Em 2012, a liderança do Android não estava consolidada. Apesar da queda dos fabricantes (Palm, Nokia “clássica”, Blackberry) e dos sistemas (PalmOS, Symbian, Windows Mobile) da primeira geração de smartphones, apesar do webOS ter sido vítima da crise da HP, havia um espaço enorme para um outro sistema operacional surgir e, aproveitando as fraquezas do Android de então, assumir a liderança de um mercado que, apesar de todo o esforço (e aí incluindo Apple), ainda era pequeno.
Até que, em 8 de junho daquele ano, tudo mudou com o lançamento do Android 4.1 “Jelly Bean”. Com o Jelly Bean, o período entre 2012 e 2014 se tornou a Era de Ouro do Android.
O Jelly Bean termina o processo de racionalização da interface vinda do Honeycomb e o “Holo”, a primeira interface genuinamente Android e, talvez, a cara de um Google ainda mentalmente dominado pela engenharia, passa a ter uma cara própria.
Surge o Project Butter, o primeiro dos vários projetos que mudaram radicalmente a estrutura do Android, atacando o grande problema das versões anteriores, a interface lenta e instável.
Surge o Play Services, a arma que o Google usou para acabar com a questão da fragmentação.
As ROMs comunitárias, contando com um ambiente favorável (sem SafetyNet, sem muitas travas nos bootloaders, com muito espaço para testar coisas novas), se tornaram parte da conversa envolvendo Android — e, sim, trazendo coisas que depois pararam nos builds do Google.
Em termos de hardware, também foi um período riquíssimo. Basta ver a quantidade das grandes linhas de smartphones que, surgidas (Xiaomi Redmi, Moto G, Huawei (Ascend) Mate) ou consolidadas (Galaxy Note II, Huawei (Ascend) P2 e P6, Xiaomi Mi 2), viriam a dominar a conversa sobre smartphones. Ou então o auge dos Nexus, com os 4, 5, 7 e 7 (2013).
Olhando assim, parece que estamos superestimando a importância do Jelly Bean, mas foi o sistema certo na hora certa no mercado certo. Sem ele, o mundo dos smartphones seria muito diferente.
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Concordo que foi a época mais promissora do Android, mas diria que a evolução acabou ficando aquém das expectativas nos demais anos.
O Android foi um produto muito bem gerenciado pelo Google, mesmo sem experiência em hardware e smartphones em geral, conseguiram lidar com concorrentes bem posicionados como Blackberry, Microsoft e Palm.
Uma exceção, na bagunça que são a maioria dos produtos da empresa.
excelente postagem! o jelly bean fez história
o 4.1 e o 4.4.2 eram bonitos de ver ein, que saudade!