Uber, 99, Rappi e iFood têm notas pífias em avaliação sobre trabalho decente no Brasil, por Tatiana Dias no The Intercept:
Nessa edição do relatório [da Fairwork], a primeira feita no Brasil, foram avaliadas seis empresas — e a nota máxima foi 2, colocando o país entre os piores lugares do mundo para os trabalhadores de plataformas.
Rappi, GetNinjas e Uber Eats zeraram — isso significa que não pontuaram absolutamente nada nos critérios de “trabalho decente”. O Uber atingiu a mísera nota 1. O iFood e a 99, as empresas melhor avaliadas, conseguiram uma risível nota 2 — e isso depois de se movimentarem, ao saberem da existência do ranking, para cumprir alguns dos critérios levantados pelos pesquisadores.
A íntegra do relatório pode ser baixada no site da Fairwork.
Os smartphones dos entregadores, por Bruno Romani e Tiago Queiroz no Estadão:
Esqueça o iPhone ou o Galaxy S: sob essa perspectiva, o negócio bilionário das plataformas de delivery está escorado num mar de modelos básicos, e quase nunca novos, de Motorola e Samsung — é um retrato mais fiel também do mercado brasileiro de smartphones. Isso significa que a bateria seca mais rápido, o GPS não entende direito a localização e os aplicativos engasgam. Tudo isso, claro, interfere diretamente no trabalho.
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Ainda que fosse mais barato, o smartphone da Apple [iPhone] não seria muito útil no trabalho. Os trabalhadores lembram que os apps para entregadores do iFood e da Rappi só funcionam com Android, sistema operacional do Google. O iFood largou o iPhone em dezembro de 2020. Assim, apenas o Uber Eats é compatível com o celular da Apple.
Desolador o impacto da alta dos combustíveis no trabalho dos motoristas e entregadores de aplicativos. Via G1.
Do gasto diário de um motorista, a gasolina representa entre 40% e 50%. A taxa paga aos aplicativos gira em torno de 25%. Para boa parte dos condutores, há ainda o pagamento de parcelas do veículo ou locação.
A Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp) estima que 25% dos motoristas deixaram de dirigir na cidade, em relação ao total do início de 2020.
Nos apps de delivery, a pandemia teve um efeito contrário ao dos motoristas na pandemia, aumentando a demanda e, com isso, o número de entregadores circulando nas ruas, o que fez cair os preços das corridas. O segundo impacto em um ano, o do aumento no preço dos combustíveis, tem feito muitos deles trabalharem mais — e ficarem mais suscetíveis a acidentes:
O aumento de acidentes de moto é flagrante. Os últimos números do Infosiga SP mostram que o número de acidentes com motociclistas na capital paulista saltou de 1.011 em abril de 2020 para 1.584 em junho de 2021 (alta de 56,6%). As mortes subiram 58,8%, de 17 para 27.
Oferecimento: Razor Computadores Extraordinário. Essa palavra cuja origem vem do latim “extraordinarius” significa algo que vai “além de”, que é “fora do comum”. Se utilizada como adjetivo, a palavra representa algo excepcional, e é focando nessa palavra que a Razor fabrica computadores profissionais de altíssima performance: para você alcançar o extraordinário com uma máquina fora […]
No processo de educar o consumidor à lógica dos aplicativos de celular, a Apple, nos primórdios do iPhone, lançou um slogan que colou nas nossas cabeças: “existe um app para isso”. Quase 15 anos depois, para algumas empresas um simples app não consegue mais dar conta do que ela deseja oferecer aos usuários. No lugar […]
Apps de carona e delivery oferecem a opção de não enviarem notificações por SMS. Alguns deles, porém, ignoram o usuário que opta por não recebê-las.
A pandemia levou muitos donos de restaurantes a digitalizarem seus negócios às pressas. O aperto dado por marketplaces como o iFood é aliviado por uma inesperada ajuda: o WhatsApp.
Se você desinstala aplicativos de delivery (99Food, iFood, Rappi, UberEATS), eles continuam enviando ofertas por mensagens de texto (SMS). Aprenda a desativá-las — e, se estiver no clima, excluir suas contas nesses apps.
Um entregador da Rappi morreu enquanto trabalhava. A empresa, acionada por clientes, nada fez para ajudar e ainda demonstrou profunda insensibilidade.
Aquele hambúrguer de R$ 5 que você pede pelo app ou a corrida que te leva ao outro lado da cidade por R$ 10 ainda vão nos custar muito caro.