Yahoo Brasil é reduzido a um campo de busca

Print do Yahoo Brasil em 1º de abril, mostrando apenas um “Bom dia”, data e campo de busca, com um aviso embaixo sobre o fim da publicação de conteúdo.
Print: Manual do Usuário/Reprodução.

No final dos anos 1990, um site novo chamado Google revolucionou o mundo ao apresentar apenas um campo de busca como porta de entrada para a web.

Na época, a lógica vigente era a dos grandes portais, onde o campo de busca dividia espaço com manchetes, serviços e anúncios. O Yahoo era o maior expoente desse modelo.

Corta para 31 de março de 2023. Após uma demissão em massa que dizimou a subsidiária brasileira do Yahoo, o site local agora exibe apenas um campo de busca, sem qualquer conteúdo. Tal qual o Google sempre fez.

Embaixo do campo de busca, lê-se a mensagem:

A partir de 31 de março de 2023, o Yahoo Brasil não publicará mais conteúdo. Todos os outros serviços não serão afetados por essas alterações. Agradecemos a todos os leitores pelo apoio.

O mundo não dá voltas; o mundo capota.

Yahoo e Taboola firmam acordo de publicidade de 30 anos.

O Yahoo anunciou uma parceria de 30 anos (!) com a Taboola, empresa responsável pelos anúncios mais abjetos da internet — aqueles cartões apelativos que aparecem no rodapé de notícias como se fossem “notícias relacionadas”.

A Taboola terá exclusividade na veiculação de anúncios “nativos” nas propriedades do Yahoo. A expectativa da dupla é alcançar 900 milhões de pessoas e gerar US$ 1 bilhão por ano em receita.

A escala das coisas chama a atenção. Quase um bilhão de pessoas vendo todo aquele chorume, por tanto tempo. Via Yahoo (em inglês; use um bloqueador de anúncios antes de acessar).

Atualização (10h15): Como bem observado pelo leitor Sobral, o acordo prevê a transferência de 24,99% da Taboola e um assento em seu conselho administrativo ao Yahoo.

Vivendo o bastante para cair no ostracismo

No filme O cavaleiro das trevas, um raro bom filme de super-herói, o personagem Harvey Dent/Duas Caras profere uma frase memorável quando debate o papel do Batman com o próprio, só que à paisana: “Ou você morre como um herói, ou vive o bastante para se tornar o vilão.” É difícil atribuir tais qualidades a empresas, mas lembrei dela quando soube, nesta segunda (3), que a Verizon vendeu a Aol e o Yahoo para um fundo de capital privado. É que no mundo dos negócios, as empresas que não “morrem” no auge correm outro risco: o de cair no ostracismo.

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Yahoo Respostas sairá do ar no dia 4 de maio.

O Yahoo Respostas sairá do ar no dia 4 de maio. O serviço, lançado em 2005, era uma rede social… peculiar, e ao longo desses pouco mais de 15 anos gerou alguns incidentes antológicos. Não dá para dizer que fará falta, mas… né?, é mais uma parte da velha web que desaparecerá sem deixar rastros.

Caso queira preservar suas contribuições, o prazo é um pouco maior, até 30 de junho. Via Yahoo, The Verge (em inglês).

Consentindo com a coleta de dados do Yahoo

Sempre que acesso um site estranho e aquele popup pedindo meu consentimento para coletar dados é apresentado, dou uma vasculhada à procura de links e botões para negar a coleta. Nem todos têm isso, mas alguns sim, e é sempre um choque perceber que um site qualquer, às vezes aparentemente inofensivo, é capaz de sugar uma tonelada de dados de um simples acesso.

Ontem caí em um link do Yahoo e fui surpreendido pela página de consentimento mais longa que já vi até agora. São centenas de empresas “urubuzando” a minha singela tentativa de ler uma notícia no site do Yahoo. Veja o vídeo acima; a essa altura, virou uma piada sem graça. Não é possível que isso seja sustentável ou economicamente saudável. O Yahoo é uma propriedade da operadora norte-americana Verizon.

O Flickr pode ser a alternativa ao Instagram que tantos esperam

O Flickr, rede social voltada à fotografia, foi comprado pelo SmugMug, outro serviço similar, por um valor não divulgado. Lançado em 2004, o Flickr foi para a era pré-smartphone o que o Instagram é hoje: o local onde as pessoas publicavam suas fotos e viam as de amigos e profissionais que admiram. Continue lendo “O Flickr pode ser a alternativa ao Instagram que tantos esperam”

De fortuna a trocados: uma triste história do Yahoo

Em julho, completará um ano desde que a operadora norte-americana Verizon anunciou o acordo de compra do Yahoo por US$ 4,8 bilhões — uma transação grande do mercado de tecnologia, mas ao mesmo tempo um indicativo da decadência de uma das maiores potências que a internet teve em seus anos dourados. Para o Yahoo, uma marca que já valeu cerca de US$ 125 bilhões, é bem triste e deprimente, para ser sincero. Continue lendo “De fortuna a trocados: uma triste história do Yahoo”

O retorno da nova Nokia.

A HMD, empresa formada por ex-funcionários da Nokia, revelou recentemente o primeiro smartphone com a marca finlandesa que será lançado após a venda da divisão de dispositivos móveis à Microsoft. O Nokia 6, um intermediário sem muitos atrativos óbvios, será exclusivo para o mercado chinês. Ainda assim, muita gente comemorou por aqui. Há motivos?

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Yahoo anuncia encerramento do Yahoo

Primeiro layout do Yahoo.
Yahoo em 1994. Imagem via NBC.

Quando a web comercial surgiu as pessoas tinham dificuldade em encontrar sites. Até existia buscador, mas seus algoritmos eram simples e altamente sujeitos a fraudes, logo não entregavam resultados nem mesmo próximos dos de buscadores modernos. As melhores formas de descobrir sites eram ou por indicação de alguém, via e-mail ou boca a boca, ou através de links em outras páginas.

O Yahoo surgiu com outro nome, “Jerry and David’s guide to the World Wide Web”, em janeiro de 1994. Criador por Jerry Yang e David Filo, no princípio ele era um diretório, um site recheado de links que encontrados, revisados e categorizados por humanos. O buscador Yahoo só surgiu no início da década de 2000, e nem era próprio — ele usava os resultados do Google. Apenas em 2004 o Yahoo colocou no ar uma versão com índice e tecnologia próprios.

É por isso que o anúncio do fim do Diretório do Yahoo, marcado para 31 de dezembro de 2014, abre margem para a piadinha do título. É como se o Google acabasse com seu buscador, a Microsoft, com o Windows ou a Nokia com as fábricas de celulose. Hey, a Nokia não produz mais celulose! Ou seja, é um passo natural, mas não deixa de ser histórico.

A única parte chata disso (alguém ainda usa diretórios?) é que parte da memória da web se vai junto com esses serviços pioneiros. O comunicado do Yahoo não diz se o Diretório permanecerá online, como o Orkut, ou se terá o mesmo fim do Geocities, o primeiro lar online de muita gente e que o mesmo Yahoo descontinuou e apagou da web em 2009.