A vez em que tive prejuízo por proteger meus dados

Neste episódio do podcast, falo dos canais do WhatsApp (siga o do Manual), explico por que decidi criá-lo, falo das redes que abandonei e conto a história da vez em que tive um pequeno prejuízo por proteger demais meus dados.


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Mastodon 4.2.

Sempre é um bom dia para experimentar o Mastodon, mas hoje é um especial: foi lançada nesta quinta (21) a versão 4.2, com busca textual completa, melhorias no fluxo de cadastro e em outros detalhes que costumam afugentar curiosos. Via Mastodon (em inglês).

Eleições e política no TikTok, com Lux Ferreira

Neste episódio do podcast, converso com Lux Ferreira, pesquisadore que publicou, via InternetLab, uma netnografia do uso do TikTok para comunicação política na campanha eleitoral de 2022, no Brasil. Leia o relatório na íntegra.


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Google, Meta e X decidem que usarão nossos dados e conteúdo para treinar IAs

O acordo entre pessoas e empresas da chamada web 2.0 já não era dos melhores: em troca de espaço para publicar na internet, conexão e alcance, cedemos nossos dados mais íntimos para que elas lucrassem horrores direcionado anúncios invasivos.

A explosão da inteligência artificial gerativa, liberada pela OpenAI e seu grande sugador de dados da internet, piorou os termos para o nosso lado.

De maneira unilateral, as big techs que veiculam conteúdo gerado pelos usuários alteraram seus termos de uso, garantido a elas o direito de usar os nossos dados para treinar IAs.

Google, Meta e, em breve, X (antigo Twitter). Não houve grandes anúncios nem nada do tipo. Coube à imprensa e aos ativistas pró-privacidade jogar luz nessas alterações faustianas.

A Meta disponibilizou um formulário que (supostamente) permite às pessoas excluírem dados pessoais de fontes/conjuntos de terceiros obtidas ou comprados pela empresa para treinar IAs.

Note a engenhosidade do texto: em momento algum a Meta diz que os dados em suas plataformas abertas (Facebook e Instagram) estão no pacote. Você usa Facebook? Instagram? Parabéns, você está treinando as IAs da Meta.

Esse “trabalho forçado” invisível não é novidade. Há mais de uma década, o Google treina seus algoritmos de computação visual com CAPTCHAs — aqueles desafios que nos pedem para identificar pontes, faixas de pedestres e carros em pequenas imagens borradas.

Quando muito, essas empresas pagam uma mixaria a trabalhadores precarizados em países do Sul Global.

A diferença desta nova fase de exploração generalizada com a IA gerativa, é a (falta de) transparência, abrangência e escala.

Até então, as big techs “apenas“ lucravam com os nossos dados. Agora elas querem mais que isso; querem nos usar para criar novos produtos que, depois, pagaremos para usar.

Mastodon ou Órbita: Qual a melhor rede social pós-Twitter?

Neste episódio do podcast, retomo o assunto de uma conversa animada no NúcleoHub, o servidor de Discord do Núcleo Jornalismo, sobre redes sociais “pós-Twitter”. Para qual iremos? Eu aposto no Mastodon, você já deve saber, e explico aqui o porquê. Se bem que… já dá para considerar o Órbita uma rede social?

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DSA: As novas exigências que a UE impôs à big tech

Em abril, a Comissão Europeia apontou 19 “plataformas online muito grandes” que, dali a quatro meses, teriam que cumprir todas as exigências regulatórias do Digital Services Act (DSA) , uma das duas leis da União Europeia criadas para regular a big tech.

O prazo de carência terminou na sexta (25), o que significa que essas plataformas precisam estar com tudo pronto.

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Mais “escolhas algorítmicas”, mais filtros

O YouTube parou de mostrar vídeos recomendados na página inicial para quem desativa o histórico de visualizações. Na Europa, o TikTok oferecerá uma opção de feed sem personalização algorítmica.

Por pressão regulatória, as big techs começam a nos dar alternativas à recomendação automática de conteúdo. É uma ótima oportunidade de combater a falácia da superioridades dos algoritmos opacos apenas porque passamos mais tempo nessas versões, como se rolar a tela sem ver o tempo passar — ou seja, o vício — fosse sinônimo de preferência ou mesmo algo saudável e/ou desejável.

O Bluesky, apesar dos alertas que sua estrutura corporativa e o envolvimento do ex-CEO do Twitter geram, traz à mesa uma ideia interessante, a da “escolha algorítmica”.

Quem está no Bluesky tem um mercado de feeds à disposição, criados e distribuídos pelos próprios usuários. Os feeds personalizados modulam a organização e apresentação do conteúdo com que o usuário se depara. Tomara que vire tendência.

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Não acho que o problema dos feeds cronológicos seja a ordem dos posts, como alegam as empresas. Pelo contrário: a ordem cronológica é uma vantagem. Ela facilita a orientação.

O feed cronológico tem um problema, que é o excesso de conteúdo. A troca pelo de recomendações algorítmicas, hoje padrão em todas as redes sociais comerciais, resolveu esse problema, sim. Só que não era a única forma de resolvê-lo. Talvez não fosse nem a melhor.

Quando o TikTok levou a recomendação algorítmica ao extremo, mostrando conteúdo de gente que o usuário não segue, livre da amarra das conexões, dos “amigos”, ficou evidente que o intuito do algoritmo não era (apenas) organizar o que importa ao usuário final. Antes disso, é fazer as pessoas passarem mais tempo consumindo conteúdo e anúncios.

Um caminho alternativo para o problema do excesso de conteúdo é o dos filtros.

Nessa proposta, a diferença entre filtros e a “escolha algorítmica” do Bluesky é que o primeiro estaria sob o controle absoluto do usuário, incluindo as fontes do conteúdo, seria transparente e fácil de manipular.

“Posts de quem posta menos de uma vez por dia”; “posts de pessoas, sem empresas” (e vice-versa); “posts de perfis com menos de 10 mil seguidores” (sem influenciadores); “apenas posts originais, sem compartilhamentos/RTs” são alguns exemplos úteis.

Quando as pessoas manifestam que preferem feeds cronológicos, suspeito que o que elas querem dizer é que gostariam de receber o conteúdo de todas (ou da maioria) das fontes/contas/perfis que escolheram acompanhar.

O algoritmo opaco jamais entrega todo o conteúdo. É sempre um recorte que mantém a ilusão de que o melhor ainda está por vir, atrás de só mais um “arrastar e soltar para atualizar”, só mais um, só mais um…

O próximo passo para o Telegram é ir além das mensagens e liderar a inovação nas mídias sociais em geral. Usaremos a nossa popularidade para mudar a vida de bilhões para melhor, para inspirar e elevar as pessoas em nosso planeta.

— Pavel Durov, CEO do Telegram.

O mesmo Telegram que deseja “liderar a inovação” em redes sociais lançou em julho, depois de todo mundo e quase dez anos após o pioneiro no formato, suporte a stories.

Nesta segunda (14), o Telegram completou dez anos no ar. Tem 800 milhões de usuários e já é, há muito, um híbrido de mensagens (sem criptografia de ponta a ponta padrão) e rede social (com moderação frouxa e sem regras de convivência robustas). Via @durov/Telegram (em inglês).

Moderação em camadas nas plataformas digitais, com Iná Jost

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Neste episódio, recebo Iná Jost, coordenadora da área de liberdade de expressão do InternetLab, para falar do novo relatório de lá sobre sistemas de moderação em camadas para redes/plataformas sociais. O que são? Quais as vantagens e os desafios? Trata-se de uma lista VIP, onde já figuraram nomes controversos como Neymar e Donald Trump, ou é algo mais complexo, cujo potencial ainda não foi realizado?

Baixe o relatório aqui e inscreva-se na newsletter semanal do InternetLab.

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Sob Musk, Twitter/X virou uma rede social extremista.

X (antigo Twitter), a rede social de Elon Musk, processou o Center for Countering Digital Hate (CCDH), uma organização sem fins lucrativos que analisa e publica relatórios sobre discurso de ódio, extremismo e comportamento nocivo em redes sociais. A empresa alega que o grupo de pesquisadores viola seus termos de uso ao coletar dados para análise e, sem provas, de que são financiados por governos estrangeiros e empresas concorrentes da X.

Desde que Musk assumiu o controle do Twitter/X, o CCDH publicou vários relatórios apontando pioras em indicadores da rede, como o aumento do discurso de ódio anti-LGBT+ e do negacionismo climático.

Dado o histórico recente de Musk e a postura da X em relação a temas delicados — como restaurar a conta de alguém que compartilhou imagens de abuso sexual infantil —, acho que já é seguro colocar a X no mesmo balaio de outras redes extremistas, como Gab, Truth Social e Gettr. Via Associated Press (em inglês).

Obrigado, Elon, por trocar o nome do Twitter por X

Não é de hoje que o Twitter apodrece em praça pública, sabotado pelo próprio dono. A última grande ideia de Elon Musk foi jogar no lixo a marca “Twitter”, rebatizando o serviço de X. Sim, a letra X.

Fiquei incrédulo, como em muitas ocasiões desde outubro de 2022, ao saber disso. Hoje, gosto da mudança. Ela põe um fim à degradação agonizante do Twitter e ajuda a separar o legado de uma empresa imperfeita, mas que acertou bastante, do caos instaurado por Musk.

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Governo dá 24 horas para Google e Meta removerem anúncios de golpes do Desenrola Brasil.

A Senacon, ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, deu 24 horas para Google e Meta removerem anúncios identificados de golpes relacionados ao Desenrola Brasil de suas plataformas, e 48 horas para removerem todos os conteúdos e anúncios do tipo, sob pena de multa de R$ 150 mil por dia em caso de descumprimento. O despacho foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta (26). Via Convergência Digital.