Google propõe “DRM” para a web

Quatro funcionários do Google publicaram o rascunho de uma proposta do Web Environment Integrity (WEI), uma nova API para atestar a aplicações web que é um ser humano interagindo do outro lado da tela.

Parece ótimo — afinal, robôs, fraudadores e adulterações em software são problemas reais —, mas como tudo que vem do Google, o diabo está nos detalhes.

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Thunderbird respira aliviado.

O Thunderbird abriu a contabilidade referente a 2022 e os números são muito bons:

  • Receita de US$ 6,4 milhões em 2022, sendo 99% de doações;
  • Despesas de US$ 3,5 milhões no mesmo período, sendo 79,8% com pessoal.
  • Aumento do número de funcionários de 15 para 24;
  • Anúncio de que o aplicativo para iOS deverá entrar no planejamento ainda em 2023;
  • Promessa de “novas ferramentas e serviços” focados em produtividade para criar novas fontes de receita.

Para uma iniciativa que estava em modo de sobrevivência em 2018, é uma mudança e tanto. E também um contraste enorme com a Mozilla, de onde o Thunderbird se separou, que mantém uma estrutura corporativa considerável e ainda depende do dinheiro do Google — 83% do faturamento de US$ 450 milhões em 2021 veio da big tech. Via Thunderbird (em inglês).

Medium, Flipboard e até Meta se aventuram no Mastodon/fediverso.

O Medium abriu sua instância ao público, me.dm. O ingresso é um benefício da assinatura do próprio Medium, de US$ 5/mês.

Dias atrás, o Flipboard abraçou o Mastodon: deu suporte à integração com a rede descentralizada em seu aplicativo e lançou uma instância própria.

O Manual tem uma revista no Flipboard.

Antes deles, o navegador Vivaldi havia lançado uma instância própria, aberta a todos os usuários cadastrados.

Nesta quinta (9), a Meta, do Facebook, Instagram e WhatsApp, confirmou estar trabalhando em uma nova rede social baseada em posts de texto, codinome P92, e compatível com o ActivityPub — o protocolo por trás do Mastodon.

E ainda tem o Bluesky, gestado dentro do Twitter, que usa outro protocolo, mas a mesma abordagem do ActivityPub/Mastodon. E Flickr e Tumblr, que prometeram compatibilidade com o ActivityPub em algum momento futuro. A Mozilla, do Firefox, também vai lançar sua instância própria.

O cenário é promissor para redes sociais descentralizadas. Só é preciso cuidado para que nenhuma dessas empresas, em especial a Meta, se torne dominante num espaço que é, por definição, plural. Via Medium, Flipboard, Platformer (todos em inglês).

Google e Mozilla testam navegadores com motores próprios no iOS.

Seguindo a linha de que “onde há fumaça, há fogo”, Google e Mozilla estão testando versões dos seus navegadores (Chrome e Firefox) para iOS com motores de renderização próprios (Blink e Gecko).

Hoje, a Apple proíbe outros motores de renderização nos aplicativos do iOS — todos usam o dela, WebKit. Os testes podem ser um sinal de que, em breve, a Apple relaxará essa restrição, talvez já no iOS 17.

É uma situação complexa. Em outras plataformas, o Chrome domina o segmento de navegadores web. Bem ou mal, a obrigatoriedade do WebKit, embora limite a escolha dos usuários e seja uma postura nociva no geral, na prática serve como resistência contra o domínio total do Blink/Google. Via The Register (em inglês).

Botões de feedback negativo do YouTube são meio que de enfeites, aponta estudo da Mozilla.

A Mozilla conduziu uma pesquisa para atestar a efetividade das ferramentas de feedback negativo do YouTube, aquelas em que o usuário sinaliza não ter gostado ou não querer mais recomendações similares.

Sem surpresa, o resultado é péssimo (íntegra em PDF). A mais efetiva, a sinalização “Parar de recomendar este canal”, só preveniu 43% de novas recomendações erradas. A pior, o botão de não curti, apenas 11%.

O YouTube, via porta-voz, reclamou que a Mozilla “não entende” o funcionamento da plataforma, que não tem por objetivo remover por completo qualquer canal ou tipo de vídeo. Acho que a Mozilla entende muito bem e esse é o problema: as ferramentas de controle do YouTube são ruins. Essa sensação foi confirmada por entrevistas qualitativas que os pesquisadores fizeram com uma amostragem dos usuários voluntários que ajudaram no estudo.

Os botões de feedback negativo do YouTube parecem com aqueles botões físicos de semáforo de pedestres — não funcionam. Qualquer um que já tentou extirpar um canal popular indesejado do algoritmo de recomendações do YouTube sabe disso. Via Mozilla, The Verge (ambos em inglês).

Firefox torna Proteção Total de Cookies padrão no mundo todo.

A partir desta terça (14), a Proteção Total de Cookies do Firefox passa a vir ativada por padrão no mundo inteiro. O recurso, lançado de maneira limitada no Firefox 86, em fevereiro de 2021, confina cookies de terceiros ao domínio/site que o carregou, impedindo que esses dados sejam cruzados para rastrear o usuário em suas andanças pela web.

Com a Proteção Total de Cookies, diz a Mozilla, “as pessoas podem se beneficiar de mais privacidade e ter as ótimas experiências de navegação que elas esperam”. Via Mozilla (em inglês).

Firefox 100.

A Mozilla lançou, nesta terça (3), o Firefox 100. O número redondo ensejou algumas celebrações, mas o navegador em si traz poucas novidades.

Em computadores, a principal é o suporte a legendas no modo PIP. E em distribuições Linux com interface gráfica Gnome, o Firefox agora usa barras de rolagem no padrão do sistema.

Em celulares (Android; iOS em breve), o Firefox 100 traz novas maneiras de exibir e organizar… coisas. O histórico ganhou uma repaginada visual e um botão de pesquisa, e abas não visitadas há 14 dias ou mais agora ficam numa área à parte. Ah, e tem dois papéis de parede novos. Via Mozilla (em inglês).

Mozilla se une a Facebook/Meta em iniciativa para resolver problema da atribuição na publicidade.

A Mozilla anunciou uma parceria com o Facebook/Meta “em uma nova proposta que objetiva ativar a mensuração de conversão — ou atribuição — para a publicidade chamada Atribuição Privada Interoperável” (IPA, na sigla em inglês).

A tarefa é quase paradoxal: resolver o problema da atribuição, ou seja, de conectar campanhas publicitárias à conversões (compras) preservando a privacidade. Mas o que mais causou estranheza foi a união entre Mozilla, empresa/fundação que costuma se posicionar em prol da privacidade dos usuários, e Facebook/Meta, uma das empresas que mais violam e abusam da privacidade das pessoas em geral, até mesmo de não usuários. Complicado. Via Mozilla (em inglês).

Mozilla suspende doações de criptomoedas após crítica de co-fundador.

A Mozilla suspendeu o recebimento de doações em criptomoedas nesta quinta (6) após receber críticas de membros pioneiros da fundação. Em resposta a um tuíte de 31 de dezembro em que a Mozilla pedia doações a detentores de criptomoedas como bitcoin e dogecoin, Jamie “jwz” Zawinski, co-fundador da Mozilla, disse que “todos envolvidos no projeto deveriam estar super envergonhados dessa decisão de se juntarem a vigaristas de pirâmides que incendeiam o planeta”. Peter Lins, que desenvolveu o Gecko, motor de renderização do Firefox, disse em seguida que concordava 100% com Jamie e que “vocês [a Mozilla] deveriam ser melhores que isso”.

Em resposta, a Mozilla suspendeu o recebimento de doações em criptomoedas, opção que existia desde 2014, e afirmou que fará uma revisão de “se e como nossas atuais políticas de doações de criptomoedas se encaixam com nossos objetivos climáticos”. A retratação não abordou as acusações de Jamie e Peter de que criptomoedas seriam esquemas de pirâmide. Via Insider (em inglês).

Firefox Lockwise será encerrado dia 13 de dezembro.

O Firefox Lockwise, gerenciador de senhas da Mozilla para Android e iOS, será encerrado no próximo dia 13 de dezembro. Na real, só o aplicativo próprio sairá de cena. O recurso de salvamento e gerenciamento de senhas continuará existindo, mas dentro do Firefox, em computadores e celulares. Via Mozilla.

Firefox 89, com novo visual, já está disponível

Já está disponível o Firefox 89, versão que traz uma novíssima interface ao navegador da Mozilla em computadores, no Android e no iOS.

A promessa é de que as mudanças vão além do visual. Os desenvolvedores da Mozilla estudaram como as pessoas interagem com o navegador, observando padrões de comportamento, e ouviram sugestões e propostas para melhorarem a interface do Firefox. À primeira vista, ficou muito bom! (Não deixe de conferir o tema Alpenglow; ficou bem bonito.) Via Mozilla (em inglês).

Falha de 21 anos é corrigida no Firefox para macOS.

Acompanhe esta linha do tempo:

  • 5 de abril de 2000. Uma pessoa reportou um problema nos menus de contexto do Firefox para o então MacOS: eles não usavam menus nativos do sistema, o que gerava inconsistências visuais e vetores para o surgimento de outras falhas — uma comparação entre os menus de contexto no Firefox e no Safari. Houve algum debate, mas o assunto morreu.
  • 4 de dezembro de 2020. Markus Stange escreveu: “Comecei a dar uma olhada nisto” seguido de um texto enorme detalhando o bug, o que reiniciou as discussões.
  • 27 de abril de 2021. Markus anuncia que a correção do problema foi incorporada ao Firefox Nightly, a versão de testes mais experimental do navegador, e deverá estar na versão 89 estável, que deve sair logo.

É isso: uma falha de 21 anos, anterior ao próprio macOS, foi corrigida no Firefox do macOS. Via Bugzilla (em inglês).

Este é o novo visual do Firefox

Print de uma janela do Firefox, mostrando a nova interface Proton.
Imagem: OMG! Ubuntu/Reprodução.

O Firefox 89, previsto para ser lançado em maio, trará uma interface reformulada batizada Proton. Ela visa simplificar o navegador e dar uma repaginada geral em seu visual. Já é possível antecipá-la na versão atual do Firefox (87) e, embora a final deva trazer pequenas mudanças, é mais ou menos isso que todos os usuários terão em maio. Via OMG! Ubuntu (em inglês).

Firefox Relay está disponível para todos.

Em algum momento dos últimos meses, o Firefox Relay, foi liberado para todo mundo — no início, estava restrito a convites. Ainda em beta e grátis, ele oferece cinco “máscaras” (ou aliases). Espera-se que, se lançado oficialmente, a Mozilla ofereça um plano pago que remova esse limite.

O Firefox Relay permite criar “máscaras” de e-mail para proteger a privacidade do seu endereço. Em vez de dar o seu e-mail principal num cadastro qualquer, por exemplo, você cria uma máscara/alias (rl4as8r3@relay.firefox.com, por exemplo) que redirecionará mensagens ao seu endereço. Se um dia essa máscara/alias vazar ou começar a enviar mensagens indesejadas, bastará excluí-la para resolver o problema. Dica do leitor Ricardo Santos, via e-mail.