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No Guia Prático da semana, Rodrigo Ghedin e Jacqueline Lafloufa falam de dinheiro, ou de como ganhá-lo na internet. Essa alternativa tem se tornado cada vez mais popular, mas engana-se (e é enganado, pelas plataformas) quem pensa que é fácil. Além disso, existe o problema da mercantilização das nossas vidas. Vale a pena nos tornarmos anúncios ambulantes no digital? E quais os impactos desse comércio de influência nas relações humanas e na própria internet?
No segundo bloco, o assunto é Windows 11. Anunciado pela Microsoft no final de junho, a nova versão do sistema operacional de PCs mais popular do mundo vem cheia de novidades, da interface aos requisitos mínimos, passando pelo modelo de negócio da loja de aplicativos. O que a Microsoft quer com isso? Alienar parte da sua base de usuários é um equívoco?
Nas indicações culturais, Jacque trouxe o documentário Inside [Netflix], de Bo Burnham, e Ghedin o álbum Esperança [Apple Music, Deezer, Spotify, YouTube], da Mallu Magalhães.
Foi neste episódio que vocês falaram sobre os apps de gerenciar janelas no macOS? Tem uma sugestão, o Magnet: https://magnet.crowdcafe.com/
Tem outro que usei bastante também que é open-source, o Rectangle: https://rectangleapp.com/
Sim! Eu uso (e mencionei) o Rectangle. Não cheguei a usar os demais, mas pesquisei bastante e me pareceu o melhor — além de, como mencionado, ter o código aberto.
Sobre esse assunto da criação de conteúdo ganhar dinheiro na internet tem esse artigo aqui que topei uma vez e que achei fenomenal!! Se não viram ainda, recomendo!
https://ghost.org/blog/find-your-niche-creator-economy/
Eu achei o discurso de vocês otimista kkkk Dou aula pra anos finais de fundamental II e ensino médio e, literalmente, quase todos acreditam que é muito mais fácil ganhar dinheiro “trabalhando” pela internet: sendo tiktoker, youtuber, “influenciador digital” e afins. Não suficiente, têm a ideia de que a escola deve “desenvolver” essas “habilidades”. Enfim… Eu realmente vejo como um problema cultural, mas há quem diga que estarei sendo moralista. Mas gostei da visão de vocês, pena ser minoria na internet.
Acho que há, de fato, algumas abordagens moralistas sobre o assunto (não parece ser a sua) — pra não dizer mesmo de abordagens saudosistas.
Mas acho que o problema nesse caso é outro, muito mais assustador: simplesmente não tem espaço pra todo mundo. Aliás, espaço existe, mas com a saturação de produção de “conteúdo” feito por todo mundo esse trabalho apenas tende a se precarizar mais e mais.
Essas crianças e adolescentes não estão errados quando dizem que hoje há muitas oportunidades de rendimentos na internet fazendo dancinha ou jogando ao vivo. O que elas não percebem é que à medida em que todo mundo faz isso, o tempo todo, esses rendimentos tendem a desaparecer.
Se todos são influenciadores, quem resta pra ser influenciado?
Uma dinâmica similar (se não for idêntica) à das plataformas, né? O iFood recebeu centenas de milhares de novos entregadores no início da pandemia e mesmo crescendo horrores em volume de entregas, os entregadores tiveram que trabalhar mais para ganhar o mesmo que tiravam antes trabalhando menos. O único que sai ganhando nesse arranjo, sem surpresa, é a plataforma. (Uber/99 também passaram pelo mesmo fenômeno em 2017~2018.)