Saíram os resultados de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que analisou a situação de motoristas e entregadores que trabalhavam sem vínculo empregatício entre 2016 e o final de 2021.
Destacam-se a queda acentuada no número de motoristas de aplicativos e taxistas na pandemia (que começa a se recuperar) e o aumento dos entregadores de moto, também reflexo da crise sanitária causada pela covid-19.
Quanto à remuneração:
De todos os autônomos do setor de transporte, os motoristas de aplicativo e taxistas são os que têm a maior renda média: R$ 1,9 mil. O valor se refere ao fim de 2021 e está abaixo do recebido, em média, no 1º trimestre de 2016: R$ 2,7 mil.
As plataformas de economia dos bicos tratam muito mal os trabalhadores no Brasil, revelou a primeira pesquisa do trabalho justo em plataformas realizada pela Fairwork no país, divulgada nesta quinta-feira (17). A maior nota, obtida por iFood e 99, foi 2, numa escala que varia de 0 a 10.
Nessa edição do relatório [da Fairwork], a primeira feita no Brasil, foram avaliadas seis empresas — e a nota máxima foi 2, colocando o país entre os piores lugares do mundo para os trabalhadores de plataformas.
Rappi, GetNinjas e Uber Eats zeraram — isso significa que não pontuaram absolutamente nada nos critérios de “trabalho decente”. O Uber atingiu a mísera nota 1. O iFood e a 99, as empresas melhor avaliadas, conseguiram uma risível nota 2 — e isso depois de se movimentarem, ao saberem da existência do ranking, para cumprir alguns dos critérios levantados pelos pesquisadores.
Se você está no Brasil e usa Linux, é bem provável que já tenha se deparado com um domínio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o c3sl.ufpr.br, ao atualizar seu sistema ou aplicativos. Trata-se do espelho do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), um grupo de pesquisa do pessoal da Informática da UFPR.
O que era apenas uma impressão tem, agora, respaldo científico: curtidas e compartilhamentos em redes sociais condicionam seres humanos a demonstrarem mais indignação na internet.
Pesquisadores da Universidade de Yale desenvolveram um software que analisou 12,7 milhões de postagens no Twitter de 7.331 usuários. Aqueles que receberam mais curtidas e retuítes quando expressaram indignação apresentaram uma tendência maior a repetir tal comportamento em postagens futuras. “É a primeira evidência de que algumas pessoas aprendem a expressar mais indignação com o tempo porque elas são recompensadas pelo desenho básico das redes sociais”, disse William Brady, doutor e pesquisador do departamento de Psicologia de Yale e um dos líderes da pesquisa.
Uma conclusão curiosa é que pessoas moderadas seriam mais suscetíveis à influência algorítmica. “Nossos estudos descobriram que pessoas com amigos e seguidores politicamente moderados são mais sensíveis ao feedback social que reforça suas manifestações de indignação. Isto sugere um mecanismo para como grupos moderados podem se tornar politicamente radicais com o tempo — as recompensas das redes sociais criam um ciclo de feedbacks positivos que exacerba a indignação”, disse Molly Crockett, professora associada de Psicologia e outra líder da pesquisa.
O estudo não visa fazer juízo moral, ou seja, dizer se essa indignação gerada pelas redes é boa ou ruim, mas Molly afirma que ele pode ter implicações para líderes que usam essas plataformas e legisladores que estejam considerando regular as empresas do setor. Via YaleNews (em inglês).
Vários serviços do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência federal de fomento à pesquisa, estão indisponíveis desde o último sábado (24). Uma falha em um servidor interrompeu as atividades do órgão e, para piorar, há suspeitas de que não exista backup ou de que a restauração seja complexa. Via Revista Fórum.
Em grupos de WhatsApp, circula o print de um e-mail (veja) desta segunda (26), supostamente enviado por alguém do CNPq e endereçado à Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), pedindo ajuda para restabelecer o equipamento avariado, um servidor de armazenamento EMC VNX 8000, da Dell. A mensagem informa que “o equipamento encontra-se fora de garantia e não possui contrato de manutenção corrente que permita um reparo imediato”.
Uma mensagem publicada diretamente no WhatsApp, também supostamente de alguém do CNPq, explica que “desde sábado [estamos] tratando de resolver com a Dell um apagão no controlador do sistema de TI. Não se trata de uma placa. Infelizmente, a recuperação da infraestrutura da instituição não tem como ser feita da noite para o dia. Há um ano estamos trabalhando focados na organização institucional, com recursos financeiros administrativos adequados. Obviamente, a pandemia com o trabalho remoto tem atrapalhado”.
Também em grupos do app de mensagens, circula o áudio (ouça abaixo) de uma suposta servidora do CNPq afirmando que diversos serviços da agência, como a plataforma Lattes, e-mail e até a folha de pagamento, estão indisponíveis devido à falha. É nesse áudio que a pessoa fala que “a placa do servidor do CNPq ‘queimou’ e não tinha backup” e que não sabe precisar, em relação ao backup existente, o que se perdeu, “se segundos, alguns minutos, horas, dias…”
Pelas redes sociais, o CNPq informou que está trabalhando junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para restabelecer seus sistemas após “evento que causou a indisponibilidade das plataformas”, que a prioridade é restabelecer o acesso à plataforma Lattes e que prazos estão suspensos e serão prorrogados. O posicionamento oficial omite dificuldades ou problemas com o backup de dados.
Nota relacionada: Em 2021, CNPq tem o menor orçamento do século XXI. Via Poder360.
Atualização (14h45): Em nova manifestação nas redes sociais, publicada às 14h21, o CNPq informou que “o problema que causou a indisponibilidade dos sistemas já foi diagnosticado em parceria com empresas contratadas e os procedimentos para sua reparação foram iniciados” e que “já dispõe de novos equipamentos de TI e a migração dos dados foi iniciada antes do ocorrido. Independentemente dessa migração, existem backups cujos conteúdos estão apoiando o restabelecimento dos sistemas. Portanto, não há perda de dados da Plataforma Lattes.” Disse, ainda, que o pagamento de bolsas não será afetado e reforçou a suspensão e prorrogação de prazos.
Dia desses, a Beth Veloso entrou em contato pedindo a nossa ajuda em sua pesquisa de doutorado pela Universidade do Minho, em Portugal. Ela está pesquisando a influência do lobby das grandes empresas de tecnologia nos processos de regulação da internet no Brasil.
“Se o poder econômico se sobrepor ao interesse público”, diz ela, referindo-se à hipótese da pesquisa, “o Brasil e o mundo terão perdido uma chance de transformar muitas sociedades em espaços com maior igualdade social, justiça, trabalho e educação para todos”.
As perguntas não têm questões certas ou erradas, são de múltipla escolha e é rapidinho responder o questionário. Para isso, clique aqui. A Beth receberá respostas até 20 de dezembro, mas, quanto antes ajudá-la, melhor. Se ficar alguma dúvida, mande um e-mail para ela.
No início de junho a Adobe divulgou um relatório sobre consumo de vídeo online. Ele se baseia em números massivos: 201 bilhões de vídeos começados e 285 bilhões de autenticações em mais de 300 apps do tipo TV Everywhere, obtidos anonimamente via Adobe Analytics e Primetime.
A apresentação, acima, está recheada de dados interessantes, mas três chamam a minha atenção.
A dominação da Apple. Quase um em cada quatro vídeos exibidos (24%) no primeiro trimestre de 2015 teve origem num dispositivo da empresa.
Tablet. A frequência de vídeos vistos em tablets se igualou à de desktops (embora esse ainda ganhe em vídeos longos). Do relatório: “Na medida em que os dispositivos se tornam cada vez mais especializados, parece que um grande caso de uso para o tablet é atividades derivadas de lazer como consumo de vídeo.”
Crescimento do conceito de “TV Everywhere,” ou seja, vídeo por streaming autenticado. Em relação ao ano passado, foi de 282%, puxado por dispositivos Apple e set-top boxes e sticks, como Apple TV e Roku.
Pouco mais de um mês após ser lançado no Brasil, o preço do Galaxy S6 caiu quase 10% na loja oficial da Samsung. A regra de esperar para adquirir modelos novos continua valendo.