A Proteste, uma associação de defesa dos consumidores, notificou a Motorola devido a um suposto problema com a câmera frontal do Moto X4, smartphone lançado há pouco no Brasil pelo preço sugerido de R$ 1.699. De acordo com a associação, ela apresenta um defeito de funcionamento grave o suficiente para que o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, que determina a substituição do produto ou restituição do valor pago, seja acionável. Continue lendo “A câmera do Moto X4 é defeituosa ou apenas ruim?”
Moto X
Em 2015, smartphones topo de linha ficaram, em média, 39% mais caros
No já distante mês de maio, quando apenas G4 e Galaxy S6, entre os smartphones topo de linha que costumam ser lançados por aqui, já estavam disponíveis, fiz um gráfico comparando seus preços aos dos antecessores, os high-end de 2014. Chegou a hora de atualizá-lo. Continue lendo “Em 2015, smartphones topo de linha ficaram, em média, 39% mais caros”
[Review] Moto X Play, o smartphone bom o bastante
Um dos três smartphones lançados sob o nome “Moto X” em 2015, o Moto X Play é o mais simples e barato do trio. Apesar disso, ou talvez por isso, é o que mais chama a atenção e provavelmente o que venderá mais. Ele vale a pena? Resposta curta: sim. A (não tão) longa segue abaixo. Continue lendo “[Review] Moto X Play, o smartphone bom o bastante”
Colorido e à prova d’água, novo Moto G tentará manter a coroa de smartphone mais vendido do Brasil
Em 2013 a Motorola chacoalhou o mercado brasileiro de smartphones com o primeiro Moto G. Era um smartphone mid-range com dois diferenciais importantes e incomuns até então: Android quase puro e preço baixo. Dois anos depois, a terceira geração do Moto G chega melhor do que antes, mas se depara com a economia local instável e rivais mais competitivos — inclusive no preço.
Num evento simultâneo realizado em Londres, Nova York e São Paulo, a Motorola anunciou três novos smartphones: o já mencionado novo Moto G e as duas variantes do Moto X, Play e Style. Continue lendo “Colorido e à prova d’água, novo Moto G tentará manter a coroa de smartphone mais vendido do Brasil”
Android 5.1: Facilidades no sistema e melhorias na câmera do Moto X
Estava eu dispensando umas notificações no Moto 360 quando, ao pegar o Moto X, vi que havia uma atualização pendente. Era o Android 5.1! Instalei e gostei das (pequenas) alterações feitas pelo Google e Motorola. Continue lendo “Android 5.1: Facilidades no sistema e melhorias na câmera do Moto X”
[Review] Novo Moto X: maior, mais requintado, mais mundano
Quando o seu produto vira commodity, o que fazer para diferenciá-lo? Em 2013 a Motorola apresentou o primeiro smartphone Android sob a batuta do Google com uma proposta nova e arrojada. Em vez de uma lista de especificações com números enormes, o Moto X original era um aparelho pé no chão. Para uns, “bom o bastante”. Para mim, ideal. Mais que isso: foi o melhor que testei no primeiro ano de Manual do Usuário.
Um ano e uma versão depois, muita coisa mudou no novo Moto X. A Motorola não é mais do Google, a infraestrutura montada nos EUA para vender um smartphone personalizado “made in USA” foi desmantelada e boa parte daquele discurso original, incluindo a parte ruim como o marketing em cima dos “oito núcleos” (?), mas também a boa, contemplando foco na experiência, não na tabela de especificações, ficou no passado. O tiro de misericórdia foi o tamanho da tela, que saltou de confortabilíssimas 4,7 polegadas para exageradas 5,2.
Será que mesmo tão diferente do projeto original, o Moto X de segunda geração continua a ser a melhor escolha para quem está no universo Android? Segura na minha mão e vamos descobrir isso. Continue lendo “[Review] Novo Moto X: maior, mais requintado, mais mundano”
O que importa: números enormes ou experiência de uso?
Quando se fala em gadgets, especificações costumam tomar um pedaço do debate. Antigamente isso fazia algum sentido: com processadores, memórias e outros elementos não tão avançados, qualquer ganho era importante. Hoje? Não mais. O iPhone está aí para provar: tem 1 GB de RAM e usa um SoC com processador dual core rodando a 1,3 GHz e, ainda assim, não sofre com problemas de desempenho. Pelo contrário. O diabo é enfiar isso na cabeça do consumidor.
O novo Moto X é um exemplo de reação a essa sede por números. O original, do ano passado, tinha um Snapdragon S4 Pro enquanto todos os demais eram lançados com a versão 800. Ainda que, por dentro, ambos fossem muito parecidos, a menção a “S4” criou um bloqueio em boa parte dos consumidores em potencial, aquela consciente desses nomes. Alguns sites “especializados” entraram na onda e colocaram o Moto X no segmento intermediário, mesmo ele oferecendo uma experiência de uso melhor que os topos de linha incontestáveis.
O mesmo vale para a tela. A do antigo, de 4,7 polegadas com resolução de 720p, era um “sweet spot”: grande o bastante para ver vídeos e jogar com conforto, pequena para não sacrificar portabilidade e uso com uma mão. Continue lendo “O que importa: números enormes ou experiência de uso?”
O novo Moto G está maior e melhor — e disponível hoje no Brasil
Nessa madrugada a Motorola anunciou, em Chicago, EUA, as novas iterações do Moto G e Moto X. Pelo visual, com duas grades frontais (que, nesses casos, são mesmo para alto-falantes estéreo), fazem a dupla parecer versões crescidas do Moto E. Do menor da turma também vem o revestimento anti-respingos, que permite atender a chamadas na chuva sem pifar o smartphone, e no caso do Moto G, o gerenciamento dinâmico e automático de dois SIM cards.
O novo Moto G
httpv://www.youtube.com/watch?v=D–bEp8i_tc
Em configurações, mudam algumas coisas. O novo Moto G, que sucede o campeão de vendas no mercado brasileiro, mantém boa parte das antigas: SoC (Snapdragon 400), RAM (1 GB) e memória interna (8 ou 16 GB) são os mesmos.
Ele muda em alguns pontos importantes: a tela aumentou (de 4,5 para 5 polegadas, afinal gostamos mesmo é de telão), a câmera melhorou (de 5 para 8 mega pixels, e a abertura da lente está maior) e agora há o desejado slot para cartão microSD em todas as versões. Tudo isso baseado no feedback dos consumidores, o que nem sempre se traduz nas melhores decisões — Homer e seu carro que o digam. De qualquer forma a Motorola está com crédito e, salvo o tamanho do Moto X (mais sobre isso abaixo), as novidades parecem todas acertadas. Continue lendo “O novo Moto G está maior e melhor — e disponível hoje no Brasil”
[Review] Moto X, o surpreendente smartphone pé no chão da Motorola
Em agosto de 2011 o Google anunciou a compra da Motorola Mobility, a parte da empresa responsável pelo que a tornou conhecida: celulares. O valor da aquisição foi de US$ 12,5 bilhões e o primeiro fruto dela levou dois anos para ser revelado. É o preço (e o tempo) de uma guinada na forma de se fazer smartphones, de se voltar às pranchetas, corrigir os erros e ressurgir com um aparelho no mínimo diferente.
O Moto X não é o smartphone mais poderoso do mundo, nem o mais caro, ou o mais bonito. Ele é equilibrado, provavelmente o mais razoável — características especialmente importantes no universo Android, insanamente obcecado por números enormes que na prática nem sempre se traduzem em uma experiência à altura.
Fazendo o arroz com feijão certinho e com alguns ingredientes secretos que dão sabor ao tempero, a Motorola descobriu a receita de como fazer um Android que agrada entusiastas e pessoas comuns. Como Joseph Volpe escreveu no review do Engadget, o Moto X é o iPhone do universo Android — na melhor acepção da comparação:
“O Moto X não tem aquela aura tecnológica como o Galaxy S 4 ou o HTC One porque ele é a soma das médias. Eis como eu o vejo: sabe aquelas pessoas que têm iPhones mas não sabem qual modelo e se referem a todos os celulares Android como Droids? Este smartphone é para elas.”
Vídeo
Menos robô, mais humano

Comparando o Moto X com outros smartphones, é difícil acreditar que ele tenha uma tela de 4,7 polegadas. Mas ele tem, sim, e o segredo para parecer menor está em… bem, em ser menor. A utilização de botões virtuais, como nos smartphones da linha Nexus, mais o encurtamento extremo das bordas frontais fazem com que ele seja pouca coisa maior que um iPhone.
O tamanho compacto ajuda na ergonomia e, nessa área, sobram elogios. O Moto X é, como bem definiu Daniel Junqueira no Gizmodo Brasil, o mais humanos dos Androids. Ainda que essa definição se deva em grande parte ao software (chegaremos lá), o design também conta colabora com alguns pontos de humanidade.
O Moto X se encaixa na mão. A parte de trás tem uma curvatura confortável, as bordas, embora anguladas, não incomodam e o material é agradável ao toque. Em todo o corpo existe apenas uma referência à Motorola, um vão nas costas com o “M” característico da empresa. Além de contribuir para um visual mais limpo, essa inscrição tem uma utilidade: naquele espaço repousa o dedo indicador. Um toque sutil de ergonomia que ao usuário transmite algo como “viu só como pensamos em tudo?”
A filosofia do Moto X se distancia muito da da antiga Motorola, aquela do RAZR e Droid/Milestone cheios de referências a robôs e uma linguagem visual agressiva, absortos na catastrófica skin Motoblur. Dos materiais usados ao tratamento dado ao Android, as duas se parecem muito pouco e o Moto X reflete tudo isso.
Quem precisa de especificações de ponta? Não o Moto X

Smartphones Android contemporâneos ao Moto X saíram de fábrica equipados com o SoC quad-core Snapdragon 800. A Motorola diz que seu aparelho vem com o Sistema de Computação Móvel X8 composto por oito núcleos, dentre eles os do Snapdragon S4 Pro.
São oito núcleos de fato, mas a terminologia parece confusa quando contraposta à padrão usada por outras fabricantes. Os oitos núcleos são dois do processador, um Krait 300 de 1,7 GHz; quatro da GPU Adreno 320; e dois exclusivos para ajudar nos recursos humanos do Moto X, os de computação contextual e linguagem natural.
Confusão à parte, nada disso importa muito na prática. Dual core, quad core, dois ou cinquenta núcleos, o que interessa, como sempre digo por aqui, é a experiência. E nisso o Moto X não deve nada a ninguém.
É impressionante o que a Motorola alcançou com o Moto X. O sistema é responsivo, não deixa o usuário esperando, não trava, não engasga. Smartphones topo de linha de outras fabricantes recebem queixas de problemas do tipo de alguns usuários — e suspeito que as interferências feitas no Android sejam as culpadas. Com o sistema limpo e bem otimizado, o Android desliza pela tela do Moto X.
Tela que para mim é a única parte do hardware conciso do Moto X que dá uma derrapada. Não que eu quisesse um painel Full HD — ela tem 720p de resolução e é suficiente para seu tamanho físico, de 4,7 polegadas, números dos quais se extrai uma densidade de 312 pixels por polegada. É a tecnologia usada, AMOLED, que não me agrada. A tela é super saturada, com imagens vívidas. Demais, até. Quando surge alguma coisa vermelha ou laranja é como se ela estivesse em chamas.

Há quem goste de telas saturadas e no caso do Moto X existe uma justificativa racional para seu uso: as notificações ativas. Uma das vantagens do AMOLED é que o preto é mais profundo porque dispensa o uso de energia — em vez de iluminar os pixels para mostrar essa cor, a tela simplesmente não os acendem. Dessa forma dá para mostrar as notificações ativas ligando apenas uns poucos pixels, o que não compromete a autonomia do smartphone. (Tela é um dos componentes mais gastões de energia.)
É uma troca válida. As notificações ativas, como explico mais abaixo, são um recurso excepcional, daquelas coisinhas que no dia a dia fazem uma diferença enorme. Eu entendo a opção feita, mas ainda assim me incomoda um bocado a saturação.
Câmera ClearPixel

É bom deixa claro desde já que a câmera ClearPixel do Moto X não é nada de outro mundo. Ela é competente dentro do que se esperaria de um topo de linha, mas não se excede como uma PureView da Nokia, ou mesmo as câmeras dos últimos iPhones.
O batismo da câmera se deve a uma tecnologia que, segundo a Motorola, permite a passagem de mais luz na hora de tirar fotos. Câmeras comuns possuem um filtro RGB que, com a passagem da luz, a absorvem de diferentes modos compondo a imagem final. No Moto X existe um filtro RGBC — e esse “C” é de Clear, como se fosse uma via exclusiva para que mais luz passe pela lente. Isso, somado a pixels maiores, de 1,4 µm, em tese deveria melhorar o desempenho da câmera em situações de pouca luz.
No papel a ideia é boa: com baixa luminosidade, o filtro RGB tem dificuldades em absorver luz. O RGBC deveria, em tese, amenizar essa deficiência e entregar fotos melhores em situações difíceis. Ele até consegue, mas seus resultados passam vergonha perto de outras câmeras que, com abordagens diferentes, acabam lidando melhor com o pepino que é fotos noturnas.
Fiz um rápido comparativo com o que tenho à mão aqui: um Lumia 920 e um iPhone 5. Ambos se saíram bem melhores que o Moto X. Confira no detalhe:

Não é como se fosse uma câmera horrível. Dá para fazer fotos muito legais com a do Moto X, ainda que algumas coisas, especialmente o alcance dinâmico, sejam difíceis de domar. Quando é exigida nessa condição, geralmente o resultado é oito ou oitenta: ou a foto sai escura, ou estourada. É o preço que se paga pela simplicidade.
Veja o exemplo abaixo:

Existe a opção de fazer fotos com HDR e ela vem no automático por padrão. Só que o software é meio imprevisível. O cenário acima grita pelo seu uso, mas ainda assim o Moto X não o ativou. Em situações menos extremas, em que o HDR teve menos impacto na foto final, ele… funcionou estando em automático. Felizmente a simplificação da interface da câmera não eliminou a ativação manual do HDR. Use-a.
Por falar em software, a Motorola jogou fora o app padrão de câmera do Android e fez um muito agradável. Simples de tudo, ele reduz a interface a dois botões (alternar entre as câmeras e gravar vídeo) e transforma o viewfinder inteiro em disparador, da mesma forma que é no Windows Phone.
As opções ficam em um disco oculto na margem esquerda. Arraste o dedo de fora para dentro da tela, e ele aparece. Não se anime muito, porém, já que elas são poucas.
Uma das mais importantes é o controle de foco e exposição que mudou drasticamente com a atualização para o Android 4.4. Antes, um toque na tela fazia os ajustes necessários e já disparava a foto, em uma tacada só. Agora, com essa opção ativa, um disco aparece na tela e pode ser arrastado para a área em destaque. Depois, com outro toque, a foto é feita. O que se ganha em controle perde-se em agilidade, com o complicador extra de ser mais complexo entender o lance do círculo. E ainda dizem que minimalismo é sinônimo de simplicidade…
Outra legal, ou quase isso, é a de vídeos em câmera lenta. Não é como no iPhone 5s: ainda que a resolução seja a mesma (720p), no Moto X o vídeo rola a 15 quadros por segundo. Na prática quer dizer ele é meio truncado e bem menos divertido.
Algumas fotos feitas com o Moto X:
Vídeos de exemplo constam no review em vídeo, acima.
Recursos inteligentes que a gente usa de verdade
Aqueles núcleos extras de computação contextual e linguagem natural servem para o Moto X desempenhar seus truques sem que a bateria seja drenada por eles. Bateria, aliás, que dura tranquilamente um dia longe da tomada com atividades normais, alternando entre Wi-Fi e 4G, como é de praxe em smartphones modernos.
O Moto X está sempre de ouvidos atentos, preparado para receber seus comandos. Ele sabe quando você o pega na mão e se apronta para informá-lo antes mesmo qualquer botão seja pressionado ou a tela, tocada. O acesso à câmera é feito por um gesto simples.
Não são como os recursos “espertos” da Samsung que fazem uma ponta na apresentação ao público do novo Galaxy e depois caem no ostracismos quando chegam às mãos do consumidor. Na prática, esses vários atalhos que a Motorola incluiu no Moto X são, além de muito legais, veja só… úteis!

Será difícil, por exemplo, voltar pegar meu smartphone do dia a dia e não dar de cara com o relógio e os ícones de notificações na tela de bloqueio quando tirá-lo do bolso. As notificações ativas fazem isso no Moto X: ao pegá-lo, a tela acende revelando o relógio e notificações pendentes. Toque no círculo para ter mais detalhes delas Arraste a última (círculo maior) para cima, e o app correspondente abrirá. O movimento para baixo desbloqueia o celular.
Isso funciona de uma maneira tão boa que o uso do botão físico de desbloqueio da tela é reduzido à metade. Não precisa dele: o Moto X sempre exibe a notificação ativa quando é necessário e dali leva ao desbloqueio. É assombroso e, como explicado acima, a tecnologia AMOLED da tela evita o desperdício de energia.
Não menos impressionante é o Google Now acessível por voz. Diga “Ok Google Now” e o Moto X se desbloqueia e se ajeita para ouvir a ordem do seu dono. Com as recentes adições ao portfólio de comandos aceitos em português, ele ficou bem mais útil — desde então só programo alarmes falando com o celular. A interpretação ainda falha (ele teima em entender o meu “sete” falado como “ct” e já desisti de “manual”, que sempre aparece como “manoal”), mas o índice de acertos pende para o lado positivo.
Por fim, o gesto para abrir a câmera. A melhor forma de descrevê-lo é como se você estivesse girando uma maçaneta duas vezes. A Motorola diz que é mais rápido do que desbloquear o celular e abrir o app da câmera, mas convenhamos: esses milissegundos fazem tanta diferença? Mas o que começa como curiosidade, com o tempo passa a ser natural. Dos recursos humanos do Moto X, o gesto de abrir a câmera é o mais difícil de aprender. Ultrapassada essa curva, ele se integra à rotina. Vale o esforço.
Android puro com pequenas adições

Rolou uma pequena decepção com o fato de o Moto X sair de fábrica com o Android 4.2.2 — na época, a versão 4.3 já estava disponível.
Ter a última versão do Android é, também, uma exigência um tanto geek. Ainda mais em minor releases, como foi a 4.3, a absência da última não é algo que faça o usuário comum cortar os pulsos. Grandes saltos, como foi do Android 2.3 para o 4.0, sim; mas não era o caso. E se fosse, tudo bem: o Moto X brasileiro já recebeu o Android 4.4, a última versão do sistema.
Independentemente da versão, o que mais chama a atenção aqui é a pureza do Android. A Motorola preservou a maior parte do sistema da forma como concebida pela empresa-mãe. É o certo a se fazer: ainda há de surgir modificação que supere o Android original. Se consideramos as mexidas tímidas da Motorola como uma, talvez seja ela essa precursora.
Em vez de modificar, a Motorola acrescentou recursos em cima do Android. Estendeu o Google Now para ser ativado por voz e incluiu uma série de apps sob demanda, cada um útil à sua maneira.
Desses, destaco o Assist, uma evolução do ótimo SmartActions. A diferença entre o eles é que o primeiro é mais restrito e automático. Em vez de dar a liberdade (e o trabalho) ao usuário de criar regras e condições, o Assist vem com três pré-definidas: dirigindo, reunião e dormindo. Elas são contextuais e se utilizam de diversos parâmetros, dos sensores do smartphone aos eventos da agenda, para entrar em ação. E, correndo o risco de me tornar repetitivo, o app simplesmente funciona.
Outros apps exclusivos são um assistente de migração de dados, uma coletânea de apps nacionais (exigência legislativa para que o Moto X se beneficie de isenções fiscais), um canal de comunicação direta com o suporte (Moto Care) e o Motorola Connect, que faz a ponte entre Moto X e Chrome para o recebimento de notificações e a troca de mensagens de texto pelo computador.
E pensar que dessa mesma Motorola, ainda independente e nos primórdios do Android, saiu a aberração do Motoblur, talvez a pior mexida que o Android já sofreu em toda a sua existência. O mundo dá voltas.
O smartphone a ser batido

Não são muitos os donos de iPhone que sabem qual a velocidade do SoC ou quantos mega bytes de RAM o aparelho possui. Isso nunca importou muito porque, na redoma da Apple, a promessa é simples e direita (e, importante, cumprida): compre um iPhone e ele funcionará direito.
As fabricantes que adotam o Android adotam uma estratégia diferente. Gostam de mostrar números enormes, apresentam benchmarks sintéticos, adotam tecnologias experimentais. Não é como se não houvesse zelo, mas parece que na ânsia por superar as concorrentes, elas se esquecem de olhar para quem importa no fim das contas: o usuário.
O Moto X foge à regra. É um smartphone competente e isso é tudo que você precisa saber se quiser comprar um — e o recomendo irrestritamente a qualquer pessoa que queira um smartphone bom, ponto. E pelo que o varejo cobra por ele, com promoções recorrentes a R$ 1.000, é difícil justificar a compra de outro Android high-end que não esse.

Compre o Moto X
Comprando pelos links acima o preço não muda e o Manual do Usuário ganha uma pequena comissão sobre a venda para continuar funcionando. Obrigado!