Amazon, Meta, Microsoft e TomTom se unem para criar sistema de mapas aberto.

A Fundação Linux anunciou nesta quinta (15) a criação da Overture Maps Foundation, uma iniciativa para criar padrões abertos para mapas digitais.

Os membros fundadores são Amazon, Meta, Microsoft e TomTom — a iniciativa passa a sensação de ser uma investida da indústria para fazer frente à liderança do Google no setor.

A Overture usará dados abertos de cidades, do OpenStreetMaps e dos membros fundadores. O objetivo, segundo a Fundação Linux, é “criar dados abertos de mapas confiáveis, fáceis de usar e interoperáveis”.

A Overture em si não produzirá aplicações para o usuário final, porém. Os dados abertos gerados e organizados por ela serão usados como base para produtos baseados em mapas. O foco, ou os “clientes” da nova fundação, são desenvolvedores.

Espera-se que o primeiro conjunto de dados básicos, com camadas como prédios, ruas e informações administrativas, seja liberado no primeiro semestre de 2023. Via VentureBeat, TechCrunch (ambos em inglês).

Nos EUA, procuradores processam Google por coleta irregular de dados de localização dos usuários.

Um grupo bipartidário de procuradores-gerais estaduais norte-americanos informou na segunda-feira (24) ter ajuizado processos contra o Google em seus respectivos estados.

O motivo, desta vez, é o emprego de táticas enganosas (“dark patterns”) pela empresa para coletar dados de localização dos usuários. Mesmo quando esses usuários desativavam o compartilhamento de tais dados com o Google, a empresa continuava a capturá-los usando recursos/opções paralelas a fim de usá-los para direcionar anúncios.

Pelo Twitter, Karl A. Racine, procurador de Washington DC, disse que “desde 2014, o Google tem vigiado sistematicamente seus usuários não importa quais configurações eles façam”.

Procuradores norte-americanos têm ido com tudo atrás do Google. Um processo no Texas alega práticas comerciais abusivas em serviços como Google Ads. O Google foi pra defensiva, criticando as alegações do processo como “mais calor do que luz, nós não acreditamos que elas cumpram o padrão legal para levar esse caso a julgamento”. Via Bloomberg (em inglês), O Globo.

É possível usar o Apple Mapas mesmo com o iPhone bloqueado.

No Apple Mapas, aplicativo de mapas nativo do iOS, é possível iniciar um trajeto com orientações curva a curva, bloquear o iPhone e continuar recebendo orientações sonoras e visuais na tela. Dica do MacMagazine.

Esse comportamento é ótimo para quem anda de carro seguindo as orientações do GPS, pois caso o celular seja levado por uma daquelas quadrilhas “limpa-contas”, o celular estará bloqueado. Foi exatamente isso o que aconteceu ao vereador Marlon Luz (Patriotas), de São Paulo, quando saída da Câmara na noite de 17 de junho. Seu iPhone estava no painel do carro, com o Waze aberto, quando foi roubado por alguém. Em menos de duas horas, a quadrilha desviou R$ 67 mil das contas de Marlon. Via G1.

Infelizmente, o recurso parece ser daqueles que só a Apple pode usar. O MacMagazine fez testes com o Google Maps e o Waze, e eu, com o HERE WeGo, sem sucesso. O duro é depender do Apple Mapas, que, no Brasil, parece estar ainda está muito aquém dos concorrentes.

Sobre o rigor da ciência dos mapas da Apple

Três prints de pontos turísticos de San Francisco exibidos, em versão tridimensional, no Apple Mapas do iOS 15.
Imagens: @SnazzyQ/Twitter.

Os novos mapas da Apple de lugares onde todo mundo usa iPhone e uma casa custa no mínimo US$ 1 milhão, como a baía de San Francisco, me lembraram aquele conto curtinho do Jorge Luis Borges, Sobre o rigor da ciência, uma crítica aos limites da representação promovida pelos especialistas — que, analisada à luz desses novos mapas, torna-se quase literal.

O detalhismo dos prédios e pontos turísticos tridimensionais da Apple é encantador, mas é preciso ter sempre em perspectiva a que fim se destina um aplicativo de localização e navegação curva a curva.

É quase impossível impedir o Google de coletar seus dados de localização.

Documentos internos do Google revelados em um processo movido pelo advogado geral do estado do Arizona, em 2020, mostram que é quase impossível a um usuário deixar de compartilhar dados de localização com o Google, e que essa dificuldade é intencional. Além da coleta explícita, o Google faz uso de outros meios para obter o mesmo dado, como sinais de Wi-Fi e dados de outros sites sem ligação direta com a empresa.

Os documentos revelam, também, que quando o Google testou uma versão do Android com opções mais simples de privacidade, os usuários fizeram uso delas e tal comportamento foi encarado como um “problema”. Via Insider (em inglês).

HERE WeGo ganha novo visual

Três prints do novo HERE WeGo: 1) Novo logo e tela de abertura; 2) Visão geral do mapa de Curitiba; e 3) Detalhes de um ponto de interesse, o MASP em São Paulo.
Imagens: Here WeGo/Reprodução.

Sem alarde (sério, nem um postzinho em blog), a HERE deu uma bela repaginada no HERE WeGo, seu app de mapas e direções para celulares. Além do novo logo, a interface do app agora tem cores mais leves e, no geral, um visual mais moderno.

A grande vantagem do HERE WeGo para outros apps do gênero é que ele permite baixar mapas e pontos de interesse para ser usado sem conexão à internet. Gratuito, para Android e iOS.

Índice de isolamento social da Inloco, novembro de 2020

Mapa do Brasil à direita, com gráfico do índice de isolamento social à esquerda.
Imagem: Inloco/Reprodução.

No começo da pandemia, o índice de isolamento social da Inloco, startup recifense especializada em geolocalização, era muito citado no acompanhamento dos primeiros passos do SARS-CoV-2 no Brasil. (Até rendeu uma matéria legal aqui no site.) Com o recrudescimento da pandemia, lembrei-me dele. Embora estejamos longe da aderência das primeiras semanas, houve um sutil aumento no índice a partir da metade de novembro. Via Inloco.

A estranheza da estética algorítmica de Flight Simulator

O colunista do New York Times Farhad Manjoo publicou uma curiosa coluna sobre o novo Flight Simulator da Microsoft, jogo que usa uma grande quantidade de dados do OpenStreetMap, filtrados através do Bing Maps, para criar uma renderização tridimensional do mundo inteiro. Os dados foram traduzidos algoritmicamente em um ambiente enorme; cada casa, arranha-céu ou montanha tornado interativo. Você pode pilotar um avião virtual passando por uma réplica virtual da sua casa.

Continue lendo “A estranheza da estética algorítmica de Flight Simulator

Como a In Loco consegue saber por onde você anda sem infringir a LGPD

Muitos brasileiros descobriram a existência da In Loco, uma startup de Recife (PE), no final de março. Especializada em geolocalização e atuante no segmento B2B, a In Loco usou os dados de localização dos mais de 60 milhões de celulares que monitora para criar o Índice de Isolamento Social (IIS), um mapa dinâmico que mostra quais estados estão mais ou menos comprometidos com o distanciamento social na luta contra a COVID-19.

O mapa é impressionante. Ele demonstra precisamente quando o Brasil passou a levar a sério a pandemia (20/3) e como o pico daquele fim de semana (69,6% no dia 22), que teve na sexta-feira discurso do presidente Jair Bolsonaro se referindo à COVID-19 como “uma gripezinha” e uma entrevista sua no Programa do Ratinho, do SBT, jamais se repetiu. O mapa também é um pouco inquietante e, não bastasse isso, a In Loco firmou acordos com pelo menos 20 estados para repassar dados anonimizados e agregados para ajudar no combate à COVID-19. Em meio a tudo isso, a pergunta que fica é: como uma empresa relativamente desconhecida acumulou tantos dados de tantos celulares no país sem chamar a atenção do grande público?

Continue lendo “Como a In Loco consegue saber por onde você anda sem infringir a LGPD”

Mapa de calor do Strava aponta áreas mais “fitness” das cidades.

O Strava, um app que monitora exercícios físicos, tem um mapa global de calor com os trajetos dos seus usuários. A base para o gráfico consiste em um bilhão de atividades desenvolvidas em 27 bilhões de quilômetros, o equivalente a 200 mil anos de atividades. Outros números enormes e os detalhes técnicos da versão, que foi atualizada recentemente e está mais precisa e bonita, estão neste post. (O mapa existe desde 2015.)

O mais legal é descobrir, na sua cidade, quais as áreas mais usadas pelos  usuários do Strava para a prática de exercícios. Em Maringá, interior do Paraná, os contornos do bosque, parque do Ingá e do estádio de futebol da cidade ficam mais intensos. O velódromo, ao lado do estádio, se destaca — mas por ter mais praticantes ou porque os praticantes usam, em maior proporção e por mais tempo, o app do Strava?

Detalhe do mapa de calor do Strava fechado na região central de Maringá-PR.
Imagem: Strava/Reprodução.

Detalhe curioso: o Strava recorreu ao Mapbox e ao OpenStreetMap para gerar os mapas. Há vida além do Google Maps.

Envie um endereço do Google Maps ao celular com um clique.

O cidadão cosmopolita moderno que se lança em aventuras nas selvas de pedra precisa de toda a ajuda que a tecnologia oferece quando se confronta com o desconhecido. Em outras palavras, ter que ir a um endereço novo implica, quase que obrigatoriamente, no uso de um app de mapas. (mais…)

10 anos do OpenStreetMap

Quase passou batido, mas o Gizmodo lembrou: no último sábado o OpenStreetMap completou 10 anos de vida.

O projeto tem a ambiciosa meta de mapear o mundo e oferecer essas informações gratuitamente a quem quiser usá-las. Empresas como Foursquare e Apple, e ONGs como Médicos Sem Fronteiras e a Cruz Vermelha estão na lista de beneficiários desse trabalho que não costuma ganhar manchetes, mas funciona muito bem e é um belo exemplo de colaboração na Internet.

O vídeo abaixo mostra a evolução dos mapas do OpenStreetMap nos últimos sete anos:

OSM 10th Year Anniversary

E neste endereço dá para fazer comparações entre os mapas de 2007 e os atuais.

Agora o Google Maps informa distâncias independente de rotas

Medir distância no Google Maps agora é super simples.
Imagem: Google.

Daqueles recursos que você podia jurar que existiam, mas não, um desses para mim era a medição da distância entre dois pontos na versão web do Google Maps. Parece que isso existia como um recurso do Lab na versão antiga, mas na nova, sumiu. Tanto que não faz muito tempo fui tirar uma dúvida e… nada. No máximo, dava para fazer uma rota entre os pontos “A” e “B”, o que não é nada prático.

Desde ontem, porém, o recurso passou a existir. Basta clicar com o botão direito e, em seguida, Medir distância. Dá para colocar vários pontos no traçado, e esse não se limita a ruas — pode passar no meio das quadras, invadir rios e oceanos e tomar qualquer forma.

Via The Verge.