As sanções do Ocidente contra a Rússia em resposta à invasão injustificada da Ucrânia alcançaram também as grandes empresas de tecnologia norte-americanas.
Na terça-feira (1º), a Apple anunciou uma série de medidas, da suspensão de vendas de produtos no país à remoção de aplicativos de empresas de mídia estatais russas (RT e Sputinik) fora do país. Via MacRumors.
Antes disso, redes sociais já tinham se movimentado:
- No domingo (27), a Meta derrubou uma “rede de comportamento coordenado inautêntico”, com ramificações na Rússia e na própria Ucrânia, que estava espalhando desinformação entre ucranianos. Via Meta (em inglês).
- Em outra frente, a Meta restringiu o acesso a empresas de mídia estatais russas na União Europeia e limitou o alcance de links para seus sites no Facebook e no Instagram.
- Na terça (1º), a empresa ampliou as restrições ao resto do mundo e, embora páginas e links das empresas de mídia estejam acessíveis, seus conteúdos e links tiveram o alcance reduzido, ficaram mais difíceis de serem achados e, quando encontrados, recebem etiquetas de alerta. Via Meta (em inglês).
- O Twitter anunciou um pacote de medidas na sexta (25). Entre as mais incisivas, está a suspensão de anúncios na Rússia e Ucrânia e de posts recomendados na timeline de pessoas que o usuário não segue “para reduzir o alcance de conteúdo abusivo”. Via @TwitterSafety/Twitter (em inglês).
- O YouTube desmonetizou os canais do RT e Sputinik e bloqueou ambos na Europa. Eles também não podem veicular anúncios nas plataformas da empresa. A empresa também “reduziu significativamente” as recomendações de empresas de mídia financiadas pela Rússia no mundo inteiro e já derrubou “centenas de canais e milhares de vídeos” por violações às diretrizes da comunidade, incluindo práticas coordenadas inautênticas. Via Google (em inglês).
- O TikTok confirmou na segunda (28) ter bloqueado os perfis do RT e Sputinik na Europa. Via Washington Post (em inglês).
A Rússia tem pressionado essas mesmas empresas e limitado o uso delas.
O Kremlin pediu à Meta para que parasse de checar conteúdo oficial no Facebook, mas não foi atendido. Em retaliação, o governo russo limitou o acesso às redes da empresa no país. O Facebook tem 70 milhões de usuários na Rússia. O Twitter também entrou na mira de Vladimir Putin.
Pelo Twitter, o presidente de assuntos globais da Meta, Nick Clegg, disse que a empresa está trabalhando para manter seus serviços funcionando na Rússia:
“Cidadãos russos estão usando nossos aplicativos para se expressarem e se articularem. Queremos que continuem se fazendo ouvir, compartilhando o que está acontecendo e se organizando pelo Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger.” Via @nickclegg/Twitter (em inglês).
Especialistas e líderes mundiais concordam que o acesso a redes sociais fora do controle do governo de Putin são importantes nesse momento para a articulação anti-guerra no país.
Ao Recode, Margrethe Vestager, vice-presidente da Comissão Europeia, disse que “é sempre um equilíbrio garantir que os russos que querem a história real — ou, no mínimo, a história como a vemos — tenham acesso [às redes sociais], mas não deve haver espaço para propaganda”. Via Recode (em inglês).