Comercial da Volkswagen “ressuscita” Elis Regina com inteligência artificial.

A Volkswagen lançou um comercial estrelado por Maria Rita e Elis Regina, essa uma “deepfake” ressuscitada com inteligência artificial. É a IA ressuscitando pessoas para vender carro. O futuro é agora e ele é uma distopia. Que sacanagem com a Elis… Via G1.

Em 2013, cometeram o mesmo sacrilégio com Audrey Hepburn. No caso, para vender chocolate.

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17 comentários

  1. E para arrematar, não colocaram um aviso sequer (seja no video, seja na descrição do yt) que IA foi usada para recriar uma pessoa morta. Qualquer pessoa que não sabe quem era a Elis vai ter certeza de que são duas cantoras no comercial. Na Espanha algo parecido foi feito, há dois anos, para vender cerveja com uma cantora famosa morta há décadas (https://youtu.be/BQLTRMYHwvE). Mas quem vai se importar mais com “disclaimers” neste brave new world, né…

  2. O que mais me incomodou nesse comercial é usar a imagem da Elis Regina em uma montadora que é acusada de ser um dos aparatos de repressão na ditatura. Elis que foi perseguida e uma música que era um tipo de hino contra a ditadura. Me incomodou mais do que a IA.

  3. Talvez esse comercial não tenha me incomodado tanto pela presença da filha, o que dá anuência ao uso da imagem materna, o que vai além de um contrato. No entanto destaca a tênue linha que há entre o bom e mal uso da inteligência artificial (por sinal já percebo o termo “deepfake” como pejorativo, ou recurso usado com fins escusos).

  4. Podem haver detalhes técnicos do deep fake que podem não ter ficado perfeitos. Mas achei a ideia e a produção no geral muito boas. Basta ver os comentários nas redes. O vídeo gerou pauta nos principais portais (de notícias, de tecnologia, de carro, de música) o tempo todo. Teve muita gente emocionada pela homenagem.
    Geralmente gosto de ver propagandas por um lado mais crítico, mas achei o resultado muito positivo.

    1. Do ponto de vista do marketing, o sucesso é indiscutível. Já do ponto de vista ético, há muito o que discutir.

  5. Ainda vamos ter um filme de Hollywood com protagonista principal sendo o deepfake de algum ator famoso morto, nesta década ou nos anos 2030.
    A família ou proprietário da imagem talvez tenha que aprovar, mas não é nada que um cheque ou outro benefício não resolva, e vai funcionar quase sempre.
    Preparem-se, os easter-eggs e cenas breves dos anos 2010 e 2020 são apenas o começo.

  6. A propaganda é estrelada pela filha, o que no meu ponto de vista, trás um pouco de legitimidade comparando com outras iniciativas similares que se vê por aí.

    Também, pode ser interpretado como uma homenagem e lembrança da obra da mãe (sim, ainda é uma propaganda!).

    Acho que não podemos ter uma resposta “rabugenta” para tudo o que envolve IA.

    Pode não ter agradado a todos, mas com certeza emocionou muitos (especialidade dos publicitários!)

    1. Também gostei de certo modo do comercial, apesar de achar que nem de perto a geração da IA ficou boa, no máximo aceitável.

      Concordo também com a parte que a participação da filha dá uma “legitimada” na escolha e no fato que uma resposta rabugenta pra tudo que vem da IA é exagerada.

      Como ponto contrário aos publicitários fica a escolha da música que é de protesto e acho que não se encaixa tão bem na peça.

      Mas ainda sim um bom trabalho.

  7. No mínimo engraçado a Volkswagen não ter colocado o trecho:

    “Hoje eu sei que quem me deu a ideia de uma nova consciência e juventude tá em casa guardado por Deus contando o vil metal”.

  8. Se fosse um disco com dueto entre a Elis e a Maria Rita, eu compraria (tipo o que fizeram com o Natalie e o Nat King Cole). De resto, a ideia está fazendo a propaganda circular de forma viral e imagino que sempre tem alguém que vai lembrar da tal marca de carros na hora de comprar um. Então eles acertaram nesse aspecto. Contudo, a qualidade do deep fake é sofrível, tipo vale da estranheza.

  9. Pelos comentários no vídeo, as pessoas amaram.
    Com essa recepção, virão muitos mais.

    1. Os comentários negativos podem muito bem estar sendo removidos pela moderação do canal — prática bem comum, diga-se de passagem.

      Pro público geral pode até passar, mas eu achei que esse deepfake chegou forte no uncanny valley, além de ser muito preguiçoso — reparem que o sorriso mais exagerado/artificial é repetido diversas vezes, fora que a luz e as texturas são medonhas. Certamente usaram um processo senão totalmente mas em muito automatizado.

      1. Tem razão, deve estar rolando uma “moderação” bem positiva haha.

        Também achei muito uncanny valley, mas se pensar que esse é só o primeiro, provavelmente em pouco tempo vai ser bem mais fácil produzir um conteúdo de mais qualidade.