Jornal tenta atacar, mas acaba validando o perfil Choquei.
A matéria da Folha de S.Paulo falando mal do @Choquei/Twitter é, fora evidenciar uma dor de cotovelo do jornal, um caso prático das regras que regem a indústria de conteúdo, assunto que abordei na última coluna da newsletter.
As inteligências artificiais que produzem conteúdo aceleram um movimento que já acontece há algum tempo e que tem as redes sociais como origem e propulsoras.
Nas redes, características que se pensam importantes (e que são) em outros contextos, como qualidade, confiança e responsabilidade, beiram o inútil. O que importa é a circulação e, já de cara, o Choquei larga na frente no mínimo por dois motivos:
- É um perfil de fofocas comentando guerras e política institucional, algo inusitado e reforçado pelos “🚨 GRAVE” e outros artifícios quase caricatos, a fim de viralizar;
- Aproveita-se do trabalho alheio (a parte chata/difícil: apuração, checagem) para focar no conteúdo em si, o que lhe confere uma agilidade que jornal (sério) algum conseguiria rivalizar.
Fora isso, a Folha poderia ter escolhido outro exemplo que não um erro próprio de apuração (!) para bater no Choquei. Na dinâmica das redes sociais, uma “correção adicionada ao texto do jornal dias depois”, citada como sinal de virtude e superioridade do jornal, talvez tenha o mesmo efeito que apagar o post sem explicações (a atitude tomada pelo Choquei). Via Folha de S.Paulo.
Penso que a Choquei é apenas um clipping de notícias, já que eles não produzem nada do que é veiculado. Das vezes que entrei lá, era basicamente pra ver os comentários de um assunto. Se eu não estava por dentro, clicava no link da notícia fornecida por eles mesmos.
A FSP e o Choquei. Os dois. A 80 km/h…. Por mim que se explodam. Se tiver sobrevivente que seja a FSP que pelo menos ainda tem/deve ter peer review do que é publicado e CNPJ.
Poxa, aí você me obriga a defender a Folha. Por pior que seja (não é tão ruim quanto seu comentário faz parecer), não há comparação com esse Choquei. Nem de longe.
Qualquer coisa nesse sentido vindo de quem “matou” a rainha Elisabeth e o Erasmo Carlos antes do tempo, é puro recalque.
Eu sinceramente tenho uma cisma do Choquei e similares por causa da dinâmica do “post de atenção” (o uso do URGENTE, que agora virou meme por causa disto tudo.
De fato, em partes é uma falha até da própria imprensa que tenta impor regras mas dá de cara com desejos diferentes de sua audiência.
Quando a Folha resolveu instalar um paywall, até entendi em partes a necessidade, mas ao mesmo tempo me questionei se o custo-benefício está sendo justo à própria Folha.
Quando o Grupo Abril caiu, depois se revelando gastos inúteis e abusos das lideranças, fiquei imaginando se os jornalistas se uniriam em consórcio para criar alguma forma de ganhos que não dependesse de financiamentos deste tipo. De fato, hoje temos Intercept, Agência Pública, Aos Fatos e n outros que peço desculpa por não nominar, nas quais muitas vezes e inclusive servem de fontes a mídia mais “mainstream”. Mas elas acabam “nichadas”: textos jornalísticos mais apurados, ao meu ver, não é tão lido pela “grande massa” (ou talvez seja, mas as discussões ficam mais restritas, e com isso não notamos a audiência).
Entendo que Choquei e similares tem uma dinâmica diferente: na economia da atenção, o que vale é a atenção. Então o resto é supérfluo e se puder ganhar algo com esta atenção, já é lucro. Torço que isso uma hora se torne algo diferente e mude cabeças, mas bem… difícil dizer, não entendo tanto e as vezes comento para trazer o que veio da mente após ler a notícia e raciocinar, e como qualquer ser humano, sei que apenas é uma opinião e pode estar completamente errada.
Quantas vezes coloquei na Globo News e todo dia sempre aparecia o selo de Urgente pra qualquer coisa, mas não era nada de mais.
bom ponto. mais valoroso que um URGENTE é o lendário tema do Plantão da Globo. se ele aparece, com certeza a urgência é mais urgente que qualquer urgência 🤔😁😋
E há uns dias ainda solta um post patrocinado disfarçado de opinião defendendo constelação familiar