Ontem (12), na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, a LG apresentou sua linha de produtos para 2015 no Brasil. Além de máquinas de lavar roupas, lava-louças, micro-ondas e sistemas de ar condicionado, conferi também as coisas que você está acostumado a ver aqui: smartphones, um novo relógio inteligente e TVs — incluindo uma particularmente estonteante.
O Digital Experience de 2015 foi especial: é o 20º aniversário da empresa no Brasil. O evento concentrou as últimas novidades das suas diversas linhas de produtos. Na parte que nos interessa, os destaques foram o G Flex 2, versão refinada do smartphone com tela curvada de 2014, e o G Watch R, relógio com tela totalmente circular rodando Android Wear. Mas…
O dólar roubou a cena
O G Flex 2 é o que o primeiro deveria ter sido por uma característica: tela. A enorme do modelo anterior tinha resolução apenas HD (720p), baixa para seu tamanho físico, e um aspecto bem esverdeado e incômodo. Ela não estava no mesmo nível das telas planas dos smartphones concorrentes e, por isso, confiava apenas na inédita curvatura para convencer o consumidor em potencial a levá-lo para casa. Para mim, era pouco.
- Relembre: Review do primeiro G Flex.
A do novo, porém, não deve nada a outros modelos — e continua curvada. Ela manteve o painel P-OLED, mas ficou menor (5,5 polegadas contra as 6 do G Flex original), ganhou a resolução adequada (Full HD) e cores muito fiéis e confiáveis, sem aberrações cromáticas. O G Flex 2 também ficou mais leve, teve suas especificações atualizadas (é o primeiro do Brasil a vir com Snapdragon 810) e a nova cor vermelha é elegante.
Já o G Watch R é um Android Wear grande, com tela totalmente circular e… bem, é basicamente isso. Meu pulso é pequeno, então em mim ele ficou gigantesco — vide a foto acima. Por outro lado, para alguns homens ele parece adequado. O Abel emprestou seu pulso e o relógio (tradicional) para um comparativo rápido e, nele, o modelo da LG não pareceu tão fora de lugar:

O G Watch R é leve. A aparência utilitária, em tons escuros e com pulseira de couro, e o tamanho avantajado me levavam a esperar o contrário, mas ele é realmente leve. Todas as funcionalidades do Android Wear, do Google Now aos sensores, estão lá. E por se tratar de Android, dá para instalar novos apps. A unidade que um funcionário da LG me emprestou tinha um navegador (?) capaz de abrir sites completos. Trata-se de um dos muitos apps disponíveis (e questionáveis) da plataforma.

Ainda tenho um pé atrás com relógios inteligentes. Não é o caso de utilidade (pare e pense no tanto de coisa que você usa que é “inútil”), mas sim de como encaixar mais um item na rotina, e um que exige minha atenção, recargas diárias da bateria e que, em última instância, complementa um negócio que me custou muito dinheiro, o smartphone, a fim de me fazer usá-lo menos. É vantagem?
Para a LG, sim. Falei brevemente com Marcel Inhauser, gerente de produtos da empresa, a fim de entender o apelo do G Watch R e outros relógios inteligentes. Segundo ele, um acessório do tipo ajuda a “aproveitar toda a vantagem de ficar conectado sem ter que ficar olhando o celular o tempo todo. Você responde mensagem por voz, tem acesso a notificações, fica mais livre do celular estando conectado.” Depois ele comparou esse novo mercado com o de smartphones há 10 anos, quando ninguém acessava a Internet no meio da rua. Hoje esse cenário é corriqueiro. A conferir, daqui uma década, se relógios inteligentes serão mesmo populares assim.
Mas o maior problema da dupla, que tem lançamento no Brasil marcado para abril, está fora da alçada da LG. Chama-se dólar caro. O comunicado à imprensa entregue antes do evento diz que G Flex 2 e G Watch R custarão R$ 2.699 e R$ 999. Dentro do esperado. Só que durante a demonstração dos produtos, representantes da empresa informaram que os preços de lançamento serão maiores devido à ascensão da moeda americana: R$ 3.299 e R$ 1.299, respectivamente. E para piorar, eles ainda não estão confirmados, ou seja, podem subir mais.
Havia também um punhado de smartphones intermediários expostos e é legal ver que a LG está unificando a identidade visual de toda a linha — os botões nas costas dos aparelhos já é padrão, e um deles tem a tela “levemente curvada” que simula a do G Flex 2. Apesar do potencial de confusão com tantos modelos similares, acho que no fim essa movimentação é positiva.
A tela mais linda do mundo
No estande ao lado havia um punhado de TVs enormes. As 105 polegadas com resolução 5K têm presença; quando as pessoas descobrem que ela custa R$ 300 mil, mais ainda. Mas não foi essa a que mais me chamou a atenção. Bem ao lado havia uma com quase metade do tamanho, “apenas” 55 polegadas, mas que fez meus olhos brilharem graça à união de dois termos: 4K e OLED.
As demonstrações abstratas e de vestidos voadores passando na TV eram bonitas. Elas ressaltavam o contraste absoluto do OLED e a borda finíssima da tela, que tem uma leve curvatura. Mas a coisa ficou impressionante mesmo quando entraram imagens urbanas noturnas. A cidade pulsava, as luzes eram intensas, os contornos e detalhes, milimetricamente perfeitos. 4K condensados em uma tela “pequena” dessas, com a vivacidade do OLED é de uma qualidade indescritível. E de um custo ainda bem salgado.
Essa TV (modelo 55EG9600) será lançada aqui em abril, por R$ 12.999. No segundo semestre chegam modelos em tamanhos maiores, de 65 e 77 polegadas. Obviamente serão mais caros, mas não se sabe ainda quanto.

O webOS 2.0 (acima), agora mais rápido, estará nessa TV 4K OLED. E em várias outras — a nova versão do sistema da LG figura em 90% da linha 2015 de TVs inteligentes da marca. Tive a oportunidade de testá-lo e achei bem intuitivo. O ponteiro do “mouse” é guiado pelo controle remoto e funciona bem de um jeito que eu duvidava ser possível. Para quem não gostar, as boas e velhas setas direcionais funcionam de método de navegação alternativo — e somem com o ponteiro quando são clicadas.
A interface é acertada, bem fluída e, segundo a LG, o grande trunfo da atualização é velocidade. Em algumas ações, como voltar do YouTube para a tela inicial, ele está até 70% mais rápido. Mesmo sem ter tido contato com a geração anterior, tudo pareceu ligeiro.
Desbravando a linha branca
Missão cumprida e com tempo disponível, dei rolê pelo grande showroom. Vem comigo!
Antes, a tal TV de R$ 300 mil. O cara ao lado serve de referência — e não, ele não é um anão:

Esta lava-louças “naked” revelou o mistério do funcionamento das das lava-louças:
Algumas novas caixas de som prateadas usam uma tecnologia chamada “Music Flow” que acompanha o usuário-emissor da música (ou o smartphone dele, para ser mais exato). Se você tiver essas caixinhas compatíveis, como as da nova linha Smart Hi-Fi, conectá-las a um app da LG no smartphone e espalhá-las pelos cômodos da casa, ao transitar por eles as caixas ligam e desligam de acordo com a sua presença, automaticamente. Isso é bem louco. As caixas, aliás, são lindas e os quatro modelos compartilham o design. Nada de preço por enquanto.

Abaixo, o X-Boom Pro. Segundo o pessoal da LG, nessa nova versão o sistema de som virou uma pick-up de DJ pra valer. Eu não entendo muito, então acredito, mas são bem maneiras as coisas que ele consegue fazer. E barulhentas. Não bastasse ser (muito) alto, ainda dá para combinar dois ou mais X-Boom Pro para aumentar a potência. AONDE ISSO VAI PARAR?, me perguntava enquanto colocava os fones para conferir os recursos da pick-up.
Ainda sem preço, mas considerando que o modelo anterior custa R$ 3.990, não deve sair barato. Chega por aqui no segundo semestre.

Achei o Dr. Bactéria!

Esta máquina de lavar roupas com carregamento frontal ajuda a economizar água — e tem o aval da WWF:

Eu sei que já falei de TV, mas se liga na espessura da 4K OLED ali de cima:
E… bem, foi isso. Na verdade teve mais coisas, tanta que era impossível cobrir tudo. E mesmo que fosse, algumas não são lá tão interessantes para nós. A LG atua em muitos segmentos — bem mais do que os mostrados ontem.
Viajei para São Paulo a convite da LG.
Que engraçado esse relógio Android… de algum jeito eles esconderam a barra preta da parte de baixo do Android Wear… mas olhando a foto inicial você começa a entender como fizeram isso, eles meio que “comem” pedaços do sistema … acho que só pode ser isso.
Com certeza esse sistema das TVs da LG é o melhor sistema para TV disponível hoje em dia.
Nada base a facilidade, suporte para tipo de arquivos e funcionalidade do mesmo.
Já tive oportunidade de utilizar por muito tempo a versão 1.0 e fiquei impressionado. Quero muito ver a 2.0
Tudo lindo, falando sério. A LG tem se destacado por esses designs inspirados, em todas as linhas que atua.
Acho que a LG devia mandar essa lava-louças e essa máquina de lavar para você fazer review. Falta isso no cenário nacional.
OLED + 4k: SONHO!
Aguardando modelos menores e mais em conta. Vai ser uma compra certa!