Dez anos do fim do Google Reader

Neste sábado (1º/7), completa-se dez anos do encerramento do Google Reader, o querido agregador de feeds RSS do Google.

Ainda hoje, não é difícil ouvir lamentações saudosas do Reader, quase como se, com ele, o Google tivesse acabado com o RSS e não houvesse serviços similares, na época e depois, capazes de suprir sua ausência.

Eu usava o Reader, lamentei seu fim, mas nunca entendi a dimensão da comoção.

O The Verge publicou uma boa matéria (em inglês) com falas dos criadores do Reader. Tem alguns dados suculentos ali, como o máximo de usuários que o serviço alcançou (30 milhões) e o desprezo que a direção da empresa manifestava pelo Reader.

O texto também me ajudou a entender melhor a saudade que ainda persiste, uma década depois. A parte social do Google Reader, parece, era muito importante. Eu seguia muitas pessoas e sempre conferia as recomendações delas. Era legal, mas não era o meu principal uso. Acho que, por isso, consegui me adaptar a alternativas que não tinham (e não têm) um componente social.

Na época, o Google ainda estava comprado no Google+, sua ambiciosa aposta para fazer frente ao Facebook. Foi um fracasso monumental. O Google Reader faleceu nessa época, de causas naturais. Quando puxaram o fio da tomada, ele já estava moribundo, em modo manutenção.

Os criadores do Reader acham, ainda hoje, que o serviço poderia ter tido um futuro brilhante com investimento e apoio da direção do Google. Talvez. Ou talvez essa parte social não estivesse mesmo no DNA da empresa e o domínio do Facebook, naquelas circunstâncias, era inevitável.

Ah, em tempo: quem assina o Manual tem direito a uma conta no Miniflux, um agregador de feeds RSS de código aberto e super elegante. Detalhes da assinatura aqui.

Assinantes do Manual ganham acesso ao Miniflux

Print do Miniflux com o feed do Manual do Usuário aberto, em uma janela do Safari para macOS.
Imagem: Manual do Usuário.

O PC do Manual, nosso servidor de aplicações web, ganhou um novo produto: o Miniflux, um agregador de feeds RSS.

Talvez a maneira mais fácil de explicar o Miniflux seja dizer que é tipo o Google Reader, só que de código aberto, elegante e cheio de recursos legais.

Com o Reddit implodindo e as outras redes sociais cada vez mais tóxicas, o momento é propício para (re)descobrirmos os feeds RSS — um jeito mais saudável de acompanhar notícias e novidades na web.

O acesso ao Miniflux é mais um benefício da nossa assinatura. A partir de R$ 9 por mês, você ganha acesso a ele e ajuda a manter este Manual no ar. Conheça os planos e como assinar.

Para quem já é assinante: verifique sua caixa de entrada para saber como ativar sua conta no Miniflux. Caso o e-mail não tenha chegado aí, fale comigo.

Agradecimentos ao Jonatas “Jojo” Baldin, que assumiu as aplicações web/PC do Manual e fez a instalação, configuração e backup do Miniflux.

NetNewsWire 6.1 ganha suporte a temas.

A nova versão (6.1) do ótimo NetNewsWire, leitor de feeds RSS para macOS, ganhou suporte a temas. Eles são acessíveis via Preferências ou em um novo botão na barra superior.

Alguns temas vêm pré-instalados e outros estão disponíveis neste diretório oficial/extraoficial. A estrutura dos temas (arquivos *.nnwtheme) é baseada em HTML e CSS, ou seja, é bem fácil. Via @Ranchero-Software/GitHub (em inglês).

Google volta a oferecer serviço de RSS.

O Google começou a liberar o recurso de seguir sites no Chrome estável. “Você pode escolher sites para seguir e suas atualizações RSS aparecerão nas novas abas do Chrome”, explicou Adrienne Prter Felt, engenheira do Google. Se a novidade ainda não apareceu aí, é possível forçá-la entrando em chrome://flags e ativando o item web feeds. Via @__apf__/Twitter (em inglês).

Quase uma década depois de acabar com o Google Reader, talvez o leitor de RSS mais popular que já existiu, o Google volta a dar atenção ao formato. Não caiamos nessa de novo. Existe um ecossistema rico de aplicações de RSS, dos mais simples e acessíveis, como o Feedly, a soluções robustas, como Feedbin, Miniflux e Tiny Tiny RSS, sem falar nos muitos apps compatíveis com esses serviços para iOS, Android e sistemas desktop.

O FeedBurner vive.

O Google, famoso por “matar” produtos e serviços sem cerimônia, anunciou que está “reformulando” o FeedBurner, um serviço que antes de ler esta notícia eu podia jurar que já tinha uma cova no cemitério do Google.

O FeedBurner, caso você não se recorde (e tudo bem se não), foi criado em 2004 e comprado pelo Google em 2007. Ele é uma central de utilidades para feeds RSS — gerava estatísticas de uso de um feed, que leitores recebessem novos posts por e-mail e permitia o encapsulamento de arquivos MP3, criando assim podcasts.

Em julho, o Google migrará o FeedBurner para “uma infraestrutura mais estável e moderna”, o que garantirá que ele continue funcionando, mas eliminará alguns recursos, como o envio de novos posts por e-mail. Via Google.

De curioso, abri a minha conta no FeedBurner. Um dos meus feeds lá, o mais antigo, com 15 anos (!), sempre aponta para o site onde estou escrevendo — atualmente, ele entrega os posts do Manual do Usuário. Surpreendi-me: quase 700 (!!!) endereços de e-mail marcados como “ativos”, registrados entre 2008 e 2012.

NetNewsWire 6 e CleanMyMac X: grandes atualizações para o macOS Big Sur.

O chip M1 da Apple e o macOS Big Sur obrigaram desenvolvedores a atualizarem seus apps. Além do suporte ao novo chip e de alterarem o ícone ao novo padrão, alguns têm aproveitado a ocasião para fazerem grandes lançamentos.

Neste domingo (28), saiu a versão final do NetNewsWire 6, um ótimo agregador de feeds RSS. Tem suporte ao M1 e tem ícone novo, mas muito mais: interface atualizada para o Big Sur, app rodando em “sandbox”, sincronização completa via iCloud, sincronização com mais serviços de RSS e suporte especial ao Twitter e Reddit, entre outras. O app tem o código aberto e é gratuito.

Faz algumas semanas, a Macpaw fez o mesmo com o CleanMyMac X, trazendo um novo módulo que remove a porção desnecessária (M1 ou Intel) de apps universais e uma bem-vinda simplificação da interface. O app é pago, a partir de ~R$ 175/ano.

Substack lança app para leitura de newsletters em ambiente separado.

O Substack Reader, aplicativo para ler newsletters do Substack, está disponível em beta. Em essência, é um leitor de feeds RSS — vários serviços de newsletters também publicam as mensagens nesse formato. A aparência simples é temporária, porém. Chris Best, CEO da startup, disse que espera usar o app para recomendar newsletters que o usuário não acompanha. Via The Verge (em inglês).

Reeder 5 tem sistema próprio de sincronia via iCloud.

Silvio Rizzi lançou o Reeder 5. Trata-se de um app de RSS para iOS e macOS, e dos mais polidos. A principal novidade é que agora o Reeder tem seu próprio sistema de feeds que sincroniza entre dispositivos via iCloud, ou seja, não precisa mais usar um externo como o Feedly (mas se quiser, pode). E também tem um “read later” nativo, tipo o Pocket. No iOS 14, ele ganhou widgets.

A exemplo das versões anteriores, o Reeder 5 é uma compra única no iOS (R$ 18,90) e no macOS (R$ 37,90). Para quem pegou o Reeder 4 antes do lançamento de hoje, de graça, os incentivos para atualizar são poucos. E ele agora concorre com o NetNewsWire, que pode não ser tão elegante, mas é gratuito, open source e multiplataforma.

Swartz, Elbakyan e a destruidora devoção aos direitos autorais

Os 26 anos de vida de Aaron Swartz foram surpreendentes, inspiradores. Engajou-se, ainda adolescente, na criação da arquitetura das licenças Creative Commons (CC), foi um dos criadores formato de distribuição de conteúdo RSS e da rede social Reddit, ajudou a construir uma biblioteca gratuita no Archive.org, e fundou a Demand Progress, organização ciberativista famosa, sobretudo, por se opor aos projetos Stop Online Piracy Act (SOPA) e Protect IP Act (PIPA), nos Estados Unidos.

Swartz também sofria de depressão. Amigos e familiares reconheceram sua condição em algumas manifestações públicas. O programador manteve por anos um blog pessoal em que expressava suas opiniões e percepções sobre filmes, política, programação e, dentre outros assuntos, depressão.

Você quer deitar na cama e manter as luzes apagadas. A depressão é assim, só que ela não vem por algum motivo e também não vai embora por algo em particular. Sair e tomar um pouco de ar fresco ou aconchegar-se com alguém querido não faz com que você se sinta melhor, apenas mais irritado por não conseguir sentir a alegria que todos os outros parecem sentir. Tudo fica manchado pela tristeza.

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Ficar bem informado sem depender de redes sociais e do WhatsApp é possível. Veja como

Alguém pergunta como se informar por outras fontes que não sejam o Facebook. No Twitter, viraliza uma mensagem de um guru da extrema-direita perguntando se você “já cancelou sua assinatura na grande mídia”. (Sem surpresa, o nome do usuário contém um sapo e o endereço da rede social Gab.) Nunca tivemos tanto acesso à informação, o que por um lado é ótimo. Por outro, a avalanche de notícias, reportagens, mensagens no WhatsApp e posts em redes sociais vem com muito entulho no meio: boatos, informações não verificadas, erros intencionais cometidos para confundir e desunir.

Soa a chover no molhado um guia que apresente alternativas de informação a quem está condicionado a consegui-la apenas via feed do Facebook, timeline do Twitter e/ou grupos do WhatsApp. Elas sempre estiveram ali e continuam a existir: jornais, revistas, publicações sérias. Só que, às vezes, é preciso dizer o óbvio. Para reforçar, relembrar.

Não é só possível informar-se sem depender das redes sociais. É preferível que nos informemos por meios que têm algo a perder com erros e imprecisões, como os jornais, e que tenham motivações minimamente claras. Por mais que o seu amigo que sabe a verdade que a Globo não mostra insista que o Diário do Zapzap é onde está a informação confiável, isso está longe de ser verdade.

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Esta tecnologia permite acompanhar seus sites e blogs favoritos de graça e sem filtragem de posts

E se você pudesse acompanhar seus sites e blogs preferidos de perto, sabendo em tempo real sobre novos conteúdos publicados, sem filtros, intermediários, nada do tipo? E se eu lhe dissesse que o Facebook não é a única, nem mesmo a melhor forma de seguir suas publicações favoritas? E o melhor: que essa alternativa é gratuita, baseada num padrão livre e amplamente disponível. Interessou-se?

Leitores regulares do Manual do Usuário já devem conhecê-la, mas mesmo entre nós é uma tecnologia cada vez mais esquecida. Qual?

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Bloglovin’, Chrome e Yo dão à web algo que lhe faltava: notificações push

Os textões no Facebook e o Medium vieram às custas de algo que, acho eu, era mais genuíno, mais íntimo: os blogs. Eles ainda existem (você está lendo um!), mas perderam o papel de megafone do cidadão médio (como eu) para plataformas mais fáceis, engessadas e horizontais. Continue lendo “Bloglovin’, Chrome e Yo dão à web algo que lhe faltava: notificações push”

Você usa agregador de feeds RSS? Siga o Manual do Usuário no Feedly

Feeds RSS nunca foram lá muito populares, mas ainda tem quem use — eu sou um deles.

Você também? Se sim, aproveito essa tarde ensolarada (e cheia de trabalho) de sábado para convidá-lo a seguir o Manual do Usuário nele. O endereço é https://www.manualdousuario.net/feed.

Ou se o seu agregador for o Feedly, basta um clique no botãozão abaixo:

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