O Google desistiu oficialmente do FLoC, sua controversa alternativa aos cookies de terceiros para o direcionamento de anúncios na web.
Desde o início, o FLoC foi criticado por especialistas em privacidade, temerosos pelo potencial de abuso e discriminação da tecnologia. (Entenda.) Outros navegadores que não o Chrome, buscadores que não o Google e extensões de privacidade e bloqueio de anúncios já haviam sinalizado que bloqueariam o FLoC.
Em um post no blog da empresa, o diretor de produtos Vinay Goel deu rapidamente a notícia antes de apresentar seu substituto, a API Tópicos. Trata-se de um conjunto de cinco interesses do usuário, detectados nas últimas três semanas e restritos ao Chrome, que sites e anunciantes poderão usar para direcionar anúncios.
Vinay diz que os Tópicos são limitados (350 no lançamento) e criados com cuidado, a fim de excluir assuntos sensíveis como religião e raça/etnia, e que o Chrome apresentará uma interface inteligível para o usuário excluir tópicos ou desativar o recurso. Cerca de 5% dos tópicos/assuntos enviados pelo Chrome a anunciantes serão falsos, para aumentar a proteção à privacidade do usuário.
Aqui tem uma explicação técnica da API dos Tópicos.
Em boa medida, os Tópicos parecem ser uma versão menos atabalhoada que o FLoC e limitada ao navegador — que, não sem surpresa, é do próprio Google.
O Chrome será o último dos grandes navegadores a abandonar os cookies de terceiros. O atraso se deve à necessidade do Google, uma empresa de publicidade com forte atuação na web, preparar um substituto à altura em termos de precisão e geração de receita.
Dica: o Firefox já abandonou os cookies de terceiros e vem de fábrica com várias boas configurações pró-privacidade. Via Google, Axios (em inglês).
Melhor ainda: SeaMonkey.
Há muito tempo o merdafox já vem cuspindo na cara de seus usuários copiando o que pode do Chrome e tomando decisões arbitrárias sem ouvir sua base de usuários (vide o fiasco com buttcoins, o qual tiveram até que ceder e cancelar os planos depois de tanta repercussão negativa)
A menos que faça uso de conteúdo protegido por DRM, ou tenha necessidade de usar sites porcamente mal programados e que utilizam o JavaScript da Google (como alguns serviços no Gov.br), evite usar o Firefox, use apenas como último recurso para lutar contra a monocultura Blink/Chromium.
O SeaMonkey não tinha um problema com atraso nas atualizações de segurança em relação ao Firefox?
O Safari é uma boa pedida também em substituição ao Chrome?
É sim! O problema do Safari é que ainda se trata de um navegador controlado por uma big tech, mas a Apple é bem menos nociva à web que o Google. (Muitos acusam-na de ser lenta e, com isso, segurar o desenvolvimento da web, mas sei lá; no contexto atual, acaba sendo um contraponto ao Google/Chrome.)
booom