Fairphone 3, de 2019, terá atualizações do Android até 2026.

O Fairphone 3, lançado em 2019, acabou de receber o Android 13 e uma extensão de dois anos de suporte em cima do prazo original, de cinco anos.

O celular de 2019 do Google, que desenvolve o Android, o Pixel 4, parou de receber atualizações em outubro de 2022. A Asus, que acabou de lançar o Zenfone 10, só promete dois anos de novas versões do Android. Se a Fairphone consegue, o que falta às outras fabricantes? Via Ars Technica (em inglês).

A sustentabilidade dos fones de ouvido sem fio da Fairphone.

Causou estranheza, no anúncio do Fairphone 4 5G, a ausência do conector de 3,5 mm para áudio. Afinal, a (empresa) Fairphone quer ser referência em sustentabilidade. Para complicar um pouco mais, a Fairphone anunciou na mesma ocasião um par de fones de ouvido sem fio, uma categoria que se tornou muito popular desde o lançamento dos AirPods originais da Apple, ainda que sejam um desastre ambiental por não ter baterias substituíveis. A bateria não segura mais carga? Joga fora e compra outro.

A Fairphone alega que seus fones de ouvido são mais sustentáveis que os outros. Em comunicado enviado à imprensa, afirmou que usa 30% de plástico reciclado nos próprios fones e na caixa e que o ouro usado no produto vem de fornecedores certificados. O texto reconhece que a baixa longevidade das baterias é “o maior problema” em fones sem fio, e o ataca “aumentando significativamente a vida útil da bateria”, a um nível sem paralelo na indústria.

Quanto mais? O texto não dizia, então perguntei. Em resposta ao Manual do Usuário, a Fairphone afirmou que “espera que a longevidade da bateria aumente em mais de 100%”, observando, porém, que esse número está diretamente relacionado à frequência de uso e de recargas feitas pelo usuário.

Aproveitei a oportunidade para perguntar das baterias, se elas são substituíveis ou se, após desgastarem, a única saída é jogar os fones fora. A resposta:

Esses fones de ouvido podem ser encarados como o primeiro passo em uma jornada para aumentar o nível de sustentabilidade neste popular segmento de áudio. Por isso, no momento, elas [as baterias] não são reparáveis, mas isso é algo em que estamos atentos para o futuro.

Continua estranho. Os fones de ouvido sem fio da Fairphone serão lançados na próxima segunda-feira (1º), por € 99,95 (~R$ 620).

Fairphone 4 5G

Imagem do Fairphone 4 5G de frente e de costas, na cor cinza.
Imagem: Fairphone/Divulgação.

A Fairphone, fabricante de celulares modulares e sustentáveis sediada na Holanda, anunciou nesta quinta (30) o Fairphone 4 5G, primeiro celular 5G modular do mundo. O aparelho começa a ser vendido no dia 25 de outubro, apenas na Europa, em duas configurações (6 GB/128 GB e 8 GB/256 GB de RAM/espaço), ambas equipadas com um chip Snapdragon 750G, e sai de fábrica com o Android 11 e a promessa de no mínimo receber atualizações até 2025, talvez até 2027 “apesar do fim do suporte do fornecedor do chipset”. O Fairphone 4 5G custará € 579 ou € 649 — cerca de R$ 3,6 mil e R$ 4 mil. Via Fairphone (em inglês).

A loja de apps para Android de um mundo ideal existe

Um dos grandes diferenciais do Android em relação ao iOS que ainda resistem à convergência dos dois sistemas, que a cada nova versão ficam cada vez mais parecidos, é o suporte a lojas de aplicativos alternativas. Se no iOS você só pode baixar apps da App Store, no Android é possível instalar lojas alternativas. Não é simples habilitá-las e a hegemonia da Play Store, a oficial do Google que já vem pré-instalada, deixa pouco espaço para rivais, mas a possibilidade existe e viabiliza o surgimento de pequenas pérolas, como o F-Droid.

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Achados e perdidos #4

Toda semana acumulo links curiosos, vídeos ou coisas legais, mas que achei não valiam uma notinha. Descaradamente inspirado pelos link packs da Tina, decidi reuni-los numa lista e publicá-la aqui.

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Fairphone 3+ Durability Test! - it feels like cheating...

— Zack Nelson tem um popular canal no YouTube em que testa a durabilidade de celulares. Ele pôs as mãos no Fairphone 3+ (em inglês), o celular modular e sustentável da empresa homônima. Ficou impressionado. [Dica do Caio Volpato no grupo do Telegram para apoiadores.]

Um “Google Earth” com rádios do mundo inteiro. Aponte para um local e ouça as rádios de lá.

— Aqui no Manual do Usuário: em vídeo, digo se aprender um idioma no Duolingo funciona. No Guia Prático (podcast), eu e a Jacque falamos de empresas de tecnologia na bolsa e o fim da gratuidade do LastPass.

— Um ex-executivo da Microsoft está gastando uma nota alta e desenvolvendo novas tecnologias para tirar fotos em altíssima resolução de flocos de neve (em inglês). Lembrei daquela passagem do livro/filme O Círculo em que a empresa de tecnologia tem entre seus projetos contar todos os grãos de areia do Saara. [Dica da Diana.]

— O site da Berkshire Hathaway parou nos anos 1990 e é maravilhoso. Detalhe para a mensagem de rodapé sobre o visual da ~página WEB.

Um aplicativo para macOS (gratuito) que troca o ícone da bateria por outro igual, só que com uma carinha :)

— Uma proposta para que o emoji de pizza tenha coberturas variadas. Cadê as de frango com catupiry e estrogonofe? ?

— Dois times de futebol da Noruega se enfrentam na realidade mista: os jogadores estão em campo, mas todos usando óculos de realidade virtual mostrando a partida de cima. Dá “tilt” no cérebro. (A brincadeira foi feita em 2015.)

— O notebook Vaio Z é feito de fibra de carbono contornada. (Outros modelos que usam essa fibra, como a linha XPS da Dell, têm a base de plástico ou metal.) É levíssimo, durável e caro: nos EUA, ele começa em US$ 3.579 (cerca de R$ 19,5 mil).

— “Já reparou que conversar nas redes sociais é mais ou menos como você tentar falar com um um amigo com a TV ligada?”

Bloco de notas #5

Notas curtas e curiosidades do mundo da tecnologia que publicaria no Twitter se o Twitter fosse uma rede legal. (Não é.)

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Um smartphone feito com matéria-prima acompanhada desde a origem, muita reciclagem, que fiscaliza e tenta melhorar as condições de vida dos funcionários de chão de fábrica e feito para durar por anos graças a uma engenharia modular que permite trocar peças defeituosas ou defasadas sem se desfazer das demais. Esta é a premissa da fabricante holandesa Fairphone que, nesta semana, lançou a terceira versão do seu smartphone [TechCrunch, em inglês]. A expectativa do fundador e ex-CEO da Fairphone, Bas van Abel, é de vender 200 mil aparelhos por ano e, mais importante que isso, trazer à luz os problemas que sua empresa ataca. O Fairphone 3 será vendido apenas na Europa pelo preço sugerido de € 450 (cerca de R$ 2 mil).

→ A indústria da tecnologia está intimamente ligada à da mineração, que degrada o planeta e, não raro, submete sua mão de obra a situações desumanas. Falamos deste assunto em um Guia Prático no início do ano.

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