Os melhores apps para Android, iOS e Windows Phone (janeiro/2014)

Quando estava no Gizmodo eu era responsável pela seção Apps da Semana: todo sábado subia três posts com os melhores apps lançados para Android, iOS e Windows Phone. O Giovanni manteve a tradição depois da minha saída e imagino que ele deva lidar com as mesmas dificuldades que eu na minha época.

Sai muito app toda semana (à exceção do Windows Phone, por ora), mas quantos desses são bons o bastante para aparecer em uma lista cujo título inclui a palavra “melhores”? Não muitos. Então aqui, no Manual do Usuário, proponho um prazo mais dilatado. Em vez dos melhores da semana, os melhores do mês. Fica mais fácil para todo mundo, certo? E como são poucos, melhor centralizar tudo em um post só.

Todo fim de mês teremos uma lista do tipo para que você aproveite melhor o seu smartphone, seja ele Android, iPhone ou um Lumia — ainda existem outros Windows Phones sem ser Nokia?


Command-C

Command-C.

Para iPhone e iPad.
O que é? Uma área de transferência compartilhada entre dispositivos iOS e Macs.
Preço? US$ 3,99
DOWNLOAD

O Command-C permite transferir conteúdo entre dispositivos iOS e Macs usando a área de transferência — baixe o app gratuito para Mac aqui. Basta copiar um trecho de texto (plano ou formatado) ou uma imagem (JPEG, JPEG2000, TIFF ou PNG) e mandar para o outro dispositivo. É mais rápido do que usar o email, o Dropbox ou outro serviço similar, ou mesmo o AirDrop.

Em ambos os sistemas o conteúdo transferido aparece como uma notificação e vai para a área de transferência. Há teclas de atalho e bookmarks para agilizar o uso e para usuários avançados, snippets x-callback-url para automatizar as ações.

Command-C, para iOS.


Faded

Faded.

Para iPhone.
O que é? Editor de fotos cheio de filtros e recursos de edição.
Preço? US$ 0,99
DOWNLOAD

Há espaço para mais apps de fotos? O pessoal que desenvolveu o Faded acredita que sim. O app, com um jeitão todo descolado, tem 70 efeitos, sendo 34 gratuitos, dispostos em uma interface bem construída.

Recursos básicos de edição, como controles de contraste e saturação, estão disponíveis, e dá para sobrepôr camadas nas imagens, controlar a exposição em tempo real na hora de fazer a foto, acrescentar efeitos e, claro, compartilhar os resultados em várias redes sociais, incluindo Instagram, Facebook e Flickr.


Google Play Movies & TV

Google Play Movies & TV.

Para iPhone e iPad.
O que é? App que dá acesso via iOS aos filmes e seriados comprados no Google Play.
Preço? Gratuito
DOWNLOAD

Agora você, que comprou ou alugou algum vídeo no Google Play, pode assisti-lo usando um iPhone ou iPad.

Fique atento: o app não permite comprar conteúdo, já que isso implicaria ao Google ter que pagar a comissão que apps para iOS devem em qualquer tipo de transação à Apple. Para comprar, só pela web ou usando um smartphone ou tablet Android.

Você pode assistir aos vídeos no próprio dispositivo iOS ou usar um Chromecast para transmitir o conteúdo para uma TV.

Google Play Movies & TV.


Horizon

Horizon.

Para iPhone e iPad.
O que é? App que grava vídeos em formato paisagem mesmo com o celular na vertical.
Preço? US$ 0,99
DOWNLOAD

Mesmo com campanhas anti-vídeos em modo retrato, é difícil convencer algumas pessoas de que existe, sim, uma maneira correta de filmar com o smartphone.

O Horizon propõe outra abordagem para lidar com o problema. Em vez de forçar uma mudança de comportamento, com ele o usuário pode continuar filmando com o celular de pé que, mesmo assim, o vídeo sai em formato paisagem. Graças a um corte na imagem, a proporção mais natural para consumo em telas modernas (widescreen) é preservada e todo mundo sai ganhando. O único problema é a pessoa se lembrar de usar o Horizon em vez do app nativo da câmera.

Introducing Horizon


Jelly

Jelly.

Para Android e iPhone.
O que é? Nova rede social de perguntas e respostas do Biz Stone.
Preço? Gratuito
DOWNLOAD Android, iPhone

De um dos co-fundadores do Twitter, Biz Stone, o Jelly é um novo app para uma velha atividade online: perguntar e responder questões sobre qualquer coisa.

O fato de ser um app para smartphones dá ao Jelly um aspecto bastante ágil. Perguntas podem ser feitas com o auxílio de fotos e as respostas vêm da sua rede de contatos.

O app tem um punhado de animações bonitas e boas práticas em usabilidade, mas com o Quora e o Yahoo Respostas servindo às perguntas importantes e fundamentais e àquelas sem noção (respectivamente), é de se questionar se a nova aposta de Stone tem futuro.


Loopr

Loopr.

Para Android.
O que é? Menu lateral de acesso rápido a apps em segundo plano.
Preço? Gratuito
DOWNLOAD

Launchers que usam as bordas da tela para chamarem menus e outros recursos do Android não são novidade. O Loopr chama a atenção por, em vez de acionar um painel enorme, exibir apenas discretas “bolinhas-ícones” dos apps.

É possível fixar os botões Home e Voltar, ter uma pré-visualização dos apps e personalizar os ícones — essas duas últimas opções apenas mediante pagamento in-app, que custa em torno de R$ 6,30. Nas configurações pode-se delimitar a área em que ele atua em ambas as laterais, a sensibilidade e o atraso do movimento, e personalização as animações.

A abordagem do Loopr é diferente da da multitarefa nativa do Android, aquela lista vertical de miniaturas. Acredito que em smartphones e tablets mais simples o fato de não precisar renderizar todas as telas deva contar pontos em desempenho.


Music Drop

Music Drop.

Para Windows Phone.
O que é? App que transfere músicas do PC para o smartphone sem usar cabos, via Wi-Fi.
Preço? Gratuito
DOWNLOAD

Órfãos do Zune HD lembram da praticidade que era a sincronia da biblioteca de músicas via Wi-Fi. Nada de cabos, era tudo sem fio. E era lindo.

O Music Drop traz essa comodidade para o Windows Phone, ainda que de forma um pouco mais complexa. Toda a ação se dá através do navegador, com uma URL criada especialmente no app do smartphone. Estabelecida a conexão, basta arrastar a música desejada para a janela do navegador e a transferência começa.

Um pouco limitado, o conceito pelo menos é bem interessante e para transferir uma ou algumas poucas músicas, definitivamente mais cômodo do que ir atrás de cabos.

Music Drop.


Nokia Storyteller

Nokia Storyteller.

Para Windows Phone (Nokia).
O que é? App que usa a geolocalização das fotos para dispô-las em um mapa e criar narrativas a partir disso.
Preço? Gratuito.
DOWNLOAD

Ainda em estágio beta, este app, mais um exclusivo para a linha Lumia da Nokia, coloca suas fotos no mapa, agrupa elas de acordo com alguns parâmetros e embeleza a forma de mostrá-las aos amigos.

Dá para criar álbuns (além dos automáticos), colocar legendas e com um gesto de pinça, ver num mapa onde cada uma foi tirada. A tela principal permite filtrar as fotos por local, data e definir lugares favoritos, para ter sempre à mão as fotos tiradas lá.

É como se fosse um álbum de fotos mais robusto, que usa os meta dados delas para organizá-las de diferentes formas.


Pasta de Aplicativos

Pasta de Aplicativos.

Para Windows Phone (Nokia).
O que é? App que permite empilhar diversos atalhos em um bloco dinâmico na tela inicial.
Preço? Gratuito
DOWNLOAD

O que Android e iOS já fazem há bastante tempo agora também é possível no Windows Phone — desde que o seu seja fabricado pela Nokia.

A Pasta de Aplicativos, por ser um app à parte, concentra a criação dos atalhos, ou seja, elas não são configuráveis direto da tela inicial do Windows Phone. O visual é bacana, ficam miniaturas dos blocos dentro de um grande, e o acesso é em lista. É uma solução meio gambiarra, mas que pode servir para quem tem muitos blocos na tela inicial ou quer apenas organizá-la melhor.

Pasta de Aplicativos.


Path

Path.

Para Android, iPhone e Windows Phone.
O que é? Rede social intimista, com limite restrito de amigos e diversas opções de compartilhamento.
Preço? Gratuito
DOWNLOAD Android, iPhone, Windows Phone

Velho conhecido de quem usa Android ou iPhone, o Path desembarcou para Windows Phone nesse mês — ainda em beta.

O visual característico do Path foi bem mesclado com a identidade visual do Windows Phone. Não se trata de um simples port; a versão para o sistema móvel da Microsoft conta com algumas exclusividades, como filtros para fotos baseados no SDK Imaging, da Nokia.

O mais difícil é encontrar amigos e parentes usando o Path. Como seu apelo é pelo compartilhamento de pedaços mais íntimos da sua vida, só com essa galera próxima na rede ela se justifica.

Path.


SkipLock

SkipLock.

Para Android.
O que é? App que desabilita a senha do Android em redes Wi-Fi e Bluetooth.
Preço? ~R$ 11,70
DOWNLOAD

Um dos favoritos da casa, o Unlock With Wi-Fi ganhou um nome melhor, SkipLock, e novos recursos.

Se você preza pela sua privacidade, certamente tem algum tipo de senha habilitada no smartphone — um código alfanumérico ou aquele padrão, bem popular no Android. O que o SkipLock faz é desabilitar essa defesa quando ele está em redes Wi-Fi pré-configuradas ou próximo de dispositivos Bluetooth. Na sua casa, por exemplo, não faz muito sentido deixar a senha. Com o SkipLock, ela é desativada quando está na sua rede sem fio e volta a funcionar, automaticamente, assim que você sai do raio de alcance dela.

Além do suporte a dispositivos Bluetooth, a nova versão do SkipLock permite remover o ícone da barra de notificações e, em dispositivos rooteados, usar um padrão em vez da senha alfanumérica.

O app funciona por quatro dias. Depois disso, só comprando. É um pouco caro, mas pelo tempo que economiza no acumulado do uso, vale a pena. Caso você experimente e resolva removê-lo, muita atenção: por necessitar de privilégios especiais para funcionar, a desinstalação é diferente, se dá através do menu, dentro do próprio app.


Storehouse

Storehouse.

Para iPad.
O que é? Uma forma interativa e linda de contar histórias através de fotos e vídeos.
Preço? Gratuito
DOWNLOAD

Criado por um punhado de ex-funcionários da Apple e sem um modelo de negócios pronto, se existisse um campeonato de apps mais bonitos para iPad o Storehouse seria um sério concorrente.

Com ele, o usuário pode criar histórias para suas fotos e vídeos. A apresentação é linda, o app é fluído e bem arquitetado, e tudo é de muito bom gosto. Terminando suas histórias, elas podem ser visualizadas na web — atingindo, assim, quem não tem um iPad disponível. De dentro dele, porém, aquele esquema digno de redes sociais, o seguir e ser seguido, está disponível.


Talon

Talon.

Para Android.
O que é? Cliente para Twitter moderno e adaptado ao Android 4.4.
Preço? ~R$ 4,70
DOWNLOAD

Não chega a ser um Tweetbot para Android (faz falta!), mas o Talon se junta a outras alternativas ao terrível cliente oficial do Twitter na plataforma do Google.

Ele é pago, mas promete um mundo de opções e o que há de mais moderno em experiência de uso no Android. O layout segue as diretrizes do sistema e até coisas bem recentes, como suporte às barras transparentes do Android 4.4, estão presentes.

A lista de recursos e funções do Talon, na descrição do app no Google Play, é extensa. Apesar do ícone horrível, é um trabalho fenomenal e com potencial para ficar ainda melhor. Agora que os tokens do Carbon acabaram, talvez seja a melhor saída para quem não suporta o último redesign do Twitter.


Mês que vem tem mais!

IrfanView, o melhor app para ver imagens no Windows

Minha barra de tarefas no notebook tem três ícones fixos: Windows Explorer, navegador padrão e um que, reza a lenda, é um gato vermelho atropelado na estrada. Esse último é o indefectível ícone do IrfanView, um simpático visualizador de imagens para Windows.

Não lembro quando exatamente descobri o IrfanView, só me recordo vivamente de ter simpatizado com o app logo de cara. Sua função, pelo menos superficialmente, é simples e limitada: abrir imagens. Fosse só isso ele já seria sensacional: é difícil surgir um formato que o IrfanView seja incapaz de lidar e, mesmo nesses casos, geralmente um plugin resolve a incompatibilidade.

Só que ele faz muito mais que isso.

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Moto G, o melhor smartphone barato que você pode comprar

Foi um longo hiato do anúncio da aquisição pelo Google até o primeiro fruto, o Moto X. A Motorola Mobility enquanto “uma empresa Google” ainda dá seus primeiros passos, mas passos confiantes e acertados. O Moto G, segundo smartphone dessa nova fase, foi anunciado no Brasil em novembro e, agora, passa pelo crivo do Manual do Usuário. Com a combinação de boas especificações e preços agressivos, o aparelho faz sucesso no varejo. Sucesso justificável? É o que descobriremos juntos.

Procurando pelo novo Moto G (2014)? Leia aqui o review completo dele.

Moto G: um Moto X mais rústico

Moto G com um boneco verde do Android, vistos de cima.
Foto: Rodrigo Ghedin/Manual do Usuário.

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Novo Kindle Paperwhite, ou como melhorar o melhor e-reader

Não foi a Amazon quem começou essa história de e-readers com tela de e-ink, mas foi graças a ela que este nicho ganhou a popularidade que tem hoje. Os dispositivos Kindle são referência no segmento e versão após versão redefinem o que se deve esperar de um bom e-reader.

Tablets e smartphones, embora continuem funcionando após anos de serviços prestados se bem cuidados, parecem sofrer de obsolescência percebida, ou seja, mesmo funcionando bem a mera existência de modelos mais avançados atiça o nosso espírito consumista. Não precisamos de um celular novo, mas queremos um.

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Leituras da semana #9

Na seção Leituras da semana a ideia é trazer até cinco posts de outros sites publicados no decorrer da semana que merecem ser lidos. São artigos primariamente sobre tecnologia, mas que, seguindo a linha editorial do Manual, podem também flertar com comunicação, psicologia e outras áreas desde que tenham uma abordagem relacionada a gadgets ou bits.

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CES 2014: os principais anúncios, as maiores apostas e Michael Bay

A CES (Consumer Electronics Show) é o primeiro grande evento de tecnologia do ano. Em janeiro, emendado com as festas de fim de ano, expositores, profissionais de TI e jornalistas se reúnem em Las Vegas, EUA, para darem ao mundo um vislumbre do que provavelmente será o tom da tecnologia de consumo nos meses seguintes.

É um negócio enorme. Nesta edição, mais de 3200 empresas disputaram a atenção 150 mil pessoas que passaram por lá. E mesmo assim, ao longo dos últimos anos o evento tem perdido um pouco da sua força. Empresas maiores, como MIcrosoft, Apple, Samsung e Google, não aparecem, preferem anunciar novos produtos em eventos próprios ou mais focados. Faz sentido, dado que o volume de notícias numa CES é capaz de soterrar mesmo novidades que em outro contexto seriam o centro das atenções.

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Permissões de apps: como elas funcionam no Android, iOS e Windows Phone

Um smartphone moderno é composto por um punhado de sensores, módulos e recursos. É esse arsenal que faz com que ele seja tão versátil, tão útil no dia a dia. Os desenvolvedores podem utilizar essa gama de poderes para facilitar ou mesmo viabilizar o funcionamento dos seus apps. Só que é como dizia o tio de um super-herói: com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Você presta atenção nas permissões que os apps exigem antes de instalá-los?

A Tatiana contou, na Galileu, os motivos que a levaram a desinstalar o app do Facebook em seu smartphone Android: o excesso de permissões que o app pede para ser instalado. Como ela nota, algumas fazem sentido, outras soam estranhas mesmo sob a bandeira da comodidade.

Todo smartphone vendido atualmente conta com um sistema de permissão destinado aos apps. Como eles funcionam em sandboxes, ou seja, isolados entre eles e do sistema, as permissões funcionam como um contraponto de flexibilidade nessa estrutura orientada à segurança, como pontes seguras entre os apps e os recursos que o smartphone tem.

Por padrão o sistema operacional bloqueia acesso a esses recursos em prol da segurança. Um app, para usufruir desses recursos, precisa declarar explicitamente quais são necessários e apenas com a anuência do usuário as portas virtuais que os guardam são abertas.

Nós temos a chave, mas somos proprietários displicentes. Raramente atentamos para as permissões que um app pede e, nessa, acabamos abrindo a porta de casa para qualquer um. Um jogo gratuito precisa mesmo saber a minha localização? Por que uma rede social quer saber meu histórico de ligações, ou ficar aberta o tempo todo em segundo plano? E esse app de piadas, quer minha lista de contatos para quê?

Abaixo, faço um passeio pelos sistemas de permissões das três principais plataformas móveis: Android, Windows Phone e iOS.

No Android, é tudo ou nada

Ao instalar um app no Android, o Google Play exige confirmação para as permissões que ele pede. Surge uma lista delas na tela com um botão de confirmação embaixo. Clique nele e o app é instalado; discorde e você volta para a Play Store, sem o app.

Permissões que o Path pede no Android.
Ou você aceita tudo e recebe o app, ou cancela a instalação.

Essa abordagem é oito ou oitenta, não há meio termo do tipo “ok, app, você pode saber a minha localização e acessar as fotos do celular, mas nada de ler meus contatos”. Alguns apps até permitem configurações granulares de permissões após a instalação — no Facebook, talvez o exemplo-mor de app que extrapola nesse ponto, dá para deixar a localização desativada por padrão, por exemplo. No geral, porém, é aquela abordagem rígida do aceite total que vale.

Abordagem que, claro, não é a ideal, mas que tem sua validade. Dependendo do app e do que ele pede, é melhor deixá-lo de lado — em muitos casos é de se pensar se o risco vale a pena. Existem aqueles chatos, mas mais amenos, em que você verá propagandas assustadoramente precisas, de anunciantes próximos, graças à concessão da sua localização via GPS. Outros são mais graves; você pode acabar vítima de um golpe, como o do Balloon Pop 2 que sequestrava conversas no WhatsApp para revendê-las depois.

O Android carece, ainda, de uma central de privacidade. O recurso fez uma rápida aparição na versão 4.3: o App Ops abria todas as permissões de cada app instalado e permitia revogá-las individualmente. Era preciso usar algum programa que criava a interface para o App Ops, como o da Color Tiger1.

App Ops em funcionamento no Android 4.3.
Screenshots: EFF/Reprodução.

Ele não durou muito. Na versão 4.4.2 o App Ops sumiu com a justificativa, do Google, de que sua aparição recente fora um descuido e que na prática trata-se de um recurso usado apenas internamente para testes. Triste, mas compreensível: muitos apps simplesmente “quebram” quando permissões vitais são revogadas.

O melhor a se fazer, por ora, é ficar atento às permissões na hora de instalar um app — e desistir ao menor sinal de desconfiança.

As permissões de apps são ainda piores no Windows Phone

Requisitos do Hisptamatic Oggl, para Windows Phone.
No Windows Phone, requisitos dos apps são apresentados discretamente na Loja de Aplicativos.

No Windows Phone a situação é similar à do Android, com uma agravante: as permissões são listadas na Loja de Aplicativos, só que essa não pede confirmação do usuário na hora de instalar algum — com apenas uma exceção, a do acesso à localização.

A lista de permissões de um app fica soterrada na página “Detalhes” dele na loja de apps. Em texto puro, logo depois da descrição e entre links legais que recebem ainda menos atenção, o posicionamento ruim de informações tão importantes é preocupante. Elas deveriam estar em local mais acessível e ter mais destaque ali.

A Microsoft lista, na ajuda do Windows Phone, todas as permissões possíveis a um app.

O mais triste é que nas configurações do sistema existe uma aba “Aplicativos” que, em vez de contemplar todos, fica restrita a alguns nativos, pré-instalados do sistema. A exceção é o item “Tarefas em segundo plano”, que lista apps capazes de rodar em segundo plano e permite revogar esse privilégio.

iOS: demorou, mas é assim que se faz

O iOS é o sistema que melhor lida com permissões de apps.

Não foi sempre assim. Antes do iOS 6, essa parte do sistema era um desastre. Foi preciso um escândalo envolvendo o app Path para que a Apple tomasse providências e desse a devida atenção às permissões dos apps.

Exemplo de app requisitando permissão especial no iOS.
No iOS, as permissões são concedidas durante o uso do app.

No começo de 2012 o app do Path foi flagrado enviando listas de contatos dos usuários para seus servidores sem notificá-los disso. Até então o iOS só informava e pedia autorização do usuário para o uso do sistema de notificações push e dos serviços de localização que um app porventura precisasse; todo o resto era concedido de pronto, sem aviso algum.

Com o estouro do caso Path, que repercutiu até no Congresso dos EUA, mudanças foram feitas no iOS 6. Além de notificações e localização, o sistema passou a regular outras permissões nos apps, a saber:

  • Contatos
  • Calendários
  • Lembretes
  • Fotos
  • Compartilhamento Bluetooth
  • Microfone

A App Store continua sem listas de permissões para os apps por lidar com elas de maneira diferente. Ao instalar um app de lá, ele não ganha acesso imediato às permissões de que precisa. É durante o uso que o usuário concede (ou não) as necessárias. O app vai perguntando na medida em que uma função que dependa de certa permissão é acionada e aí cabe ao usuário concedê-la ou não.

Não existe o risco de “quebrar” apps porque as diretrizes da App Store exigem que o desenvolvedor preveja comportamentos alternativos para quando certas permissões forem negadas. As notas de lançamento do iOS 6 para desenvolvedores esclarecem isso:

“Além dos dados de localização, o sistema agora pede permissão do usuário antes de liberar o acesso a apps terceiros a certos dados do usuário.

(…)

Para dados de contatos, calendários e lembretes, seu app precisa estar preparado para ter o acesso negado a esses itens e ajustar o comportamento de acordo. Se o usuário ainda não foi questionado sobre a liberação do acesso, a estrutura retornada é válida, mas não contém registros. Se o usuário negou o acesso, o app recebe um valor nulo ou nenhum dado. Se o usuário garantir permissão ao app, o sistema consequentemente notifica o app de que ele precisa ser reiniciado ou reveter os dados.”

Área Privacidade, nas configurações do iOS, e app Foursquare sem acesso à localização do usuário.
No iOS, permissões são concedidas durante o uso dos apps e podem ser revogadas a qualquer momento.

Nas configurações do sistema existe, ainda, uma área chamada Privacidade. Ela concentra as permissões que o sistema oferece e dá ao usuário o poder de vetá-las, para qualquer app, a qualquer momento.

Permissões de apps são importantes

As permissões de apps são meio como a EULA do Windows, ou os termos de uso das redes sociais: a maioria aceita sem ler. Nem o fato de serem compostas por poucas linhas anima o usuário médio a prestar atenção nos privilégios que ele concede sempre que instala um app. O que é um perigo.

Este é um assunto importante. Ler aquelas poucas linhas e tentar entender por que um app pede certas permissões é um esforço válido. Na próxima vez que fizer uma parada no Google Play ou na Loja de Apps do Windows Phone, ou que um app no iOS começar a pedir muita coisa, abra de olho, questione.

Foto do topo: Vit Brunner/Flickr.

  1. A Color Tiger oferece, agora, o App Ops X. Ele não está disponível no Google Play porque o método de instalação viola as regras do Google — a saída, pois, é fazer sideloading do app. Os desenvolvedores garantem que o app funciona mesmo no Android 4.4.2 e prometem um futuro cheio de atualizações, integração com o Tasker, pré-configuração de permissões a serem desativadas de pronto e outras vantagens. Mais informações no Lifehacker. ↩︎

One Touch Idol: por fora, bela viola; por dentro…

Do anúncio da fabricação de smartphones no Brasil até o lançamento comercial do mais poderoso deles (por aqui), passaram-se cinco meses. Em dezembro, a tempo do Natal, o One Touch Idol ganhou as prateleiras do varejo e a loja virtual da própria Alcatel, uma estratégia diferente que foge das operadoras e tenta entrar em contato direto com o consumidor. Com preço sugerido de R$ 899, o que esperar do Idol?

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Leituras da semana #8

Na seção Leituras da semana a ideia é trazer até cinco posts de outros sites publicados no decorrer da semana que merecem ser lidos. São artigos primariamente sobre tecnologia, mas que, seguindo a linha editorial do Manual, podem também flertar com comunicação, psicologia e outras áreas desde que tenham uma abordagem relacionada a gadgets ou bits.

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Ultra HD, OLED, tela curva e apps: as tecnologias que estarão na sua próxima TV

Apesar de não formarem uma categoria que instiga substituições recorrentes pelos consumidores, as TVs têm sido palco de muitas experimentações, novidades e promessas nos últimos anos. Da alta definição ao Ultra HD, algumas características se consolidam e ajudam a vender mais, outras são solenemente ignoradas pelo público.

A CES, que acontece todo mês de janeiro em Las Vegas, EUA, costuma antecipar tendências. Em 2014 não será diferente. A feira começa daqui a alguns dias e fabricantes grandes e pequenas prometem trazer novas telas de altíssima resolução e recheadas de novos recursos.

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O novo visual do Manual do Usuário.

Deixei as outras novidades do Manual do Usuário para fevereiro a fim de colocar logo no ar o novo layout do blog. E aí, gostou?

Ele é responsivo, o que significa que se adapta automaticamente às telas menores de tablets e smartphones. É nas grandonas, porém, que o layout brilha — dê uma olhada no review do Moto X, já adaptado. Dá para colocar fotos enormes no meio do texto, vídeos, preencher as laterais com gráficos e imagens menores… Fica lindo.

Alguns detalhes precisam ser arrumados, como o “Responses”/“Comments” não traduzido, mas o grosso está pronto. Se flagrar alguma coisa fora do lugar, deixe um comentário aí embaixo.

E não ache que isso é tudo. Tem mais coisa boa a caminho. 2014 será divertido.

Os equipamentos e apps que uso, 2014

Por mais simples que seja uma operação, ela demanda instrumentos, padrões e um workflow minimamente estruturado. É assim com o Manual do Usuário: um blog de um homem só, um homem preparado para ler, escrever, fotografar e filmar.

É bem comum usarmos momentos de ócio no fim do ano para reavaliarmos partes da vida, refletir onde erramos e onde acertamos e, nessa, fazer pequenos (ou grandes) ajustes. Resolvi usar parte desse tempo para contar a vocês o que uso (ou pretendo usar em 2014) no trabalho que desempenho aqui. Além de útil, quero também trocar figurinhas nos comentários, descobrir apps, equipamentos etc. É um post com segundas intenções :-)

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