O Orkut vai acabar

Paulo Golgher, diretor de engenharia do Google, no blog do Orkut:

O Orkut será descontinuado no dia 30 de setembro de 2014. Até lá, não haverá impacto para os atuais usuários, para que a comunidade tenha tempo de lidar com a transição. Usuários podem exportar as informações do seu perfil, mensagens de comunidades e fotos usando o Google Takeout (disponível até setembro de 2016). A partir de hoje, novos usuários não podem criar novas contas no Orkut.

Dez anos depois de se tornar febre no Brasil (e praticamente só aqui), a rede social mais bem sucedida do Google fechará as portas.

Achei curioso e sintomático o anúncio do blog oficial sequer mencionar o Google+ — há apenas uma referência, genérica, junto a outros produtos como YouTube e Blogger. No primeiro acesso ao orkut.com, uma página de despedida do Orkut aparece. Entre as sugestões está “exportar álbuns de fotos para o Google+”, timidamente, sem aquele alarde que se via há poucos meses.

Como salvar as fotos do Orkut?

O Google oferece duas saídas. A primeira é migrar as fotos do Orkut para o Google+ usando esta ferramenta de exportação. A outra, salvar no seu PC através do Google Takeout. Essa contém, além disso, recados, depoimentos e comentários em comunidades.

Caso queira encerrar sua conta em definitivo, excluindo tudo antes do congelamento das comunidades, siga este link, clique em Ferramentas de dados, depois Excluir produtos e, finalmente, Remover Orkut. Isso pode ser feito mesmo depois de 30 de setembro.

Note que, depois do encerramento do Orkut, o Google manterá no ar um arquivo de todas as comunidades. Caso não queira ver suas publicações nesse arquivo, é preciso exclui-las individualmente antes do dia 30 de setembro ou encerrar sua conta — assim, seu nome será desvinculado dos posts nas comunidades.

O Olhar Digital tem outras informações sobre como proceder no apocalipse do Orkut.

Não consigo acessar o Orkut!

Tenho recebido comentários e pedidos de ajuda nesse sentido. Parece que o Google complicou o login no Orkut e várias pessoas estão com dificuldades para logar. O processo, segundo a empresa, é o seguinte:

  • Na parte superior direita dessa página, clique na foto do seu perfil.
  • Clique em Sair.
  • Acesse Orkut.com.
  • Faça login na conta do Google que você utilizou ao se cadastrar no Orkut.

Ou seja, é importante sair da sua Conta Google antes de acessar o Orkut. Eu não pude testar porque encerrei meu perfil no Orkut faz um tempão. Se alguém conseguiu assim ou tiver outra dica, deixe aí nos comentários.

Sem Orkut, Google+ enfraquecido…

Quando o Google tentava empurrar o Google+ aos usuários, lançou ferramenta de exportação, encheu o Orkut de pedidos para que os usuários migrassem, se empenhou para conquistar os que ainda estavam ativos no Orkut. Não tenho números, mas não espantaria saber que esse esforço não deu resultado — se esses remanescentes quisessem uma rede tecnicamente melhor, já teriam migrado para o Facebook antes.

A saída de Vic Gundotra afetou o Google+. O processo de desmantelamento, com a remoção ou diminuição das referências à rede nos resultados da busca do Google, foi o primeiro sinal. Passar em branco na Google I/O, outro. A não citação dela no comunicado do fim do Orkut, mais um. Será que o Google jogou a toalha de vez para redes sociais?

Quando (e por que) instalar um launcher alternativo no Android

Uma das belezas do Android é as concessões que ele dá ao usuário. Mesmo quem compra smartphone ou tablet com uma skin pesada e lotado de apps, encontra espaço para modificar, se não todo o sistema, parte dele. Uma das frentes mais importantes e fáceis dessa personalização são os launchers.

Um launcher é um aplicativo. Não é preciso fazer rooting ou incorrer em qualquer risco, e seu uso não viola a garantia. Um launcher é, para todos os fins, apenas um aplicativo e se comporta como tal, inclusive na instalação e remoção. Ele altera a tela inicial e alguns elementos visuais do Android — e por isso, também são conhecidos como “home replacements”, ou substitutos da tela inicial numa tradução livre.

Existem diversos launchers no mercado, de desenvolvedores independentes a grandes empresas, como o Facebook. Nas últimas semanas várias notícias nessa área surgiram, e não é de se espantar: o launcher é uma área premium, logo existe grande interesse por parte das empresas em conquistar esse espaço. Continue lendo “Quando (e por que) instalar um launcher alternativo no Android”

O experimento psicológico em larga escala do Facebook

William Hughes, no The A.V. Club:

Pesquisadores do Facebook publicaram um paper em que dizem terem manipulado o conteúdo visto por mais de 600 mil usuários em uma tentativa de determinar se isso poderia afetar seus estados emocionais. O paper, “Evidências experimentais de contágio emocional em larga escala através de redes sociais”, foi publicado no The Proceedings Of The National Academy Of Sciences. Ele mostra como os pesquisadores de dados do Facebook modificaram o algoritmo para determinar quais posts apareceriam nos no feed de notícias dos usuários — especificamente, os cientistas alteraram o número de termos positivos ou negativos vistos por usuários escolhidos anonimamente. O Facebook então analisou as publicações futuras desses usuários pelo período de uma semana para ver se elas respondiam com um aumento positivo ou negativo por conta própria, respondendo a questão de se os estados emocionais podem ser transmitidos por uma rede social. Resultado: eles podem! O que é uma boa notícia para os pesquisadores de dados do Facebook ansiosos por provar um ponto sobre psicologia moderna. [A notícia] é menos boa para as pessoas, que tiveram suas emoções manipuladas secretamente.

Dizer que o Facebook está sendo creepy é lugar comum, mas acho que eles conseguiram se superar. Isso é apavorante.

Há quem argumente que daria para fazer a mesma análise com uma abordagem de somente leitura, sem interferir no comportamento do feed e, em última instância, nas emoções das pessoas. Seria uma saída melhor, de fato. Mas da forma como foi conduzido, o estudo levanta questões maiores do que o ponto que procura validar: ele prova que o Facebook tem muito poder nas mãos, o poder de fazer que com a gente se sinta melhor ou pior.

Quão maluco é isso? Se o Facebook pode nos fazer mais felizes, por que não o faz? E se fizesse, isso seria de certa forma (de alguma forma) antiético?

Mais um (bom) motivo para diminuir o tempo gasto no feed de notícias — a receita, você já sabe.

Via Marco.org

Criminosos roubam iPhone e pedem a senha do iCloud à vítima

Juliana Carpanez, no UOL:

Durante a ação, chamou atenção a abordagem dos ladrões em relação à tecnologia. Os assaltantes pediram as senhas dos computadores, do iCloud (serviço de armazenamento em nuvem da Apple, que o criminoso chamou de “aiclôude”) e decidiram formatar o PC corporativo (“zerar” seu conteúdo) ainda dentro do carro.

Depois do sequestro, um dos comparsas alterou o perfil da vítima no WhatsApp, colocando sua própria foto – a imagem foi entregue à polícia, para ajudar na identificação. Segundo Marcos, a pessoa da foto dirigia o carro de onde saíram os outros dois assaltantes.

No iOS 7 a Apple implementou um mecanismo chamado Bloqueio de Ativação no Find My Phone que permite transformar o iPhone em um peso de papel remotamente, caso ele seja perdido ou tenha sido roubado. Mais detalhes aqui.

Essa novidade diminuiu a incidência de roubos de iPhones em algumas localidades. Segundo esta matéria do New York Times, em San Francisco a queda foi de 38%, em Londres, de 24% e em Nova York, 19%. Não localizei números relativos ao Brasil, mas pelo caso exposto acima é provável que o Bloqueio de Ativação também esteja surtindo efeito aqui — tanto que os ladrões já estão cientes do “problema”.

A próxima versão do Android, anunciada no início da semana, trará um recurso semelhante. A eficiência do método na prevenção de assaltos é indiscutível, e os casos de sucesso da sua aplicação podem aumentar o conhecimento acerca desse obstáculo no uso de aparelhos roubados. O que me leva a pensar: passar a senha do iCloud será o novo “não reaja ao assalto”?

Ainda bem que existem réplicas de R$ 300 para enganar o ladrão, né?

Como converter playlists entre Rdio, Spotify, Deezer e outros

Rdio, Spotify, Grooveshark ou Deezer? Não são poucas os meios de ouvir música hoje. A facilidade em migrar de um serviço para outro, porém, esbarra na dedicação empregada para organizar músicas e criar playlists — o Alexandre citou esse problema em um podcast recente. Mas existe uma saída. Na verdade, duas. Continue lendo “Como converter playlists entre Rdio, Spotify, Deezer e outros”

Buffer lança Daily, um “Tinder para notícias”

E é tão ruim quanto a descrição soa. Além de reduzir o nosso trabalho a uma curtida ou um descarte e fazer de tudo para tornar essa ação a mais trivial possível, ele nem mostra o conteúdo dos artigos por padrão; só aparecem título e uma imagem.

Essa descrição, aliás, é uma tendência no Vale do Silício. Apps que são “Tinder de [insira algum filão]” têm se proliferado: de cabeça, me recordo do Tinder para vagas de emprego e do Tinder para idosos. Pesquisando, a primeira página de resultados do Google traz coisas ainda mais bizarras, como Tinder para cachorros (!) e o Tinder para comprar roupas.

No Daily (o Tinder de notícias, não se perca!), as curtidas se convertem em compartilhamentos. O app é do Buffer, um sistema que facilita a publicação de conteúdo em redes sociais e dá estatísticas e dicas para otimizar seu alcance. O foco que muitos sites têm dado a manchetes e imagens de abertura apelativas ganha mais uma justificativa com o Daily — como se faltasse incentivos a esse comportamento.

Nem Material Design, nem iOS 7 são herdeiras da linguagem Metro

Toda vez que alguém mostra um retângulo de uma cor só ou uma tipografia grande na tela, em menos de três segundos alguém no fundo da sala grita “metro!” Com seu aspecto plano, bastante espaço para respirar e visual peculiar, a linguagem Metro (ou moderna, ou seja lá como chamam ela hoje) conseguiu um feito não intencional, não sei se desejável, mas digno de nota: ser atribuída como precursora de uma tendência da qual ela nem é parte.

Na Google I/O desse ano, a linguagem visual Material Design chamou a atenção. E com mérito: é uma proposta ousada, muito bonita e que consegue o feito raro de ser praticável na mesma medida em que é ambiciosa. É só ver as reações no Twitter e em blogs de tecnologia, incluindo aí a de muitos críticos contumazes do Google, para ver que o trabalho liderado por Mathias Duarte foi bem feito. Continue lendo “Nem Material Design, nem iOS 7 são herdeiras da linguagem Metro”

O guia rápido, direto e sem enrolação dos principais anúncios da Google I/O 2014

Se nas apresentações da Apple o “one more thing” é (ou era) um tipo de marca registrada, as do Google também estão ganhando uma espécie característica própria: a (looooooonga) duração.

Ano passado foi 3h30min de Google I/O; hoje, chegamos a 2h40. Para quem não tem tanto tempo disponível e largou a bets no meio do evento ou sequer se arriscou a ficar na frente do computador vendo demonstrações e comentando no Twitter, o Manual do Usuário traz um guia direto, sem enrolação e super rápido de tudo de relevante que foi anunciado. Foi sobre Android, múltiplas telas, Chrome(book|OS|cast), Google Drive… foi sobre bastante coisa, na verdade. Continue lendo “O guia rápido, direto e sem enrolação dos principais anúncios da Google I/O 2014”

O Nokia X2 chegou e trouxe vários questionamentos de carona

Faz cerca de quatro meses que a Nokia anunciou a família X, smartphones de entrada rodando um Android modificado, sem serviços do Google e apinhado de coisas da Microsoft. Hoje, a linha ganhou uma evolução. O Nokia X2 chegou e trouxe, de carona, alguns questionamentos pertinentes e difíceis de responder.

O Nokia X2 é uma evolução tímida. Em desempenho, ganhou mais RAM (1 GB contra as versões com 512 e 768 MB) e um processador melhor, o Snapdragon 200 dual core de 1,2 GHz baseado no Cortex-A7 — o anterior, um Snapdragon S4 Play, era baseado na antiga CPU Cortex-A5. Nada drástico ou capaz de mudar a letargia de que sites especializados reclamaram em coro, mas ainda assim evoluções. Continue lendo “O Nokia X2 chegou e trouxe vários questionamentos de carona”

E-readers são equiparáveis a livros? Para a Comissão de Cultura da Câmara, não — e ela está certa

Um Kindle com Hunger Games aberto.
Foto: Rodrigo Ghedin.

O Projeto de Lei nº 4.534/2012, em trâmite no Congresso Nacional, tem por objetivo modificar a Lei do Livro, de 2003. Para ser mais preciso, atualizar a definição do que é livro. No meio do debate, surgiu uma polêmica: o e-reader, o equipamento destinado exclusivamente ao consumo dos livros digitais, deve ser tratado como livro? Continue lendo “E-readers são equiparáveis a livros? Para a Comissão de Cultura da Câmara, não — e ela está certa”

[Review] Xperia T2 Ultra Dual: às vezes, parecer é o suficiente

Uma das últimas tendências no miolo da escala de preços dos smartphones é a das telas grandes, com tamanhos que vão de 5 a 6 polegadas. São aparelhos enormes com telas que, na vitrine, chamam a atenção e no bolso, incomodam. O Xperia T2 Ultra Dual é a aposta da Sony nesse emergente filão.

Outra tendência é a dos smartphones dual SIM. Enquanto o mítico topo de linha com suporte a dois SIM cards não vem, os intermediários seguem melhorando. Com configurações modestas, mas surpreendentemente melhores do que se poderia esperar, Xperia T2 Ultra Dual chega perto desse estado de união entre o melhor dos dois mundos. Quão perto? É o que descobriremos em mais uma análise. Continue lendo “[Review] Xperia T2 Ultra Dual: às vezes, parecer é o suficiente”

Yo: o futuro da comunicação ou a agulha que estourará a bolha 2.0?

O logo do Yo é tão simples quanto o app.
Imagem: Yo.

Imagine um app que tem como única finalidade mandar uma notificação que informa em texto e áudio, de um jeito engraçado, “yo”. O usuário adiciona seus amigos e, quando toca em um deles, manda um “yo”. Do outro lado, a única opção para quem recebe a mensagem é responder. Com um “yo”. E é basicamente só isso. Continue lendo “Yo: o futuro da comunicação ou a agulha que estourará a bolha 2.0?”

Emoji do dedo do meio levantado e outros 249 chegarão em breve ao seu smartphone

De mania nacional no Japão, os emojis são, hoje, fenômeno cultural no mundo inteiro. Apple, Google, Microsoft e Twitter suportam o padrão que desde 2010 integra a tabela Unicode. Não é raro ver esses pequenos e expressivos desenhos em mensagens de texto mediadas por telas. Em breve, uma nova leva de emojis estará disponível.

Excerto da tabela de novos emojis do Unicode 7.0.
Alguns dos novos emojis (em amarelo).

A nova versão do Unicode, uma espécie de mapa de caracteres super abrangente que é usado por todos os sistemas operacionais modernos, ganhou 250 novos emojis. Somados às demais, o Unicode 7.0 traz mais de 2800 novidades, que vão desde o novo símbolo do rublo russo, a moeda usada na terra de Putin, a escritas arcaicas. Continue lendo “Emoji do dedo do meio levantado e outros 249 chegarão em breve ao seu smartphone”