O que aconteceu quando o CEO da Uber virou motorista de aplicativo.

O Wall Street Journal publicou uma matéria meio chapa branca, mas não por isso desinteressante, contando como a Uber aperfeiçoou várias práticas em relação aos motoristas depois que executivos do alto escalão, incluindo o CEO, Dara Khosrowshahi, passaram a fazer entregas e a dar caronas a passageiros, como motoristas disfarçados.

No caminho, ele [Dara, o CEO] teve dificuldades para se cadastrar como motorista, testemunhou algo chamado de “isca da gorjeta” e foi punido pelo aplicativo por rejeitar corridas. A grosseira de alguns passageiros da Uber foi algo surpreendentemente difícil de aguentar.

A iniciativa partiu de Carrol Chang, diretora de operações de motoristas.

Esse tipo de coisa é o que se chama no meio de “dogfooding” — numa tradução literal, algo como “comer ração de cachorro”, mas que na prática significa usar o próprio produto para ter a experiência do consumidor/cliente visando melhorá-lo.

Por coincidência, logo em seguida li uma troca de e-mails fascinante, de 2003, na ótima (e sugestivamente intitulada) newsletter Internal Tech Emails.

Nela, Bill Gates, então CEO da Microsoft, gasta 5,3 mil caracteres descrevendo sua tentativa frustrada de baixar o Movie Maker para o Windows XP. Na sequência, outros executivos trocam e-mails entre si tentando estabelecer um plano de ação e definir responsabilidades para… colocar um link de download no site da Microsoft.

Não é só o salário dos executivos que parece descolado da realidade. Experimentos desse tipo — aparentemente raros — deveriam ser mais frequentes, no mínimo porque são benéficos à própria empresa: nos Estados Unidos, foco da reportagem do WSJ, a Uber ganhou mercado da sua principal concorrente (Lyft) e suas ações, derrubadas pelo contágio no setor de tecnologia, caíram muito menos que as da Lyft. Via Wall Street Journal, Internal Tech Emails (ambos em inglês).

99 testará 300 carros elétricos da BYD em São Paulo.

A 99, braço brasileiro da chinesa DiDi Chuxing, fechou uma parceria para colocar 300 carros elétricos da também chinesa BYD nas ruas de São Paulo. O modelo escolhido, D1, tem preço sugerido de R$ 270 mil, mas será oferecido aos motoristas na modalidade aluguel, via Aliança pela Mobilidade Sustentável, um grupo de empresas que se juntou em abril para promover a eletrificação da frota brasileira.

O chamariz, ao motorista, é um custo de manutenção até 80% menor que o de carros convencionais, com motores a combustão.

A 99 tem 750 mil motoristas ativos mensais no Brasil que atendem mais de 20 milhões de usuários. Via Folha de S.Paulo.

Uber e Lyft, sem ideias, aumentam preços desesperadamente em busca de lucro

Uber e Lyft, sem ideias, aumentam preços desesperadamente em busca de lucro (em inglês), por Aaron Gordon na Vice:

Desde que foram fundadas em 2009 e 2012, Uber e Lyft levantaram mais de US$ 30 bilhões de dólares em financiamento privado, de acordo com o Crunchbase. Mesmo com essa montanha de dinheiro, nenhuma das duas empresas conseguiu apresentar lucro real e consistente, apenas lucros “ajustados” que excluem um punhado de despesas reais que elas têm, como impostos e pagamentos de juros. E isso quando os cenários econômico e trabalhista mais amplos tornavam mais fácil a lucratividade com [o negócio de] táxis do que hoje.

Brasil tem 1,5 milhão de entregadores e motoristas autônomos.

Saíram os resultados de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que analisou a situação de motoristas e entregadores que trabalhavam sem vínculo empregatício entre 2016 e o final de 2021.

Destacam-se a queda acentuada no número de motoristas de aplicativos e taxistas na pandemia (que começa a se recuperar) e o aumento dos entregadores de moto, também reflexo da crise sanitária causada pela covid-19.

Quanto à remuneração:

De todos os autônomos do setor de transporte, os motoristas de aplicativo e taxistas são os que têm a maior renda média: R$ 1,9 mil. O valor se refere ao fim de 2021 e está abaixo do recebido, em média, no 1º trimestre de 2016: R$ 2,7 mil.

Via Poder360.

Uber corta gastos em marketing e desacelera contratações.

Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, enviou um e-mail no domingo (8) a todos os funcionários para avisar que vai a empresa vai reduzir gastos com marketing e incentivos (adeus, cupons) e limitar as contratações, que agora passam a ser encaradas como privilégios. “Seremos ainda mais rigorosos com cortes de custos em todas as áreas”, escreveu.

As empresas de tecnologia têm sofrido nas bolsas norte-americanas. O receio de que a era de dinheiro barato chegou ao fim tem afastado os investidores do setor, o que se traduz em quedas generalizada.

Segundo a CNBC, a Nasdaq bateu cinco semanas consecutivas de baixas, algo que não acontecia desde 2012. Nesta segunda (9), as maiores empresas de tecnologia perderam, juntas, mais de US$ 1 trilhão em valor de mercado. Só a Apple, a maior delas, desvalorizou US$ 220 bilhões.

A Uber não passa incólume por essa “mudança sísmica”, como definiu Dara. Embora os números da empresa já tenham voltado ao patamar pré-pandemia, ela ainda sangra dinheiro e também sofre com a debandada dos investidores. Em 2022, os papéis da Uber acumulam uma desvalorização de mais de 40%. Via CNBC (2) (em inglês).

No Rio, Uber ganhará botão para acionar a Polícia Militar.

Em breve, o aplicativo da Uber ganhará um novo botão, “Ligar para a Polícia”, que ao ser acionado entrará em contato com a Polícia Militar e repassará, automaticamente, dados do carro, da corrida e do passageiro e motorista.

O botão é fruto de uma parceria da empresa com a Secretaria de Estado da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Inicialmente, ele será disponibilizado na Baixada Fluminense, como projeto-piloto. Depois, será expandido para todo o Estado.

Esta é a primeira parceria do tipo que a Uber fecha no Brasil. Via assessoria de imprensa da Uber.

Rafael Grohmann: A questão do trabalho plataformizado

Na semana em que a Agência Pública revelou o trabalho sujo do iFood em sabotar o movimento dos entregadores que demandam melhores condições de trabalho, Jacqueline Lafloufa e Rodrigo Ghedin recebem o pesquisador Rafael Grohmann, professor da Unisinos, diretor do laboratório de pesquisas Digilabour e coordenador da Fairwork no Brasil, para falar de trabalho plataformizado. É possível que as plataformas ofereçam trabalhos decentes? Quais alternativas temos às comerciais? E o que nós, pessoas preocupadas com essa deteriorização da condição trabalhista, podemos fazer para ajudar?

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Uber dá mais detalhes das corridas a motoristas, mas novidade desagrada.

A partir de agora, os motoristas da Uber terão mais informações de antemão para ajudá-los na decisão de aceitar ou não uma corrida, como o valor da corrida e da tarifa dinâmica, e os endereços exatos de partida e chegada. A novidade, que já vinha sendo testada em algumas cidades, foi expandida nesta terça (5) para “municípios de médio e grande porte de todas as regiões do país, inclusive São Paulo, Brasília e outras capitais”.

Embora a Uber diga, em comunicado à imprensa, que não mexeu nos valores repassados aos motoristas, esses têm reclamando que o novo modelo, agora com preço fixo, tem rendido menos. A consequência deve ser sentida logo pelos passageiros: mais cancelamentos e demora para pegar um carro. Via Uber, G1, Extra.

Uber quer todos os táxis do mundo em sua plataforma até 2025.

Na última quinta-feira (24), a Uber anunciou um acordo com os aplicativos de táxis da cidade de Nova York. Todos eles, 14 mil táxis, serão integrados à plataforma da Uber e poderão ser chamados pelo aplicativo. Os preços do táxis na Uber serão similares às da categoria UberX, mas os taxistas poderão ver os valores de antemão e recusarem corridas sem prejuízo.

Em entrevista ao Wall Street Journal, Andrew Macdonald, diretor de mobilidade global da Uber, afirmou que o objetivo da empresa é ter todos os táxis do mundo em sua plataforma até 2025. “É certamente [um objetivo] ambicioso, mas acho que é possível”, disse.

Embora não seja uma novidade (a Uber já havia firmado acordos pontuais com taxistas em outros países), o acordo em Nova York marca uma guinada para a empresa que, por anos, polarizou disputas acirradas, às vezes violentas, com taxistas. Via Wall Street Journal (em inglês).

Curitiba começa a aceitar pagamento da passagem de ônibus com cartão de crédito e débito.

Em Curitiba, agora passageiros do transporte público podem pagar a passagem com cartões de débito e crédito e celulares — em todos os casos, por aproximação. O novo método passa a valer nesta sexta (18) nos 22 terminais e nas 335 estações-tubo da cidade e, em um mês, estará ativo dentro dos ônibus, nas 254 linhas da capital.

Na nova modalidade, é cobrada uma taxa extra de despesa bancária de R$ 0,12, ou 2,07% do valor da passagem, de R$ 5,50.

Há menos de um mês, a Urbs, estatal municipal que administra o transporte público em Curitiba, aplicou um aumento de 22% no preço da passagem, o que levou a capital paranaense a ter o transporte público mais caro entre as capitais brasileiras, empatada com o Distrito Federal. Via Prefeitura de Curitiba, Plural.

Como desativar as notificações por SMS de 99Food, iFood, Rappi e UberEATS — e outras dicas para se livrar desses apps

Em algum momento de 2019, decidi não usar mais aplicativos de delivery. Havia motivos de sobra — não me estenderei neles; se ficou curioso, sugiro a leitura deste artigo. Desinstalei os que estava usando e achei que estaria livre deles. Foi um engano.

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Andei de Uber em São Paulo

Quinta passada estava em São Paulo e precisava ir a Congonhas, onde pegaria o voo de volta a Maringá no início da noite. Em vez do velho táxi, aproveitei a oportunidade para testar o Uber, uma das startups mais valorizadas do mundo, avaliada em US$ 41 bilhões.

Para quem não foi apresentado, o Uber é um serviço de transporte/corridas totalmente baseado em um app. Por ele você chama, acompanha o trajeto e paga uma corrida para qualquer lugar da cidade. Lembra um táxi, mas para se diferenciar desses os carros são luxuosos, o tratamento é VIP e a comodidade, bem grande.

Existem diversos sabores do Uber. Alguns são mais baratos e com menos requinte, caso do UberX; outros suprem demandas de mobilidade que não envolvem necessariamente o transporte de pessoas, como o UberEATS, um delivery de comida na Espanha. No Brasil, porém, só o Uber Black, o serviço topo de linha, está disponível. Ele funciona nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Continue lendo “Andei de Uber em São Paulo”