A vez em que tive prejuízo por proteger meus dados

Neste episódio do podcast, falo dos canais do WhatsApp (siga o do Manual), explico por que decidi criá-lo, falo das redes que abandonei e conto a história da vez em que tive um pequeno prejuízo por proteger demais meus dados.


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iPhone 15 chega mais barato e mais caro no Brasil

A Apple anunciou nesta terça (12) o iPhone 15 com uma “revolucionária” porta USB-C, cortesia da União Europeia. Como faz desde 2021, a loja virtual da Apple já mostra os preços dos novos produtos para o mercado brasileiro. Vamos ver quão mais caro (ou mais barato) o novo iPhone ficou por aqui, na terra do iPhone ostentação?

Em termos absolutos, o iPhone 15 (128 GB, modelo básico) ficou 3,9% mais barato, com preço de R$ 7.299.

Os dois modelos anteriores custavam R$ 7.599 no lançamento, seguidos do iPhone mais caro da história, o iPhone 12 de 2020, que chegou custando R$ 7.999.

Gráfico da variação de preços do iPhone no Brasil, 2011–2023.

Esses preços são os sugeridos pela Apple e não levam em conta descontos, promoções ou variações em outras lojas do varejo, onde costuma ser mais barato adquirir iPhones.

A inflação oficial medida pelo IBGE, o IPCA acumulado dos últimos 12 meses até agosto, foi de 4,61%.

A análise que faço leva em conta, também, o preço em dólar, que costumava ser estável até 2022, mas que ainda assim ajuda a colocar os preços brasileiros em perspectiva.

No intervalo de um ano, considerando a cotação fechada de 12 de setembro, o dólar comercial desvalorizou 5,4% em relação ao real, de R$ 5,238 para R$ 4,953.

O preço do iPhone brasileiro, convertido pelas respectivas cotações nos dias de lançamento, aumentou 1,6%, para US$ 1.473,65. É, pelo terceiro ano consecutivo, o iPhone “dolarizado” mais caro que já desembarcou por aqui.

Nos Estados Unidos, o iPhone 15 desvinculado de operadoras manteve o mesmo preço de 2020, US$ 829. Naquele ano, porém, o então lançamento iPhone 12 disparou 18,6%. No mesmo período, entre 2019 e agora, o iPhone brasileiro “dolarizado” aumentou 20,3%.

Tabela com variação de preços do iPhone no Brasil, de 2011 (iPhone 4S) a 2023 (iPhone 15).

Para quem não se importa em adquirir o último modelo, os das linhas iPhone 13 e 14 tiveram reduções de preços significativas com o anúncio do iPhone 15, de até 24,4%. O único contra é que apenas os modelos padrões e Plus sobreviveram, ou seja, a versão mini já era…

Anos anteriores: iPhone 5S (2013), iPhone 6 (2014), iPhone 6S (2015), iPhone 7 (2016), iPhone XR (2018), iPhone 11 (2019), iPhone 12 (2020) e iPhone 13 (2021). Não teve post em 2017 porque estava fora do site na época e em 2022 porque… sei lá, acho que esqueci?

O cartão de loja da Amazon.

A Amazon fez um barulhão esta semana, com direito a evento presencial em São Paulo, para lançar seu cartão de crédito. Ele dá “cashback” em pontos que só podem ser gastos na própria Amazon e parcelamento a perder de vista. O que me chamou a atenção foi a cobertura da imprensa. Não me recordo de outro cartão de loja (convenhamos, é disso que se trata) que tenha atraído tanto a atenção dos colegas.

Spotify reajusta preços no Brasil.

A assinatura premium do Spotify ficou mais cara no Brasil:

  • Individual: de R$ 19,90 para R$ 21,90 (+10,1%);
  • Duo: de R$ 24,90 para R$ 27,90 (+12%);
  • Universitário: de R$ 9,90 para R$ 11,90 (+20,2%).

O plano família não sofreu alterações — continua custando R$ 34,90.

“Desenrola Brasil” é usado em posts patrocinados no Facebook para aplicar golpes.

Estelionatários já estão usando o Desenrola Brasil, programa de quitação de dívidas lançado pelo governo federal nesta segunda (17), para aplicar golpes. A Agência Lupa encontrou posts patrocinados no Facebook, com gastos de até R$ 7 mil, que levam a páginas fraudulentas.

Mais uma vez, a Meta (dona do Facebook) lucra com o uso das suas plataformas para a prática de crimes. A responsabilidade solidária das plataformas digitais, que estava prevista no PL das fake news, provavelmente cairá. Percebe-se que é algo necessário. Via Agência Lupa.

Americanas vai cobrar taxa de cashback em carteira digital Ame.

Clientes do Ame, a carteira digital da Americanas, receberam um e-mail (veja) informando que a partir de 5/7, contas com saldo de cashback e sem transação há mais de 90 dias terão uma tarifa de manutenção de R$ 2,99, debitada apenas do saldo de cashback.

Não dá para dizer que a Americanas não está inovando para sair da “crise”: é a primeira vez que vejo cobrança de taxa sobre cashback. É tipo pedir um presente de volta. Feio.

Open finance: por que não decolou no Brasil?.

O Banco Central está desapontado com a falta de criatividade dos bancos na exploração do open finance, o sistema que permite aos clientes movimentarem seus dados bancários entre instituições. A declaração foi feita por Matheus Rauber, assessor sênior de regulação no BC, no evento setorial Febraban Tech. Os bancos, de seu lado, se justificam com o “dilema tostines”: não entregam produtos melhores porque os clientes não compartilham dados, e esses não compartilham dados por falta de produtos interessantes. Via Convergência Digital.

Apple aumenta preços do iCloud+ no Brasil.

A Apple aumentou os preços do iCloud+, assinatura que garante mais espaço na nuvem da empresa e alguns outros benefícios. O aumento foi expressivo: o plano de 50 GB foi de R$ 3,50 para R$ 4,90 (+40%); 200 GB foi de R$ 10,90 para R$ 14,90 (+36,7%); e 2 TB foi de R$ 34,90 para R$ 49,90 (+42,9%). Os novos valores já estão valendo. Via MacMagazine.

Pix Automático — para pagamentos recorrentes — chega em abril de 2024.

O Banco Central divulgou o cronograma do Pix Automático, modalidade para pagamentos recorrentes que poderá ser usado no lugar do débito automático e do cartão de crédito. A previsão é que seja lançado ao público em abril de 2024. A proposta parece bem amarrada, com gratuidade para os pagadores e controles do limite máximo permitido e cancelamento unilateral. Via Banco Central.

CVM dos EUA processam maiores corretoras de criptomoedas.

O mundo das criptomoedas está em polvorosa. A SEC, equivalente norte-americano da nossa CVM, processou a Coinbase e a Binance, maiores corretoras de criptomoedas dos EUA e do mundo, respectivamente.

A acusação da SEC é de que ambas atuam como bolsas de valores sem terem permissão para tal. Contra a Binance pesam ainda outras suspeitas mais graves, mas a investida do órgão regulador não parece focar nelas.

Matt Levine, o popular colunista da Bloomberg, resumiu a questão da seguinte forma:

Uma boa regra geral é que todas as corretoras de criptomoedas estão cometendo crimes, e se você tiver sorte, a sua corretora está cometendo apenas crimes processuais.

Ele acredita que é o caso da Coinbase, ou seja, que essa corretora faz tudo certinho e seu único crime é o que a SEC está alegando. Já com a Binance, o buraco é mais embaixo.

A ex-segunda maior corretora de criptomoedas do mundo, a FTX, era falcatrua pura e implodiu no final de 2022 quando a sujeira veio à tona.

Robert Armstrong, do Financial Times, acha que a SEC erra ao processar as corretoras de criptomoedas equiparando-as a bolsas porque criptomoedas não devem ser equiparados a títulos públicos e ações de empresas:

Isso não se baseia em uma visão de que as criptos têm um valor especial e de não títulos que precisa ser preservado. Pelo contrário: as criptomoedas são uma insanidade perigosa — mas uma em que se pode confiar no mercado para matá-la em pouco tempo. Se isso não acontecer, as criptomoedas devem ser regulamentadas tal qual o tabagismo, os jogos de azar ou os esquemas de pirâmide. Em ambos os casos, essas coisas não devem ser dignas da regulamentação sob a lei de valores mobiliários.

Via Bloomberg [sem paywall], Financial Times [sem paywall] (ambos em inglês).

Netflix começa o combate ao compartilhamento de senhas no Brasil.

A Netflix vai começar a cortar o compartilhamento de senhas no Brasil nesta terça, segundo comunicado à imprensa.

As pessoas afetadas receberão um e-mail para “para assinantes que compartilham a conta Netflix fora da própria residência no Brasil”.

O custo do assinante extra, ou seja, para continuar o compartilhamento com pessoas que não residam no mesmo endereço, será de R$ 12,90 por mês, por assinante extra. Via Netflix.

ChatGPT já está alterando a internet

Inteligências artificiais gerativas prometem uma revolução. Embora possa soar como algo distante, quase no campo da ficção científica, em alguma medida a revolução já está acontecendo.

A startup NewsGuard identificou 49 sites de notícias que usam IAs como o ChatGPT para gerar todo ou quase todo seu conteúdo, boa parte dele com imprecisões ou mentiras. Existem sites em português na amostragem.

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E lá vamos nós de novo: A “hiper-valorização” da shitcoin do sapo Pepe.

A Reuters publicou (e a Folha de S.Paulo reproduziu) uma matéria sobre a suposta hiper-valorização de uma shitcoin inspirada no meme do sapo Pepe, popular entre extremistas digitais.

Parece-me um desserviço divulgar sob esse ângulo um negócio que parece, tem cheiro e forma de esquema de pump-and-dump — como se fossem ativos dignos de nota, falando em “valor de mercado” e volatilidade de um negócio sem legitimidade alguma. “Salta 7.000% desde o lançamento”, diz o título.

É aquele caso de uma piada que dá a volta e no fim a piada é quem compra esse tipo de coisa:

O site da Pepe diz que foi lançado “para o povo” sem “nenhuma equipe formal ou roteiro” e é “completamente inútil e apenas para fins de entretenimento”.

Com certeza. Confia e vai. Via Folha de S.Paulo.

Banco Central anuncia melhorias na segurança do Pix.

O Banco Central anunciou duas novidades para melhorar a segurança do Pix:

  1. Notificação de infração, que permitirá às instituições financeiras rotular usuários e chaves Pix como suspeitos de fraudes com detalhamento do tipo de fraude e razão da notificação.
  2. Uma reformulação nos dados disponibilizados às instituições para análises antifraude. Além de um conjunto mais amplo de dados, como os citados acima, o período dos dados disponíveis será ampliado de seis meses para até cinco anos.

As novidades começam a valer a partir de 5 de novembro. Via Banco Central.