🔗 [en] “Um céu azul sobre o Mastodon”. (+ uma reflexão sobre redes)erinkissane.com

Se queremos que mais pessoas aproveitem o que acreditamos ser os benefícios de algo como o Mastodon, cabe a nós torná-lo delicioso, conveniente, multi-texturizado e divertido, em vez de tentar envergonhar as pessoas para que comam sua sopa de soja e sem sal.

Faz um tempo que a “rede social” que uso é só o Órbita. E noto que aqui tanto o Ghedin quanto quem está por trás do órbita (esqueci seu nome, desculpa!) e a turma que participa criando posts e sugerindo links procura gerar um padrão de participações relevantes por aqui. A sensação antiga que eu tinha dos fóruns que eu participava parece que consigo sentir agora, de um certo companheirismo e respeito.

Quando vou nas duas comunidades do Mastodon que consigo ver o feed principal (não uso login), costumo ir para pinçar coisas – como esta que peguei do Cris Dias na Ursal. E quando falo pinçar, é pinçar mesmo, isso no meio do feed principal das redes Mastodon, recheadas de desabafos, reclamações, posts de gatinhos e sarcasmos bestas sobre a pessoa não usar o Mastodon.

Tenho conta no Spoutible, mas infelizmente ela exige número de telefone para validar a conta e permitir postar. Ok, do jogo e entendo. Só vou deixar para ver alguns posts, quem sabe no futuro quando sentir seguro? Não sei se participaria do Bluesky.

Talvez, o que as pessoas buscam é um espaço seguro para estar com alguém. Ou um buraco para se enfiar com os outros. Vai saber?

Isso falando das comunidades online. Aí a gente se pergunta: e no final, no offline?

Deixe um comentário

É possível formatar o texto do comentário com HTML ou Markdown. Seu e-mail não será exposto. Antes de comentar, leia isto.

2 comentários

    1. O conceito de instância na verdade É complicado. Entendo quando existe um esforço para explicar o Mastodon e agradeço a este esforço. Só que “ditadores benevolentes” por “ditadores benevolentes”, ao que noto as pessoas preferem algo “palatável” do que algo meio “cru”.

      O Mastodon, em conceito, é meio “cru”. É o básico de uma rede social, mas sem a multidão de uma grande rede, como as “comerciais” (Facebook, Orkut/Google, Twitter). A moderação não é de uma equipe paga, mas sim de uma comunidade ativa dentro. Ou do próprio responsável da comunidade.

      Parando para pensar aqui, me lembro que meu problema com o Twitter era quando começava uma discussão por causa de alguém que viu o comentário, ou quando EU começava uma discussão estúpida por nada. O jeito de a pessoa chamar atenção em alguma rede mais populosa é falando alguma besteira que cause barraco, atenção.

      O Mastodon corta isso pois o algoritmo não prevê exatamente um ritmo de atenção para um post-barraco. Mas sim a atenção ao último post da comunidade (ou do seu próprio feed).

      Quando comecei a priorizar a leitura mais do meu próprio feed no Twitter, me senti mais confortável – foi a época que fui banido. Não a toa muita gente ainda está no twitter mesmo sob risco de banimento ou por causa do Almiscarestragado. As pessoas meio que “se adequaram” e arrumaram o próprio feed. E beleza.

      No Mastodon, quando organizei meu feed, foi quando também arranjei encrenca com outros perfis e acabei apagando de raiva a conta. Só que no Mastodon tem um ponto extra: de facto o comum é a existência de “ditadores benevolentes”.

      Um administrador não opera a toa o Mastodon, precisa controlar aspectos antes que saiam do controle. Não a toa por exemplo o Masto.donte tem regras extremamente rígidas e restringiu novos usuários. Isso é um exemplo de “ditador benevolente”. Não é o melhor termo na verdade, talvez “gerente responsável” é melhor, mas quem controla as regras é o mesmo, e como falamos de comunidades. … enfim, deixo os termos a quem entende melhor.

      A Ursal por exemplo tem um pouco mais de abertura das regras, porém comentários contrários a ideologia proposta lá sofrem restrições. E ok, é a regra da casa.

      Em ambos os casos, eles operam servidores para falantes brasileiros. Fica a questão: e as legislações atuais? Pois não a toa a atuação de controle – isso impede também que comentários se tornem criminosos. E isso respingue na própria moderação.

      O problema também está na questão de federação, pois o que a consciência de um diz sobre o que é ou não ser crime não combina com o do outro, ignorando as leis também. Nisso, uma comunidade mastodon pode virar algo que acabe restringindo-se aos próprios participantes como “policiais da moral”, incomodando outras comunidades por não operarem dentro de o que seria uma regra que deveria ser universal a partir da visão do administrador de uma comunidade. E isso é um limitador de participação, a pessoa se sente desconfortável e acaba deixando para lá devido a interferências da “polícia da moral”.

      Até hoje acho meio absurdo quando o dono de uma comunidade mastodon fez um texto no blog comparando a pessoa não usar um Content Warning com a pessoa ficar nua em público.