Os dispositivos da Apple que deixarão de receber atualizações em 2023.

Virou uma espécie de tradição mórbida anual, após a abertura de uma WWDC, listar os dispositivos da Apple fadados ao ostracismo — aqueles que, mesmo ainda capazes, não receberão as novas versões recém-anunciadas dos sistemas operacionais da empresa.

Em 2023, as vítimas foram as seguintes:

  • iPhone 8, iPhone 8 Plus e iPhone X ficarão sem o iOS 17.
  • Todos os Macs lançados em 2017 (com exceção do iMac Pro) não receberão o macOS 14 Sonoma.
  • iPad Pro (1ª geração) e iPad de 5ª geração ficarão sem o iPadOS 17.
  • O Apple Watch passou incólume e todas as versões que rodam o watchOS 9 receberão o watchOS 10.

A Apple liberou, nesta terça (6), as primeiras versões beta dos novos sistemas para desenvolvedores. Elas não são recomendadas para uso no dia a dia. As versões finais, para uso geral, chegam no “outono” (do hemisfério Norte, primavera aqui), provavelmente em setembro. Via Apple (2) (3) (4) (todos em inglês).

Intel anuncia aplicativo que conectará notebooks Windows a celulares Android e iOS.

A Intel anunciou um novo aplicativo para conectar celulares (Android e iOS) a computadores com chip Intel rodando Windows. Não que faltem opções — do Vincular ao Celular da Microsoft a soluções abertas, como o KDEConnect, além de iniciativas do Google. É que nenhuma é tão suave e confiável quanto a integração que a Apple consegue com os seus iOS e macOS.

O Intel Unison, nome do vindouro aplicativo, é baseado no Screenovate, outro aplicativo que fazia isso e que foi comprado pela Intel no final de 2021.

A Intel promete que o Unison será diferente porque será desenvolvido em parceria com as fabricantes e fará uso de recursos de conectividade do hardware, como Wi-Fi e Bluetooth.

O Unison permitirá acessar fotos, mensagens, ligações e notificações do celular pelo computador, e o usuário poderá usar o celular com o teclado e touchpad do notebook.

A princípio, o Unison estará limitado a alguns poucos notebooks com chips Intel de 12ª geração e o selo Evo. A Intel promete uma expansão considerável na leva de notebooks de 13ª geração. Via Windows Central (em inglês).

As primeiras impressões do MacBook Air com chip M2.

Caiu o embargo aos reviews do novo MacBook Air com chip M2. Nada fora do esperado. Destaco estas impressões:

  • A ausência de ventoinha tem um impacto em processamento por longos períodos. Segundo Dave Lee, do canal Dave2D, aplicações que dependem de todos os componentes (CPU, GPU, disco) começam a apresentar degradação de desempenho após três minutos. De qualquer forma, não é o perfil de uso de quem recorre ao Air.
  • A exemplo do MacBook Pro com M2, a versão de entrada vem apenas com um chip de memória (256 GB) e isso reduz pela metade a velocidade do disco. “É um retrocesso decepcionante e significa que os únicos modelos que me sinto confortável em recomendar começam em US$ 1,5 mil”, escreveu Dan Seifert no The Verge.
  • A nova cor, azul meia-noite, é um ímã de impressões digitais, disseram… todos que tiveram contato com ela.

Apesar das ressalvas, todos recomendam enfaticamente o novo notebook da Apple. Via Dave2D/YouTube, The Verge (ambos em inglês).

HP Dev One e o espaço de notebooks Linux na era do Linux no desktop dos outros

Num mundo em que o grande consumidor de PCs são os desenvolvedores (comprando ou recebendo da empresa onde trabalham), os containers Docker são a unidade básica de computação, os containers Docker funcionam bem somente em Linux sob x86, e os dois grandes sistemas operacionais de desktop têm suporte a Linux sob x86 na primeira classe (WSL sob Windows 10/11 e Rosetta 2 sobre macOS Ventura)… qual o espaço dos notebooks Linux puro-sangue?

Já sabemos que a HP e a System76 tentam responder a esta pergunta com o HP Dev One. E por isso estava esperando ansiosamente que brotasse no lab de Michael Larabel e de lá virasse um review.

A HP não inventou, foi direto ao assunto: pegou um setup palatável para todo um enorme espectro de desenvolvedores (a não ser que seu desenvolvimento seja para CUDA, porque não tem Nvidia e sim AMD Radeon) e para os power users que querem um notebook Linux sem muito blob proprietário (sim, não tem Coreboot e sim a boa e velha BIOS/UEFI proprietária, mas as GPUs Radeon não precisam de módulos proprietários para funcionarem etc). Em ambos os casos, com uma distro suportada por padrão (Pop!_OS), mimos que só gente grande consegue dar (tipo a HP trabalhar com a AMD para que o terror de qualquer usuário de notebook Linux, suspend/resume, funcionar direito) a um preço interessante, competitivo com outras máquinas Linux de fabricantes menores e mesmo da Dell+Ubuntu.

No geral, é uma boa ideia de colaboração entre uma OEM grande mas que não tinha nada competitivo (tirando uns notebook ultra especializados para cientistas de dados e desenvolvedores IA) em Linux e um OEM menor, especializado em Linux e que tem sua própria distro. E, o mais importante, abre um espaço para os notebooks Linux puro-sangue no mundo em que é possível rodar apps Linux em praticamente qualquer outro sistema operacional.


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Apple anuncia novo MacBook Air com chip M2.

A Apple anunciou a nova geração do MacBook Air nesta segunda (6). É o primeiro computador da empresa com o chip M2. O novo notebook herda o visual do MacBook Pro de 2021 (incluindo o entalhe na tela, levemente maior), traz de volta o conector MagSafe, mantém duas portas USB-C/Thunberbolt e ganhou uma nova cor, “meia-noite” (azul escuro).

O novo MacBook Air será lançado nos Estados Unidos em julho, por preços a partir de US$ 1.199. No Brasil ainda não há data de lançamento, mas os preços já são conhecidos: começam em R$ 13,3 mil.

O MacBook Pro de 13 polegadas também ganhou o novo chip M2. E só — ele continua com o mesmo visual da era Intel, incluindo a Touch Bar. Via Apple (em inglês)

A System76 consegue um lugar inesperado para o Pop!_OS

A System76 é uma OEM e uma desenvolvedora de distro Linux; isto a coloca em um espaço único no mundo dos OEMs Linux, só compartilhado pela Purism. A diferença é que, enquanto a Purism se preocupa com um ecossistema em torno do PureOS, a System76 se preocupa em ser uma OEM que desenvolve o Pop!_OS.

A HP não é assim uma Dell, mas tem também uma experiência com notebooks Linux, que o digam os ZBook que volta e meia aparecem com Ubuntu.

Por isso foi uma surpresa quando Carl Richell, fundador da System76, apareceu com isto no Twitter.

E assim ficamos sabendo do HP Dev One: um notebook da HP, AMD “puro-sangue” (Ryzen com Radeon), rodando Pop!_OS e feito em colaboração com a System76.

A HP entra mais fortemente no campo dos notebooks Linux e a System76 ganha um caso de uso externo do Pop!_OS. Fica bom para ambas as partes.


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O que eu uso (2022)

O Manual do Usuário é reflexo da minha curiosidade e vivências. Por isso, os produtos e serviços de tecnologia que uso no dia a dia, para fazê-lo e para outros fins, têm um impacto considerável no site.

Daí veio a ideia de fazer um raio-x anual do que estou usando, para dar mais contexto ao que é publicado aqui. Tipo… Por que falo de aplicativos para macOS, um sistema que pouquíssima gente usa no Brasil? E esses projetos de código aberto, só divulgo ou uso eles para valer? Com sorte, este post te ajudará a entender algumas decisões e características do Manual.

Continue lendo “O que eu uso (2022)”

Apple anuncia MacBook Pro com entalhe na tela e recursos de 2015

Foto de um MacBook Pro novo, aberto, de frente, mostrando o entalhe da tela.
Foto: Apple/Divulgação.

A Apple passou cinco anos dizendo que USB-C era o futuro e o único padrão de conexão de que as pessoas precisariam em notebooks “pro” para, agora pouco, anunciar nos novos MacBook Pro com HDMI, leitor de cartão SD e conector de energia MagSafe — quase igual o antigo MacBook Pro pré-2016; faltaram as conexões DisplayPort.

Os melhores MacBook Pro dos últimos cinco anos vinham com a Touchbar, uma tela horizontal no lugar das teclas F1–12, odiada por todos. Os novos MacBook Pro, anunciados há pouco, trazem de volta os botões F1–12. Físicos, de apertar, iguais aos do restante do teclado.

Errar faz parte, mas é doído aceitar quando o erro é evidente de cara.

A cereja do pudim é o entalhe na tela de um notebook. Algo me diz que a concorrência, que copiou o entalhe do iPhone X à exaustão, não seguirá essa moda. Não é como se empresas como Dell e Lenovo não conseguissem fazer bordas finas. E os novos MacBook Pro sequer têm Face ID para justificar tal atrocidade em suas telas. Via Apple (em inglês).

O MacBook Pro de 14″ começa em R$ 27 mil e o modelo de 16″, em R$ 33 mil.

Desmonte do notebook da Framework: nota 10 em reparabilidade

Framework Laptop Teardown: 10/10, But is it Perfect?

O Framework foi lançado (lá fora) e é tudo o que se esperava dele. O iFixit, publicação/loja que analisa a reparabilidade de eletrônicos comerciais, deu nota 10 ao notebook, algo raro. O mais legal é que ter tais características não fazem o Framework ser feio, grosso ou pesado, argumento comumente usado pela indústria para encher o interior desses produtos de cola e componentes soldados. É só falta de vontade e de priorizar o que realmente importa. Via iFixit/YouTube.

Uma combinação maravilhosa seria o notebook da Framework e o celular da Fairphone. Infelizmente, nenhum dos dois é vendido ou sequer enviado ao Brasil.

O pior computador para trabalhar em home office

A pandemia não dá sinais de arrefecimento no Brasil, mas um dia viraremos o jogo contra o coronavírus. Quando isso acontecer, espera-se que alguns hábitos criados por esse período tão difícil sejam mantidos. O home office é um dos candidatos mais fortes. Mesmo que os escritórios não sumam, a experiência que estamos tendo agora está validando o trabalho remoto, que deverá ser mais aceito e difundido. E se passaremos mais tempo trabalhando de casa, precisamos ter esta conversa: o notebook é o pior tipo de computador que você pode ter para trabalhar.

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O notebook de sete telas

Literalmente um notebook com sete telas sobre uma mesa — duas frontais, duas em cada lado e uma pequena no apoio do pulso, perto do teclado.
Foto: Expanscape/Divulgação.

A Expanscape, uma empresa de Londres, criou o Aurora 7, um protótipo de notebook com sete telas. Não é um notebook com tela de sete polegadas, é um notebook que, ao ser aberto, revela sete — uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete — telas. É essa monstruosidade aí em cima.

No Hacker News, o criador do Aurora 7, nome do protótipo, explicou o que o motivou a desenvolver um notebook com sete telas. Resumidamente, ele precisava ficar de olho em múltiplos indicadores ao mesmo tempo. E para sua surpresa (e a nossa também!), disse que já há estúdios de cinema, nômades digitais e executivos de empresas interessados no modelo.

O dia em que montei um notebook da Lenovo

Em Indaiatuba, cidade a pouco mais de 100 km de São Paulo, fica a fábrica brasileira da Lenovo. No último dia 12, a empresa aproveitou a ocasião do lançamento do IdeaPad 330S para levar jornalistas para não só conhecer o local, mas participar de uma linha de montagem. Se você comprar um notebook Lenovo nos próximos meses e ele vier zoado, foi mal — provavelmente é culpa minha. Continue lendo “O dia em que montei um notebook da Lenovo”