Com Flows, WhatsApp dá um largo passo para virar “super app”.

De todas as empresas ocidentais que tentam recriar aqui o modelo chinês do WeChat, de “super app”, o WhatsApp é o melhor posicionado para tornar isso realidade.

Nesta quarta (20), a Meta anunciou o “Flows”, uma ferramenta para grandes empresas — clientes da API Business do WhatsApp — que permite criar formulários personalizados para transações das mais diversas, de escolher o assento ao comprar uma passagem de avião a fazer reservas em restaurantes, sem contar o bom e velho varejo. Será que vinga?

Canais do WhatsApp impõem novo desafio no combate à desinformação online

A Meta lançou os “canais” do WhatsApp no mundo inteiro (+150 países), incluindo o Brasil.

O recurso é muito similar a um homônimo do Telegram. Trata-se de uma área, dentro do app, para distribuir conteúdo em formato de mensagens em larga escala (de uma para muitas pessoas).

Não há limites para o número de seguidores que um canal pode ter. As mensagens veiculadas somem depois de 30 dias. E, ao contrário de listas de transmissão e grupos, ninguém pode ver o número de telefone de ninguém, nem seguidores, nem administradores.

As similaridades com os canais do Telegram poderiam ter ligado o alerta da Meta à instrumentalização da novidade para fins… menos nobres, um problema que acomete o Telegram e, arrisco dizer, será inevitável no WhatsApp.

A princípio, apenas canais chancelados pela Meta estão disponíveis, de “organizações, equipes esportivas, artistas e formadores de opinião” — entre os destacados estão Luciano Huck, CONMEBOL Libertadores e Ministério da Fazenda.

A restrição à criação de canais nesta fase torna trivial manter a plataforma livre de polêmicas, mas é algo com os dias contados. No comunicado oficial, a Meta informou que “nos próximos meses, também permitiremos que qualquer pessoa crie um canal”.

Hackers apagam dados de ~76 mil celulares infectados por “app espião”

Hackers que não se identificaram disseram ao site TechCrunch terem invadido os sistemas da empresa por trás do aplicativo WebDetetive e apagado os dados de ~76 mil celulares Android comprometidos — a maioria deles, brasileiros.

O WebDetetive é (ou era) um “stalkerware”, também conhecido por “spouseware” ou “app espião”: um software que, ao ser instalado no celular da vítima, passa a enviar a um servidor remoto (e ao perseguidor que instalou o app) dados que vão de fotos e mensagens a gravações do microfone e a localização exata do celular.

A reportagem do TechCrunch conseguiu confirmar, com a ajuda do coletivo DDoSecrets, a veracidade da invasão a partir de arquivos vazados pelos hackers, mas não se eles de fato apagaram os dados coletados sem autorização dos celulares das vítimas do WebDetetive. Esses dados, obviamente, não constam no conjunto de dados vazados.

O foco no Brasil da desenvolvedora do WebDetetive, sediada na Espanha, não é por acaso.

Uma pesquisa da Kaspersky, do início de 2022, descobriu que aplicativos espiões são a forma mais comum de perseguição digital no país. Para piorar, é um risco oculto à maioria: 70% dos respondentes disse desconhecer a existência de apps do tipo.

Apps espiões também têm a capacidade de se esconderem dentro do celular, o que dificulta sua detenção pela vítima. Seu uso está diretamente ligado a abusos que, em alguns casos, podem levar ao feminicídio.

A Kaspersky tem um bom material sobre o assunto.

Como baixar vídeos do YouTube pelo Terminal (linha de comando)

Seja por hábito ou por uma necessidade pontual, todo mundo já quis baixar um vídeo do YouTube.

Existem inúmeros sites estranhos infestados de anúncios que prometem executar o trabalho, e aplicativos limitados que só liberam todo o potencial mediante pagamento.

E existe a linha de comando, que nos dá aplicativos super capazes que não custam um centavo sequer. Nesta dica rápida, mostrarei como baixar vídeos usando apenas um comando.

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Legado digital

Gosto muito de descobrir, destacar e apoiar quem faz coisas pequenas, quase artesanais, em/com software. Desenvolvedores, estúdios, gente talentosa que opta por um caminho mais humano, menos corporativo; que se concentra em fazer coisas legais e a viver delas.

Quase sempre, essas pessoas têm histórias inspiradoras. Às vezes, essas histórias têm um triste final precoce.

Quarta passada (16), Kris Nóva, escritora, engenheira líder no GitHub, fundadora da Fundação Nivenly e da instância Hachyderm (Mastodon), morreu em um acidente de alpinismo.

No início de agosto, Bram Moolenaar, 62 anos, criador do editor vim, apresentou um quadro médico de rápida evolução e faleceu.

Em março, Alex Hay, 36, desenvolvedor de aplicativos para iOS, como o Toolbox Pro, faleceu vítima de um câncer.

Às vezes, toda a interação que temos com o trabalho de gente como Kris, Bram e Alex é restrita à tela. Não sabemos quem está por trás, em que condições, lidando com quais dificuldades.

Eventos trágicos do tipo nos levam a refletir, a confrontar a mortalidade. A nos colocarmos nos lugares de quem se foi e dos que ficaram.

Quase todo mundo tem uma rede social, muitos têm projetos digitais. Se acontecesse algo comigo, como quem lê o Manual ficaria sabendo? O que aconteceria com o site? Eu realmente não sei.

Salvar para ler depois, favoritos e Linkding: como organizo referências da web

Neste episódio do podcast, falei dos aplicativos, dicas de gerenciamento e estratégias para lidar com links e leituras “para ler depois”. Aproveitei o gancho para apresentar o Linkding, a nova aplicação do PC do Manual.

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Instapaper ganhou um recurso que eu sugeri

O Instapaper 8.4 para iOS, lançado nesta terça (25), trouxe uma série de refinamentos e atualizações sutis que deixaram o app mais moderno e integrado aos padrões da plataforma da Apple.

Uma das novidades foi resultado da minha insistência com um dos sócios do Instapaper, Brian Donohue.

Em maio, mandei um e-mail com algumas sugestões. Entre elas, que ao segurar o dedo sobre um link durante a leitura, a pré-visualização do link aparecesse — é um comportamento padrão do iOS e algo de que sentia muita falta.

Na época, ele me disse que:

Sobre a pré-visualização de links, eu tentei adicionar quando ele [o recurso] foi lançado. Funcionou bem, mas não havia como adicionar opções personalizadas para permitir que as pessoas salvassem artigos diretamente no produto [Instapaper]. Na época, pareceu algo importante, mas percebo que a pré-visualização de links é tão onipresente agora que vale a pena reavaliá-la. Também não tenho certeza se a Apple agora permite que você adicione opções personalizadas na pré-visualização de links, então pode não ser mais um problema.

De fato, não é mais um problema. O Instapaper 8.4 tem pré-visualização de links no modo leitor e a primeira opção é salvar o link.

Esse tipo de interação é muito comum em projetos de código aberto, bem menos em software proprietário, como é o caso do Instapaper. Ter essa abertura é bom para todo mundo: acabei conseguindo resolver uma “dor” que tinha em um aplicativo que uso muito e o Instapaper tornou-se um app um pouquinho melhor pelo toque dado. Via Blog do Instapaper (em inglês).

Telegram ganha stories, TikTok ganha posts em texto.

Sexta o Telegram ganhou stories. O diferencial é que, lá, só assinantes pagantes podem publicar stories. Nesta segunda (24), o TikTok lançou o formato de posts em texto escrito. A lei de Zawinski continua firme e forte. Via Núcleo, TikTok.

Remini compartilha dados com terceiros e pode retê-los por até dez anos.

O aplicativo Remini anda em alta, e por um motivo meio… esquisito: ele gera fotos de bebês — que não existem — da pessoa que o utiliza. Gosto duvidoso à parte, a política de privacidade do Remini, sem surpresa, é aquela padrão de apps do tipo: dados podem ser compartilhados com terceiros para fins de segmentação de anúncios e podem ficar retidos por até uma década.

A empresa por trás do Remini é a Bending Spoons, a mesma que comprou o Evernote e, no início de julho, demitiu em massa e fechou escritórios nos EUA e Chile. Via Estadão [sem paywall].

Discord lança ferramenta de controle parental.

Após uma chuva de críticas e casos assustadores, o Discord anunciou uma ferramenta de controle parental nesta terça (11). Pais e responsáveis saberão com quem os filhos conversam e quais servidores frequentam, mas não o conteúdo da conversa — segundo a empresa, para preservar a autonomia dos menores. A ferramenta foi batizada de Central Familiar. Via Discord (em inglês).

Novo visual do Thunderbird 115 “Supernova”

Print do Thunderbird 115, com três colunas e uma barra de ícones à esquerda, rodando no Gnome.
Imagem: Thunderbird/Divulgação.

O Thunderbird 115 “Supernova” deve ser lançado nesta terça (11). A apresentação da aguardada atualização já está no ar, destacando o trabalho feito na interface. Ficou mais moderna, sim, mas não sei se mais bonita. Os desenvolvedores dizem que o “Supernova está em constante evolução”. O que você achou? Via Thunderbird.

TikTok lança streaming de música no Brasil.

O TikTok lançou, no Brasil e na Indonésia, um streaming de música. O TikTok Music é mais barato que os concorrentes (R$ 16,90/mês) e conta com integração com o TikTok. É o segundo app do tipo da ByteDance. O anterior, Resso, será aposentado nesses dois mercados no dia 5 de setembro. Via TikTok.