Texto final do PL das Fake News sofre alterações; veja o que muda.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) apresentou nesta quinta (31), no Senado, a versão final do projeto de lei 2630/2020, o PL das Fake News.

A nova redação trouxe algumas mudanças. O lobby de Meta/Facebook e Google (que irritou Orlando) surtiu efeito: o artigo 7º foi alterado e agora permite que dados dos usuários de redes sociais sejam processados por terceiros, mas exige que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) seja respeitada.

Também houve flexibilizações nos prazos para a produção dos relatórios de transparência semestrais das plataformas, e mais detalhes da composição deles agora constam no texto.

Outros pontos polêmicos, como a imunidade parlamentar em redes sociais e a obrigação das plataformas de remunerarem o jornalismo profissional (uma demanda que as próprias empresas de mídia e associações setoriais acham ruim), foram mantidos.

Orlando Silva disse que espera que o PL seja votado no plenário da Câmara semana que vem. A atribuição de pautar a votação cabe ao presidente da casa, o deputado Arthur Lira (PL-AL). Via O Globo, Núcleo, Correio Brasiliense, @cdr_br/Twitter.

Hackers roubam R$ 3 bilhões em criptomoedas de joguinho; empresa leva seis dias para notar o rombo.

Uma falha na blockchain Ronin, usada pelo jogo Axie Infinity (ambos da empresa Sky Mavis), permitiu que alguém roubasse o equivalente a US$ 600 milhões (~R$ 3 bilhões) em criptomoedas de usuários do jogo.

O mais maluco: a Sky Mavis demorou seis dias para descobrir o rombo, e só se deu conta depois que um usuário/jogador tentou converter seu dinheirinho virtual em dinheiro de verdade e não conseguiu.

O hack envolve validadores e outros termos bem técnicos (o blog da Molly White traz uma boa explicação), mas o que importa é que esse caso evidencia que: 1) não existe sistema infalível, por mais que os entusiastas de blockchains pintem eles assim; e 2) a natureza da blockchain, onde as transações são imutáveis, impede que as transferências indevidas sejam revertidas.

A parte (mais ou menos) triste é que, ao contrário de outros criptoativos, Axie Infinity é uma espécie de trabalho em países periféricos, como Indonésia e Brasil. (Aqui no Manual tem um relato da Paula Gomes de como o jogo/trabalho funciona.) Ou seja, uma parte desse dinheiro era/seria gasta com despesas do dia a dia. Via Ronin, Molly White, Kotaku (todos em inglês).

Este aplicativo transfere o WhatsApp do Android para o iOS — e vice-versa

* Este é um post patrocinado. Leia o nosso compromisso ético.

Para muita gente, o WhatsApp é sinônimo de celular. Para a maioria das pessoas, é, no mínimo, um aplicativo essencial  — onde conversamos com amigos e familiares, fazemos negócios e resolvemos problemas. Por isso, é importante cuidar bem do backup do WhatsApp com um aplicativo como o iTransor para WhatsApp, da iMyFone.

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Agora dá para editar posts já publicados no Mastodon.

Enquanto a galera fica implorando ao Twitter para adicionar o recurso de editar posts, o Mastodon chegou à versão 3.5 com essa e outras novidades.

A edição de posts ainda está desativada na interface web. Os desenvolvedores vão esperar que mais instâncias atualizem o sistema para a versão 3.5 antes de liberá-la. De qualquer forma, o trabalho pesado está pronto — é só questão de virar uma chave. Via Mastodon (em inglês).

Mensagens de áudio evoluem no WhatsApp.

Sabe quantas mensagens de áudio são enviadas no WhatsApp por dia? Sete bilhões. É uma escala insana. O dado foi revelado junto a uma série de melhorias no recurso — algumas delas já estão rolando, outras virão nas próximas semanas. Via WhatsApp.

Nos EUA, Meta/Facebook pagou por campanha para difamar TikTok.

O Washington Post descobriu que a Meta, que antes se chamava Facebook, pagou uma consultoria republicana para orquestrar uma campanha difamatória contra o TikTok nos Estados Unidos.

O jornal revisou e-mails trocados por funcionários da consultoria, a Targeted Victory, uma das mais poderosas e que tem o partido Republicano como um dos seus principais clientes.

Nas mensagens, funcionários bolavam abordagens para pintar o TikTok como uma ameaça às crianças norte-americanas e à sociedade e, ao mesmo tempo, insuflar um suposto risco do fato de ser um aplicativo de origem chinesa.

Em nenhum caso havia menção ao investimento feito pela Meta ou à empresa em si. Via Washington Post (em inglês).

Post livre #310

Toda semana, o Manual do Usuário publica o post livre, um post sem conteúdo, apenas para abrir os comentários e conversarmos sobre quaisquer assuntos. Os comentários fecham segunda-feira ao meio-dia.

Valeu, primeiro app de delivery estatal do Brasil, é lançado no Rio.

A prefeitura do Rio de Janeiro lançou seu aplicativo de delivery para os restaurantes da cidade, o Valeu (Android, iOS). Ele já vinha sendo testado com um número limitado de restaurantes. Agora, o cadastro foi aberto a todos os estabelecimentos da cidade.

O Valeu traz alguns diferenciais em relação a aplicativos comerciais/privados, como iFood e Rappi:

  • Taxa zero para os restaurantes em pedidos de até R$ 100.
  • Remuneração aos entregadores de R$ 7 por pedido ou 2% para pedidos acima de R$ 100.
  • Listagem dos restaurantes apenas pelo critério geográfico (não é possível pagar para aparecer primeiro).

Por ora, o Valeu não terá entregadores independentes. A plataforma demanda que os restaurantes tenham seus próprios entregadores.

Segundo Pedro Paulo Carvalho Teixeira, secretário municipal de Fazenda e Planejamento, o credenciamento de entregadores está nos planos do Valeu, “mas mantendo a relação financeira com os entregadores com os comerciantes”. Via O Globo.

Estava ouvindo os companheiros falarem e fiquei impressionado com a quantidade de gente no celular. Parece que a reunião aqui não estava acontecendo. […] A Gleisi estava falando [em outro evento] e tinha 27 pessoas no celular. Eu sinceramente fico muito puto.

— Luis Inácio Lula da Silva, em reunião na Federação Única dos Petroleiros (FUP), no Rio de Janeiro.

E quem não fica? Via Bernardo Mello Franco/O Globo.

Microsoft facilita alteração do navegador padrão no Windows 11.

A Microsoft liberou uma atualização para o Windows 11 (KB5011563) que, entre outras coisas, facilita a definição de um navegador como padrão no sistema. Antes, no Windows 11, era preciso alterar o aplicativo/navegador padrão em cada formato de arquivo suportado; agora, em acréscimo ao sistema anterior, existe um botão que faz todo esse trabalho com apenas um clique. Via The Verge (em inglês).

LinkedIn derruba veto a vagas afirmativas no Brasil.

O LinkedIn atualizou sua política global para pemitir a divulgação de vagas de emprego e processos seletivos que expressam preferência por pessoas e grupos historicamente desfavorecidos. A notícia foi dada com exclusividade ao Estadão por Milton Beck, diretor-geral do LinkedIn para a América Latina.

Há dez dias (19), o LinkedIn excluiu uma vaga do Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (Laut) que dava preferência a candidatos negros e indígenas. O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais e motivou reações de grandes empresas, como a Natura&Co, do Procon-SP e do Ministério Público Federal.

Países como o Brasil não consideram discriminação a oferta de vagas e processos seletivos que priorizem grupos minorizados. O tema consta na Lei de Cotas e é pacífico no Judiciário. Via Estadão, Nexo, Folha de S.Paulo.

Dados são o novo petróleo: China trabalha para ampliar sua capacidade de processar dados

O ano de 2022 mostra que o governo chinês leva cada vez mais a premissa de que dados são o novo petróleo, gás, etc. a sério. Como apareceu no Protocol China em fevereiro, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma anunciou o lançamento de uma política para ampliar a capacidade de processamento de dados do país.

O projeto também veio do think tank governamental CAICT e foi criado em 2020, com um nome que fica mais ou menos como “Dados do Leste, Computação do Oeste”. A ideia é criar centros de processamento de alta capacidade, usando energia mais barata, renovável (e, portanto, mais sustentável) nas regiões mais pobres do oeste, com dados coletados nas regiões mais prósperas do leste — que têm energia mais cara.

Uma inspiração para essa “otimização” do espaço nacional foi o South-to-North Diversion Project (do qual já falamos aqui), que pretende redirecionar águas de alguns rios do país.

Na semana passada, a China Telecom e China Unicom, empresas de telecomunicações, anunciaram a aceleração da construção de centros que se adequem ao planejamento do projeto. A Huawei também está ligada, como mostra este texto publicado recentemente em seu site, refletindo sobre a importância da infraestrutura das redes para que o projeto dê certo. Isso tudo se alinha com o 14º Plano Nacional de Informatização, lançado pelo governo em janeiro (como contamos aqui). Para ler também uma reflexão e análise do plano, vá lá no DigiChina.

Por falar nela, a Huawei voltou à pauta esta semana com duas notícias: a reaparição de Meng Wanzhou e o posicionamento da gigante de tecnologia chinesa diante das sanções impostas à Rússia, devido à guerra com a Ucrânia.

Em resposta a uma pergunta de um repórter, Guo Ping, que ocupa a presidência rotativa da companhia, disse que a Huawei está preocupada com os desdobramentos da guerra para a população atingida e que a possibilidade de aderir às sanções ainda está sob análise cuidadosa. Durante o mesmo evento, em que a empresa reportou crescimento de 76% dos lucros em 2021, na segunda (28), Meng Wenzhou fez sua primeira aparição pública desde que retornou à China após passar um período em prisão domiciliar no Canadá.


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Mastodon ganha aplicativo oficial para iPadOS.

O aplicativo oficial do Mastodon (o que é o Mastodon?) ganhou uma versão exclusiva para o iPadOS. (Antes, ele estava disponível apenas para iOS/iPhone.) No tablet, o aplicativo exibe um leiaute diferente, melhor adaptado à tela maior, e mais coisas ao mesmo tempo, como a coluna de tendências (“trendings”).

A versão para Android ainda não chegou, mas está a caminho. No Mastodon, Eugen “Gargron” Rochko, o alemão criador da rede social descentralizada, disse que o aplicativo para o sistema do Google chegará “em breve”. Via @Mastodon@mastodon.social, @Gargron@mastodon.social(ambos em inglês).

Barulho de turbina de avião, gordura impregnada na casa e mau cheiro: vizinhos de “dark kitchens” em SP relatam “pesadelo”

Barulho de turbina de avião, gordura impregnada na casa e mau cheiro: vizinhos de “dark kitchens” em SP relatam “pesadelo”, por Bárbara Muniz Vieira no G1:

Barulho comparado a uma turbina de avião durante 20 horas por dia, gordura impregnada nas roupas no varal, odores que causam ânsia de vômito. Eessas são algumas das reclamações de paulistanos que moram no entorno das “dark kitchens”, restaurantes que só atendem no sistema de entrega.

De porte industrial, o modelo de negócio foi iniciado com a pandemia de Covid-19, e virou pesadelo de moradores de alguns bairros residenciais da capital paulista.