ChatGPT no Windows, Bing no ChatGPT: As novidades em IA da Microsoft.
A Microsoft anunciou (mais) um punhado de coisas envolvendo inteligência artificial, em parceria com a OpenAI, na abertura do evento Build nesta terça (23):
O Windows Copilot (vídeo) lembra muito as promessas da Cortana, porém sem uma interface de áudio, tudo por texto escrito/bate-papo. O lance de resumir PDFs e interagir com aplicativos de terceiros (Spotify, no exemplo) são bem legais.
A Loja da Microsoft ganhou uma central de inteligência artificial (vídeo) destacando aplicativos do tipo.
Já o Dev Home (vídeo) conecta o Windows 11 ao GitHub e reaproveita alguns recursos já existentes para facilitar e acelerar a criação de um ambiente de desenvolvimento.
O mais interessante, do ponto de vista dos negócios, é que a parceria com a OpenAI virou uma relação de mão dupla com a chegada do Bing ao ChatGPT.
Impressiona o volume e a rapidez com que a Microsoft tem explorado a parceria com a OpenAI e colocado na praça produtos baseadas em IA. Via Microsoft(2)(3) (em inglês).
Na abertura da BUILD 2015, a conferência para seus desenvolvedores, a Microsoft deu mais detalhes sobre o vindouro Windows 10, apresentou novas formas de trazer apps à plataforma, revelou o nome comercial do novo navegador Project Spartan e estabeleceu uma meta ambiciosa: em três anos, ter um bilhão de dispositivos rodando a última versão do seu sistema.
Na abertura da BUILD 2015, a conferência para seus desenvolvedores, a Microsoft deu mais detalhes sobre o vindouro Windows 10, apresentou novas formas de trazer apps à plataforma, revelou o nome comercial do novo navegador Project Spartan e estabeleceu uma meta ambiciosa: em três anos, ter um bilhão de dispositivos rodando a última versão do seu sistema.
Os desenvolvedores, que criam os apps e experiências em cima da camada do sistema e em boa parte ditam o sucesso ou fracasso de uma plataforma, são importantes. A Microsoft sabe disso, não é o ponto, e desde sempre faz de tudo para agradar esse público, com ferramentas fáceis de programar, suporte a múltiplas linguagens de programação e ferramentas, e outros mimos dignos de nota. Só falta um importante, e que está além da alçada da empresa: gerar faturamento. Continue lendo “BUILD 2015: A tentativa de agradar todos os desenvolvedores o tempo todo”
Na abertura da BUILD 2015, a conferência para seus desenvolvedores, a Microsoft deu mais detalhes sobre o vindouro Windows 10, apresentou novas formas de trazer apps à plataforma, revelou o nome comercial do novo navegador Project Spartan e estabeleceu uma meta ambiciosa: em três anos, ter um bilhão de dispositivos rodando a última versão do seu sistema.
Foi uma apresentação longa, com quase três horas de duração e que eu não acompanhei. Li o que rolou pelo Twitter e em matérias posteriores, e algumas coisas me chamaram a atenção. Para segmentar os comentários e livrá-lo de partes que não queira ler, dividi o post em três partes. As outras são sobre o desenvolvimento de apps e o novo navegador Edge.
Todo ano a Microsoft, geralmente em San Francisco, organiza a Build, uma conferência para desenvolvedores que distribui brindes tentadores (desta vez, Xbox One e um vale-compras de US$ 500) e, mais importante, apresenta as novidades das próximas versões dos principais programas da casa.
Neste ano, as atenções foram divididas entre Windows Phone 8.1 e Windows 8.1 Update. O primeiro, o sistema para smartphones; o segundo, para tablets e PCs convencionais. Na sequência, os principais anúncios feitos na Build 2014.
Windows Phone 8.1: Cortana e melhorias há muito esperadas
Desde seu lançamento, em outubro de 2012, o Windows Phone 8 recebeu três atualizações tímidas — a última, Update 3 (ou Black, para os Lumias da Nokia), detalhada aqui. Embora todas essas três tenham trazido mudanças e novidades relevantes, o Windows Phone 8.1 oficializado ontem se distancia em muito das anteriores. É uma grande atualização, afinal.
O maior destaque, e o que ocupou mais tempo da (longa, mais de 3h) apresentação, foi a Cortana, assistente pessoal vinda diretamente da franquia de jogos Halo. Ela parece unir as melhores características da Siri (personalidade) com as do Google Now (eficiência, personalização e proatividade).
Durante as demonstrações das suas habilidades, tivemos alguns problemas — ela não conseguiu converter Celsius para Kelvin, por exemplo. Tudo bem, a Cortana é um produto em beta. Além de juntar o que a concorrência oferece de melhor, algumas sacadas, como o “bloco de notas” onde ela mantém registros de informações-chave para orientar seu trabalho de assistente, são muito boas.
Cortana. Imagens: Microsoft.
Outra coisa da Cortana que chamou a atenção positivamente foi a integração com apps de terceiros. No palco, foi possível adicionar programas de TV ou começar a assisti-los, via Hulu, apenas dando comandos à assistente. O Skype também já contará com essa integração logo de cara. Ela aceita tanto a voz quanto texto como entrada de dados, e responde de acordo — se você digita algo, ela presume que esteja em um lugar onde o áudio não é a melhor opção e, então, responde com texto também.
O Windows Phone 8.1 trará papéis de parede para a tela inicial. Só que em vez de mudar o fundo, que continua preto, são os blocos dinâmicos que ficam transparentes. Tenho algumas ressalvas quanto a isso. Em fotos e vídeos, a legibilidade parece prejudicada e a imagem parada atrás quando se rola a página passa uma sensação de bagunça. Talvez ao vivo, com a imagem certa de fundo, fique melhor. A conferir, juntamente com a nova tela de bloqueio, com elementos dispostos em ângulos diferentes. Essa última parece legal já pelas demonstrações.
Papel de parede, Central de Ações e teclado Word Flow. Imagens: Microsoft.
Mais uma novidade que não é exatamente novidade, mas que há muito era esperada é a Central de Ações — o nome vem de um recurso similar, porém bem menos prático, que estreou no Windows 7. Dali será possível (des)ativar funções do aparelho, como modo avião e Wi-Fi, sem precisar recorrer às configurações. As últimas notificações também aparecerão listadas logo abaixo.
E ainda tivemos o teclado Word Flow (não sei como ou se o nome será traduzido), agora com suporte a escrita deslizando os dedos, método “swipe”. Ele ganhou o título de teclado mais rápido do mundo do Guinness, anteriormente do Swype em um Galaxy S4, mas não parece nada diferente dos tantos teclados para Android que já contam com o método. O teclado do Windows Phone, que já era bacana sem isso, fica ainda melhor.
De resto, Wi-Fi Sense, que lembra suas senhas e permite compartilhar a conexão com outras pessoas sem revelá-las, sincronia na nuvem de um punhado de configurações do sistema, como já rola com o Windows, e inclusive entre Windows Phone e Windows quando for aplicável, suporte a telas externas via Miracast ou cabo USB, e apps melhorados/alterados.
O primeiro gostinho de Windows Phone 8.1 que teremos será com os Lumia 630 e Lumia 635, com lançamento previsto para maio. O primeiro terá uma variante dual SIM, algo inédito até então para o Windows Phone; o segundo, suporte a 4G LTE. Os preços variam de US$ 159/169 (Lumia 630) a US$ 189 (Lumia 635). Ambos usam botões virtuais, outra novidade no sistema móvel da Microsoft, e contam com a tecnologia SensorCore, um sensor de movimentos de baixa potência que, pela descrição da Nokia, lembra bastante o chip M7 do iPhone 5s.
Depois, em junho, é a vez do Lumia 930, novo topo de linha da Nokia. É meio que a versão internacional do Lumia Icon, belo smartphone lançado exclusivamente pela Verizon nos EUA. A única diferença, além das redes suportadas, está nas cores. Sai o preto e branco do Icon, entram novas opções coloridas no Lumia 930.
Os atuais aparelhos, todos eles, receberão o Windows Phone 8.1 no “inverno”, a partir do final de junho.
Windows 8.1: de volta às raízes
O Windows 8 foi um passo maior que a perna dado pela Microsoft. Precoce ou errado desde o começo, ele não conseguiu encantar o consumidor. Aos fiéis, acostumados a usar o sistema com teclado e mouse, sobraram frustrações com a interface direcionada a telas sensíveis. A quem se dispôs a comprar um tablet, por que apostar em uma plataforma nova, “verde”, quando outras mais maduras e estabelecidas estão disponíveis, por preços similares, quando não mais baratas?
O trem começou a voltar aos trilhos com o Windows 8.1, mas ainda faltavam mais mudanças, faltava mais amor a quem ainda não se arriscou a aposentar o mouse, ou nem pretende fazê-lo. O Windows 8.1 Update, estranho nome da próxima atualização, chega ainda mais rapidamente que a versão 8.1: em vez de esperarmos um ano, desta vez foram só quatro meses. Pouco tempo, mas o suficiente para a Microsoft fazer bastante coisa.
Imagem: Microsoft.
A tela Inicial continua lá, só está mais amigável ao mouse. Agora, botões para desligar e pesquisar aparecem proeminentes na tela, no canto superior direito, ao lado da foto do usuário. O bloco de configurações é padrão e fica mais à vista do que escondido nas configurações da Charm Bar.
Imagem: Microsoft.
A mudança mais drástica na tela Inicial aparece ao se clicar com o botão direito do mouse em um bloco: menus de contexto! Parece mais prático, sem dúvida, mas isso gera uma inconsistência enorme com os apps modernos, que não oferecem esse mecanismo de controle — neles, um clique com o botão direito abre a barra inferior ou superior. Meio estranho esse comportamento, e apenas reforça a dificuldade que é manter dois paradigmas de uso embaixo do mesmo teto.
Isso tudo vale só para computadores com teclado e mouse. O Windows (com uma ajudinha das fabricantes) é esperto e sabe o tipo de equipamento em uso. Para quem tem um tablet, essas e outras mudanças, como a barra de título nos apps modernos, com menu geral e botões de minimizar e fechar, não serão sentidas.
Outra novidade exclusiva para os usuários de teclado e mouse é a inicialização direta na Área de trabalho clássica. Isso, somado à nova barra de tarefas (no rodapé da tela) persistente mesmo em apps modernos, pode ser um prego no caixão da tela Inicial. Se para quem usa e depende de apps clássicos as visitas àquela tela cheia de blocos dinâmicos e coloridos já eram raras, as mudanças no Windows 8.1 Update devem acabar com elas. A barra de tarefas fica oculta, mas pode ser chamada em qualquer ponto do sistema. Exibe apps modernos abertos, inclusive com suporte a miniaturas e comandos nelas, bem como apps afixados pelo usuário — o da Loja do Windows, aliás, vem ali por padrão.
A pesquisa do sistema, potencializada pelo Bing, agora exibe apps da Loja que não estão instalados mas que têm algo a ver com o termo pesquisado. Após a instalação de um app novo, a visualização de todos os apps destaca os recém-chegados. No Windows 8.1 era difícil separar o novo do antigo e com essa simples mudança fica mais fácil fazer a distinção.
Uma novidade importante, mas que não será sentida por quem já tem seus equipamentos, é a dieta na qual a Microsoft submeteu o Windows. Paul Thurrott diz que esse esforço, conhecido internamente como 116 (de 1 GB de RAM, 16 GB de espaço) inclui mais de 200 otimizações para permitir que o Windows rode em configurações fracas — e consequentemente, baratas. O objetivo, aqui, é conter o avanço de tablets Android e notebooks com Chrome OS. E isso, somado à gratuidade do Windows para dispositivos com telas menores que 9 polegadas, outro anúncio feito nesta Build, pode ser uma combinação decisiva para fabricantes e consumidores em potencial. Além do Windows nessa configuração, o Windows Phone também tornou-se gratuito — já tínhamos visto indícios disso na Índia.
O Windows 8.1 Update será lançado no dia 8 de abril através da Loja do Windows. Será, como ocorreu com a atualização anterior, gratuito.
Um vislumbre do futuro
Não contente em falar tudo o que pretende lançar nos próximos meses, a Microsoft ainda deixou promessas, aparentemente encaminhadas, do que virá a seguir.
O menu Iniciar voltará, com uma abordagem híbrida: de um lado, os apps mais usados, como era até o Windows 7; do outro, os blocos dinâmicos do Windows 8. A empresa não disse quando ou em que versão esse menu fará sua estreia, mas o prometeu para breve. Na mesma tela, outra novidade surpreendente: apps modernos rodando em janelas. E assim se completará a viagem em círculo do Windows 7 até essa futura versão que deixará tudo como era antes.
O Office, que recentemente ganhou uma boa versão para iPad, será refeito. O mesmo app rodará em computadores, tablets e smartphones, cortesia dos apps universais para Windows. Demorou, mas enfim desenvolvedores poderão criar um app apenas para Windows e Windows Phone, podendo inclusive cobrar uma única vez do usuário. As interfaces serão adaptáveis e cada plataforma poderá ter código e convenções visuais próprias. Desenvolvimento é uma área nebulosa para mim, mas as reações da plateia e de analistas foram positivas, sinal de que a Microsoft fez o dever de casa corretamente.
Você lerá por aqui análises de ambas as atualizações. O objetivo deste post, agora, era mais apresentar o que vem por aí. Parecem coisas boas, embora tenha sentido falta de novidades, no sentido estrito da palavra. O Windows Phone ainda corre para se equiparar aos concorrentes, o Windows, para resolver os erros das versões anteriores. Gasta-se muita energia para adequar os sistemas ao que o usuário quer ou espera, logo é natural que faltem braços, tempo e energia para inovar. De tudo o que foi anunciado nessa Build, a Cortana parece a coisa mais legal (e com potencial!). Enfim, melhor esperar esses produtos chegarem ao mercado para falar melhor deles.