A pedido da Justiça, Telegram exclui canais de blogueiro bolsonarista.

O Telegram finalmente deu sinal de vida às autoridades brasileiras. No sábado (27), atendeu a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes emitida na véspera, do Supremo Tribunal Federal (STF) e tirou do ar três canais do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira. Caso descumprisse a decisão, o Telegram seria multado em R$ 100 mil por dia e bloqueado no Brasil por pelo menos 48 horas.

Apesar do cumprimento, Allan continua ativo no Telegram graças a um “perfil reserva” com 22 mil seguidores. Por ele, vem compartilhando tutoriais de VPN para permitir o acesso aos canais — o bloqueio só está valendo para acessos a partir do Brasil. O uso de perfis reservas foi previsto pela decisão do ministro Alexandre, “comportamento que deve ser restringido”. Via Poder360 (2) (3) (4).

Facebook/Meta, Google, Mercado Livre e Twitter manifestam preocupação com PL das fake news.

Facebook/Meta, Google, Mercado Livre e Twitter divulgaram, nesta quarta (24), uma carta aberta criticando o projeto de lei 2630/2020, o chamado PL das Fake News. No texto, as quatro empresas dizem que o PL deixou de tratar de fake news e que “passou a representar uma potencial ameaça para a Internet livre, democrática e aberta que conhecemos hoje”.

O PL das fake news deve ser votado em breve na Câmara dos Deputados, no que depender da vontade do presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL). No dia 15 de fevereiro, ele afirmou que o Plenário poderá votar o requerimento de urgência a qualquer momento. Via G1, Propmark, Câmara dos Deputados/YouTube.

Cris Camargo: É possível uma publicidade digital menos invasiva?

Neste podcast, entrevistamos Cris Camargo, CEO do IAB Brasil. Ela acabou de voltar de um evento nos Estados Unidos, reunindo os 45 IABs do mundo, para alinhar as grandes questões que a publicidade digital enfrenta no momento. Na conversa, Rodrigo Ghedin e Jacqueline Lafloufa questionam Cris a respeito de cookies de terceiros, consentimento na coleta de dados, relações com a Big Tech, influenciadores digitais e outras questões pertinentes da área.

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Agora vai: Steam está chegando ao Chrome OS

Já faz uns dois anos que o Steam está chegando no Chrome OS. Precisava estabilizar o Crostini, precisava suporte gráfico melhorado, precisava de um monte de coisas… que foram feitas.

Chegou a hora de — isso mesmo — aparecer código. Mais especificamente, aqui.

// The special borealis variants distinguish internal developer-only boards
// used by the borealis team for testing. They are not publicly available.
constexpr char kOverrideHardwareChecksBoardSuffix[] = "-borealis";

constexpr const char* kAllowedModelNames[] = {
    "delbin", "voxel", "volta", "lindar", "elemi", "volet", "drobit"};

constexpr int64_t kGibi = 1024 * 1024 * 1024;
constexpr int64_t kMinimumMemoryBytes = 7 * kGibi;

// Matches i5 and i7 of the 11th generation and up.
constexpr char kMinimumCpuRegex[] = "[1-9][1-9].. Gen.*i[57]-";

Eu sei que C++ é uma linguagem de programação quase alienígena. Por sorte, alguém no 9to5Google, que descobriu o commit, traduziu isso para os meros mortais. O Steam só rodará em dispositivos Chrome OS com Core i5 ou i7 de 11ª geração com pelo menos 8 GB de RAM, e ainda assim a placa-mãe terá que ser liberada pelo Google para rodar o programa.

(Lembrança eterna: todo o desenvolvimento do Chrome OS é orientado a placas-mãe, já que o Google certifica e suporta as placas-mãe que os OEMs podem usar.)

A lista de aparelhos elegíveis neste primeiro momento é bem curta (três Acer, dois Asus, um HP e um futuro Lenovo, todos topo de linha etc.), e que não deve se expandir muito já que a exigência da 11ª geração garante que somente Chromebooks lançados a partir de 2020 têm chance de serem suportados (embora, ao que parece, tem testes internos no Google com Intel Core de 10ª geração e chips AMD).

Agora só falta mesmo o anúncio oficial do lançamento. Talvez com um Chromebook com teclado RGB junto, porque afinal parece existir uma lei obrigando tudo gamer a ter RGB.


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Empresas de mídia planejam abandonar o AMP do Google.

Grandes empresas de mídia norte-americanas planejam desativar as versões AMP de seus sites, a plataforma de sites rápidos imposta pelo Google em 2015. O Washington Post já deu esse passo. Depois que o Google abriu o carrossel de destaques a páginas não-AMP e tornou-se público que a empresa sabotava páginas não-AMP para proteger seu negócio de anúncios, faltam motivos para justificar essa venda de alma ao Google. As empresas consultadas pela reportagem do Wall Street Journal esperam mais controle e melhorar as vendas de anúncios em seus sites. Via Wall Street Journal (em inglês).

Site da Americanas volta a funcionar depois de quatro dias sob ataque hacker

Os sites da Americanas ficou quatro dias fora do ar devido a um ataque hacker ocorrido no sábado. Ele voltou a funcionar nesta quarta (23), mas os outros do grupo, não — Sou Barato e Shoptime seguem indisponíveis e o Submarino está voltando “de forma gradual”. A operação das lojas físicas não foi afetada. Via Folha de S.Paulo.

A comunicação da Americanas foi criticada. A empresa soltou três comunicados ao mercado, nos dias 19, 20 e 23 (todos PDF). No primeiro, disse ter suspendido os sites preventivamente sob o “risco de acesso não autorizado”, e que não havia “evidência de comprometimento das bases de dados”.

No comunicado do dia 20, a Americanas disse que voltou a suspender os sites “assim que identificou acesso não autorizado”, sem explicações detalhadas — que acesso é esse? De onde está vindo? Quais os estragos causados?

No último, da quarta, reiterou que os quatro dias até então fora do ar foram motivados por “incidente de segurança do qual foi vítima entre os dias 19 e 20 de fevereiro” e que “não há evidência de comprometimento das bases de dados”.

Raphael Hernandes, da Folha de S.Paulo, ao questionar a comunicação da Americanas durante a crise:

Os sistemas serem desligados para proteger os dados de clientes, conforme apuração da Folha, não significa que não houve algum vazamento. Não se sabe muito, pois, até o momento, a Americanas opta pelo silêncio.

Com estratégia “Kinder Ovo”, startups atacam o desperdício de comida

Não é de hoje que o mundo produz comida suficiente para alimentar todos os seres humanos, mas a fome ainda existe em vários países. Paradoxalmente, mesmo nesses o desperdício de comida continua a ser um problema. Existe alguma maneira de fazer com que paremos de jogar comida boa no lixo?

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Guerra na Ucrânia sobrecarrega servidores do Telegram.

A guerra na Ucrânia está afetando o Telegram. Pavel Durov, co-fundador e CEO, informou em seu canal russo que “o cluster europeu do Telegram está enfrentando uma carga sem precedentes”, o que pode gerar “interrupções intermitentes de curto prazo” para alguns usuários. Via @durov_russia/Telegram (em russo).

Post livre #306

Toda semana, o Manual do Usuário publica o post livre, um post sem conteúdo, apenas para abrir os comentários e conversarmos sobre quaisquer assuntos. Os comentários fecham segunda-feira ao meio-dia.

Twitter erra e suspende perfis que compartilham vídeos da Ucrânia.

O Twitter suspendeu diversos perfis de pesquisadores que compartilham imagens e vídeos das regiões de Donbas e Luhansk, na Ucrânia, ambas centrais na guerra que o presidente russo Vladimir Putin começou nesta quinta (24). Esse tipo de perfil é conhecido como OSINT (de “open source intelligence”) e acaba sendo útil a outros pesquisadores e jornalistas.

Em nota ao site The Verge, o Twitter afirmou que as suspensões decorreram de erro (sem especificar qual) e negou tratar-se de uma campanha coordenada de robôs russos, que teriam denunciado os perfis por violação aos termos de uso da rede disparando respostas automáticas do sistema de moderação. Esta hipótese aventada pelos prejudicados.

Apesar da justificativa oficial, o evento causou estranhamento — por pior que sejam as ferramentas automatizadas do Twitter, falhas do tipo, nessa escala, são incomuns.

No Brasil, o perfil do Sleeping Giants também foi suspenso por uma hora nesta quarta (23.fev), logo após o lançamento da #YouTubeApoiaFakeNews, campanha que bota mais pressão contra a postura permissiva do YouTube com conteúdo que viola seus termos de uso. Via The Verge, @tatikmd/Twitter.

Rede social de Trump é lançada.

Truth, a rede social de nome sugestivo do ex-presidente norte-americano Donald Trump, foi lançada nesta segunda (21). Por ora, apenas a versão para iOS do aplicativo está disponível, e somente para usuários dos Estados Unidos.

Por lá, relatos apontam que o serviço não aguentou a demanda inicial, ainda que ela não pareça das maiores — a Folha de S.Paulo entrou na lista de espera atrás de ~110 mil pessoas. Para comparação, Trump chegou a ter 88,7 milhões de seguidores apenas no Twitter.

Quem conseguiu entrar se deparou com uma apresentação muito similar ao Twitter, rede social preferida de Trump, de onde foi expulso em janeiro de 2021. Não chega a ser surpresa — a Truth Social é feita com o código do Mastodon, uma espécie de Twitter descentralizado e de código aberto. Via Folha de S.Paulo, The Verge (em inglês).

Co-fundador do Basecamp se diz convertido às criptomoedas por protesto de caminhoneiros canadenses.

Depois do desastre de comunicação interna que destruiu 1/3 da força de trabalho do Basecamp ano passado, agora um dos fundadores da empresa se diz convertido à necessidade de criptomoedas devido aos protestos antivacina de caminhoneiros protofascistas no Canadá. Via DHH/Hey World (em inglês).

Olha, a gente usa e eu gosto muito do Basecamp, mas parece que os fundadores estão se esforçando um bocado para viraram os véios da Havan da gringa. Dica do Vinícius Ribeiro no nosso grupo de apoiadores.

Aumentando o XP: popularidade e regulação de games na China

Com prêmios chegando a 40 milhões de dólares, pode dizer para os críticos que vale a pena jogar videogame, sim. A indústria de eSports na China é o tema deste artigo do The Wire China, que cobre os estrondosos valores e sucesso de audiência desse setor. O The World of Chinese também abordou o tema e contou da inclusão de eSports nos Asian Games 2022, que vai acontecer em Hangzhou. A China é o maior mercado de eSports do mundo e uma fatia enorme do de videogames, com jogos para celular sendo particularmente lucrativos (consoles foram proibidos no país de 2000 a 2015), com destaque para League of Legends.

A regulação na indústria das plataformas online tem sido uma pauta recorrente e atingiu o setor de videogames, como comentamos em agosto e em outubro do ano passado. Uma medida de grande impacto foi o controle de horas para uso de jogos por menores de idade, mas questões políticas sobre o que é conteúdo aceitável nos jogos também afetaram empresas e usuários. Segundo o relatório de 2021 publicado pela associação do setor, o crescimento foi de menos de 7% (havia sido de 20% no ano anterior). Além disso, o governo tem segurado a liberação para novos jogos, como conta Josh Ye no SCMP. Ainda assim, a produção local de jogos de qualidade (categorizados como AAA) fervilha, como mostra essa interessante matéria no Polygon, que entrevistou criadores e desenvolvedores na China.


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