Pedro Burgos, jornalista, professor e chapa deste Manual do Usuário, teve uma surpresa desagradável ao tentar acessar sua conta no Dropbox: ela foi excluída pela empresa. Para piorar, o Dropbox tem ignorado ativamente suas tentativas de reaver a conta e até mesmo de entender o que aconteceu.
Ao expor a situação em uma rede social, Pedro afirmou ser cliente do Dropbox há mais de 10 anos. Em privado, disse que desde 2014 paga pelo serviço. Não bastasse o horror de ter seus arquivos apagados, o tratamento “pós-catástrofe” do Dropbox tem piorado a situação: “Fiquei bastante impressionado com o desdém da empresa”, disse ele. “Criei uns quatro tickets lá e nada. Escrevi dois posts na comunidade, o outro canal que eles recomendam, e os posts foram apagados e meus usuários banidos de postar. O outro canal era o Twitter. O @DropboxSupport pede DM com o número do ticket. Mandei e nunca mais eles responderam.”
Os termos de uso do Dropbox preveem cenários que podem ensejar o encerramento de uma conta, como a hospedagem de arquivos piratas, mas Pedro garante que não era seu caso. E, mesmo nesses, o protocolo prevê um aviso prévio.
“Tinha muita coisa de pesquisa”, conta. “Tipo, 87 GB de fake news da eleição de 2018 que outros pesquisadores usavam — a pasta era compartilhada para leitura com outras pessoas. Essa aí eu tenho num HD, mas outras coisas de pesquisas mais recentes eu perdi porque troquei de computador recentemente e não havia baixado tudo.”
Embora não sejam frequentes, casos do tipo sempre aparecem aqui e ali. Hoje foi com o Dropbox, mas há relatos de situações igualmente desesperadoras envolvendo empresas como Apple e Google. Isso não os justifica, muito menos o tratamento péssimo do Dropbox para com Pedro. Eles servem, porém, como lembretes de que esses serviços de sincronia na nuvem não são backups, e que backups precisam ser redundantes.
No Twitter, Pedro disse que pretende processar o Dropbox.