Já são raras as oportunidades de lidar com uma pequena ou média empresa, ou com profissionais liberais, sem passar pelo WhatsApp.
No mundo inteiro, o WhatsApp Business é usado por 200 milhões de pessoas. O número é quatro vezes maior o de três anos atrás.
Com o empenho da Meta para gerar receita cada vez mais explícito (e esse crescimento vertiginoso é reflexo disso), fica a dúvida de quando começará o processo de “enshittification” do WhatsApp.
O termo, um neologismo que poderia ser traduzido como “merdalização”, foi cunhado por Cory Doctorow em um popular ensaio publicado no início de 2023. Ele resume o processo de degradação pelo qual passam plataformas digitais. Assim:
É assim que as plataformas morrem: primeiro, elas são bons para seus usuários; então elas abusam de seus usuários para melhorar as coisas para seus clientes corporativos; no fim, eles abusam desses clientes corporativos para agarrar de volta todo o valor para si mesmas. Daí elas morrem.
Chamo isso de “enshittification”. É uma consequência pelo visto inevitável, decorrente da combinação da facilidade de mudar a forma como uma plataforma aloca valor combinada à natureza de um “mercado de dois lados”, onde uma plataforma fica entre compradores e vendedores, mantendo cada refém do outro, coletando uma parte cada vez maior do valor que corre entre eles.
O ensaio todo (em inglês) é uma leitura indispensável.