João Gabriel Santos, da área de TI da startup de segurança Gabriel, criou o Layoffs Brasil, um site que cataloga e contabiliza as demissões em startups no Brasil. Para os RHs, há listas dos profissionais agora disponíveis — e pagando uma mensalidade, ganha-se acesso antecipado, listas tratadas e notificações para novas inclusões. Via Baguete.
Trabalho
O futuro do trabalho é trabalhar menos? Os experimentos com a semana de quatro dias úteis
Em abril, por uma coincidência de datas, o brasileiro teve duas semanas de quatro dias úteis consecutivas. Dois feriados, um na sexta-feira (15, Páscoa), outro na quinta (21, Tiradentes), deram a todos os trabalhadores um gostinho do que alguns profissionais já têm como rotina e que pode virar uma tendência no mundo corporativo.
Os escritórios no pós-pandemia, com Thatiana Cappellano
A pandemia de covid-19 ainda não acabou, mas arrefeceu. Com isso, muitas empresas têm retornado aos escritórios. Como será essa volta? Jacqueline Lafloufa e Rodrigo Ghedin recebem Thatiana Cappellano, sócia-fundadora da 4CO, para falar disso. Os escritórios serão os mesmos de antes da pandemia? O que muda agora? Há espaço para abordagens híbridas?
O app que busca uma fórmula mais justa para os entregadores
O app que busca uma fórmula mais justa para os entregadores, por Débora Sögur-Hous no Reset:
O volume ainda é pequeno, mas alguns dos pedidos que ele [João, entregador] transporta chegam pelo AppJusto, aplicativo que atua em São Paulo capital e que pretende fazer o que diz no nome: estabelecer uma relação mais justa entre a comodidade para os clientes, as oportunidades de venda para os restaurantes e a remuneração dos entregadores.
O ponto de partida do serviço foram as demandas feitas nos “breques dos apps”, como ficaram conhecidas as greves dos trabalhadores de aplicativo. Para integrar a rede do AppJusto, eles precisam estar formalizados como MEI (microempreendedor individual), o que garante a seguridade social oferecida pelo governo.
Além disso, o aplicativo tem uma parceria com a seguradora Iza contra acidentes pessoais e, como medida de transparência, faz os pagamentos aos entregadores em uma plataforma separada, a Iugu, para demonstrar ao cliente que a taxa de entrega fica toda com o motoboy.
Os entregadores recebem R$ 10 fixos por pedido entregue, mais R$ 2 por quilômetro rodado acima de 5 km. Isso representa um valor médio de R$ 11,56 por corrida.
Brasil tem 1,5 milhão de entregadores e motoristas autônomos
Saíram os resultados de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que analisou a situação de motoristas e entregadores que trabalhavam sem vínculo empregatício entre 2016 e o final de 2021.
Destacam-se a queda acentuada no número de motoristas de aplicativos e taxistas na pandemia (que começa a se recuperar) e o aumento dos entregadores de moto, também reflexo da crise sanitária causada pela covid-19.
Quanto à remuneração:
De todos os autônomos do setor de transporte, os motoristas de aplicativo e taxistas são os que têm a maior renda média: R$ 1,9 mil. O valor se refere ao fim de 2021 e está abaixo do recebido, em média, no 1º trimestre de 2016: R$ 2,7 mil.
Via Poder360.
Como a Uber se blinda na justiça contra vínculo trabalhista de motoristas
Como a Uber se blinda na justiça contra vínculo trabalhista de motoristas, por Paulo Victor Ribeiro no The Intercept:
Com uso de jurimetria, uma sofisticada análise de dados de tribunais do trabalho brasileiros, a Uber criou uma estratégia para evitar perder processos de motoristas. O método utilizado é complexo, mas a ideia é simples. Ainda não existe uma decisão consolidada sobre o vínculo de trabalho entre motoristas e aplicativos de transporte, abrindo espaço para interpretações dos magistrados, que recorrem às decisões judiciais anteriores para balizar sua decisão atual. Isto é: na hora de julgar um processo do tipo, o responsável olha o que outros juízes na mesma situação fizeram. Isso não determina sua escolha, mas serve como um parâmetro. A Uber, então, analisa a propensão de um determinado magistrado ou tribunal específico julgar casos em favor do motorista – e não da empresa.
Se existe chance de a empresa perder, um acordo é oferecido ao motorista, evitando o registro de uma derrota no tribunal. Se a possibilidade maior é de a plataforma sair vitoriosa, a empresa não se mexe e espera o julgamento. Com isso, sentenças contrárias ao reconhecimento de vínculo de trabalho são sempre registradas, enquanto possíveis sentenças a favor do vínculo são antecipadas por um acordo, evitando a formação de jurisprudência.
QuintoAndar, Loft e Facily: Após rodadas milionárias, unicórnios brasileiros demitem em massa
Nos últimos dias, três unicórnios brasileiros demitiram em massa.
O QuintAndar, que em agosto de 2021 levantou US$ 120 milhões na mesma rodada que em maio havia injetado US$ 300 milhões na empresa, mandou embora 4% da sua força de trabalho, segundo a própria empresa em resposta a rumores de que 20% dos funcionários haviam sido demitidos.
Na segunda (18), foi a vez da Loft, que atua no mesmo setor e concorre com o QuintoAndar. A empresa, que levantou US$ 425 milhões em março de 2021 — um recorde brasileiro à época —, demitiu 159. Em nota, a empresa afirmou que as demissões foram consequência da integração com a CrediHome, adquirida pela Loft oito meses antes.
E a Facily, uma plataforma de e-commerce social que em dezembro levantou US$ 135 milhões, demitiu em massa também. O número exato ainda não é conhecido, mas já rola no LinkedIn uma planilha com informações de contato dos profissionais mandados embora que, até o momento, contém 85 nomes. Via Estadão, InfoMoney, Nicole Oliveira/LinkedIn.
Atualização (12h05): Segundo o Startups, 30% dos funcionários da Facily (260 pessoas) foram demitidos.
Rafael Grohmann: A questão do trabalho plataformizado
Na semana em que a Agência Pública revelou o trabalho sujo do iFood em sabotar o movimento dos entregadores que demandam melhores condições de trabalho, Jacqueline Lafloufa e Rodrigo Ghedin recebem o pesquisador Rafael Grohmann, professor da Unisinos, diretor do laboratório de pesquisas Digilabour e coordenador da Fairwork no Brasil, para falar de trabalho plataformizado. […]
Fuga de cérebros: desenvolvedores latino-americanos ganham mais trabalhando remotamente para empresas estrangeiras
O mercado de tecnologia da informação (TI) nunca esteve tão aquecido na América Latina. Além de sobrarem vagas em países como o Brasil, há uma nova tendência favorecendo esses profissionais: empresas estrangeiras que buscam profissionais para trabalho remoto na região pagando salários em dólar ou euro. Latino-americanos ganham em média 2,2 vezes mais trabalhando para […]
Nos EUA, trabalhadores conseguem criar primeiro sindicato de funcionários da Amazon
Na sexta (1º), trabalhadores do centro de distribuição da Amazon de Staten Island, o único da cidade de Nova York e conhecido como JFK8, conseguiram votos suficientes para criar o primeiro sindicato de trabalhadores da Amazon — fora 2.654 votos a favor e 2.131 contrários.
A vitória foi apertada e a Amazon, que fez um lobby fortíssimo contra a sindicalização, lamentou o resultado em nota e disse que irá contestá-lo. Do seu lado, o Amazon Labor Union, nome do novo sindicato, já está mostrando a que veio: já pediu uma reunião com a Amazon para o início de maio. Via New York Times, Amazon, @amazonlabor/Twitter (todos em inglês).
LinkedIn derruba veto a vagas afirmativas no Brasil
O LinkedIn atualizou sua política global para pemitir a divulgação de vagas de emprego e processos seletivos que expressam preferência por pessoas e grupos historicamente desfavorecidos. A notícia foi dada com exclusividade ao Estadão por Milton Beck, diretor-geral do LinkedIn para a América Latina.
Há dez dias (19), o LinkedIn excluiu uma vaga do Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (Laut) que dava preferência a candidatos negros e indígenas. O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais e motivou reações de grandes empresas, como a Natura&Co, do Procon-SP e do Ministério Público Federal.
Países como o Brasil não consideram discriminação a oferta de vagas e processos seletivos que priorizem grupos minorizados. O tema consta na Lei de Cotas e é pacífico no Judiciário. Via Estadão, Nexo, Folha de S.Paulo.
Trabalho em plataformas digitais está longe de ser justo no Brasil
As plataformas de economia dos bicos tratam muito mal os trabalhadores no Brasil, revelou a primeira pesquisa do trabalho justo em plataformas realizada pela Fairwork no país, divulgada nesta quinta-feira (17). A maior nota, obtida por iFood e 99, foi 2, numa escala que varia de 0 a 10.
O aplicativo de caronas de Araraquara
Dias atrás, alguns leitores me mandaram a notícia Bibi Mob, uma espécie de “Uber estatal” lançado pela prefeitura de Araraquara (SP) que promete repassar 95% do valor da corrida aos motoristas. A iniciativa não é nova, é bem-vinda e tem algumas nuances que a notícia compartilhada não contempla, mas que não escapou ao olhar sempre atento do Rafael Grohmann, professor da Unisinos e coordenador do Laboratório de Pesquisa DigiLabour e do projeto Fairwork.
O aplicativo de Araraquara e a soberania digital, por Rafael Grohmann no blog da editora Boitempo:
O aplicativo Bibi Mob não foi construído nem pela prefeitura de Araraquara nem pela cooperativa de motoristas, mas por uma empresa, com CEO e direito a início na região de San Francisco e tudo — em linha com a ideologia do Vale do Silício. Isso se situa em um contexto de pressão cada vez maior por trabalho decente, em que tem surgido uma série de lobbies, “fair washing” e estratégias de relações públicas por parte das plataformas — grandes e pequenas — para que se posicionem discursivamente como mais “justas” e “transparentes”. Tem até aparecido empresas dizendo que são plataformas cooperativas quando, na verdade, não são. Ou seja, é preciso que se tenha calma ao analisar as iniciativas emergentes — distante da pressa por circulação de conteúdos e cliques.
Morte de funcionário do “YouTube chinês” reacende debate sobre excesso de trabalho em plataformas
A saúde mental e física de trabalhadores da área de tecnologia ganhou novamente os noticiários na China. A gigante de vídeos Bilibili entrou em alerta após a morte de um funcionário do setor de moderação de conteúdo, como cobriu o China Digital Times. O falecimento do homem de 25 anos reacendeu o debate sobre o […]