Em quatro anos, celulares com TV aberta sumiram do mercado.

Quatro anos parece pouco tempo, mas às vezes esse intervalo separa eras muito distintas.

Em 2018, celulares com TV digital estavam em alta, impulsionados pela Copa do Mundo da Rússia. Havia tantos no mercado que dava para montar listas, como esta que fizemos no jornal-que-virou-panfleto-extremista Gazeta do Povo.

A Samsung contratou o técnico da seleção brasileira, Tite, como garoto-propaganda, e o levou ao anúncio de um desses aparelhos furrebas com TV digital, um Galaxy J-qualquer-coisa.

Faz tempo que não se ouve falar em novos celulares com sinal de TV aberta. Os eventos esportivos migraram para o streaming — a maioria dos campeonatos de times, do Brasil aos europeus, é transmitida por plataformas distintas, do YouTube ao HBO Max, passando pelo Star+ (Disney).

No Brasil, a Copa do Mundo do Catar será transmitida pelo Globoplay (em 4K), segundo o Notícias da TV, e talvez em outro serviço, ainda indefinido, graças a um acordo firmado em 2021 entre Globo e FIFA (via Uol).

Neil Gaiman pede a fãs que maratonem “Sandman” para que algoritmo da Netflix a perceba como popular.

Uma fã perguntou a Neil Gaiman se espaçar os epidósios de Sandman, a nova série da Netflix baseada no quadrinho homônimo do autor, ajudaria a “torná-la mais popular”.

Gaiman respondeu que, pelo contrário, “maratonar” (assistir a todos os episódios de uma vez) é melhor “porque eles [a Netflix] estão olhando para a ‘taxa de conclusão’, então pessoas assistindo em seu próprio ritmo não aparecem”. Via @neilhimself/Twitter (em inglês).

Relacionado, do nosso arquivo: O que se perde quando “vemos Netflix” em vez de filmes (e, pelo visto, séries também).

Aquela série marxista da Apple

A série Ruptura (Severance, no original), do Apple TV+, é aquele tipo de entretenimento cheio de referências a temas profundos destiladas em obviedades. Não à toa (e, claro, não apenas por isso) ela esteja fazendo tanto sucesso.

Mesmo alguém não entendido (eu) em teoria marxista consegue sacar tal influência na história. Não tanto por mérito do espectador. É que Ruptura meio que esfrega isso na nossa cara: o trabalho é repetitivo, misterioso e ninguém ali consegue ver seu resultado ou mesmo saber para que ele serve, e os funcionários abrem mão da sua autonomia de um modo que os donos do capital só podem sonhar hoje em dia. É praticamente uma introdução à teoria da alienação de Karl Marx.

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Por que estas TVs da Samsung dão defeito logo após a garantia expirar?

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No geral, uma TV dentro dos parâmetros, tudo que ela tem é bom, o preço dela está ok. Gostei.

Acredito que a Samsung está com um dos melhores televisores de entrada, um dos mais consistentes.

Acho que essa linha atende a grande maioria das pessoas. A imagem é legal, é bacana; o som também não decepciona, acho que é legal.

Em junho de 2020, muitos sites e canais de YouTube dedicados à análise de produtos falaram da linha de TVs Samsung Crystal, modelo TU8000, a então nova aposta da fabricante sul-coreana no segmento de TVs de entrada com resolução 4K/UHD. (Os trechos acima são falas reais de análises da TV em canais de YouTube brasileiros.)

As análises concluíram que era uma boa TV, com qualidade de imagem e som na média do mercado e cheia de mimos, como múltiplos assistentes de voz e aplicativos de streaming. Para a maioria das pessoas, disseram os especialistas, era uma TV que valia a pena, um ótimo custo-benefício.

Nenhum desses canais e sites voltou a falar da TU8000 da Samsung quando, pouco mais de um ano depois, as TVs compradas por consumidores começaram a dar defeito num volume aparentemente maior que o normal.

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Kantar já mede audiência dos serviços de streaming.

A Kantar agora mede a audiência dos serviços de streaming no Brasil, informa a coluna de Ricardo Feltrin. A medição acontece nos 6 mil domicílios que têm a caixinha tradicional, da TV aberta e fechada. Nas que têm banda larga, outra caixinha está sendo instalada. “Esse equipamento passa a ter acesso a todo o conteúdo — serviço de streaming, tempo gasto em cada um, conteúdo assistido etc. — por meio do roteador”, disse Melissa Vogel, CEO da Kantar. Entre os clientes, que recebem os dados diariamente, estão TVs abertas, pagas, agências de publicidade e até anunciantes. Via Uol Splash.

Twitter sem BBB ou Termo/Wordle? É possível

Nesta segunda (17) começa o Big Brother Brasil 22, reality show da Globo que, nos últimos anos, tem dominado as redes sociais no período em que é exibido. Ótimo para quem curte, nem tanto se não é o seu tipo de entretenimento. A boa notícia é que, pelo menos no Twitter, é possível silenciar palavras e, assim, escapar da avalanche de posts sobre o BBB.

A dica vale para qualquer assunto, aliás. Se os posts matinais com resultados do Termo ou do Wordle têm te incomodado, por exemplo, é possível silenciá-los também. Não aguenta mais ler posts da celebridade do momento? É só silenciar seu nome.

Vejamos como fazer isso. O passo a passo abaixo foi feito com base no Twitter web, mas também funciona nos aplicativos oficiais para Android e iOS.

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Em 2022, a Samsung apresentará a primeira TV do mundo com um explorador e marketplace de NFTs, uma plataforma revolucionária que lhe permitirá navegar, comprar e exibir suas artes favoritas — tudo em um só lugar.

— Comunicado à imprensa da Samsung.

Em outras palavras, a linha 2022 de TVs da Samsung terá um visualizador de imagens que você pode comprar, porém com blockchain envolvida. Via The Verge (em inglês).

As novas TVs da Samsung parecem legais, como sempre, e trarão outra novidade em software mais interessante: suporte às plataformas de streaming de games Stadia e GeForce NOW. Ainda sem data nem preços para o Brasil. Via Samsung (em inglês).

É mais lucrativo mostrar anúncios na TV do que vender TVs.

Os números da Vizio, fabricante que não atua no Brasil, ajudam a entender por que tornou-se impossível comprar uma TV — em qualquer lugar — que não seja “smart”.

No terceiro trimestre de 2021, a empresa norte-americana lucrou mais que o dobro com serviços (US$ 57,3 milhões) do que com a venda de TVs e outros artefatos, como barras de som (US$ 25,6 mi). Não só: enquanto o negócio de venda de TVs teve uma ligeira em faturamento, de -8%, o de serviços mais que dobrou, em 134%. O negócio de TVs ainda é quase seis vezes maior que o de serviços (US$ 502,5 mi contra US$ 85,9 mi), mas a margem de lucro de serviços é gigantesca — e tem espaço para crescer mais.

Os serviços, que na Vizio são englobados/chamados Platform+, compreendem “anúncios nas telas iniciais da TV, acordos para a inserção de botões em controles remotos, anúncios em canais de streaming, taxa de assinaturas e dados comportamentais coletados e vendidos como parte do programa InScape”, segundo o The Verge.

No comunicado ao mercado, William Wang, CEO of Vizio, se disse orgulhoso dos resultados “na medida em que os investimentos que fizemos no negócio Platform+ continuam rendendo frutos”. De fato. Via Vizio (em inglês), The Verge (em inglês).

A década da Apple / A ascensão e falta de privacidade das TVs conectadas

No Guia Prático de hoje, Jacqueline Lafloufa e Rodrigo Ghedin começam falando de Apple. Nesta semana, o executivo Tim Cook celebrou dez anos na liderança da empresa, uma efeméride muito comentada na imprensa. O sucesso comercial da Apple nesse período é indiscutível, mas e do ponto de vista de produtos, estagnou? Fez lançamentos impactantes? E como será a próxima década? Recomendamos a leitura desta matéria da The Economist como complemento/apoio ao papo do podcast.

O segundo bloco foi pautado pela descoberta, do Cetic, de que a TV ultrapassou o computador como dispositivo de conexão à internet no Brasil. Graças ao streaming, o antigo sonho das empresas de tecnologia de conquistarem a sala de estar finalmente se realizou, e trouxe impactos profundos em vários negócios e nos nossos hábitos de consumo. Por outro lado, essa revolução mascara uma devassa preocupante da privacidade em frente à tela mais nobre das nossas casas. É possível fugir disso ao mesmo tempo em que desfrutamos do streaming na TV?

Nas dicas culturais, Ghedin indicou a série espanhola Valéria [Netflix] e Jacque, as revistinhas de palavras cruzadas da Coquetel. (No papo pós-gravação com os apoiadores do Manual, deram a dica da A Recreativa.)

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O Guia Prático é editado pelo estúdio Tumpats.

Samsung bloqueou remotamente TVs roubadas na África do Sul.

Todas as TVs da Samsung têm um sistema de bloqueio remoto que a fabricante sul-coreana pode usar para inutilizar aparelhos roubados. No início de agosto, o sistema foi ativado em TVs de um lote saqueado na província de KwaZulu-Natal, no leste da África do Sul.

Segundo a Samsung, “o objetivo da tecnologia é mitigar a criação de mercados secundários conectados à venda de bens ilegais, na África do Sul e além das suas fronteiras”. Falsos positivos podem ser desfeitos mediante o envio de um comprovante de compra a um e-mail da Samsung.

O sistema depende de conexão à internet para ser ativado e, em essência, não é muito diferente do bloqueio de celulares via IMEI, amplamente usado no mundo todo — inclusive no Brasil. Ainda assim, tal tecnologia suscita debates relacionados a direitos de propriedade, privacidade e poder das empresas. Via Samsung (em inglês).

Big Brother Brasil é enorme no Telegram.

Fenômeno curioso se desenrola na internet em torno do Big Brother Brasil. No Telegram, canais e grupos têm arregimentado audiências enormes para acompanhar o reality show da Globo. O canal @Espiadinha conta com 101 mil inscritos e cada post chega fácil a 400 comentários. Já o @canalbbb tem 134 mil e ainda mais comentários por post. O grupo @chatbbb21 tem 7,4 mil membros e, na tarde desta segunda (1), 1,2 mil deles estavam online debatendo o programa. Dica do @pinguinsmoveis.

Há poucos perfis no Twitter com mais de 50 mil seguidores — a exceção é o @RadarBBB, com 239 mil. (Do Instagram não sei porque impossível verificar isso sem ter conta lá.)

Os super grupos e canais do Telegram são, sim, um risco à plataforma, mas também uma força para popularizá-la.

Mini LED e microLED.

A enxurrada de novas TVs na CES que usam a tecnologia Mini LED, com algumas microLED, tem causado confusão até em sites especializados. A Cnet trocou a tecnologia ao falar da TV microLED de 110″ da Samsung neste resumão e replicado na newsletter Meio, por exemplo. Apesar dos nomes parecidos, são tecnologias diferentes.

Mini LED é uma evolução das telas LCD, também chamadas comercialmente de telas LED e variações, como QLED (Samsung). As telas Mini LED mantêm uma iluminação de fundo, só que aumentam consideravelmente, na casa dos milhares, a quantidade de mini-lâmpadas LED presentes, todas controladas individualmente, o que ajuda a aumentar o contraste, a diminuir os “vazamentos” de luz, comuns em telas LCD mais antigas, e a reduzir a espessura das TVs. As fabricantes na CES apresentaram vários modelos Mini LED, cada uma com um nome comercial próprio: Neo QLED (Samsung), QNED (LG, única que divulga o número de LEDs das suas Mini LED: 30 mil) e OD Zero (TCL).

Já a tecnologia microLED é mais parecida com a OLED: cada pixel é uma fonte microscópica de luz própria, com a diferença de não utilizar materiais orgânicos (o “O” de OLED significa “organic”) e, por isso, estar menos suscetível à degradação natural com o passar do tempo. Como cada pixel pode ser desligado individualmente para mostrar o preto, o contraste é altíssimo. A tecnologia microLED ainda é cara e só está disponível em painéis enormes e TVs gigantescas, todos caríssimos, como a referida de 110″ que a Samsung mostrou na CES. Preço dela? US$ 150 mil (cerca de ~R$ 760 mil). Via Display Ninja (em inglês).

Amigos, queridos, a partir de hoje eu não usarei mais o WhatsApp. Vocês ainda podem falar comigo por e-mail, SMS ou telefone.

— Gloria Pires

A atriz surpreendeu os fãs e amigos ao anunciar, em um story no Instagram, que excluiu sua conta no WhatsApp. E ainda alertou-os: “Caso vocês sejam contactados por alguém pelo WhatsApp afirmando ser Gloria Pires, saibam que não sou eu.” Ela não disse o que a motivou a tal atitude, mas fica aí o exemplo para nós. Via Notícias da TV.

CES 2021: As novidades mais curiosas e/ou importantes

A CES, maior evento anual do setor de tecnologia, está toda virtual e com menos expositores em 2021. Apesar das baixas, ainda é parada obrigatória para o setor e quem se interessa por tecnologia de consumo. Via Folha.

As novas tecnologias apresentadas lá são tão interessantes quanto os novos produtos. Elas antecipam o que estará nas lojas daqui a alguns (ou muitos) meses. Às vezes são só vaporware, mas vale a menção. O que vi de legal nesta edição, até agora:

  • O tablet NXTPAPER, da TCL, que usa uma tela que combina as características de um bom LCD com as do e-ink. Já tem preço (€ 349) e previsão de lançamento no mundo inteiro, menos Estados Unidos (abril deste ano). Via The Verge (em inglês).
  • Telas que enrolam, como esta da LG. Partes móveis em celulares ainda me deixam apreensivos, mas esse formato, que “esconde” a tela estendida melhor que o dos atuais dobráveis já no mercado, é algo que eu toparia comprar. Via Android Authority (em inglês).
  • MiniLED, nova tecnologia de painéis de TV que aproxima o LCD das OLED, chegando a produtos comerciais. As nomenclaturas não ajudam (Neo QLED na Samsung, QNED na LG, OD Zero na TCL) e os preços não deverão ser baratos na primeira leva, mas vale ficar de olho porque não levará muito tempo para baratearem. O salto do microLED será ainda maior (LEDs individuais para cada pixel, em vez de áreas de pixels), mas ainda falta muito chão para chegar a nós, meros mortais. Via Samsung, Gizmodo e Uol.
  • Nova geração do sensor de impressão digital sob a tela da Qualcomm, com uma área 77% maior e 50% mais rápido que a anterior. Seria legal, nessa época de máscaras, a volta do Touch ID no iPhone. Via 9to5Mac (em inglês).
  • A Intel sentiu o bafo quente da Apple e da ARM no cangote e trouxe um “teaser” da 12ª geração de processadores Core ao lado de novas variantes da 11ª e em meio a uma enxurrada de notebooks equipados com essa geração. Via The Verge (em inglês).

TVs Samsung com controle remoto solar em 2021.

Ser verde está na moda, então a Samsung anunciou um controle remoto para TVs que usa bateria interna em vez de um par de pilhas palito (AAA). No material de marketing a Samsung destaca a presença de um mini painel nas costas do controle para recarregar a bateria por energia solar, mas o controle também tem uma porta USB-C para… você sabe, uma recarga tradicional. A vida útil da bateria do controle é estimada em sete anos, alinhada à da própria TV.

A linha 2021 de TVs Samsung traz ao varejão a tecnologia Mini LED, que promete aproximar o LCD tradicional das caríssimas OLED em qualidade de imagem expandindo significativamente o número de LEDs por trás do painel. Via Samsung.