Desavenças internas e ameaças externas envolvendo IA colocam Google contra a parede.
O Google ainda parece estar atordoado com o atropelo da OpenAI e seu ChatGPT. Duas reportagens nos últimos dias mostram desavenças internas e dificuldades em lidar com as novas e sérias ameaças que rondam a empresa nesses tempos de inteligências artificiais.
Em uma, da Bloomberg, a reportagem conversou com alguns funcionários e ex-funcionários do Google para mostrar como o lançamento desastrado do Google Bard ignorou diversos alertas e pedidos por um adiamento, do setor de ética a funcionários comuns.
O Google jogou no lixo anos de trabalho em salvaguardas e cuidados no uso de IA frente a uma ameaça corporativa. Não que seja surpresa, mas o episódio dá uma dimensão do que realmente importa dentro dessas empresas.
A outra, do New York Times, revela o “pânico” que se instalou dentro do Google em março diante da notícia de que a Samsung estaria cogitando trocar o Google pelo Bing, da Microsoft, como motor de busca padrão em seus celulares. Estima-se que essa parceria renda US$ 3 bilhões por ano ao Google.
Bônus: uma música viral, com vocais de Drake e The Weekdn criados por uma inteligência artificial, colocou o YouTube (que é do Google) em um dilema existencial: ao tirar do ar a canção, a pedido da Universal (gravadora que representa Drake), o Google diz implicitamente que trabalhos derivativos de IAs ferem direitos autorais, abrindo um precedente que coloca em risco as suas próprias IAs. Se não fizer nada, compra briga com a indústria fonográfica. No The Verge há um ótimo artigo acerca desse assunto.