VAR, vigilância e subjetividade em campo na Copa do Mundo do Catar, com Hudson Martins

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Bem amigos do Manual do Usuário! No podcast desta semana, Rodrigo Ghedin e Jacqueline Lafloufa falam de futebol, ou das tecnologias que invadiram os gramados para (supostamente) tornar o jogo mais justo. E tivemos reforço: Hudson Martins, mestre em educação física pela Unicamp e coordenador geral da CBF School em Campinas (SP), entrou em campo para nos ajudar a entender os impactos do VAR dentro das quatro linhas. (E com este parágrafo, esgotei as minhas reservas de referências futebolísticas.)

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Em quatro anos, celulares com TV aberta sumiram do mercado.

Quatro anos parece pouco tempo, mas às vezes esse intervalo separa eras muito distintas.

Em 2018, celulares com TV digital estavam em alta, impulsionados pela Copa do Mundo da Rússia. Havia tantos no mercado que dava para montar listas, como esta que fizemos no jornal-que-virou-panfleto-extremista Gazeta do Povo.

A Samsung contratou o técnico da seleção brasileira, Tite, como garoto-propaganda, e o levou ao anúncio de um desses aparelhos furrebas com TV digital, um Galaxy J-qualquer-coisa.

Faz tempo que não se ouve falar em novos celulares com sinal de TV aberta. Os eventos esportivos migraram para o streaming — a maioria dos campeonatos de times, do Brasil aos europeus, é transmitida por plataformas distintas, do YouTube ao HBO Max, passando pelo Star+ (Disney).

No Brasil, a Copa do Mundo do Catar será transmitida pelo Globoplay (em 4K), segundo o Notícias da TV, e talvez em outro serviço, ainda indefinido, graças a um acordo firmado em 2021 entre Globo e FIFA (via Uol).

FIFA e EA encerram parceria; video game será rebatizado de “EA Sports FC”.

Em julho de 2023, a longeva série de jogos de futebol da EA ganhará um novo nome: EA Sports FC.

O acordo com a FIFA, que licenciava seu nome à EA há cerca de 30 anos, chegou ao fim. A FIFA queria receber mais royalties da EA (no mínimo o dobro dos US$ 150 milhões anuais que recebia, segundo o New York Times) e ter o direito de licenciar a marca para outras editoras. A EA, sem surpresa, não concordou.

A EA parece sair melhor dessa separação amigável. Ela leva toda a tecnologia e décadas de refinamento no motor do jogo, 150 milhões de jogadores e 300 acordos de licenciamento com times, ligas e confederações, ou seja, as principais perdas da EA são o nome FIFA e a marca oficial da Copa do Mundo. Via EA, New York Times (ambos em inglês).

Inteligência artificial confunde careca de bandeirinha com bola e arruina transmissão de partida de futebol

O Inverness Caley Thistle, time de futebol da segunda divisão da Escócia, protagonizou um episódio paradigmático das consequências acidentais do uso de inteligência artificial. Em meados de outubro, a equipe anunciou o sistema de câmera Pixellot, uma inteligência artificial “camera man”, que substituiria operadores humanos atrás das câmeras nas transmissões das partidas do time pelo Escocêszão. A lógica desse trabalho, afinal, é relativamente simples: basta que a câmera acompanhe a bola, certo?

Só não contavam com a careca do bandeirinha no jogo do Inverness contra o Ayr United, no dia 24 de outubro. Aos “olhos” da inteligência artificial, a cabeça do auxiliar de arbitragem era interpretada como uma bola de futebol e… bem, isso meio que arruinou a transmissão robótica. Via IFLScience (em inglês).

Os três problemas do polêmico VAR, o árbitro de vídeo do futebol

Desde que o uso do árbitro de vídeo, ou VAR (do inglês “video assistant referee”), foi oficializado, em 2016, guardo comigo diversas ressalvas sobre o protocolo. Para não ser traído pela pressa, decidi esperar. Os sucessivos questionamentos a decisões influenciadas pelo árbitro de vídeo nos últimos anos, de campeonatos regionais à final da Copa do Mundo, confirmaram as minhas inquietações iniciais.

Divido a crítica ao VAR em três blocos, ou problemas: 1) a arbitrariedade dos lances capitais; 2) a centralidade do processo na equipe de arbitragem; e 3) a impossibilidade de progresso humano dentro desse protocolo — ou a desumanização provocada pela tecnologia. Some a isso a verdade inconveniente de que, apesar das promessas e de evidências engendradas com a tortura de estatísticas, o árbitro de vídeo sequer deixa o jogo “mais justo”.

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Como eram os gadgets quando o Palmeiras foi campeão brasileiro pela última vez

O Estadão publicou uma matéria intitulada “Como eram os carros quando o Palmeiras foi campeão brasileiro pela última vez”. Cumprindo com meu dever jornalístico, averiguei que isso aconteceu em 1994 e que a matéria se justifica devido à forte probabilidade do time paulista ser, 22 anos depois, mais uma vez campeão brasileiro de futebol.

Confesso que gastei mais tempo pensando na lógica do jornal do que no conteúdo — que nem traz detalhes, só fotos dos carros; clássico clickbait. Concluí que não tem nexo algum, o que a torna sensacional! Continue lendo “Como eram os gadgets quando o Palmeiras foi campeão brasileiro pela última vez”

Adidas lança bola de futebol inteligente

Talvez este um daqueles momentos onde paramos e nos perguntamos se fomos longe demais.

A miCoach Smart Ball sincroniza com o iPhone via Bluetooth e mensura a força, distância e os giros dos chutes, colocando tudo isso em gráficos e ajudando o atleta de fim de semana a melhorar suas habilidades. Como tem bateria, precisa ser recarregada. Sim, você recarrega… uma bola.

O que mais chama a atenção é que a Adidas direciona essa bola inteligente a jogadores de fim de semana, não aos profissionais. Na matéria do Engadget, Christian DiBenedetto, diretor de inovações sênior da Adidas, vislumbra um futuro onde bolas do tipo serão usadas em jogos profissionais, fornecendo dados em tempo real para deleite de torcedores e técnicos.

Os números não previram o resultado de Brasil vs. Alemanha

Nate Silver:

O preditor de partidas Soccer Power Index (ISP), que usa uma distribuição de Poisson para estimar a variedade de placares possíveis, deu à Alemanha apenas 0,022% de probabilidade (cerca de uma chance em 4500) de marcar sete ou mais gols. Da mesma forma, o SPI deu à Alemanha 0,025% de probabilidade (uma chance em 4000) de derrotar o Brasil por seis ou mais gols.

Nate ficou famoso por cravar previsões com base em números. A previsão do FiveThirtyEight para a semi-final era de 65% de chances do Brasil ganhar.

Mais uma vez o fator humano subverteu a lógica e a frieza dos números.

Na conclusão ele diz que o mercado de apostas ofereceu previsões mais certeiras, nesse caso, que os índices costumeiramente usados (ISO e ELO), além de alguns números que, como a ele, também me surpreenderam. Ou vai dizer que você sabia que o Brasil deu mais chutes a gol e teve mais posse de bola?

Brasil e Alemanha, em números.
Imagem: FIFA.

Prepare-se para a Copa: apps e lembretes para não perder os jogos e ficar por dentro de tudo

Estive lendo algumas coisas, analisando uns acontecimentos e conversando com meus informantes, e a essa altura é seguro dizer: vai ter Copa sim! Em 2014 o coração continuará na ponta da chuteira, os pés, tocando a bola, e é bem provável que as mãos estarão mexendo no smartphone durante o show do intervalo.

O futebol é ingrato com a tecnologia. Com uma ou outra exceção, a FIFA barra a maioria das tentativas de modernizar o esporte a fim de mantê-lo praticável em locais e/ou condições desprivilegiados, o que é compreensível. Fora dos gramados, longe do rigor da entidade máxima do futebol, o aparato high tech encontra menos amarras e nesta edição do torneio será difícil perder os lances da partida e bem mais fácil atualizar a tabelinha (digital e on the go, claro) depois dos jogos.

Baixei e testei alguns apps futebolísticos para as três principais plataformas móveis: Android, iOS e Windows Phone. Não tem smartphone? Sem problemas, dá para se manter informado e até assistir aos jogos na íntegra pelo computador. Reuni, ainda, as formas mais simples de puxar para a sua agenda de compromissos os dias e horários de todas as partidas. Por fim, testei (ou quase isso) os sistemas de interatividade das emissoras de TV, a alardeada “segunda tela” que começa a ganhar contornos mais fortes e investidas oficiais e organizadas no Brasil. Vai ter Copa sim, e será muito legal!

Os apps campeões da Copa

Às vésperas do início da competição, estava esperando uma enxurrada de apps temáticos. Eles até existem, mas não é muito difícil separar o joio do trigo sem ter que recorrer ao download: muitos apps, especialmente no Windows Phone, são feios de doer. Mais capricho em 2018, pessoal!

Como a maioria é redundante e não há muito sentido em ter dois ou mais aplicativos apitando antes de cada partida e a cada gol marcado, separei o que de fato vale a pena em cada plataforma. Vamos lá? Então vamos.

iPhone: FIFA e Guia Descomplicado da Copa

App oficial da FIFA no iPhone.
Screenshots do FIFA para iPhone.

O app da FIFA para o iPhone é muito legal. Ele já recebeu a atualização preparatória para a Copa do Mundo, que entre outras coisas traz um visual mais refinado, acompanhamento de seleções, tabelas, estatísticas e todas aquelas coisas que os fanáticos pelo esporte adoram.

Nesse app ainda rolam notícias, comentários dos usuários e a eleição dos craques de cada partida. Uma característica rara é poder acompanhar mais de uma seleção ao mesmo tempo; na maioria dos apps, você escolhe uma no início e fica limitado a ela. Existem anúncios, mas eles são discretos e, aparentemente, estáticos — são só banners ou selos dos patrocinadores oficiais do evento. É um dos mais completos disponíveis.

Foto feita no Guia Descomplicado da Copa.
VAI TER COPA SIM

Outra opção é o Guia Descomplicado da Copa, desenvolvido por Rodrigo Duarte da Igniscode. A apresentação é bem bonita, ainda que lembre o plano de fundo padrão do Galaxy S5, cheio de polígonos coloridos. Mais simples e direto, o Guia traz lembretes dos jogos, as sedes, tabelas, enfim, o cardápio básico de apps do tipo, com uma bônus: molduras para tirar fotos e espalhar nas redes sociais.

Agora vai, Brasil!

A Siri também já está atualizada, mas sem a proatividade do Google Now (veja abaixo). Pode ser útil para saber o horário de alguma partida e, imagino, resultados também:

Android: Google Now, OneFootball e UOL Copa

Tinha esperanças de ver mais apps legais no sistema do Google, mas não parece ser o caso — o da FIFA, até a publicação desta matéria, ainda não tinha sido atualizado. Calhou de ser o próprio Google a melhor opção.

O Google Now já está sabendo do torneio. Além de responder perguntas, também dá para indicar ao assistente as seleções que você deseja acompanhar. O funcionamento deve ser semelhante ao que já rolava com times, ou seja, o Now avisará quando as partidas estiverem começando, gols forem feitos e os resultados ao apito final do árbitro. Isso também funciona no iPhone, basta instalar o app do Google.

Se você prefere algo mais tradicional, minha indicação é o OneFootball Brasil. Ele é multiplataforma: tem também para iPhone e Windows Phone. No Android, ante a falta de adversários à altura, ele se destaca.

Neste app, desenvolvido na Alemanha e patrocinado pela Volkswagen, o leque de recursos básicos em apps da Copa está presente. Tem notícias também, e a promessa de acompanhamento ao vivo das partidas. O visual não é muito inspirado, mas pelo menos é bem feito, coisa rara no universo de apps analisados.

O OneFootball é uma das opções multiplataforma.
Screenshot do OneFootball Brasil para Android.

Outra alternativa é o UOL Copa (também tem versão para iPhone e Windows Phone). Consegui testar de antemão o mecanismo de acompanhamento ao vivo das partidas na pelada entre Itália e Fluminense, e é bem bacana: além dos lances, o app puxa comentários dos especialistas em futebol do portal, tuítes relacionados e traz um botão “estou vendo na TV” que remove do stream informações óbvias para quem está assistindo à partida. De quebra, traz reportagens em vídeo, fotos e o conteúdo dos blogs do UOL.

Windows Phone: Copa2014 e Bing Esportes

Cartão amarelo para o Windows Phone! Apps bem feios disputam a tapa a atenção do torcedor sofredor. Mesmo alguns que não fazem feio no Android e no iPhone, como UOL Copa e OneFootball Brasil, marcam gols contra aqui. Felizmente, Microsoft e Revolution Software salvam o sistema do vexame com dois belos chutes no ângulo!

(Vou parar com as analogias futebolísticas, prometo.)

O Bing Esportes, que deu um nó no cérebro aqui porque agora se chama só Esportes e mudou de lugar no menu, tem um módulo da Copa do Mundo com aquele feijão com arroz: tabela, estatísticas, notícias, informações dos times e sedes, datas e horários dos confrontos etc. Basta atualizar, se ainda não fez isso, e encontrar a competição nos menu do app.

Simples, mas competente.
Screenshots do Copa2014.

A melhor recomendação, porém, é o Copa2014, desenvolvido pela misteriosa Revolution Software. A interface é linda, com desenhos, cores e tipografia de muito bom gosto, tem bloco dinâmico, e permite filtrar as datas e horários pelo time escolhido. Ele é extremamente básico, mas antes fazer pouco e fazer bem, do que tentar abraçar o mundo e não conseguir.

A Copa do Mundo no PC

A FIFA não deixa entrar com PCs e tablets nos estádios, mas fora dele quero ver o Blatter me impedir de usar a minha máquina!

Screenshot de uma pesquisa no Google por 'copa do mundo'.
Copa do Mundo nos resultados do Google.

Pois bem, o Google é seu amigo até na hora de torcer. Além do Google Now o buscador também entrega informações por texto, e isso vale para o desktop. Basta digitar “copa do mundo” e ele retorna uma tabela estilizada com datas e horários, classificações dos grupos e o mata-mata da segunda fase. Para quem estiver usando um Chromebook ou em qualquer outro computador, essa é uma das opções mais rápidas para se inteirar. Para algo mais elaborado, veja a bela tabela do UOL.

Portais e sites especializados em futebol, como Impedimento e Trivela, merecem uma olhada para entender melhor o contexto das partidas e as análises táticas. Eu, que não sou muito chegado em mesa redonda, não perco uma edição do Falha de Cobertura, com Daniel e Cerginho:

FALHA DE COBERTURA #16: Clipe da Copa 2014

O Globo Esporte fará streaming ao vivo de todos os 64 jogos, ótimo para quem está longe da TV, ou não tem TV (oi!), e não quer perder os lances.

Se você assina a ESPN, tem no Watch ESPN (além da web, com app para iOS) uma alternativa à narração do Galvão, o mau humor do Arnaldo e os comentários sagazes do Ronaldo FENÔMENO Nazário.

Todos os jogos na sua agenda

No smartphone o Google Now deve ser suficiente para lembrá-lo dos jogos. Quem prefere a boa, velha e mais organizada agenda, tem algumas opções.

Curiosamente, a do Google Agenda só é “ativável” em um computador, usando o bom e velho navegador desktop. Os passos, ensinados pelo Android Central, consistem em abrir o site, clicar na seta do “Outras agendas”, no canto esquerdo, depois em “Adicionar por URL”. No campo que surge, cole esta linha:

Clique no botão “Adicionar agenda” e corra para o abraço, meu amigo. Caso fique de saco cheio, basta apagar a agenda no gerenciador delas, e todos os eventos (são muitos, três jogos por dia na primeira fase!) sumirão.

Como colocar a Copa do mundo na sua agenda.
Os dois passos para levar os jogos da Copa ao Google Agenda.

No iPhone, uma opção mais classuda é incluir um calendário de interesses no Sunrise, o app de agenda favorito da casa. Para isso, entre nas configurações, depois em “Interesting Calendars” e, na tela seguinte, em Copa do Mundo. O app te dá a opção de baixar todos os horários da Copa ou apenas uma versão parcial, com os times selecionados. Depois, junto ao dia e horário das partidas, ele mostra os resultados delas direto da visualização dos compromissos. Um golaço do Sunrise.

Sunrise traz os dias e horários dos jogos.
Calendários de interesses no Sunrise do iPhone.

E no Android? O Sunrise foi lançado no Android recentemente, mas dois recursos, os calendários de interesses e a compatibilidade com servidores Exchange, ficaram de fora. Mandei um e-mail para os desenvolvedores perguntando quando essas coisas serão disponibilizadas no sistema do Google e a resposta foi… um dia. A compatibilidade com Exchange é prioridade e os calendários de interesses, de acordo com Pierre Valade, “está totalmente na lista de coisas a acrescentar”.

Segunda tela na Copa do Mundo

Xingar o time adversário ou reclamar do gol que o Neymar perdeu no Twitter é meio… limitado. O conceito de segunda tela ainda tem muito chão a percorrer e duas emissoras já dão os primeiros passos dessa jornada por aqui, de olho na atenção que a Copa gera e nas condições mais favoráveis em relação a 2010. Carlos Augusto, gerente de marketing de consumo da Intel, explica em um comunicado que “a infraestrutura de servidores que alimenta o sistema também está mais rápida, o que significa um mundo de possibilidades — assistir as jogadas ao vivo, de várias câmeras diferentes, em várias telas diferentes, comentando e interagindo com os amigos, tudo ao mesmo tempo.”

Com o ESPN Sync, os assinantes podem interagir com as transmissões mandando perguntas, votando nos jogadores e lendo estatísticas em tempo real, sem depender da boa vontade do operador de GC do canal. Ah, e a programação esportiva também se faz presente, com a possibilidade de agendar lembretes — esses recursos dispensam o login/assinatura.

Mais democrático, o app da Globo (iPhone, Android) é, também, mais simples. As funções são similares às do da ESPN, e tem uma espécie de área de comentários maluca, integrada ao Twitter, onde o povo fica conversando o dia todo.

Da SporTV, vem a promessa de jogos ao vivo através do app SporTV Ao Vivo na Copa do Mundo. Mas atenção: no iOS, ele só funciona no iPad. Também tem versão para Android e nenhum indicativo de que é preciso ser assinante do canal na TV ou qualquer outro pré-requisito para usufruir das transmissões ao vivo.

Para quem assistirá na TV, o SporTV Estatísticas na Copa do Mundo da FIFA (iOS, Android) oferecerá estatísticas em tempo real durante os jogos, e comparações entre seleções e jogadores após as partidas.

O banho de água fria vem da Microsoft: o empolgante Destination Brazil coloca direto na TV informações contextuais, a cornetagem das redes sociais, lembretes e até uma série exclusiva, estrelada por Thierry Henry e Edgar Davids, em busca do próximo Messi nas ruas de algumas cidades espalhadas pelo mundo. Tudo muito bom, tudo bem legal, mas o problema é que o Destination Brasil não foi disponibilizado no… Brasil. Coerência, cadê você?

Destination Brazil

Vai ter Internet nos estádios?

No leilão do espectro 4G no Brasil, uma das exigências da Anatel era que as vencedoras cobrissem no mínimo 80% das áreas urbanas com mais de 500 mil habitantes até o início da Copa do Mundo, o que abrange todas as cidades-sede e sub-sede. Segundo a SinditeleBrasil, o sindicato das operadoras de telefonia móvel, a meta foi alcançada aos 45 do segundo tempo.

Só que como qualquer um que já esteve concentrado com muitas pessoas sabe, nem sempre a infraestrutura das operadoras dá conta da demanda. A saída é encher os estádios com antenas Wi-Fi. Tudo certo? Calma aí. Seis estádios, metade dos que serão utilizados na competição, não terão esse reforço graças a atritos entre as administradoras deles e as operadoras — nas palavras de Eduardo Levy, presidente da Sinditelebrasil. Em São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba e Natal, os torcedores poderão ter dificuldades para acessar a Internet.

Se bem que com as regras rígidas da FIFA imposta aos torcedores, que inclui proibições quanto à publicação de conteúdo multimídia e até dos resultados parciais das partidas, talvez não faça tanta falta. Como ou mesmo se esse controle será feito, é outra história.

E em casa, no bar, na torcida, como me portar?

Bela foto de um estádio lotado.
Foto: Crystian Cruz/Flickr.

Chame os amigos, estoure uma pipoca e esqueça um pouco o celular. Toda essa interatividade é legal, mas nada disso supera a torcida à moda antiga, a celebração do esporte através da amizade. O smartphone será um fiel ajudante antes e depois dos jogos. Durante? Deixe-o no bolso. Ele não se importará e, de quebra, ficará a salvo de arremessos acidentais na hora de gritar GOOOOOOOOOOL!!! e daqueles banhos acidentais em copos de cerveja.