Prazo curto, pressão e ansiedade: a saga dos entregadores do Mercado Livre

Prazo curto, pressão e ansiedade: a saga dos entregadores do Mercado Livre, por Rogério Galindo e Flavia Barros, no Plural:

Depois da pandemia, toda grande cidade hoje tem milhares de pessoas trabalhando com entregas de mercadorias, não só para o Mercado Livre. As pessoas acostumaram a fazer encomendas via Internet e isso movimenta bilhões de reais. Só no primeiro ano da pandemia, o Mercado Livre registrou um espantoso crescimento de 185%. Hoje, com capacidade para entregar 2 milhões de pacotes por dia, a empresa, que tem sede na Argentina, se expande às pressas. A receita também explodiu: foram US$ 2,1 bilhões só no último trimestre de 2021.

Na ponta, isso significa uma só coisa: pressão para entregar tudo no prazo, ainda mais porque algumas compras oferecem ao consumidor a promessa de ter tudo em casa em poucas horas — às vezes no mesmo dia, às vezes no dia seguinte. O exército de entregadores não para de crescer — assim como o Uber no começo, hoje é para o serviço de entregas que correm muitos desempregados em busca de renda.

Mercado Livre e Shopee são os principais e-commerces nas favelas brasileiras.

As plataformas mais usadas na hora de fazer compras via internet nas favelas brasileiras Mercado Livre (49%) e Shopee (37%).

Esse dado é da Pesquisa Persona Favela, desenvolvida pelo Outdoor Social Inteligência. Do total de entrevistados, 38% disseram fazer compras via internet.

A pesquisa mapeou os hábitos de consumo via internet nas favelas brasileiras. Foram 462 moradores das 15 maiores comunidades dos municípios de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís e Belém. Via Mercado&Consumo.

Facebook/Meta, Google, Mercado Livre e Twitter manifestam preocupação com PL das fake news.

Facebook/Meta, Google, Mercado Livre e Twitter divulgaram, nesta quarta (24), uma carta aberta criticando o projeto de lei 2630/2020, o chamado PL das Fake News. No texto, as quatro empresas dizem que o PL deixou de tratar de fake news e que “passou a representar uma potencial ameaça para a Internet livre, democrática e aberta que conhecemos hoje”.

O PL das fake news deve ser votado em breve na Câmara dos Deputados, no que depender da vontade do presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL). No dia 15 de fevereiro, ele afirmou que o Plenário poderá votar o requerimento de urgência a qualquer momento. Via G1, Propmark, Câmara dos Deputados/YouTube.

Mercado Livre não tem culpa por vendedor que caiu em golpe.

O Tribunal de Justiça de São Paulo isentou o Mercado Livre de culpa em um caso em que o vendedor foi vítima de um golpe a partir de um anúncio publicado em seu marketplace. A relatora do caso, desembargadora Maria Lúcia Pizzotti, escreveu que “a transação tem altos índices de segurança, pois o pagamento, já feito, só será liberado com a confirmação pelo comprador da idoneidade do produto. É uma via de mão dupla que, contudo, não foi observada pelo autor, que sequer checou se houve pagamento antes de enviar o produto”. Via Migalhas.

Escrevi sobre esse tipo de golpe em fevereiro de 2018, quando quase me tornei vítima também. Até hoje, é um dos posts mais acessados do site e o espaço para comentários está repleto de história similares de gente que caiu no golpe.

O Mercado Livre se veste de Amazon para combater a própria Amazon

Há uma piada corriqueira sobre as relações próximas e perigosas entre grandes empresários e políticos no Brasil, contada pela primeira vez pelo engenheiro Henrique Guedes no livro Histórias de empreiteiros. Conta a história: durante a ditadura, houve um evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual de São Paulo, para empossar o novo governador. Presente à posse estava um político antigo que já tinha ocupado cargos altos na administração pública. Andando pela solenidade, o tal político antigo se encontrou com Sebastião Camargo, fundador e presidente da construtora Camargo Correia, que, àquela altura e durante muitos anos, foi a maior do Brasil. Desenrolou-se o seguinte diálogo curto, iniciado pelo político velho: — Olá, Sr. Sebastião, o senhor também por aqui? — Eu estou sempre aqui. Os senhores é que mudam.

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