China muda estratégia para lidar com suas big techs.
Desde 2021 focada na regulação das big techs, a China agora está de olho no poder de voto dentro dessas empresas.
No começo do ano, o órgão regulador de tecnologia comprou 1% de uma subsidiária da Alibaba e está no processo de fazer o mesmo com a Tencent — como já fez com o Weibo e a ByteDance. É uma participação pequena, mas o tipo de ações adquiridas (a chamada “golden share”) inclui o governo em decisões importantes, como a nomeação de diretores.
Na direção contrária, o fundador da Alibaba, Jack Ma, perdeu o controle do Ant Group após uma reorganização da composição acionária da empresa no começo do mês.
O maior envolvimento do governo chinês em suas big techs acontece em um momento sensível para essas empresas no contexto internacional. O TikTok admitiu que, durante uma auditoria interna, funcionários acessaram indevidamente dados de jornalistas que investigavam a empresa.
Agora, políticos de diversos países se mobilizam para restringir as operações da ByteDance em seus territórios, como os EUA já haviam ameaçado fazer durante o governo Trump — situação que é bem explicada neste artigo da Vox e que estava para ser resolvida no final de 2022.
Em meio a essas tensões, as empresas enfrentam perda de valor e promovem demissões: Didi deve fazer cortes na força de trabalho às vésperas do ano novo (já fez aqui no Brasil, na 99) e a ByteDance, nova concorrente da Didi no mercado de caronas compartilhadas, demitiu 10% dos seus trabalhadores.
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