Depois de 40 anos, Word enfim ganha atalho para colar texto sem formatação.

Levou apenas 40 anos para o Word, da Microsoft, ganhar um atalho para colar texto simples, sem formatação. Anote aí: Ctrl + Shift + V no Windows, Cmd + Shift + V no macOS.

No anúncio, a gerente de produtos da Microsoft, Ali Forelli, questiona:

Não seria ótimo se você pudesse copiar e colar texto de um site no seu documento e ele ficasse legal? Imagine não ter que remover manualmente a formatação do original, como tamanho, fonte ou cor de fundo.

Sabe o que seria ótimo? Se a opção de copiar sem formatação fosse padrão. (Sei que dá para mudar nas configurações, mas o padrão é o que importa.) Não consigo me lembrar de uma situação sequer em que eu quisesse colar um texto copiado da web com a formatação original.

Em tempo: no macOS, o atalho universal Cmd + Option + Shift + V faz esse colar sem formatação. (Aparentemente, não funciona no Word/aplicativos da Microsoft.) No Windows, navegadores como Firefox e Chrome têm o atalho que chega agora ao Word. Se quiser algo abrangente, porém, um pequeno utilitário gratuito, o PureText, permite criar um atalho universal. Via Microsoft 365 Insider (em inglês).

E eu achando que o anúncio do Notion, no ano da graça de 2022, de que agora era possível selecionar trechos parciais de dois parágrafos era o ápice do “progresso”. Via Microsoft (em inglês).

Bloco de notas ganhará abas no Windows 11

Print do Bloco de notas do Windows 11, em modo escuro, com duas abas.
Imagem: Windows Central/Reprodução.

Interrompo o recesso do Manual para dar uma notícia de última hora: o Bloco de notas do Windows 11 ganhará suporte a abas em algum momento próximo.

Um funcionário da Microsoft postou um print do aplicativo exibindo duas abas. (A janela também apresenta uma faixa vermelha em que se lê “Confidencial: Não debata os recursos nem tire prints”. Ops!)

Aplicativos similares ao Bloco de notas de outros sistemas operacionais, como o Editor de Texto do macOS e do Linux/Gnome (apps diferentes, apesar do mesmo nome), trabalham com abas há tempos. Nunca vi muita utilidade nelas nesse contexto, mas talvez seja só o meu fluxo de trabalho. Via Windows Central (em inglês).

Obsidian chega à versão 1.0 e deixa “beta” de lado.

Semana passada o Obsidian chegou à versão 1.0, trazendo uma reformulação visual e alguns novos recursos. Segundo a dupla de desenvolvedores, a marca não significa que o aplicativo de anotações está completo, nem que esteja livre de falhas. “Significa que estamos orgulhosos o bastante para abandonar a palavra ‘beta.’”

Criado em 2020, o Obsidian é um dos favoritos da galera que aderiu a esses novos aplicativos de anotações com links internos, usados por quem deseja criar um “segundo cérebro” ou PKM (sigla em inglês para “gerenciador de conhecimento pessoal”). É gratuito para uso pessoal e tem uma base enorme de plugins, algo notável para um projeto tão recente.

Acho coisa demais, um tipo de gerenciamento de conhecimento que foca muito na forma, mas para quem gosta é difícil encontrar pontos fracos no Obsidian. Via Obsidian (em inglês).

iA Writer 6 ganha ligações entre notas usando [[colchetes duplos]]

A atual leva de editores de texto puro, puxada por Obsidian, Roam Research e Joplin, tem como característica definidora as ligações entre notas. Usando o padrão da Wikipédia de links [[colchetes duplos]], é possível criar ligações entre as notas e formar redes de notas que ficam bonitas no gráfico.

É como se estivessem descobrindo a web 30 anos depois da web nascer.

O interesse nesse recurso é tamanho que aplicativos veteranos têm se rendido à “novidade”. Nesta terça (14), foi a vez do iA Writer ganhar uma nova grande versão que traz como carro-chefe as ligações entre notas. Com lasers — ou um efeito neon meio brega nos links internos.

O iA Writer custa R$ 279,90 para iOS/iPadOS e outros R$ 279,90 para macOS. Para quem já tem o aplicativo, a atualização é gratuita.

(Eu recorro muito a notas para referência, controles diversos e anotações rápidas, usando uma mistura de arquivos *.txt soltos em uma pasta e Simplenote, e nunca vi muita utilidade em fazer ligações entre essas notas.) Via iA Writer (em inglês).

Runestone, o novo editor de texto puro para iOS.

O novo aplicativo para iOS do desenvolvedor Simon Støvring, Runestone, é um editor de texto puro leve, rápido, com suporte a destaque de sintaxe e alguns extras bem legais.

“É como um Editor de Texto [do macOS] colorido e personalizável”, diz a descrição do site. É isso mesmo, e é maravilhoso. Já substituiu o Pretext aqui.

O código do Runestone é aberto e o aplicativo, “freemium”, ou seja, gratuito e com algumas opções atrás de um pagamento único, de R$ 54,90. Via MacStories (em inglês).

Google Docs ganha modo “sem páginas”.

O Google Docs agora tem uma opção “sem páginas”, que troca a metáfora de páginas de papel físicas, tipo a do Microsoft Word, por uma tela em branco infinita.

Para ativá-la, clique no menu Arquivo, depois em Configuração da página e selecione a opção Sem páginas. Via Google (em inglês).

Essa novidade parece uma resposta a novos produtos de edição de texto, como o Notion, que rompem por completo com a metáfora de folhas de papel. A Microsoft também tem explorado esse caminho, mas com uma estratégia diferente: em vez de mexer no Word, lançou um produto novo, o Loop.

Dispositivos “livres de distrações” podem alterar a maneira como escrevemos?

Dispositivos “livres de distrações” podem alterar a maneira como escrevemos? (em inglês), por Julian Lucas na The New Yorker:

Mas o modo focado em um dispositivo generalista é uma sala de meditação dentro de um cassino. De que adianta separar a escrita da edição, formatação e interfaces atulhadas se você não consegue separá-la da internet? Mesmo um computador desconectado oferece muitas oportunidades de distração […]. E assim como os empresários experientes ressuscitaram o “dumb phone” [celular simples] como um dispositivo de comunicação monotarefa premium, talvez fosse inevitável que alguém revivesse o processador de texto dedicado.

Sublime Text 4.

A versão final do Sublime Text 4 (macOS, Ubuntu e Windows) foi lançada. Trata-se de um editor de texto/código com foco em velocidade — e, de fato, fiquei surpreso com sua agilidade em comparação ao Atom, que costumo usar para fuçar no código do Manual do Usuário. As maiores novidades são a nova interface, suporte ao Apple M1 e Linux ARM64, uso da GPU para renderizar a interface e alguns novos recursos de manipulação de código. Via Sublime Text (em inglês).

Esta versão do Sublime Text traz uma mudança importante em seu licenciamento. Agora, a aquisição do aplicativo dá direito a uma janela de três anos de atualizações, sejam elas pequenas ou grandes (tipo um “Sublime Text 5”). Após esse período, o usuário perde direito às atualizações, mas mantém a última versão por tempo indeterminado. Segundo a empresa, esses termos permitem a ela “entregar atualizações mais frequentes e empolgantes assim que elas estiverem prontas”, dispensando-os de terem que esperar uma grande versão para entregá-las.

A licença do Sublime Text 4 custa US$ 80 (por tempo limitado; preço normal é US$ 99), mas, até onde sei, é possível usá-la gratuitamente em troca prompts periódicos para comprar a licença — como o WinRAR.