Satisfaction/Satisfação

Pegando o gancho da declaração do Sam Altman ontem no Globo (não pro Globo), saiu hoje no MorningBrew:

The Conference Board released new data showing that 62.3% of US workers are satisfied with their job, the highest share since the business research organization started the survey in 1987.

What’s behind the newfound satisfaction? It’s not kombucha on tap, yoga wellness retreats, or because next Friday is Hawaiian shirt day. Instead, resurgent employee happiness is mainly attributed to hybrid work arrangements, job flexibility, and the tight labor market that has allowed people to leave jobs they hate for jobs they like (or at least hate less).

– Note: The survey was conducted last November before tech companies started mass layoffs. Still, the jobs market has remained strong since then.

Fica bem claro o motivo né?

Mais abaixo na mesma MorningBrew (de hoje):

How much empty office space does New York City have right now? Enough to fill more than 26 Empire State Buildings (about 74.6 million square feet, if you want to be specific). Researchers Edward Glaeser and Carlo Ratti made the comparison to emphasize how NYC and other large American cities need to make drastic changes to their zoning laws to adapt to the WFH era. The ultimate goal should be to become a “Playground City” where people live, work, and play all in the same neighborhood.

Acredito que lendo ambas notas fica bem claro o mortivo de i) as pessoas estarem mais felizes com o trabalho e ii) a pressão de “estudos” falando sobre convivio, produtividade e trocas.

Busines as usual claro, mas sempre que um arranjo melhora a vida do trabalhador, ele vai ser atacado por todos os lados, porque a ideia do capitalismo não é um trabalhador feliz e capaz e sim um trabalhador infeliz e com medo (de perder o emprego) e sem tempo para se dedicar a mais nada.

Pensem bem nisso quando olharem matérias como as que a gente vê em jornais (normalmente pagas) sobre como o WFH é ruim pra sua saúde mental e como você deve voltar ao escritório pra tomar café, ser interrompido a cada 20 minutos etc.

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12 comentários

  1. Have a few morning meetings, hit a Sweetgreen for lunch, finish up work, then go see your favorite band play a show—sounds like a day you could only pull off in a city.

    Not anymore. As Axios reported, the rise of remote work has breathed new life into America’s suburbs, drowning out the roar of leaf blowers with commercial growth, an influx of new residents, and increased cultural opportunities, like legitimately good restaurants.
    Retailers show the way

    You’ve read headlines about major retailers closing stores in downtowns. But the reverse is happening in the suburbs, where retailers are opening new locations to meet customers where they live and, increasingly, work. The availability of urban retail topped suburban availability in the second half of last year for the first time since at least 2013, the WSJ reported citing CBRE data.

    Case study: Sweetgreen.

    – In 2019, 35% of Sweetgreen’s real estate footprint was in the suburbs.
    As of last summer, half of its locations are located in the burbs.

    Even suburban malls, which have been given their last rites for decades, appear to be recuperating. Shopping center landlords are setting leasing and occupancy records this year, according to the WSJ.

    A trickle into a flood

    The US suburban population had been increasing before the pandemic, growing 10.5% between 2010 and 2020, according to the Census. But lawns and patios became even more attractive during Covid, and the desire to live your best North Caldwell life has stuck around post-pandemic. Nearly half of millennials surveyed in a recent Bank of America report (43%–45%) said they expected to buy a house in the suburbs.

    And as the suburbs have ballooned, they look a lot less like Leave It to Beaver. The populations of big American suburbs are now more diverse than the broader US population, according to Brookings.

    Bottom line: The WFH-fueled rise of the suburbs is a wake-up call to cities, where, in the case of NYC, 26 Empire State Buildings’ worth of office space now sits empty. According to Stanford economist Nicholas Bloom, the typical office worker is spending $2,000–$4,600 less annually in city centers.

  2. Olha, tentando sair um pouco da dicotomia “home office é bom, presencial é ruim”, acredito que podem haver pontos positivos do home office para as empresas, da mesma forma como podem haver pontos negativos para os próprios funcionários. Como uma pessoa que passou do presencial para o home office durante a pandemia, tenho pensado um pouco sobre isso desde então.

    Para as empresas, manter um escritório físico há custos. Aluguel, energia, água, manutenção, funcionários para limpeza… Mesmo que a empresa custeie toda a infraestrutura e ajuda de custo para os funcionários, talvez haja uma economia aí em não precisar manter um endereço físico. Não digo que isso funcione para todo tipo e porte de negócio, mas usando o exemplo da matéria, imagino que um escritório no centro de Nova Iorque seja uma despesa considerável.

    Sobre os funcionários, eu sei na pele que home office não é um mar de rosas. Ter um cômodo e um ambiente adequados e organizados são essenciais para uma boa produtividade, e não é todo mundo que tem o privilégio de morar em um imóvel que permita isso. Eu mesmo, precisei me mudar para um imóvel maior esse ano, porque eu e minha esposa trabalhamos de casa, e não conseguiríamos trabalhar no mesmo cômodo. Ela trabalha com muita comunicação e reuniões com clientes; o meu trabalho exige mais concentração e silêncio.

    Além disso, há as tarefas domésticas, fazer comida, cuidar de filhos, etc. Tudo isso exige planejamento e organização, e a gente sabe que, para um casal, essa balança costuma ser desigual para os dois. Não estou justificando que “trabalho presencial é melhor porque permite que as pessoas escapem desses afazeres” (até porque os afazeres continuam lá depois do trabalho). Mas não deixa de ser um desafio conciliar o trabalho profissional e o trabalho doméstico quando eles se misturam no mesmo ambiente.

    1. Concordo com você, é o que eu disse no outro comentário: temos que elencar as profissões que podem ser feitas de casa e deixar os funcionários decidirem se farão. As pesquisas indicam que mais 70% prefere trabalhar de forma híbrida com liberdade (sem a obrigação de ir pro escritório 3x por semana, por exemplo).

      Mas eu fiquei me perguntando: você não consegue trabalhar direito porque a sua mulher fica falando (ok, entendo, eu também sou assim), mas não é muito pior no escritório? As duas vezes que eu fui no escritório onde eu trabalho, em quase 1 ano, eu sai com dor de cabeça e sem fazer quase nadam (exatamente por causa do barulho).

      1. Em partes, era. Havia momentos de barulho, mas também havia mais momentos de silêncio.

        Eu trabalhava em um escritório de médio porte (devia ter mais de 100 funcionários), que adotava o conceito de “escritório aberto”. Vários setores compartilhando um único vão, apenas as mesas e baias dividindo cada equipe.

        Não vou dizer que era um inferno, porém a quantidade de distrações era grande. Eu trabalhava na região central da sala, então era comum pra mim ouvir ruídos de todos os cantos, incluindo conversas, ligações, pessoas andando de lá pra cá (bônus para quem vinha usando um tamanco/salto alto), e não raro, um cara de um setor falar com outro em voz alta.

        Na empresa onde trabalho atualmente, antes de irmos para o home office, era apenas uma sala com umas 6 pessoas, então acabava sendo bem menor a quantidade de interrupções.

  3. Vou repetir o que eu sempre digo quando essas matérias aparecem: se homeoffice fosse bom pra empresa, o empresariado burguês seria o primeiro a incentivar.
    Homeoffice não é bom pra empresa, é bom pro empregado.

    1. Desde sempre né.

      Primeiro, a escravidão ia falir a burguesia. Não faliu.
      Depois, o fium do trabalho infantil ia falir a burguesia. Não faliu.
      Depois o fim da jornada de +16h diária ia falir a burguesia. Não faliu.

      E foi assim com a estabilidade, o descanso remunerado em finais de semana, férias anuais. A burguesia está sempre cada vez mais rica e, ao mesmo tempo, na beira de falir por qualquer mudança mínima que melhore a vida dos trabalhadores.

      Agora é o Home-Office. Daqui a pouco tem outra coisa. Por isso que se precisa ter uma posição firme que acate a maioria das pessoas, mesmo que você (individuo) em particular adore ir todos os dias pro escritório.

  4. Vou dar um pouco do meu contexto…. Trabalho perto de casa, vou a pé, nunca estive tão bem na minha vida, mesmo não ganhando muito.

    Agora vou criticar um pouco…. vive-se falando de trabalho de casa, mas isso abrange quantas pessoas? Precisamos também pensar no bem estar dos outros trabalhos que não tem como abraçar esse privilégio.. Eu mesmo não tenho como fazer o meu serviço de casa, demandaria muito mais logistica e tempo.
    Hoje trabalhamos jornadas de 44hs, mas devemos começar a pensar em 40hs ou menos. Isso não deixa apenas o funcionário mais feliz, mas entrega um produto melhor e mais competitivo. Isso poderia ser um trunfo para a industria, mas o empregador ainda é ignorante quanto aos benefícios.

    1. Com certeza existem diversos empregos que não podem ser feitos de casa. Professor alfabetizador, enfermeiro, mecânico, pedreiro, jardineiro e muitos outros. Mas são escalas de privilégios, e temos que discutir isso também. Mas a questão central é que todos aqueles que podem trabalhar de casa deveriam ter essa opção sem pressão patronal. Inclusive isso iria melhorar a cidade para quem precisa trabalhar presencialmente.

    2. Voltando ao comentário: eu trabalho 44h. A maioria das empresas no Brasil pede 40h. O correto seriam 30h (sem pausa). Alguns estudos falam que uma semana de 4 dias é melhor pro trabalhador.

      Tudo isso são pautas de quem é proletário e vive do seu trabalho. Mesmo que pra mim não faça diferença as 4h a mais, eu sempre irei defender as 40h. Mesmo que pra mim não faça muita diferença ter 2 ou 3 dias de descanso, eu vou sempre defender os 3 dias.

      A questão, acho, é consciência de classe.

  5. Particularmente, eu não gosto de Home Office. Acho que a questão mais problemática é a mistura do tempo/ambiente de trabalho com o doméstico. Para mim, a separação é importante. Mas para a maioria das pessoas, especialmente as que perdem horas em deslocamento, com certeza é muito melhor ficar em casa.

  6. Direto aparece artigo demonizando o home office, mas se vai fazer os americanos reverem suas leis malucas de zoning é só mais uma vantagem