atrai robôs e leva à inflação dos seguidores.
Para outros, porém, é um baque que afeta os negócios. O dito “perfil mais popular do Brasil”, segundo o Tecnoblog perdeu mais da metade dos seguidores. E não foram cinquenta ou cem, mas 3,3 milhões de contas a menos seguindo as fotos com bonecos de Toy Story tiradas por Wellington Campos.
As cifras no Instagram são altas e a moeda de troca, ou o que direciona toda essa grana são os números. E aí vale de tudo, pessoa, robô, cachorro, pouco importa se eles forem seguidores. É essa obsessão por números que gera situações como o constrangedor case vencedor de Cannes que atingiu 23 milhões de usuários brasileiros. O único detalhe é que, na época, estima-se que apenas 12 milhões de pessoas no Brasil usavam o Instagram. A matemática não bate, mas quem se importa?
Isso não é de hoje. Quando o Twitter estourou, entre 2008 e 2010, tínhamos os scripts, códigos que inflavam artificialmente o número de seguidores usando técnicas rasteiras, como seguir um punhado de gente aleatória e depois dar unfollow. Como parte dessa galera atingida fazia o followback (hoje chamado “sdv”, ou “sigo de volta”), o resultado era mais seguidores. A coisa descambou para fazendas de perfis falsos, robôs que criam “pessoas” que interagem e seguem, aos montes, quem paga. Quanto? Que tal quatro mil seguidores no Twitter pelo preço de um cafezinho?
É meio frustrante e justamente por isso é bom ver o dono da bola tentando botar ordem na partida. Afinal, em qualquer negociação séria existem regras e a trapaça é um ato intolerável. Por que seria diferente nas redes sociais?
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São 300 milhões de usuários no Instagram já desconsiderados os spammers e robôs excluídos hoje. O serviço não revelou quantos deles rodaram, mas estima-se que tenha sido 10 milhões. ↩
O problema todo nem é retirar os robôs,eles retiram os seguidores ,porém deixam a conta da pessoa seguindo os mesmos,falo iso pq meus seguidores eram muitos,porém não seguia muita gente,e meu número de seguidores hj e menor ou igual ao número dos que sigo;mas que se foda não ganho dinheiro nenhum com isso. ..
Acho que sou um dos únicos que possui instagram que não se importa com números de seguidores, se as pessoas quiserem curtir minhas fotos e me seguir que façam isso por gostarem das minhas fotos
Falou o cara que não tem seguidores.
Só eu acho que o instagram deveria ter feito isso a muito tempo e periodicamente?
Evitaria esse auê todo, pois tomo mundo já estaria acostumado com a política da rede.
Rodrigo, então é essa a finalidade da infinidade de hashtag no Instagram e Facebook? Vejo pessoas postando foto com frase de 3 palavras e ‘umas’ cem hashtags (que devem estar devidamente salvas num arquivo de texto no celular, porque digitar aquilo tudo manualmente demandaria horas) e nunca entendi o porquê daquilo. Agora, já sei. Só por isso, obrigado.
Insanidade, necessidade de alimentar o ego, ou ainda uma explicação mais racional e fria: quem tem muitos seguidores às vezes faz anúncios (remunerados) em seu perfil, então se o número de seguidores cai, o preço do anúncio cai também.
É um problema que sempre digo: quando você coloca um número como forma extrínseca de medir algo, logo esse número vira o objetivo a ser alcançado. Tirando quem lucrava com isso, é insanidade achar ruim perder seguidores robôs…já que aqueles seguidores nunca significaram nada na prática.
Só uma coisa a dizer pra essas pessoas:
https://www.youtube.com/watch?v=rX7wtNOkuHo
Ahh seu zé ruela rsrsr
Cara teve gente que perdeu quase 50% de seguidores aqui no Brasil, tá na cara que muitos compraram perfis fakes em lotes para inflar seus números.
Pois é… Aí que o “jeitinho brasileiro” começa a mostrar verdadeira face.
O cara compra seguidores e acredita que seu ego será “acariciado” para sempre.
Poxa, 300 milhões de robozinhos excluídos???
Muita gente vai ficar órfã de atenção… (incrível como vem se cultivando números como forma de acalentar a auto-estima).
Opa, não, não! 300 milhões é o número de usuários que o Instagram tem no total. O número de excluídas por serem spammers ou robôs não foi revelado, mas estima-se que tenha sido 10 milhões.
“São 300 milhões de usuários já excluídos os spammers e robôs que rodaram hoje. ↩”
Ok, entendi a confusão. Acho que a frase não está de todo errada (digo que são 300 milhões de usuários no total, já considerando os que foram excluídos). De qualquer forma, vou editá-la para que isso fique mais claro.
Faltou vírgula depois de ‘usuários’.
Opa,erro de interpretação! Hahaha
Mesmo assim, 10 milhões é um número bem significativo.
É! Assim que li a primeira vez entendi a mesma coisa… depois li de novo e entendi. Mas de primeira confundi.