GIF animado com dois quadros. No primeiro, homem de camiseta azul com a frase “Tech T-Shirt, a peça mais confortável e mais sustentável”. No segundo, homem vestindo camiseta preta, logo da Insider e a frase: “Garanta 15% de desconto apenas em março com o cupom MANUALDOUSUARIO15”

Os termos do acordo do iFood com o CADE sobre a exclusividade de restaurantes

Lembra aquela representação contra o iFood junto ao CADE, em que a Abrasel, a Rappi e a Uber acusavam o iFood de práticas anticompetitivas (fechar contratos de exclusividade com restaurantes)? Chegou ao fim.

O iFood firmou um acordo com o órgão antitruste, a Rappi comemorou, parece que ficou tudo bem — menos para Uber e 99, que não aguentaram a espera e saíram do mercado de entregas de refeições.

Os termos, descritos pelo Brazil Journal:

Segundo o acordo, o iFood não poderá assinar mais contratos com redes com mais de 30 lojas, e eles não poderão durar mais de dois anos. Além disso, os acordos em vigor com as redes menores – e que já tem a duração superior a dois anos – deixam de valer em seis meses, e o iFood só poderá recontratar com estes restaurantes depois de um ano.

No total, o iFood não poderá ter mais do que 25% de seu volume de vendas ligados a restaurantes exclusivos.

O acordo também estipula que, nos municípios com mais de 500 mil habitantes, a quantidade de restaurantes exclusivos não poderá ultrapassar 8% do total de estabelecimentos ativos na plataforma do iFood.

Via Brazil Journal.

O iFood estava burlando a privacidade de localização do iPhone?

Atualização (11/2): A Apple emitiu um posicionamento ao AppleInsider negando que a falha mencionada abaixo tenha sido explorada e que o iFood tenha burlado os controles de privacidade do iOS.

O leitor Guilherme Teixeira notou algo estranho em seu iPhone no início de janeiro: o aplicativo do iFood estava acessando a localização do aparelho sem ter permissão para tal.

Quando Guilherme compartilhou essa curiosidade no nosso grupo do Telegram (para apoiadores), ficamos intrigados. Outro leitor respondeu: “iFood passando a perna na Apple.” Parece loucura. Mas… será?

Dois prints do iOS mostrando o aplicativo do iFood acessando a localização do aparelho mesmo sem permissão para tal.
Imagens: Guilherme Teixeira/Reprodução.

É uma hipótese reforçada pelas notas de lançamento do iOS 16.3, liberado pela Apple no dia 23 de janeiro. Entre outras, ela lista a falha CVE-2023-23503, submetida por um pesquisador anônimo, que permitia que um aplicativo conseguisse “ignorar as preferências de privacidade [do Maps]”.

A falha está em modo “reservado” no banco de dados do sistema CVE, ou seja, os detalhes ainda não foram publicados.

Guilherme disse que, depois que reiniciou o iPhone, o aplicativo do iFood voltou ao normal, ou seja, antes do iOS 16.3 ser disponibilizado.

Pode ter sido outra coisa? Uma falha pontual? Um erro de exibição do iOS? Pode. Mas que é uma estranha coincidência, isso é.

O Manual do Usuário entrou em contato com a assessoria de imprensa do iFood pedindo um posicionamento. Eles receberam a demanda, pediram mais detalhes e mais prazo, que foi concedido, mas o posicionamento ainda não havia chegado até a publicação desta nota. O post será atualizado assim que ele chegar.

Atualização (1/2, às 17h30): Segue o posicionamento do iFood na íntegra:

O iFood reforça que a segurança de dados é prioridade em seu negócio e na relação com os consumidores, entregadores e restaurantes. Os dados coletados são utilizados apenas para as finalidades previstas em nossa Declaração de Privacidade.

Neste caso, após análise minuciosa pela equipe de tecnologia, não foi identificado nenhum código no aplicativo iFood que permite o acesso a localização do usuário sem autorização, mas ainda assim, a empresa permanece à disposição para esclarecer qualquer dúvida referente ao assunto ou qualquer suposta falha, de modo a contribuir para trazer mais segurança à plataforma.

Presente em mais de 1700 cidades no Brasil e referência em delivery online, o iFood realiza investimentos constantes em segurança, tecnologia e monitoramento para identificação e correção de possíveis falhas e melhoria contínua do aplicativo.

Banidos retornam às redes sociais, demissões em massa nas big techs e entrevista com Celso Pinto, advogado de entregadores de aplicativos

Neste Guia Prático, Rodrigo Ghedin e Jacqueline Lafloufa comentam a onda de “perdões” a banidos em redes sociais — como Donald Trump, que voltará ao Facebook. Falam também das demissões em massa nas big techs. Por fim, Ghedin conversa com Celso Pinto, advogado de Belém (PA) que representa entregadores de aplicativos na Justiça.

Continue lendo “Banidos retornam às redes sociais, demissões em massa nas big techs e entrevista com Celso Pinto, advogado de entregadores de aplicativos”

Mudanças no 99Food, falência da Sis Express e regulamentação no governo Lula

Alguns eventos importantes no setor de aplicativos de entregas/caronas das últimas semanas:

  • A 99 encerrou o serviço de delivery com entregadores parceiros. Agora, o 99Food funciona apenas como marketplace, ou seja, os entregadores são todos vinculados a restaurantes ou terceiros. Via Mobile Time.
  • A Sis Express, maior operador logístico (terceirizada/intermediária) do iFood no Brasil, faliu. Em novembro de 2022, o The Intercept denunciou as investidas abusivas da Sis Express e do iFood contra um entregador youtuber. Via iFood.
  • O governo Lula conseguiu um feito: agradar empresários do setor e representantes dos entregadores/motoristas. O desafio agora é convergir as promessas feitas aos dos lados da mesa. Via Folha de S.Paulo.

É o CEO do iFood falando ou apenas uma IA geradora de lero-lero corporativo?

Não é novidade que executivos de grandes empresas sejam escorregadios em entrevistas, mas Fabricio Bloisi, CEO do iFood, talvez tenha definido um novo parâmetro em falar, falar e falar sem dizer nada.

A chamada da entrevista à Folha de S.Paulo diz que o iFood defende leis trabalhistas que “conciliam proteção e flexibilidade”. É visível o esforço da editora Joana Cunha em arrancar alguma fala que faça sentido, uma posição concreta, sem sucesso. Quando perguntado se acha que a CLT inviabiliza negócios como o do iFood, uma pergunta simples, binária (“sim ou não”), Fabricio nos brinda com este lero-lero corporativo:

“Nós acreditamos em equilíbrio no iFood. Achamos que ser inovador e investir em educação e no futuro e ser liberal para criar novos negócios é fundamental para gerar valor. E, também, dividir esse valor é essencial para ter uma sociedade menos desigual. Então, apesar de estarmos saindo de uma eleição de polarizações, em que metade da população acha que a outra metade está completamente errada, e todo mundo se vê na metade certa, nós acreditamos que os dois lados são importantes: proteção social e liberdade econômica para fazer empresas funcionarem bem.”

Parece uma resposta gerada por essas inteligências artificiais novas, tipo a ChatGPT que todo mundo está comentando essa semana. Aliás, será que…? Nah, não pode ser. Via Folha de S.Paulo.

Trabalhadores unidos na China

O papel dos entregadores de aplicativos na mudança das regulações de algoritmos das plataformas é o tema deste artigo de Matt Sheehan e Sharon Du para o think tank Carnegie.

No início do ano, as plataformas de entrega tiveram que responder às novas exigências de regulação das autoridades. A precarização desses trabalhadores levou a discussões na China sobre políticas de seguridade social para a categoria. A decisão da Suprema Corte do país em agosto de 2021 que pôs fim ao trabalho 996, também incluía a inspeção dos algoritmos dessas plataformas de entrega.

Aliás, um movimento parecido de fortalecimento dos “gig workers” também é visto na Índia.

Deixamos mais duas dicas de leitura para se informar: o relato do dia a dia de um entregador em Pequim e o texto traduzido por Jeffrey Ding (que já foi sugestão mais de uma vez), que havia sido publicado na revista Rénwù.


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Prazo curto, pressão e ansiedade: a saga dos entregadores do Mercado Livre

Prazo curto, pressão e ansiedade: a saga dos entregadores do Mercado Livre, por Rogério Galindo e Flavia Barros, no Plural:

Depois da pandemia, toda grande cidade hoje tem milhares de pessoas trabalhando com entregas de mercadorias, não só para o Mercado Livre. As pessoas acostumaram a fazer encomendas via Internet e isso movimenta bilhões de reais. Só no primeiro ano da pandemia, o Mercado Livre registrou um espantoso crescimento de 185%. Hoje, com capacidade para entregar 2 milhões de pacotes por dia, a empresa, que tem sede na Argentina, se expande às pressas. A receita também explodiu: foram US$ 2,1 bilhões só no último trimestre de 2021.

Na ponta, isso significa uma só coisa: pressão para entregar tudo no prazo, ainda mais porque algumas compras oferecem ao consumidor a promessa de ter tudo em casa em poucas horas — às vezes no mesmo dia, às vezes no dia seguinte. O exército de entregadores não para de crescer — assim como o Uber no começo, hoje é para o serviço de entregas que correm muitos desempregados em busca de renda.

AppJusto e o desafio de um delivery justo, com Rogério Nogueira

Neste Guia Prático, Rodrigo Ghedin e Jacqueline Lafloufa recebem Rogério Nogueira, co-fundador do AppJusto, plataforma de delivery e entregas que — como o próprio nome diz — se posiciona como uma alternativa mais justa a todos os envolvidos: restaurantes, entregadores e consumidores. Quais os diferenciais do AppJusto? E para concorrer com o iFood, como faz? Modelos de investimento coletivo, como o adotado pelo AppJusto, podem funcionar em larga escala? Ouça e descubra.

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O golpe do restaurante falso no iFood

Uma das vantagens de plataformas de refeições prontas, como a do iFood, é concentrar numa única tela dezenas, até centenas de restaurantes. Isso facilita a comparação de pratos, preços e promoções. O problema é que, em alguns casos, os preços promocionais são iscas e os pratos não existem.

Leitor que pediu para não ser identificado chamou a atenção para o golpe do restaurante falso no iFood. Ele afirma já ter caído no mesmo golpe três vezes, em restaurantes distintos.

O esquema funciona assim:

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O app que busca uma fórmula mais justa para os entregadores

O app que busca uma fórmula mais justa para os entregadores, por Débora Sögur-Hous no Reset:

O volume ainda é pequeno, mas alguns dos pedidos que ele [João, entregador] transporta chegam pelo AppJusto, aplicativo que atua em São Paulo capital e que pretende fazer o que diz no nome: estabelecer uma relação mais justa entre a comodidade para os clientes, as oportunidades de venda para os restaurantes e a remuneração dos entregadores.

O ponto de partida do serviço foram as demandas feitas nos “breques dos apps”, como ficaram conhecidas as greves dos trabalhadores de aplicativo. Para integrar a rede do AppJusto, eles precisam estar formalizados como MEI (microempreendedor individual), o que garante a seguridade social oferecida pelo governo.

Além disso, o aplicativo tem uma parceria com a seguradora Iza contra acidentes pessoais e, como medida de transparência, faz os pagamentos aos entregadores em uma plataforma separada, a Iugu, para demonstrar ao cliente que a taxa de entrega fica toda com o motoboy.

Os entregadores recebem R$ 10 fixos por pedido entregue, mais R$ 2 por quilômetro rodado acima de 5 km. Isso representa um valor médio de R$ 11,56 por corrida.