China exige que empresas de telecomunicações e financeiras ajam contra fraudes online.
No começo deste mês, o Comitê Permanente do Politburo aprovou uma Lei Contra Fraudes Online e via Telecomunicações. A lei define responsabilidades para empresas de telecomunicação, do setor financeiro e provedores de internet para prevenir e controlar os riscos de fraudes realizadas por meio desses serviços.
Segundo o Ministério de Segurança Pública chinês, nos 15 meses que antecederam julho de 2022, foram resolvidos 594 mil casos desse tipo e, apenas em 2021, foi possível evitar que 1,5 milhão de pessoas transferisse ¥ 329,1 bilhões (US$ 47,5 bilhões) para golpistas.
Um aspecto importante da lei é seu foco em colaboração transfronteiriça. Como comentamos em julho, têm se tornado muito comuns os casos de pessoas na China continental, Taiwan, Tailândia, Vietnam e Hong Kong que são iludidas com promessas de trabalho no Camboja, em Laos e Myanmar e que acabam se tornando vítimas de tráfico humano para praticar golpes em escala industrial.
Na última terça-feira (13), a ProPublica trouxe uma longa reportagem sobre o assunto, detalhando a crueldade e profissionalização desse tipo de crime. Segundo a ONG Global Anti-Scam Organization, pelo menos 1.838 pessoas em 46 países perderam, em média, US$ 169.000 cada uma em golpes do tipo no ano de 2021.
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