Simplify devolve interfaces simples ao Gmail

Print de uma das interfaces do Simplify, com a lista de e-mails centralizada e um campo de busca no topo.
Imagem: Simplify/Divulgação.

Àqueles que realmente não simpatizam com o novo direcionamento do Gmail, mas precisam ou preferem continuar no e-mail do Google, o Simplify é uma interface mais calma, focada em e-mail, que lembra o que o Gmail já foi um dia — com algumas opções de layout à disposição.

O Simplify foi criado pelo ex-googler Michael Leggett. Ele liderou a equipe de design do Gmail de 2008 a 2012 e cofundou e liderou o design do Google Inbox, uma interface alternativa e inteligente para o Gmail, descontinuada pelo Google em 2019. São credenciais de peso. Vale dizer, o Simplify não tem qualquer ligação com o Google.

O Simplify é pago, custa US$ 2/mês (no plano anual). Uma conta comporta até 10 contas do Gmail. E é isso: não há anúncios, rastreadores, cookies ou qualquer outra interferência. É apenas uma “casca” mais agradável para acessar o Gmail. Para alguns, soa estranho pagar para acessar um serviço que é, em essência, gratuito; para mim, é a mesma lógica de pagar pelo Tweetbot ou qualquer app alternativo do Twitter: a experiência de usuário interfere muito no modo como usamos (e somos usados) por serviços digitais e, sendo assim, não me importo em pagar uns trocados para usufruir de uma mais saudável. Dica do Pedro Venturini.

Os problemas do “modo confidencial” do Gmail

Logo da EFF.A Electronic Frontier Foundation é uma organização norte-americana sem fins lucrativos que defende a liberdade e os direitos civis no mundo digital. O Manual do Usuário traduz conteúdo selecionado do blog da fundação — matérias pertinentes sobre temas importantes.

Por Cory Doctorow e Gennie Gebhart


Com o novo design do Gmail chegando a mais usuários, muitos deles tiveram a chance de testar seu novo “modo confidencial”. Embora muitos de seus recursos sejam promissores, “Modo confidencial” não oferece confidencialidade. Na melhor das hipóteses, o novo modo cria expectativas que falha em atender acerca da segurança e privacidade do Gmail. Tememos que o Modo Confidencial diminuirá as chances de que os usuários encontrem e usem alternativas de comunicação mais seguras. E, na pior das hipóteses, o Modo Confidencial impulsionará os usuários ainda mais para o jardim murado do Google, ao mesmo tempo em que oferece a eles o que acreditamos ser garantias enganosas de privacidade e segurança. Continue lendo “Os problemas do “modo confidencial” do Gmail”

Na Lava Jato, Google ensina como configurar app da rival Mozilla

Durante a Operação Integração, a mais recente fase da Lava Jato que mira em supostas irregularidades nos contratos de concessão de rodovias paranaenses, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a quebra do sigilo de e-mail de alguns investigados. Google, Microsoft, Onda, Sercomtel e Yahoo foram intimados a fornecer esses dados à Justiça. No envio do conteúdo de contas do Gmail, o Google teve um trabalho extra: ensinar como se usa o Thunderbird, aplicativo da rival Mozilla.

Continue lendo “Na Lava Jato, Google ensina como configurar app da rival Mozilla”

Menos de 10% dos usuários de Gmail usam a autenticação em dois passos.

Grzegorz Milka, engenheiro de software do Google, revelou em uma conferência de segurança que menos de 10% dos usuários do Gmail têm ativada a autenticação em dois passos.

O recurso está presente no serviço desde 2011 e oferece uma segurança extra contra acessos não autorizados. Quando a autenticação em dois passos está ativada, o usuário precisa informar, além da senha, um código descartável recebido por SMS ou gerado por um aplicativo como o Authy ou o Google Authenticator.

A autenticação em dois passos é mais popular nos bancos, que obrigam o uso de “tokens” para essa finalidade. Na prática, essa camada extra significa que, mesmo que a sua senha vaze ou seja descoberta por alguém, essa pessoa ainda não conseguiria acesso à conta a menos que tivesse seu celular ou dispositivo usado para receber os códigos descartáveis.

Ao site The Register, Milka explicou que o Google não força os usuários à configuração da autenticação em dois passos por uma questão de usabilidade: “a questão é quantas pessoas deixaríamos de fora se forçássemos elas a essa segurança adicional”. Ainda assim, é uma boa ideia ativá-la — não só no Gmail, mas em todos os serviços que oferecem esse recurso.

No Gmail/Google, a autenticação em dois passos pode ser feita nesta página.

 

Como arquivar e-mails do Gmail no app Email do Windows?.

Quem usa o Gmail se acostumou a arquivar mensagens: com esse comando elas somem da tela, mas continuam salvas no sistema, recuperáveis através da busca e dos marcadores. É uma forma de manter a caixa de entrada realmente limpa e ajuda bastante na organização.

O app nativo de e-mail do Windows suporta contas do Gmail, mas não oferece um botão para arquivar mensagens. (Uma ausência bem estranha, já que até o Outlook.com, webmail da Microsoft, tem.) Quando decidi dar uma chance a ele, isso se apresentou como um potencial impeditivo. Felizmente, há solução. (mais…)

Inbox, o novo app de e-mail do Google, leva o poder do Google Now ao Gmail

O Google tem um novo front-end para o Gmail. Chamado Inbox, é um aplicativo para iPhone, Android e Chrome feito pela mesma equipe responsável pelo Gmail. Ele repensa a interface do e-mail, acrescenta e modifica funções típicas do meio e terceiriza o gerenciamento e a descoberta de conteúdo a algoritmos similares aos do Google Now.

O app é bonito. Ele já adota a Material Design, linguagem visual que dá o tom do Android 5.0 e aos poucos se espalha nos domínios do Google. Infelizmente pode demorar para você ver toda essa beleza em movimento em seu próprio e-mail. O Inbox está sendo distribuído por convites, então é preciso esperar a benevolência da empresa (ou de um amigo que já entrou) para usufruir da novidade. Ele só funciona com o Gmail, ou seja, se você estava esperando um cliente agnóstico ou mesmo algo que funcionasse com o Google Apps, esqueça. Continue lendo “Inbox, o novo app de e-mail do Google, leva o poder do Google Now ao Gmail”

Você não precisa mais criar um perfil no Google+ para ter um e-mail no Gmail

Como inflar a base de usuários da sua rede social recém-lançada e que não caiu no gosto do povo? Se você tem um serviço muito popular, integre as duas.

É uma ideia bem ruim, mas só mais uma das terríveis que o Google colocou em prática para emplacar o Google+. Com a saída de Vic Gundotra da empresa, o serviço perdeu muita força e um tímido processo de desmantelamento foi inciado. Primeiro, perfis de autores perderam espaço nos resultados do Google. Agora, a criação de um perfil durante a criação de um e-mail no Gmail não é mais obrigatória.

A opção continua existindo, só que agora é isso: uma opção. E, conforme um porta-voz do Google disse ao WordStream, para realizar outras ações no ecossistema Google, como publicar um vídeo no YouTube ou escrever o review de um restaurante, o perfil no Google+ continua a ser pré-requisito.

Às vezes, no mundo dos negócios, é difícil decidir quando parar e quando continuar insistindo. Parece que o Google se decidiu após dois anos de intenso trabalho para emplacar o Google+. Não deu. Rumores dizem que o ótimo serviço de fotos do Google+ é o próximo que se tornará independente.

A melhor brincadeira de 1º de abril que o Google já fez

Nos últimos anos o Google se especializou em celebrar o 1º de abril, também conhecido como Dia da Mentira, com ideias cada vez mais malucas e elaboradas. Em 2014, já na véspera, 31 de março, algumas foram ao ar, como o mashup entre Google Maps e Pokémon. Este ano também marca o décimo aniversário de uma das mentiras mais incríveis da empresa — em parte, curiosamente, porque ela acabou se revelando não ser uma.

As (poucas) brincadeiras do Google até 2004

Imagem ilustrativa do Google Copernicus Center.
Google na Lua. Imagem: Google.

A primeira brincadeira do Dia da Mentira do Google data de 2000, quando a empresa lançou o MentalPlex, um sistema que prometia projetar a imagem mental dos usuários enquanto esses olhavam para um GIF animado. Dois anos depois, foi a vez do PigeonRank, um trocadilho com o PageRank, sistema que analisa e atribui peso às páginas para mostrar sempre as mais relevantes no buscador do Google.

Em 2004, foi a vez do Google Copernicus Center, uma subsidiária do Google na Lua! Foram abertas vagas de emprego com a promessa de que as operações começariam dali a três anos, em 2007.

Além dessa maluquice (convenhamos!), outro anúncio foi feito naquele ano. No comunicado à imprensa, o Google revelou que após ouvir as reclamações de uma usuária sobre os webmails da época, decidiu criar o seu próprio serviço de e-mail. “Pesquisa é a atividade online número dois — o e-mail é a número um; ‘Heck, Yeah’, disseram os co-fundadores do Google”.

Nascia ali o Gmail.

Gmail em 2004: 1 GB de espaço!? Isso é brincadeira?

Ícone do Gmail.
Imagem: Google.

Mas nascia mesmo? Parecia bom demais para ser verdade e, no contexto da época, poderia ser uma brincadeira e tanto. As reclamações da usuária (teoricamente) fictícia no comunicado eram dramas reais das pessoas que acessavam a Internet em meados da década passada:

“‘Ela reclamava sobre gastar todo o seu tempo arquivando mensagens ou tentando encontrá-las’, disse [Larry] Page. ‘E quando ela não estava fazendo isso, tinha que apagar e-mails feito louca para ficar abaixo do limite de quatro mega bytes. Então ela pediu, ‘Vocês aí podem consertar isso?””

Hotmail e Yahoo! Mail, líderes da época, eram tiranos com espaço: com 2 e 4 MB de espaço para mensagens, respectivamente, eles nos forçavam a manter uma rotina quase robótica de apagar definitivamente mensagens da caixa de entrada. Até essa época, aliás, clientes de e-mail locais como Outlook Express (RIP), Thunderbird e outros menos conhecidos hoje faziam sentido porque no computador não havia limites, logo ao baixar as mensagens do servidor rolava um grande alívio no parco espaço disponível para receber novas mensagens.

Imagine o choque que foi um e-mail, gratuito, com 1 GB de espaço? Dava para desconfiar. Muita gente desconfiou, inclusive a mídia especializada.

No Slashdot, a pergunta era “O Gmail do Google ofecerá 1 GB de espaço?” e, em uma atualização datada em 1º de abril (a notícia do Gmail foi publicada no New York Times um dia antes), a descrença se manifestou com força (grifo meu): “O site do Google agora tem um comunicado oficial, naturalmente datado em 1º de abril.”

Outra interrogação cravou seu espaço no título desta notícia do WebProNews, cujo lide pisava em ovos e tinha uma abordagem bastante precavida: “No que pode ser uma elaborada brincadeira, o Google anunciou o lançamento do GMail, um serviço de e-mail gratuito”. O Erik, ao descobrir que o Gmail era de verdade 30 minutos depois de tomar conhecimento dele, ficou desapontado: “Eu testei. Não tem nada de impressionante. Não há nada aqui que eu já não tenha visto antes”. Ah, Erik! Como assim?

Naquele mesmo dia, porém, Jonathan Rosenberg, então VP de Produtos do Google, confirmou a veracidade do Gmail a vários sites. Primeiro acessível mediante convites, depois liberado a todos, a confirmação marcou o fim do racionamento de espaço para e-mails. E fica o convite à reflexão: quantos mega bytes teríamos em nossos webmails hoje se essa história fosse apenas uma brincadeira?

À frente da sua época, e assim por muitos anos

Para os padrões da época 1 GB era um espaço tão colossal que apagar e-mails no Gmail não era uma tarefa trivial ou mesmo incentivada. O site do Gmail não tinha um botão “Delete” destacado na interface — embora existisse, ficava soterrado em um menu à parte. Só em 2006 o “Delete” ganhou um espaço mais digno na interface. A proposta do Google era que com aquele latifúndio de espaço você jamais precisaria apagar um e-mail novamente; no máximo, arquivá-lo, um conceito interessantíssimo que, infelizmente, ainda passa batido por muita gente. (Se você não arquiva mensagens no Gmail, está usando errado.)

E não era só no espaço que o Gmail se destacava. A interface, baseada em AJAX, uma técnica que permite carregar partes da página sem recarregá-la por inteiro, dava uma sensação de velocidade típica dos serviços da empresa. O Gmail era extremamente ágil, anos-luz à frente do Hotmail, na época ainda preso ao visual esquisitão do MSN, e do Yahoo! Mail com suas pastinhas a la Windows 3.11.

Hoje, aquela interface beira o ridículo, como o Mashable nos mostra nesta galeria:

Como o Gmail era em 2004.
Gmail em 2004. Imagem: Google.

Mas acredite, era um negócio simples e interessantíssimo naqueles dias mais ingênuos na web. Disso aí em cima, chegamos ao visual atual, na imagem abaixo devidamente ornamentado com uma “shelfie”:

Shelfie, a nova moda do Gmail.
Gmail Shelfie, a brincadeira de 1º de abril em 2014. Imagem: Google.

Sem falar, claro, nos apps móveis. Em 2004 não existia iOS, Android ou Windows Phone. O mercado era dominado por Symbian, BlackBerry e Windows Mobile e o estado dos apps, deprimente. Já em 2014…

App do Gmail em um tablet Android.
Gmail em um tablet Android. Imagem: Google.

Ao longo dos anos o Gmail mudou um bocado, nem sempre de forma positiva. Alguns redesigns foram duramente criticados (incluindo o atual), o uso da sua popularidade para emplacar serviços sociais do Google, como Buzz e Google+, sempre ganhou a rejeição da maioria maioria dos usuários e a concorrência, ainda que atrasada, avançou e hoje oferece serviços equivalentes — especialmente o Outlook.com, da Microsoft, que ficou bem bom depois que largou o nome “Hotmail” e passou por um banho de loja.

Se toneladas de giga bytes não são mais suficientes para prender alguém ao serviço, o Gmail apostou em outras frentes para manter sua posição de vanguarda. Ele é onipresente, acessível e continua um tanto rápido. O app para Android é exemplar e com o aumento na importância da Conta Google, inclusive servindo para login em sites e serviços de terceiros depois do Google+, um @gmail.com é passou a ser mais do que um endereço de e-mail, é uma identidade na Internet.

A lista de brincadeiras de 1º de abril do Google tem crescido ano após ano. Mas por mais malucas, surreais ou simplesmente bobas que sejam, é difícil superar a do Gmail, de 10 anos atrás. O que chega a ser irônico: a verdade, afinal, foi a maior surpresa já criada pelo Google para o Dia da Mentira.