Eleições e política no TikTok, com Lux Ferreira

Neste episódio do podcast, converso com Lux Ferreira, pesquisadore que publicou, via InternetLab, uma netnografia do uso do TikTok para comunicação política na campanha eleitoral de 2022, no Brasil. Leia o relatório na íntegra.


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O papel da big tech nas eleições brasileiras de 2022, parte 1

Perto das 19h30 do dia 1º de dezembro de 2022, o coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, abriu o WhatsApp e gravou uma mensagem de áudio para um colega do Exército. Nela, não existe espaço para subjetivo: Lawand clama para que “ele dê a ordem que o povo tá com ele”.

O “ele” na mensagem se referia ao ainda Presidente da República, Jair Bolsonaro, a um mês de sair do Palácio após ser derrotado nas urnas cinco semanas antes pelo agora presidente Lula. O destinatário da mensagem de Lawand era o tenente-co­ronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid era uma espécie de braço direito, faz-tudo do ex-presidente — onde estava Bolsonaro, estava Cid a tiracolo carregando pasta, celulares e afins.

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Primeira multa da ANPD é por spam eleitoral via WhatsApp.

A primeira multa aplicada pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) foi a uma empresa de Vila Velha (ES), a Telekall, que ofereceu listas de contatos de WhatsApp para spam eleitoral a candidatos de Ubatuba e Campinas (ambas em SP), nas eleições municipais de 2020. Íntegra do relatório de instrução (PDF). No total, R$ 14,4 mil, mais uma advertência. Via Convergência Digital.

TSE aprova regras mais duras para combater desinformação eleitoral no segundo turno.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou uma resolução que endurece o combate à desinformação nas eleições a dez dias do segundo turno. Na avaliação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, após um bom primeiro turno nesse sentido, o segundo tem sido um desastre.

São várias medidas que têm a intenção de acelerar a remoção de conteúdo que desinforma deliberadamente e frear canais e veículos que agem de má fé, como a Jovem Pan e canais bolsonaristas do YouTube.

Plataformas de vídeo — YouTube, Kwai e TikTok — têm sido as principais fontes de dores de cabeça.

Há quem diga que as novas regras chegaram tarde e me pergunto, sem desmerecer o trabalho que tem sido feito nem sua importância, se isso não é enxugar gelo. O ambiente está contaminado por uma força política mitomaníaca que, infelizmente, conseguiu enganar metade do país.

Para ler o que muda, sugiro as coberturas dos veículos ao lado. Via Folha de S.Paulo, Jota, Núcleo.

Só existe um futuro para o Brasil, e ele passa pela eleição de Lula neste domingo

Em março de 2021, quando o Brasil enfrentava uma das ondas mais mortíferas da pandemia de covid-19, o presidente Jair Bolsonaro imitou uma pessoa com falta de ar ao criticar declarações do ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta. Ele viria a repetir a cena dois meses depois.

As performances de Bolsonaro talvez tenham sido a manifestação mais perversa da sua conduta absolutamente errática à frente do país na pior crise sanitária do último século, mas não foi a única, nem a mais grave.

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Falando (ou não) de política em grupos de WhatsApp

Neste Guia Prático, Rodrigo Ghedin e Jacqueline Lafloufa revelam como lidam com as difíceis e por vezes inevitáveis conversas de política em redes sociais e grupos de WhatsApp. Vale a pena confrontar notícias falsas? Melhor perder a amizade que deixar a “fake news” correr solta? Como denunciar conteúdos ilegais sem se indispor com o seu tio reaça?

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TikTok e Kwai levam desinformação sobre urnas e Forças Armadas ao WhatsApp

Selo de republicação da Agência Pública.Esta matéria foi produzida pela Agência Pública, a primeira agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos do Brasil.

Por Laura Scofield e Nathallia Fonseca.

“Togados, vagabundos, preparem-se”, alertou um homem em um vídeo feito no Kwai, rede social chinesa que existe para criar e compartilhar vídeos curtos. “Nós não vamos só invadir o STF [Supremo Tribunal Federal] não, nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo”, ameaçou.

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Eu estou exercendo a minha liberdade de expressão e fazendo uso da minha propriedade privada.

— Gabriel Baggio Thomaz, o filósofo de Curitiba que registrou o domínio bolsonaro.com.br e o transformou em uma peça artístico-jornalística anti-bolsonarista.

Gênio. Via Veja.

O site não está entrando mais, deve ter sido derrubado. A Wayback Machine salvou cópias dele, porém.

WhatsApp adia para 2023 recurso de “Comunidades” no Brasil.

O WhatsApp/Meta acatou a recomendação do Ministério Público Federal (MPF), feita no final de julho, e adiou o lançamento do recurso de Comunidades no Brasil para 2023.

A recomendação do MPF foi feita a fim de evitar que as Comunidades, que multiplicam o total de contatos alcançáveis em grupos no WhatsApp, contribuísse com manifestações violentas como as vistas no pós-eleições norte-americano, em 6 de janeiro de 2021.

Um porta-voz da Meta disse que “não temos a expectativa de lançar ‘Comunidades’ no Brasil antes de 2023”. Via G1, Folha de S.Paulo.

Eleições 2022: O que pode e o que não pode na internet

Neste Guia Prático, Rodrigo Ghedin e Jacqueline Lafloufa recebem Francisco Brito Cruz, diretor executivo do InternetLab, para uma conversa a respeito da campanha eleitoral na internet, um verdadeiro guia prático do que você pode e não pode fazer para apoiar seu candidato (ou tirar voto do adversário) sem infringir a legislação eleitoral, com muito embasamento e exemplos para facilitar a compreensão.

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Pesquisadores brasileiros publicam carta em defesa da soberania digital.

Mais de 90 pesquisadores brasileiros assinaram uma carta endereça ao candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em defesa da soberania digital. A carta critica a dependência do Brasil de soluções prontas estrangeiras fornecidas pela Big Tech e oferece uma lista de sugestões para reverter esse cenário. Via The Intercept Brasil.

Governo Federal nega acesso a peças de campanhas milionárias durante período eleitoral

Selo de republicação da Agência Pública.Esta matéria foi produzida pela Agência Pública, a primeira agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos do Brasil.

O Ministério das Comunicações está barrando o acesso a dados públicos e usando o período eleitoral como justificativa. Através da Lei de Acesso à Informação (LAI), a Agência Pública requisitou o acesso às peças produzidas nas campanhas “Governo Honesto, Trabalhador e Fraterno”. No início de agosto, revelamos que o governo pagou quase R$ 90 milhões neste ano para agências de publicidade realizarem as três campanhas.

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“Gamers ajudam a alimentar máquina de desinformação”, diz professor

Selo de republicação da Agência Pública.Esta matéria foi produzida pela Agência Pública, a primeira agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos do Brasil.

Jogos de aventura, de futebol ou de guerra? Independentemente do estilo favorito, alguns grupos de jogadores estão servindo como megafone de intolerância e perseguição. É o que diz Ivan Mussa, professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e autor do artigo “Ódio ao jogo: cripto-fascismo e comunicação anti-lúdica na cultura dos videogames”, que investiga o uso de jogos para propagar o discurso da extrema direita.

Em conversa com a Agência Pública, Mussa explica como o fenômeno chegou no Brasil e aproximou a comunidade gamer ao bolsonarismo, transformando o grupo em um de seus principais aliados nas eleições de 2018.

Leia os principais trechos da entrevista:

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Redes sociais não dizem se estão investindo em moderação para as eleições 2022.

A Folha de S.Paulo contatou seis empresas responsáveis pelas maiores plataformas sociais no país: Meta (do trio Facebook, Instagram e WhatsApp), TikTok, Telegram, Twitter, Kwai e YouTube.

O jornal paulista queria saber detalhes dos preparativos para o período eleitoral. Entre outras perguntas, qual o tamanho da equipe de moderação que fala português do Brasil e investimentos feitos em pessoal na moderação e nos sistemas automatizados.

Telegram não respondeu. As demais tangenciaram e, embora tenham dado retorno, não responderam as perguntas diretamente.

Apenas o Twitter confirmou, ainda que de forma vaga, que durante as eleições dedica “mais esforços desses e de outros times, que incluem brasileiros, para monitorar as conversas”. Via Folha de S.Paulo.