Na China, a ByteDance, dona do TikTok, estabeleceu limites severos de tempo de uso para usuários com menos de 14 anos do Douyin, versão chinesa do TikTok. As crianças de lá só poderão usar a rede social 40 minutos por dia, entre 6h e 22h.
A China está em uma cruzada contra o vício infantil em celulares e internet. Desde 2019, uma diretriz governamental limita o tempo diário que menores de 18 anos podem passar jogando video game.
Em agosto de 2021, a janela de permissão foi revista e agora os chineses menores de idade só podem jogar entre as 20h e 21h das sextas-feiras, fins de semana e feriados.
O problema, com video games e com o Douyin, é como garantir a aplicabilidade das restrições. Se para nós, adultos, não é difícil imaginar formas de burlá-las, imagine para os inventivos adolescentes? Via South China Morning Post (em inglês).
Sou doido de achar isso certo?
Até adulto (eu incluso) sofrem com vícios em redes sociais/ vídeo games, imagina uma criança que muitas vezes é jogada na frente do tablet sem atenção dos pais.
Como professor conheço muitos pais, e colegas de trabalho, que apoiariam algo parecido aqui no Brasil.
Dois comentários sobre a responsa dos pais.
Um ponto sobre: hoje pais são bem questionados sobre a autoridade que lhe cabem na sociedade. Quando não, na verdade (ao menos em sociedades capitalistas como a nossa), não tem tempo para cuidar dos filhos e terceiriza a responsabilidade a terceiros, seja uma cuidadora ou parente.
Vício em game tá quase equivalente ao paradoxo do automóvel: criou-se uma cultura de necessidade em torno daquilo.
Autoridade dos pais pra quê, né…
Sou professor. O problema é que existem pais que simplesmente acham que ser pai e mãe é apenas comprar presentes vez ou outra e dar comida e roupa. Faltam a função de acompanhar o desenvolvimento dos filhos, tratam a escola como um mero lugar de depósito para os filhos. Então sim, o ideal é que os pais assumam sua autoridade e responsabilidade no desenvolvimento dos filhos. Porém, isso muitas vezes não ocorre.
Eu inclusive acho que o problema nem é tão simples. Alguns pais sem muita instrução formal acabam achando que deixar a criança mexer no celular implica em ela saber usar tecnologia, o que implica em ajudar na instrução/futuro dela até pra arrumar emprego e virar uma “criança sabia”. Infelizmente sabemos que não há nenhuma correlação e ninguém trabalha usando celular e que, pelo contrário, esse uso insano de celular desde o primeiro ano só atrapalha no desenvolvimento da criança.