Lula revoga processo de privatização do Serpro e Dataprev.

Uma das maiores aberrações da era Bolsonaro, a tentativa de privatizar o Serpro e o Dataprev, foi revogada por Lula em um dos primeiros atos do novo governo.

Por meio de despacho, o presidente recém-empossado determinou a revogação dos “atos que dão andamento à privatização” de armazéns e imóveis da Conab e de seis estatais — além das duas já referidas, o despacho menciona ainda os Correios, a EBC, o Nuclep, a Pré-Sal Petróleo e a Petrobrás. Via Diário Oficial da União.

Receita autoriza Serpro a vender dados pessoais de cidadãos brasileiros a terceiros.

A portaria 167 da Receita Federal, publicada no Diário Oficial da União nesta terça (19), autoriza o Serpro a vender dados pessoais sob a guarda da Receita para terceiros. Se nada mudar até lá, a medida passa a valer em 1º de maio.

Entre os dados possíveis de serem vendidos estão alguns considerados sensíveis e que, se frutos de vazamento, devem ser comunicados às autoridades, segundo a LGPD. Coisas como e-mail, telefone, CPF e CNPJ. A lista completa é quilométrica e está anexada à portaria.

No mesmo dia, o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE) deu entrada em um projeto de decreto legislativo na Câmara para sustar os efeitos da portaria. Ele alega que a decisão da Receita Federal fere a LGPD e o inciso X do artigo 5º da Constituição, e que falta transparência quanto ao modo como a venda de dados pelo Serpro será feita. Via Convergência Digital, Capital Digital.

Comissão da Câmara aprova texto que impede privatização de Serpro e Dataprev.

É só o primeiro passo, mas um importante. A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 2270/21, do deputado André Figueiredo (PDT-CE), que impede a inclusão do Serpro e do Dataprev no Programa Nacional de Desestatização (PND), ou seja, de serem privatizados. O PL tramita em caráter conclusivo, ou seja, com deliberações apenas nas comissões, sem passar pelo plenário da Câmara. Via Telesíntese, Agência Câmara de Notícias.

Governo firma acordo com bancos para dar acesso a bancos de dados biométricos e biográficos dos cidadãos.

O Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Governo Digital (SGD), firmou um acordo de cooperação com a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que representa 109 bancos, para dar acesso a esses “em caráter de degustação experimental”, por 12 meses, à base de dados da identificação civil nacional para fins de validação biométrica e biográfica, “bem como a conexão da plataforma de autenticação gov.br e os bancos, permitindo assim a autenticação de cidadãos cadastrados nos bancos”.

Especialistas ouvidos pela Carta Capital criticaram a falta de clareza no texto do acordo. O receio é que o governo federal esteja concedendo acesso gratuito aos dados brutos dos cidadãos. Embora falte mesmo clareza, o objeto informa que a parceria visa ao “uso das APIs de Identidade Digital pelos Bancos”, descrição que lembra um bocado o DataValid, do Serpro, usado pela iniciativa privada com a mesma finalidade — e também alvo de críticas de alguns especialistas. Via Carta Capital.