3 bilhões de seres humanos usam aplicativos da Meta todos os dias.

O poder que a Meta, com seus aplicativos sociais, tem no ambiente digital é algo difícil de dimensionar. As apostas de Zuckerberg, como os reels e o conteúdo recomendado por inteligência artificial, estão se pagando lindamente, segundo o balanço do primeiro trimestre divulgado nesta quarta (26). O trio de aplicativos sociais da empresa — Facebook, Instagram e WhatsApp — bateu a média de 3,02 bilhões de usuários ativos diários (DAUs). De alguma forma, o Facebook ganhou 37 milhões de novos usuários em relação ao mesmo período de 2022.

O metaverso, por outro lado, segue sem dar sinais de estar próximo de estancar a hemorragia de dinheiro. Nesses três meses, o prejuízo foi de US$ 3,99 bilhões. Ainda assim, Zuck disse que os rumores de que estaria desiludido com a tecnologia eram só isso, rumores. Via Meta, New York Times, CNBC (todos em inglês).

Disney abandona o metaverso.

Primeiro foi a Microsoft, agora é a vez da Disney dar para trás em seus planos para o metaverso.

Na demissão em massa anunciada nesta segunda (27), toda a equipe de 50 funcionários que explorava oportunidades no metaverso para a Disney foi mandada embora. O executivo que a liderava, Mike White, ficou, ainda sem outro cargo para ocupar.

É bem verdade que o assunto nunca teve muita atenção na Disney e a criação da equipe especializada em metaverso foi obra do ex-CEO. Não deixa de ser sintomático que a Disney, uma das empresas que melhor sabem contar histórias, esteja pulando do barco do metaverso. Via Wall Street Journal (em inglês).

O clima e as novidades do SXSW 2023

Neste episódio, Jacqueline Lafloufa conta, direto de Austin, no Texas, o que lhe chamou a atenção no South by Southwest (SXSW), evento de inovação que, nesta edição, foi inundado por brasileiros.

Oferecimento: As neurofiandeiras de Val

Em As neurofiandeiras de Val, livro de estreia de Rodrigo Pontes, pessoas comuns se unem com amor e inteligência para tomar o controle do seu destino. Compre no formato e-book na Amazon, por R$ 19,90, ou se preferir, inscreva-se na página do autor no site Confabulistas para recebê-lo de graça.

Apoie o Guia Prático

Na última semana, o Manual do Usuário — e, por consequência, o Guia Prático — ganhou um novo apoiador: Rodrigo C. Xavier. Obrigado!

Gosta do podcast? Se puder, apoie o nosso trabalho e ajude a mantê-lo no ar. A assinatura custa apenas R$ 9 por mês, ou menos de R$ 0,30 por dia. Se preferir, assine com desconto no plano anual por Pix, a partir de R$ 99.

Créditos

Brasil ama o metaverso? Vale a pena pagar pelo Twitter ou Instagram?

Neste Guia Prático, Jacqueline Lafloufa e Rodrigo Ghedin comentam as assinaturas pagas lançadas por Meta (Facebook, Instagram) e Twitter — a segurança como produto, as implicações do aumento da visibilidade dos usuários pagantes —, e Jacque entrevista Marcela Gava, da consultoria Gartner, para tratar de uma pesquisa que mostrou o brasileiro bastante interessado em fazer compras no metaverso.

Continue lendo “Brasil ama o metaverso? Vale a pena pagar pelo Twitter ou Instagram?”

Pesquisadores identificam usuários “anônimos” de óculos de realidade virtual com menos de cinco minutos de dados.

Tendo a Meta como grande expoente — a dona do Facebook e autora de práticas abusivas e continuadas de extração de dados pessoais dos usuários —, a privacidade em ambientes de realidade virtual (~metaverso) passa a ser um tema relevante.

Pesquisadores da Universidade de Stanford conseguiram identificar pessoas no mundo real a partir de dados extraídos de sessões curtas de realidade virtual, que não chegam a somar cinco minutos. Dos 511 participantes, 95% foram identificados. (Link para o paper, em inglês.)

Meta e HTC (fabricante do headset Vive) reservam a si mesmas o direito de compartilhar dados “anonimizados” com terceiros. Isso acende um alerta, pois de anônimos esses dados não têm nada, como demonstra o estudo.

Trata-se de mais um estudo que coloca em xeque as técnicas e garantias de anonimização, artifício usado de forma recorrente por empresas de tecnologia para repassarem dados dos usuários a terceiros. Via TechDirt (em inglês).

Meta promete “eficiência” e novo prejuízo bilionário com metaverso para 2023.

A Meta, de alguma forma, anunciou que 2023 será o “ano da eficiência” e que pretende torrar mais de US$ 14 bilhões no mesmo período com o metaverso e, em paralelo, recomprar até US$ 40 bilhões em ações. Os dados foram compartilhados pela empresa na divulgação do balanço de 2022, nesta quarta (1º).

Outro dado chocante: apesar de tudo, a família de aplicativos legados (Facebook, Instagram e WhatsApp) bateu a marca de 2 bilhões de usuários acessando pelo menos um deles todos os dias. Via Meta, The Verge (ambos em inglês).

Ações da Meta desabam após divulgação de novo prejuízo bilionário com metaverso.

Uma coisa é preciso reconhecer: o sangue frio que Mark Zuckerberg tem mantido no último ano da Meta.

Nesta quarta (26), a empresa apresentou seu balanço do terceiro trimestre. Os números vieram abaixo do esperado, Zuck avisou geral que vai continuar torrando bilhões de dólares no metaverso, mesmo com o prejuízo tendo aumentado consideravelmente e os produtos mornos que a Meta tem lançado.

Neste momento (~13h30), o papel da Meta na Nasdaq cai quase 30%, colocando seu valor de mercado abaixo dos US$ 300 bilhões. E pensar que em setembro de 2021 esta mesma empresa valia quase US$ 1 trilhão… Via CNBC (em inglês).

Meta não consegue segurar usuários no “Horizon Worlds”.

A aposta de Mark Zuckerberg é de longo prazo, o que ajuda a minimizar tropeços pontuais. É de se questionar, porém, se o que temos visto nos últimos dias são tropeços pontuais ou algo mais grave.

O Wall Street Journal obteve documentos internos da Meta apontando uma queda no número de usuários ativos mensais no Horizon Worlds, o ambiente de realidade virtual da empresa.

Em fevereiro, a própria Meta havia divulgado que o HW tinha 300 mil usuários. Segundo o documento vazado, a base diminui em 1/3, ou seja, não chega a 200 mil usuários. A meta para o ano, que era de 500 mil usuários, foi revisada para baixo com força, para 280 mil. Provável que nem isso alcance.

“Um mundo vazio é um mundo triste”, diz o documento vazado em referência aos 91% de “mundos” (ambientes construídos pelos próprios usuários) que nunca receberam mais do que 50 pessoas. A maioria, aliás, nunca recebeu sequer uma pessoa. Via Wall Street Journal (em inglês).

Comunicação no trabalho: Tem um jeito certo de fazer?

A Meta anunciou uma parceria com a Microsoft para levar as reuniões do Teams ao metaverso. É mais uma abordagem para um problema crônico e cheio de soluções no mercado: a comunicação no trabalho, no ambiente corporativo. Slack, Teams, Facebook Workplace, Google Chat, Basecamp, Discord, WhatsApp… ufa, haja ferramentas! Na prática, porém, estamos nos comunicando melhor na hora de trabalhar? É o que Rodrigo Ghedin e Jacqueline Lafloufa debatem neste podcast.

Continue lendo “Comunicação no trabalho: Tem um jeito certo de fazer?”

Meta Quest Pro e parceria com a Microsoft: O caso do metaverso no trabalho

Foto lateral de uma mulher, sentada em sua escrivaninha, usando um Meta Quest Pro com três telas projetadas à sua frente.
Foto: Meta/Divulgação.

Na abertura da Meta Connect, conferência da Meta focada em metaverso, o foco de Mark Zuckerberg foi em aplicações para o corporativo.

O Meta Quest Pro, capacete de realidade mista mais avançado do mercado, foi anunciado com preço de computador topo de linha (US$ 1,5 mil), o tipo de coisa que só entusiasta e empresa tem disposição para comprar.

E por que uma empresa compraria isso? Já existem aplicações práticas em realidade virtual, ainda que de nicho. Em outra parte da apresentação, Satya Nadella, CEO da Microsoft, apareceu para anunciar uma grande parceria entre as duas gigantes.

Quem trabalhar com um Meta Quest Pro no rosto poderá acessar o Windows 365 e o Teams em versões virtuais.

O novo capacete tem um punhado de sensores para captar e reproduzir expressões faciais, o que é legal, mas a ideia de passar horas em reuniões com um capacete que, segundo Lauren Goode na Wired, ainda deixa uma marca profunda na testa — e ainda no Teams — não me soa agradável.

A propósito, acho curioso como todas as fotos de divulgação do Meta Quest Pro são como aquela ali em cima: mostram pessoas sozinhas usando o capacete. Vi um post engraçado no Twitter (perdi o link) em que alguém falava de como é legal voltar ao escritório presencial e interagir com os colegas e, anexa ao texto, uma foto de quatro pessoas num escritório usando esses capacetes. Estranho. Será que isso passou pela cabeça do Zuck? Via Meta, @Meta/YouTube, @CNET/YouTube, Wired (todos em inglês).

Metaversos unicórnios ainda são cidades-fantasmas.

A DappRadar, consultoria especializada em aplicações de blockchain, levantou alguns números intrigantes de duas startups de metaverso, a Decentraland e a The Sandbox: os picos de audiência diária nelas foram de 675 e 4.503 usuários, respectivamente. Elas são avaliadas em US$ 1,3 bilhão cada.

A contagem da DappRadar é meio estranha, só leva em conta usuários que transacionaram nas blockchains desses ambientes — a maioria não quer/não faz negócios, só está ali para interagir e socializar.

Ao Coinbase, porém, Sam Hamilton, diretor criativo da Decentraland, disse que a média de audiência diária do metaverso da startup é de 8 mil usuários. Pouco, né?

Sim, pouco, e talvez o cenário seja o mesmo em todos esses universos supostamente “revolucionários” de realidade virtual. O Horizon Worlds, metaverso líder da Meta (aquele do gráfico feião que nem os funcionários da Meta querem usar) tinha, em fevereiro, 300 mil usuários mensais. Via Coinbase (em inglês).

Nem funcionários da Meta curtem seu metaverso.

O The Verge conseguiu uns memorandos internos da Meta, assinados por Vishal Shah, vice-presidente do metaverso da empresa, em que ele aborda um problema constrangedor: os funcionários que criam o Horizon Worlds, o ambiente virtual/metaverso da casa, pouco acessam o local.

É surreal. No segundo memorando, de 30 de setembro, Shah escreveu que a missão de todos na empresa é “apaixonar-se pelo Horizon Worlds”. E disse que vai responsabilizar os gerentes se a galera continuar ignorando o metaverso.

Em outro momento, Shah diz que o Horizon Worlds ainda não tem razão de existir:

Quero deixar isto bem claro. Estamos trabalhando em um produto que ainda não encontrou espaço no mercado. Se você está no Horizon, preciso que você abrace completamente a ambiguidade e a mudança.

Horizon Worlds, vale lembrar, é aquele aplicativo de realidade virtual que foi zoadaço mês passado depois que Mark Zuckerberg postou um print que parecia um jogo do Nintendo Wii de 2000 e bolinha. Via The Verge (em inglês).

Close no rosto sem expressão do avatar de Zuckerberg.
Imagem: @zuck/Facebook.

Zuckerberg sentiu demais as críticas ao gráfico do metaverso

Avatar de Mark Zuckerberg com gráficos melhores.
Imagem: @zuck/Instagram.

Você se lembra daquele print do metaverso (o mundo virtual Horizon Worlds, para ser mais preciso) que Mark Zuckerberg postou semana passada? É impossível esquecer aquele boneco medonho em gráfico 2000 e bolinha. Eu nem vou postar o print de novo aqui para não te traumatizar outra vez.

Então. Zuckerberg sentiu demais as críticas. Não por coincidência, na sexta (19) o CEO da Meta foi ao Instagram anunciar que “grandes atualizações no gráfico de Horizon Worlds chegarão em breve”.

Que coisa, parece criança mimada quando alguém fala que o brinquedo dela é feio e bobo e aí ela volta com outro brinquedo mais caro — e feio e bobo.

No post, Zuckerberg colocou duas imagens: a de um ambiente aberto com texturas melhores e um avatar dele próprio, meio cartunesco. Parabéns, agora está parecendo um boneco de The Sims 4. Mas… né, quem se importa.

Zuckerberg admitiu que a primeira foto postada “era bem básica”, porque “foi tirada rapidamente para celebrar um lançamento”.

Longe de mim dar pitaco de negócios a Mark Zuckerberg, mas talvez não seja uma boa postar “fotos tiradas rapidamente” de um negócio em que você apostou o futuro da sua empresa e que está consumindo dezenas de bilhões de dólares.

Via @zuck/Instagram (em inglês).

O metaverso proposto pela Meta/Facebook já nasceu morto

Vamos começar o episódio com um exercício. Eu vou ler três declarações e você vai me dizer quem falou aquilo e quando. Vamos lá:

  1. “O tablet expande o poder da computação pessoal em empolgantes novas áreas. Combinar a simplicidade do papel com o poder do computador tornará as pessoas ainda mais produtivas. Ele torna o computador uma ferramenta ainda mais valiosa para executivos que gastam tempo em reuniões e longe de suas mesas.”
  2. “Eu imagino levá-lo a reuniões, mas também me deitar com ele à noite para ler meus e-mails e um livro. Quando meu marido me lembrar que um fim de semana especial está chegando, eu posso fazer as reservas [do hotel] online.”
  3. “O tablet representa a próxima grande evolução de design e funcionalidade do computador.”

Continue lendo “O metaverso proposto pela Meta/Facebook já nasceu morto”

O gráfico do metaverso da Meta é feio demais

Imagem virtual de um avatar de Mark Zuckerberg com a torre Eiffel e uma igreja ao fundo, num gramado verde.
Imagem: @zuck/Facebook.

Para celebrar o lançamento na França e na Espanha do Horizon World, o ambiente de realidade virtual da Meta, Mark Zuckerberg postou uma imagem do seu avatar virtual e… que diabo é isso? O gráfico é tenebroso!

Vira e mexe alguém compara os esforços da Meta com o metaverso ao Second Life, o ~metaverso original lançado em 2003, mas talvez a comparação seja injusta — o Second Lifetinha gráficos menos zoados 20 anos atrás.

Não, sério: olhe bem dentro destes olhos verdes sem vida, este rosto sem expressão, as texturas piores que as daqueles joguinhos de boliche e tênis furreba do Nintendo Wii.

Close no rosto sem expressão do avatar de Zuckerberg.
Imagem: @zuck/Facebook.

É aí que você quer que a gente passe 20 horas por dia, Zuckerberg? É nisso que você está queimando US$ 10 bilhões por ano???

Boa sorte aí.

Eu tô fora.

Via @zuck/Facebook.