Monografia sobre o Manual e migração do site para o WordPress.com

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Neste podcast, falei da monografia sobre o Manual que o Matheus da Rocha Leite escreveu (e com comentário do próprio) e da migração do site para o WordPress.com, no último domingo.

Peço desculpas pela qualidade do áudio e os latidos do cachorro da vizinha ao fundo, em alguns momentos. Vida de home office…

Desde o último episódio, três leitores/ouvintes tornaram-se assinantes: Antonio Rodrigues, Flávio Emanoel e Leocádio de Melo. Obrigado!

Quer assinar também? Nesta página tem os planos, benefícios e valores.

Aviso de migração de servidor.

Neste sábado (15), o Manual do Usuário será migrado para um novo servidor, da Automattic/WordPress.com.

Faremos um esforço para que a migração aconteça da maneira mais tranquila possível. Mesmo assim, comentários e posts no Órbita publicados durante o processo poderão ser perdidos.

Quando tudo estiver finalizado, aviso por aqui mesmo. Obrigado pela compreensão!

Atualização (16/7, às 8h30): Se você estiver lendo isto, significa que a migração foi concluída com sucesso e seu acesso já está sendo feito a partir do novo servidor. Caso encontre algo quebrado, por favor, avise nos comentários ou por e-mail. Valeu!

O futuro do Tumblr

A Automattic quer tornar o Tumblr relevante outra vez. Para isso, a empresa anunciou um plano ambicioso — ainda que meio abstrato — para atrair criadores de conteúdo e tornar a plataforma mais fácil de usar.

Se conseguir, será a primeira reviravolta do tipo. Nenhuma plataforma decadente que já tentou um retorno — Flickr, MySpace, Fotolog — alcançou êxito.

O primeiro desafio foi fazer-se entender. Usuários acharam que parte do plano era transformar o feed cronológico em algoritmo. A direção fez uma live de perguntas e respostas para afirmar que o cronológico sempre será uma opção.

A compra do Tumblr pela Automattic em 2019, por US$ 3 milhões, foi uma bênção à plataforma. Os novos donos reverteram o banimento a pornografia dos tempos de Yahoo, medida à época tomada para adequar o Tumblr à publicidade, mas que, para muita gente, foi sua sentença de morte.

Além do trabalho, recolocar o Tumblr em forma não é barato. A sangria é de US$ 30 milhões por ano, ou dez vezes o valor que pagou pela plataforma, segundo Matt Mullenweg, CEO da Automattic.

O Tumblr é meio blog, meio rede social, com duas partes dissociadas (o painel/app e o leiaute para a web) e uma cultura própria, esquisita, caótica e difícil de penetrar. São características únicas entre as grandes plataformas sociais comerciais, o que diz muito do seu apelo restrito e dificuldades de se pagar.

Ah, eu/o Manual estou lá. Se você ainda usa o Tumblr, vamos ser amigos.

WordPress abandona integração com Twitter.

A Automattic anunciou o fim da integração do WordPress.com e do plugin Jetpack com o Twitter. No comunicado oficial, a empresa disse ter tentado, de boa-fé, chegar a um acordo com o Twitter em relação à nova política e aos preços do acesso da API, o que não ocorreu. É uma perda relevante para o Twitter: cerca de 40% dos sites ativos da web usa WordPress.

E é assim, com quebras, interrupções e desacordos, que o Twitter vai deixando de ser uma espécie de “cola” que conectava a internet para tornar-se um depósito de lixo radioativo.

Ah, detalhe: no mesmo comunicado, a Automattic avisou que vem aí a integração dos seus serviços com o Mastodon. Via Jetpack (em inglês).

Tumblr será compatível com protocolo Mastodon, promete CEO.

Como quem não quer nada, em uma resposta no Twitter, Matt Mullenweg, CEO da Automattic, prometeu que o Tumblr ganhará suporte ao protocolo ActivityPub, o mesmo usado pelo Mastodon e que lhe garante descentralização e federação.

Isso é muito promissor. Embora seja uma rede social pequena para os padrões comerciais, o Tumblr é maior que qualquer instância e a Automattic, que comprou o que sobrou do Tumblr com um troco de pinga em 2021, tem grana, pessoal e expertise para aproveitar o momento.

O Tumblr pode se tornar a principal porta de entrada para quem deseja conhecer o fediverso, mas se frustrou com a experiência complicada de escolher (ou mesmo saber o que é) uma instância do Mastodon. Não há prazo para essa novidade ser implementada, mas Mullenweg disse que será “o quanto antes”. Via @photomatt/Twitter (em inglês).

Pocket Casts abre código dos seus aplicativos móveis.

O ótimo Pocket Casts abriu o código dos seus aplicativos para Android e iOS — links ao lado para os repositórios no GitHub. O aplicativo foi comprado há alguns anos pela Automattic e é uma ótima opção para ouvir podcasts. Ele é gratuito e oferece um plano “Plus” com alguns recursos extras. Custa ~R$ 40/ano. Via Pocket Casts (em inglês).

O plano do Tumblr para deixar de ser puritano — sem irritar a Apple.

O Tumblr anunciou uma mudança no sistema de classificação de posts para devolver o conteúdo adulto à sua comunidade de usuários.

Matt Mullenweg, CEO da Automattic, empresa que adquiriu o Tumblr em 2019, anunciou que criadores de conteúdo e usuários/leitores agora podem classificar posts como “vício em drogas e álcool”, “violência” ou “temáticas sexuais”.

O sistema de classificação é chamado de “rótulos da comunidade” e, segundo Mullenweg, é um primeiro passo no sentido de tornar as diretrizes de uso do Tumblr “mais abertas e compreensíveis” — em outras palavras, viabilizar conteúdo sensível sem irritar a Apple.

O Tumblr surgiu em 2007 com diretrizes bem folgadas, o que atraiu à plataforma criadores de conteúdo mais… digamos… quente. Ou pornográfico, para sermos diretos.

Não é à toa que as redes sociais comerciais evitam pornografia. O CEO da Automattic listou as dores de cabeça que esse tipo de conteúdo atrai, desde dificuldades em processar pagamentos por cartão de crédito até a necessidade de que o conteúdo publicado não seja produto de abusos.

Mullenweg também citou o puritanismo da Apple. Em 2018, quando o Tumblr pertencia à Verizon, a Apple suspendeu o aplicativo da App Store alegando a presença de conteúdo irregular, segundo suas diretrizes.

A política de tolerância zero com pornografia foi baixada pela Verizon como um remédio para restabelecer a presença do aplicativo do Tumblr no iPhone.

Os rótulos da comunidade e outras melhorias nesse sentido que estão sendo implementadas não visam restabelecer a “terra sem lei” que o Tumblr costumava ser.

Para Mullenweg, a “era amigável ao pornô dos primórdios da internet é impossível hoje”. Ele espera, porém, reconquistar artistas e usuários que exploram temas ligeiramente mais sensíveis que abandonaram o Tumblr em 2018. Via @photomatt/Tumblr (em inglês).

Parado no tempo, Tumblr vira destino da nova geração desiludida com outras redes sociais

No final da década de 2000, o Tumblr desfrutava de um status similar ao que o TikTok tem hoje (ainda que numa escala exponencialmente menor): era o destino virtual descolado onde os jovens se encontravam.

O Tumblr deu o azar de ser comprado pelo Yahoo por US$ 1,1 bilhão em 2013, empresa que era uma espécie de abatedouro de serviços digitais promissores (Flickr e Delicious foram outros obliterados após serem adquiridos). Lá, caiu no ostracismo e perdeu um dos seus trunfos, a permissividade com conteúdo pornográfico leve, numa tentativa frustrada de atrair anunciantes e aquiescer ao moralismo da Apple na App Store.

Após idas e vindas, o Tumblr acabou no colo da Automattic, o braço comercial dos criadores do WordPress. Foi comprado em agosto de 2019 por menos de US$ 3 milhões, uma desvalorização 99,7% em relação ao valor pago pelo Yahoo seis anos antes.

Curiosamente, o fato de o Tumblr ter “parado no tempo” o torna atraente hoje, segundo esta matéria de Kyle Chayka na New Yorker. De acordo com Jeff D’Onofrio, CEO do Tumblr, 48% dos usuários ativos e 61% dos novos usuários são da faixa etária que os norte-americanos classificam como geração Z, ou seja, gente jovem, o filé mignon da publicidade. O que os atrai, aparentemente, são linhas do tempo cronológicas e livres do conteúdo incendiário e opressivo “good vibes” que domina as outras mais populares.

Aos não iniciados, o Tumblr é uma espécie de blog misturado com rede social. Tem uma face pública com visual de blog, mas permite que os usuários sigam uns aos outros, curtam e repostem o conteúdo, tudo isso por um painel/feed que tem cara de rede social. A dinâmica de postagem é mais livre que em lugares como o Twitter — o Tumblr oferece seis formatos de posts, por exemplo. O serviço é gratuito.