Minha conta do Twitter diz que eu assinei o Twitter Blue. Eu não assinei. Minha conta do Twitter diz que eu cedi meu número de telefone. Eu não cedi.

— Stephen King, escritor.

Em uma rara promessa cumprida, nesta quinta (20) o Twitter de Elon Musk removeu os selos azuis de verificação legados, leia-se não atrelados à assinatura do Twitter Blue.

O escritor Stephen King, o jogador de basquete Lebron James e ator William Shatner continuaram com o selo mesmo sem serem assinantes do Twitter Blue. Segundo o The Verge, Musk está pagando pessoalmente para essas pessoas.

Não me recordo de uma deterioração de marca tão rápida e espetacular como a do selo azul do Twitter.

O que antes era motivo de certo orgulho, no mínimo um atestado de veracidade e/ou autoridade, virou uma marca radioativa que, no fim, cada vez mais ganha o status de sinalização de alpinistas sociais e picaretas em potencial. Algo de que pessoas legítimas, como King, querem distância.

Para gente como Musk, dinheiro é sinônimo de autoridade. Quando se deparam com coisas como o selo azul, cuja autoridade deriva exatamente do fato de que não podia ser comprado, se surpreendem. Por consequência, testemunhamos esse festival de pobreza de espírito e constrangimento. A decadência do Twitter segue firme e forte. Via @stephenking/Twitter, The Verge (ambos em inglês).

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11 comentários

  1. A sorte do Twitter é que nenhuma rede com muitos adeptos se mostrou eficiente ainda

    Hoje em dia, considerando um usuário médio que siga entre 500 e 1500 perfis (amigos, notícias e perfis bait – influencers), não tem muito como contar apenas com uma timeline cronológica. Um algoritmo de curadoria acaba sendo interessante pra não perder o conteúdo das pessoas com quem vc mais interage

    Pode ser um contrasenso: ‘se não vai acompanhar todo mundo, então pra que seguir’? Mas tampouco é fácil ficar fazendo curadoria das pessoas que vc segue

    Seria muito interessante se o pessoal do Mastodon conseguisse desenvolver um sistema de algoritmo de curadorias. Não sei como isso seria viável com a descentralização, já que imagino que esse tipo de algoritmo consome muitos recursos computacionais. Mas superado esse problema, imagino que a possibilidade de inserir um ou mais tipos de algoritmos de curadoria (ou algoritmos com ajustes finos) seria super interessante no sentido de colocar um pouco da curadoria nas mãos do usuário

    1. Aparentemente existe alguns serviços de curadoria no Mastodon (creio que o Augusto Campos indicou no perfil dele, e também já foi indicado no MdU).

      Um problema extra do Mastodon é o sistema de federação. Algumas comunidades Mastodon podem acabar desfederando de pirraça e com isso dificultando esta curadoria.

  2. Tenho usado o Nitter para acessar os usuários que sigo via RSS. Existe algo semelhante para Instagram?

  3. Aproveitando:

    – Nitter não funciona mais no “modo multi” (lista de usuários)

    – Fritter perdeu o acesso

    1. O modo multi parece que ainda funciona no nitter.cz, outras instâncias que testei não (inclusive a do manual)

      1. do manual só uso para mandar o link, por isso não testei. uso a instância fky.dev, vou testar a cz. obrigado

  4. O Twitter sempre foi uma merda. Continua vivo por conta do usuario preguiçoso que não quer migrar para redes sociais descentralizadas.

    1. mas é escolha de cada usuario, ainda bem que tem opções diferentes para cada tipo de pessoas, de preguiçosos a entusiastas de descentralização

      1. Olha eu até tentei esse mastodon, li a respeito dos serviços federados, escutei podcasts e curti a discussão do tema, mas passado algumas semanas hoje eu simplesmente apaguei isso tudo da memória, minha conta está lá abandonada, o processo não é muito fácil, e estamos acostumados com facilidades, com o Twitter morrendo só estamos à espera de um substituto que ainda não vingou.